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CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

Professor: Eduardo Pinto de Andrade


MOTORES DE INDUÇÃO

1.0 GENERALIDADES

O motor de indução tem um principio construtivo bastante simples e robusto, sua manutenção
também é simples o que o torna o motor mais utilizado. É constituído de dois conjuntos: estator
bobinado e conjunto do rotor.

O nome "motor de indução" se deriva do fato de que as correntes que circulam no secundário
(rotor) são induzi das por correntes alternadas que circulam no primário (estator). Os efeitos
eletromagnéticos combinados das correntes do estator e do rotor produzem a força que gera o
movimento.

O nome "motor de indução" se deriva do fato de que as correntes que circulam no secundário
(rotor) são induzi das por correntes alternadas que circulam no primário (estator). Os efeitos
eletromagnéticos combinados das correntes do estator e do rotor produzem a força que gera o
movimento.

2.0 CONSTRUÇÃO

O motor é constituído por duas partes principais: Estator e Rotor. O estator é a parte fixa do motor,
nele estão os enrolamentos principais. O rotor é a parte móvel e no motor de indução pode ser
construído das seguintes formas:
 Rotor de gaiola simples: É caracterizado por um conjugado de partida relativamente suave
mais com uma corrente absorvida muito superior a corrente nominal quando do funcionamento
sob regime;
 Rotor de gaiola dupla: É caracterizado por possuir duas gaiolas: a externa de alta resistência
elétrica que limita a corrente na partida e a interna de baixa resistência que oferece
características de bom desempenho em regime;
 Rotor de gaiola resistente: É caracterizado por um bom conjugado de partida, um menor
rendimento mais uma variação de velocidade obtida interferindo somente com a tensão;
 Rotor bobinado ou Motores de anéis: Os rotores em anéis (bobinados onde, nos espaços
existentes na periferia estão alojados os enrolamentos idênticos àqueles do estator) geralmente
trifásicos que se caracterizam por um acoplamento estrela (uma extremidade de cada
enrolamento é ligada a um ponto comum e as extremidades livres são ligadas a um acoplador
centrifugo ou sobre três anéis em cobre, isolados e solidários do rotor). Eles podem desenvolver
um conjugado de partida até 2,5 vezes o conjugado nominal, o ponto de corrente na partida é
proporcional ao conjugado desenvolvido.

Carcaça:

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3.0 CAMPO GIRANTE

A corrente trifásica tem a particularidade, de dar origem a um campo girante. Entende-se por um
campo girante, um campo magnético cujos pólos com enrolamento estático, mudam de posição
girando, na periferia de uma máquina. Se constituirmos igualmente no rotor da máquina um campo
magnético, então os pólos contrários do rotor são atraídos pelos pólos do estator e arrastados por
este no seu movimento de deslocamento, sobre a periferia do estator. Com isto gira também o rotor.
Pelo fato de os motores trifásicos basearem o seu funcionamento neste princípio, são chamados de
motores de campo girante.

Para a formação de um campo girante homogêneo, duas condições devem ser satisfeitas:

O estator do motor deve ser dotado de três bobinas deslocadas de 120°. Nas três bobinas do estator
devem circular três correntes alternadas senoidais, que devem ter entre si um deslocamento de fase
de 120°, ou seja 1/3 de período. Esta é a corrente trifásica, como a que é gerada num gerador
trifásico.

Quando um enrolamento monofásico é percorrido por uma corrente alternada, cria-se ao redor deste
um campo magnético alternado fixo, cuja intensidade varia proporcionalmente a corrente. Como
sua orientação norte-sul é sempre a mesma, diz-se que o campo magnético criado é pulsante.
Porém, quando três enrolamentos defasados de 120° no espaço são percorridos por correntes
defasadas de 120° no tempo (caso das correntes dos sistemas de alimentação trifásica), o campo
magnético criado é girante, ou seja, sua orientação norte-sul gira continuamente e sua intensidade é
constante.
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Este campo magnético girante se forma em cada instante, devido a combinação de cada um dos
campos magnéticos criados por cada enrolamento monofásico. A figura abaixo ilustra a maneira
como se produz um campo girante. No instante 1, o campo gerado pelo enrolamento de fase A
prevalece sobre os demais, determinando a orientação do campo magnético resultante. No instante
2, a orientação do campo magnético resultante é dada pelo enrolamento da fase B que é
predominante. No instante 3, a orientação é dada pelo enrolamento da fase C. Da mesma forma para
os instantes 4,5 e 6, a orientação do campo resultante é dada respectivamente pelas fases A, B e C.
porém com sentido inverso como mostra a figura. No instante 7, completamos 360° e o ciclo é
reiniciado.

O campo girante do estator atravessa as barras do rotor, induzindo forças-eletromotrizes.

Estas geram correntes que interagindo com o campo girante do estator, produzem um conjugado
motriz no mesmo sentido de rotação do campo.

O número de pólos do campo será igual a duas vezes a quantidade de conjuntos de bobinas
trifásicas montadas no estator.

A velocidade do campo será proporcional à freqüência e inversamente proporcional ao número de


pólos:
NS = (120 x f) / P, onde:
f é a freqüência da rede;
P é o nº de pólos do enrolamento. O nº de pólos é determinado pela quantidade de enrolamentos
ligados por fase.

O sentido de rotação do campo girante será dado pela seqüência das fases ligadas ao estator.
Portanto se ligarmos as bobinas com as fases na seqüência A-B-C, teremos o motor girando em um
sentido, se invertermos duas fases (A-C-B) o motor girará no sentido contrário.

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4.0 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Á medida que o campo magnético girante do estator se movimenta, irá cortar os condutores do rotor
induzindo neste um outro campo magnético de sentido oposto ao que o gerou (Lei de Lenz).

Com isto irá surgir no rotor um pólo oposto ao do estator e conseqüentemente atraído pelo mesmo.
Esta atração irá mover o rotor na direção do campo girante.

Se a velocidade do rotor for igual à do campo girante, deixará de haver o fluxo induzido no rotor
fazendo com que ele pare de girar.

Deve haver então, uma diferença entre a velocidade do campo girante e a do rotor. Esta diferença é
chamada de velocidade de escorregamento ou simplesmente escorregamento.

O escorregamento é a diferença percentual entre a velocidade síncrona e a velocidade do rotor:

s = {velocidade síncrona (NS) – velocidade do rotor (NR) } / velocidade síncrona (NS)

s = NS – NR / NS ou NR = NS (1-s) = (120f /P) (1-s)

Exemplo:
Um motor trifásico de indução tem 6 pólos. Se a freqüência de linha é 60Hz, calcule:
a) A velocidade do campo girante;
b) Se a freqüência variar para 50 Hz, qual a nova freqüência;
c) Se o escorregamento for 5%, qual a velocidade do rotor para 60Hz;
d) Se a velocidade do rotor for de 1100 rpm a 60Hz, qual o escorregamento;

a) NS = (120 f)/P = (120 x 60)/6 = 1200 rpm;


b) NS = (120 x 50)/6 = 1000 rpm;
c) NR = NS (1-s) = 1200 (1 – 0,05) = 1140 rpm;
d) s = (NS - NR) / NS = (1200 – 1100) / 1200 = 0,08 = 8%

5.0 CIRCUITO EQUIVALENTE

O campo do estator irá induzir no rotor um fem senoidal com freqüência proporcional ao
escorregamento:

N = 120 f/P :: f = N P/120. No caso das tensões induzidas no rotor, a velocidade é a diferença entre
as velocidades do rotor e do campo síncrono.:

fr = (Ns – Nr)P/120, como s = (Ns – Nr)/Ns, temos (Ns – Nr) = s . Ns, então:

Fr = s . Ns. P/120, comparando a freqüência do rotor com a do campo síncrono teremos:

fr = s .Ns .P/120 :: fr = f . s onde: fr é a freqüência das tensões induzidas no rotor;


f Ns .P/120 f é a freqüência da rede
s é o escorregamento.

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V1 = Tensão terminal do estator;
E1 = fcem gerada pelo fluxo de entreforro resultante;
I1 = Corrente do estator;
R1 = Resistência efetiva do estator;
X1 = Reatância de dispersão do estator;
Iϕ = Componente de excitação da corrente do estator, que é função da fem E1;
I2 = Componente de carga da corrente do estator;
IC = Componente de perdas no ferro em fase com E1;
Im = Componente de magnetização, atrasada 90º em relação a E1;
GC = Condutância de perdas no ferro;
bm = Suceptância de magnetização.

ESTUDO DO ROTOR:

Iremos estudar o rotor em duas fases:


 Com rotor bloqueado – É o momento da partida onde o escorregamento é igual a 1;
 Em regime de carga com escorregamento variável;

fem induzidas:
As fem induzidas serão proporcionais à freqüência, podemos dizer então que:
Na partida a tensão induzida será igual a E1, logo E20 = E1 = k .f
Em carga, E2 = k.f2 = k .s .f = s .E20 :: E2 = s . E1

reatâncias:
Na partida, X20 = 2 .π . f . L. A reatância de rotor bloqueado normalmente é determinada através de
ensaios.
Em carga X2 = 2 .π . f 2. L = 2 .π . s. f . L :: X2 = s .X20

impedância:
Na partida a impedância total do rotor será Z20 = r2 + jX20, onde r2 é a resistência rotórica;
Em carga Z2 = r2 + j sX20

corrente:
Na partida, I20 = E20 / Z20 = E20 / (√r22 + X202);
cos θ20 = r20/Z20 = r20 /(√r22 + X202);
em carga, I2 = E2 / Z2 = sE20 / (√r22 + sX202) = E20 / (√(r2/s)2 + X202);
cos θ2 = r2/Z2 = r2 /(√r22 + s2 X202);
r2/s = r2 + ((1-s)/s)r2

Podemos observar que como o termo r2/s é maior que r2, a corrente de partida será maior que a
corrente em carga do motor.

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Os circuitos equivalentes do rotor serão:

6.0 CONJUGADO MOTOR

O enrolamento do rotor do motor trifásico é distribuído por todo o seu perímetro. Cada condutor
atravessado por corrente,deste enrolamento, está sujeito a uma força de repulsão do campo
magnético. Todas as forças são aplicadas perimetralmente e em direção tangencial. Produzirão,
portanto, um momento tangencial. O momento devido aos pares de forças com linha de ação
paralelas, de mesma intensidade e sentido opostos é chamado de binário ou conjugado (de torção)

O conjugado motor é proporcional à densidade de fluxo e à corrente rotórica em fase com a tensão
(componente ativa).

C = K’ .B .I2 .cosθ2 (Newton.metro). Como B é proporcional a E20, teremos C = K .E20 .I2 .cosθ2,
substituindo I2 e cosθ2, teremos

2
s E 20 r2 k s r2 E 20
C = k E 20 x = Nm
r22 + s 2 X 202 r22 + s 2 X 202 r22 + s 2 X 202

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Na partida teremos s=1, logo:
k r E2
C 0 = 2 2 202
r2 + X 20

No instante da partida forma-se no rotor, em virtude do escorregamento 100%, a f.e.m. mais


elevada possível, e com isso, uma corrente muito elevada e um campo intenso. O motor de indução
nesta situação, equivale a um transformador com secundário curto-circuitado; a corrente de partida
é, por isso, igual a corrente de curto-circuito e resulta assim de 3 a 8 vezes a corrente nominal.
Simultaneamente porém, o enrolamento do rotor possui alta reatância no momento da partida, pois,
a freqüência da f.e.m. induzida no rotor é igual à da rede. Como conseqüência, no momento da
partida, a corrente do rotor está atrasada da f.e.m. induzida de quase 90º. Nestas condições o motor
de indução tipo gaiola apresenta baixo torque de partida.

Analisando o conjugado em função da resistência rotórica teremos:

Se r2 = 0 o conjugado de partida será C0 = 0

Se r2 = α => C0 = 0

O ponto de inflexão da curva será r2 = X20 obtido através da derivada dC/dr2 e através da
segunda derivada dC2/dr22 <0 teremos que este ponto é um máximo.

Logo o conjugado máximo de partida será obtido através da expressão:

k E 202
C 0 MÁXIMO =
2 X 202

Em regime teremos:
k sr E2 k r E2
C = 2 22 202 = 2 2 20 2 temos no denominador duas variáveis sendo somadas cujo produto
r2 + s X 20 r2 s + sX 20
é uma constante, logo a soma será máxi ma quando os termos forem iguais:
r22 s = sX 202 ⇒ s MÁX = ± r2 X 20
2
k (r2 X 20 ) r2 E 20 k E 202
C MÁX = ± 2 = ±
r2 + (r2 X 20 ) 2 X 202 2 X 20

Podemos então traçar a curva do conjugado x velocidade de um motor para diversos valores de
resistência rotórica:

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Podemos observar que o aumento da resistência rotórica não varia o valor do conjugado máximo,
mas o ponto onde ele ocorre se aproxima cada vez mais da partida, ou seja podemos obter maior
conjugado de partida com o aumento da resistência rotórica.

Da mesma forma, como I20 = E20 / (√r22 + X202) o aumento de r2 irá reduzir a corrente de partida.

O fator de potência será: cos θ20 = r2 /(√r22 + X202) o aumento de r2 também implicará em melhor
fator de potência (mais alto).

Exemplos:
1) Um motor de indução, rotor em bobinado, 8 pólos, 60Hz, é deliberadamente carregado ao ponto
onde ocorre o torque (conjugado) máximo. A resistência do rotor por fase é 0,3 ohms e o motor
desacelera por ter atingido o torque máximo a 650 rpm. Calcule:
a) O escorregamento correspondente ao torque máximo;
b) A reatância de rotor bloqueado;
c) A freqüência do rotor correspondente ao ponto de torque máximo.

a) Ns = 120 f/P = (120 x 60) / 8 = 900 rpm


sMÁX = (Ns-Nr)/Ns = (900 – 650)/900 = 0,278
b) s MÁX = ± r2 X 20 ⇒ X 20 = r2 s MÁX = 0,3 / 0,278 = 1,08 ohms
c) fr = sf = 0,278 x 60 = 16,7 Hz

2) O motor do exemplo anterior desenvolve o dobro do conjugado nominal quando arranca com o
rotor em curto circuito, e sua velocidade a plena carga é de 875 rpm. Se adicionarmos uma
resistência de 0,7 ohms por fase em série com o rotor, calcule:
a) A nova velocidade a plena carga com a resistência adicionada;
b) O conjugado de partida com a resistência adicionada.

a) o escorregamento a plena carga em curto circuito será: s = (Ns-Nr)/Ns = (900-875)/900 = 0,0278


como o escorregamento é proporcional à resistência rotórica, teremos:
sAD = s . r2AD/r2 = 0,0278 . (0,3+0,7)/0,3 = 0,0926
a nova velocidade será: Nr = (1-s)Ns = (1-0,0926)900 = 817 rpm
b)O conjugado original de partida é o dobro do nominal C0 = 2 CN
2
k r2 E 20 k E 202 x0,3
C0 = 2 2
= 2 2
= 0,23878 .k E 202
r2 + X 20 (0,3) + (1,08)
k r2 AD E 202 2
k E 20 .(0,3 + 0,7)
C 0 AD = 2 2
= 2 2
= 0,46160.k E 202
r2 AD + X 20 (0,3 + 0,7) + (1,08)
2
0,46160.k E 20
C 0 AD / C 0 = 2
= 1,93316 ⇒ C 0 AD = 1,93316C 0 = 1,93316(2C N ) = 3,87C N
0,23878.k E 20

7.0 ESTUDO DO CONJUNTO ESTATOR + ROTOR

Desprezando o ramo de perdas no ferro podemos transformar a suceptância de magnetização em


uma reatância obtendo o circuito:
R1 X1 I 1 I2 X2 Rt Xt I2 X2
a

r2 > r2
V 1 Xm Im V 1
s s
b
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Aplicando Thevenin teremos:

Zt = rt + jXt = (r1 + jX1)// jXm


Vt = Vab (I2 = 0)
jX M
Vt = ⋅ V1
r1 + j ( X 1 + X M )

A corrente será:
Vt
I2 = logo, a corrente será função do escorregamento.
r2 2 2
(rT + ) + (XT + X 2 )
s

Se s= 0 I2 =0 , se s=1 I2 será máximo.

O conjugado será:
1 VT2 (r2 s )
C =q⋅ ⋅ onde q e w são constantes. O conjugado será máximo em:
w (r + r2 ) 2 + ( X + X ) 2
T s T 2

1 0,5VT2 r2
C MÁX = q ⋅ ⋅ que ocorrerá no escorregamento: sC =
w rT + rT2 + ( X T + X 2 ) 2 rT2 + ( X T + X 2 ) 2

Analogamente, a potência mecânica máxima se dará com o escorregamento:


r2
sP =
r2 + (rT + r2 ) 2 + ( X T + X 2 ) 2
1 − sP
A potência máxima será PMÁX = q ⋅ I 22 ⋅ r2 ( )
sP
Traçando as curvas de corrente, conjugado e potência podemos compará-las:

A Potência mecânica máxima ocorre antes do conjugado máximo, o que significa que podemos
operar com o motor com máxima potência sem risco de ultrapassar o escorregamento crítico.

A relação entre o conjugado máximo e o nominal é a “capacidade de sobrecarga dinâmica”. Para


motores de uso geral é normalmente 200%.

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8.0 DISTRIBUIÇÃO DE POTÊNCIAS

Pele= Potência entrega pela rede = Potência de Entrada;


P2 = Potência entregue ao rotor = Potência que atravessa o entre ferro;
Pm = Potência mecânica = Potência eletromagnética desenvolvida;
Pmu = Potência mecânica útil = Potência de saída no eixo
pjoule = Perdas ôhmicas no estator ; perdas no cobre do estator;
p2 = Perdas ôhmicas no rotor = Perdas no cobre do rotor;
pr = Perdas rotacionais = Perdas mecânicas;
p0 = Perdas no núcleo do estator.

Pele=V1I1cos P2 = Pele – pjoule – p0 Pm = P2 - p2 Pmu = Pm-pr

pjoule = r1I12 p 2 = r 2I 22 pr
p0

Pmu
Rendimento η = x100
Pele

Pelo circuito equivalente temos que P2 = E20 I2 cos θ2 e o conjugado: C = k E20 I2 cos θ2, logo:

C = k P2, onde k é uma constante que depende da forma construtiva do motor. Em geral k nº de
ranhuras do rotor em gaiola ou k = 3 no caso de rotor bobinado.

As perdas rotóricas serão p2 = r2 I22 = I2 I2 r2 = E2 I2 r2/Z2 = E2 I2 cos θ2 = s E20 I2 cos θ2 =>


p2 = s P 2

P2 = (I22 r2)/ s

A potência mecânica será


Pm = P2 – p2 = (1-s) E20 I2 cos θ2. = (1-s) P2

9.0 MÉTODOS DE PARTIDA DE MOTORES

Quando um motor é colocado em funcionamento, a corrente exigida (da rede) é aumentada e pode,
sobretudo se a seção do condutor de alimentação for insuficiente, provocar uma queda de tensão
susceptível de afetar o funcionamento das cargas. Por vezes, esta queda de tensão é tal, que é
perceptível nos aparelhos de iluminação.

Para evitar estes inconvenientes, os regulamentos de instalações de algumas concessionárias


proíbem, acima de uma determinada potência, a utilização de motores com partida direta. Outros se
limitam a impor, em função da potência dos motores, a relação entre a corrente de partida e a
corrente nominal.

O motor de rotor em curto-circuito é o único que pode ser ligado diretamente à rede, por intermédio
de aparelhos simples. Apenas as extremidades dos enrolamentos do estator estão disponíveis na
placa de terminais. Uma vez que as características do rotor são determinadas pelo fabricante, os
diversos processos de partida consistem essencialmente em fazer variar a tensão nos terminais do
estator. Neste tipo de motor, com freqüência constante, a redução do pico de corrente é
acompanhada automaticamente de uma forte redução do conjugado.

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PARTIDA DIRETA

É o modo de partida mais simples, com o estator ligado diretamente à rede. O motor parte com as
suas características naturais. No momento da colocação em funcionamento, o motor comporta-se
como um transformador em que o secundário, constituído pela gaiola do rotor, muito pouco
resistiva, está em curto-circuito. A corrente induzida no rotor é elevada. Sendo as correntes primária
e secundária sensivelmente proporcionais, o pico de corrente resultante é elevado.

I partida = 5,0 a 7,5 I nominal. O conjugado de partida é, em média igual a 0,5 a 1,5 C nominal.

Apesar das suas vantagens (aparelhagem simples, conjugado de partida elevado, partida rápida,
preço baixo), a partida direta só é interessante nos casos em que:
 A potência do motor é baixa, relativamente à potência disponível na rede, de modo a limitar as
perturbações originadas pelo pico de corrente;
 A máquina movimentada não necessita de uma aceleração progressiva e está equipada com um
dispositivo mecânico (redutor, por exemplo) que evita uma partida muito rápida;
 O conjugado de partida tem que ser elevado.

Em contrapartida, sempre que:


 A corrente exigida possa perturbar o bom funcionamento de outros aparelhos ligados ao mesmo
circuito, provocado pela queda de tensão que ela causa;
 A máquina não agüente golpes mecânicos;
 O conforto ou a segurança dos usuários sejam considerados (caso das escadas rolantes, por
exemplo).
Torna-se necessário utilizar um artifício para diminuir a corrente exigida ou o conjugado de partida.
O processo mais usado consiste em partir o motor sob tensão reduzida.

O comportamento da corrente e do conjugado neste tipo de para é:

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O diagrama de comando e força será:

PARTIDA ESTRELA TRIÂNGULO

Este processo de partida só pode ser utilizado em um motor em que as duas extremidades de cada
um dos três enrolamentos estatóricos estejam ligadas à placa de terminais. Por outro lado, o
enrolamento deve ser feito de tal modo que a ligação triângulo corresponda à tensão da rede, por
exemplo, para uma rede trifásica de 380 V, é necessário um motor bobinado em 380 V triângulo e
660 V estrela.

O princípio consiste em partir o motor ligando os enrolamentos em estrela à tensão da rede, o que é
o mesmo que dividir a tensão nominal do motor em estrela por √3 (no exemplo dado acima, tensão
da rede 380 V = 660 V/ √3).

O pico de corrente de partida é dividida por 3: Ia = 1,5 a 2,6 I partida direta. Efetivamente, um
motor 380 V/ 660 V ligado em estrela à tensão nominal de 660 V absorve uma corrente √3 vezes
menor do que em ligação triângulo a 380 V. Sendo a ligação estrela feita a 380 V, a corrente é
novamente dividida por √3, logo, no total, por 3.

Uma vez que o conjugado de partida é proporcional ao quadrado da tensão de alimentação, ele
próprio também é dividido por 3: Ca = 0,2 a 0,5 C partida direta.

A velocidade do motor estabiliza quando os conjugados motor e resistente se equilibram,


geralmente entre 75 e 85% da velocidade nominal. Os enrolamentos são então ligados em triângulo
e o motor recupera as suas características nominais. A passagem da ligação estrela à ligação
triângulo é controlada por um temporizador. O fechamento do contator triângulo se dá com um
atraso de 30 a 50 milisegundos após a abertura do contator estrela, o que evita um curto-circuito
entre fases, uma vez que os dois contatores não podem ficar fechados simultaneamente.

A corrente que atravessa os enrolamentos é interrompida pela abertura do contator estrela. Volta a
estabelecer-se quando o contator triângulo fecha. Esta passagem para triângulo fecha. Esta
passagem para triângulo é acompanhada de um pico de corrente transitória muito curto, mas muito
elevado, devida à força contra-eletromotriz do motor.

A partida estrela-triângulo é indicada para as máquinas que tem baixo conjugado resistente, ou que
partem em vazio.

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Em virtude do regime transitório no momento da ligação triângulo, pode ser necessário, acima de
uma determinada potência, utilizar uma variante para limitar estes fenômenos transitórios:
 Temporização de 1 a 2 segundos na passagem estrela-triângulo. Esta temporização permite uma
diminuição da força contraeletromotriz, logo do pico de corrente transitória. Esta variante só
pode ser utilizada se a máquina tem inércia suficiente para evitar uma desaceleração excessiva
durante a temporização;
 Partida em 3 tempos: estrela-triângulo+resistênciatriângulo. O desligamento subexiste, mas a
resistência, ligada em série durante cerca de três segundos com os enrolamentos ligados em
triângulo, reduz o pico de corrente transitória;
 Partida estrela-triângulo+resistência-triângulo sem desligamento. A resistência é ligada em série
com os enrolamentos, imediatamente antes da abertura do contator estrela. Evita-se assim a
interrupção da corrente e portanto o aparecimento de fenômenos transitórios.

A utilização destas variantes exige a aplicação de componentes suplementares, o que pode ter como
conseqüência um aumento considerável do custo de instalação.

O comportamento da corrente e conjugado passa a ser:

O diagrama de comando desta partida é apresentado a seguir:

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PARTIDA POR AUTO TRANSFORMADOR

O motor é alimentado a tensão reduzida através de um autotransformador, que é desligado do


circuito no final da partida.

A partida é feita em três tempos:


 No primeiro tempo, o autotranformador é ligado primeiro em estrela e em seguida o motor é
ligado à rede, por intermédio de uma parte dos enrolamentos do autotransformador. A partida é
feita com uma tensão reduzida, que é função da relação de transformação. O autotransformador
está geralmente equipado com derivações, que permitem escolher a relação de transformação e,
portanto, o valor da tensão reduzida mais apropriado.
 Antes de passar à ligação a tensão plena, a ligação em estrela é aberta. A fração do enrolamento
ligada à rede constitui então uma indutância ligada em série como o motor. Esta operação é
realizada quando se atinge a velocidade de equilíbrio, no final do primeiro tempo.
 A ligação à plena tensão é feita após o segundo tempo, que geralmente é muito curto (uma
fração de segundo). As indutâncias ligadas em série com o motor são curtocircuitadas e em
seguida o autotransformador é desligado do circuito.

A corrente e o conjugado de partida variam nas mesmas proporções. Dividem-se por (U rede / U
reduzida)2. Obtêm-se os seguintes valores: Ia = 1,7 a 4 I partida direta, Ca = 0,5 a 0,85 C partida
direta.

A partida é feita sem interrupção da corrente no motor. Assim, evitam-se os fenômenos transitórios
resultantes da interrupção. Podem, no entanto, produzir-se fenômenos transitórios da mesma
natureza no momento da ligação à tensão plena, se não forem tomadas certas precauções. De fato, o
valor da indutância ligada em série com o motor após a abertura da ligação estrela é elevado,
relativamente ao do motor. Daí resulta uma queda de tensão elevada, que provoca um pico de
corrente transitória no momento da ligação a plena tensão. Para evitar este inconveniente, no
circuito magnético do autotransformador existe um entreferro, cuja presença dá lugar a uma
diminuição do
valor da indutância. Este valor é calculado de tal modo que, no momento da abertura da ligação
estrela, no segundo tempo, não há variação de tensão nos terminais do motor.

A presença do entreferro tem como conseqüência um aumento da corrente magnetizante do


autotranformador, que aumenta a corrente exigida na rede durante o primeiro tempo de arranque.
Este modo de partida é geralmente utilizado para motores com potência superior a 10 kW. Implica,
no entanto, no emprego de equipamentos relativamente caros, devido ao preço elevado do
autotranformador.

O comportamento da corrente e conjugado será:

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O circuito de comando será:

PARTIDA ELETRÔNICA – SOFT START

A alimentação do motor, quando é colocado em funcionamento, é feita por aumento progressivo da


tensão, o que permite uma partida sem golpes e reduz o pico de corrente. Este resultado obtém-se
por intermédio de um conversor com tiristores, montados 2 a 2 em cada fase da rede.

A subida progressiva da tensão de saída pode ser controlada pela rampa de aceleração ou
dependente do valor da corrente de limitação, ou ligada a estes dois parâmetros.

Um conversor estático do tipo é um regulador com 6 tiristores, que é utilizado para partida e parada
progressivas de motores trifásicos de rotor em curto-circuito. Assegura:
 O controle das características de funcionamento, principalmente durante os períodos de partida
e parada;
 A proteção térmica do motor e do controlador;
 A proteção mecânica da máquina movimentada, por supressão dos golpes e redução da corrente
de partida.

Permite partir todos os motores assíncronos. Pode ser curto-circuitado no final da partida por um
contator, mantendo o controle do circuito de comando.

Além do controle da partida, permite ainda desaceleração progressiva, parada com frenagem e
outras opções que variam conforme o modelo e fabricante.

A curva de corrente e conjugado será:

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O diagrama de comando e força:

PARTIDA COM INSERÇÃO DE RESISTÊNCIA ROTÓRICA:

Utilizando-se de um motor com rotor bobinado são inseridas resistências em série ao rotor durante a
partida e retiradas progressivamente à medida que ele acelera.

Como visto anteriormente a corrente de partida será reduzida e o conjugado de partida será superior
ao nominal.

10.0 CONJUGADO RESISTENTE

É o conjugado requerido pela carga, e portanto, depende do tipo de carga a ser acionada pelo motor.
Conhecendo-se a curva do conjugado da carga é possível determinar o conjugado médio da carga. O
conhecimento do conjugado médio é importante no cálculo do tempo de aceleração.

A curva de conjugado do motor deve estar sempre acima da de conjugado resistente. O ponto de
encontro das duas é a velocidade de trabalho.

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TIPOS DE CONJUGADO:

CONJUGADO CONSTANTE
Compressores a pistão
Talhas
Bombas a pistão Britadores
Transportadores Contínuos
Esteiras Rolantes Elevadores

CONJUGADO LINEAR
Calandras
Bombas de vácuo

CONJUGADO QUADRÁTICO
Bombas Centrífugas
Ventiladores
Misturadores Centrífugos
Compressores Centrífugos

CONJUGADO HIPERBÓLICO
Bobinadeira de Papel
Bobinadeira de Pano
Descascador de Toras Tornos
Bobinadeiras de Fios

11.0 IDENTIFICAÇÃO DOS MOTORES

Os motores elétricos possuem uma placa identificadora, colocada pelo fabricante, na qual pelas
normas, deve ser fixada em local bem visível.

Para instalar adequadamente um motor, é imprescindível que o instalador saiba interpretar os dados
de placa. Estes dados são:
 nome e dados do fabricante
 modelo (MOD)
 potência (cv, HP, kW)
 número de fases (por exemplo, TRIFÁSICO ou 3FAS)
 tensões nominais (V)
 freqüência nominal (Hz)
 categoria (CAT)
 correntes nominais (A)
 velocidade nominal (RPM)
 fator de serviço (FS)
 classe de isolamento (ISOL. CL.)
 letra-código (COD)
 regime (REG)
 grau de proteção ( PROTEÇÃO IP)
 ligações
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CATEGORIA

Conforme as suas características de conjugado em relação à velocidade e corrente de partida, os


motores são classificados em categorias, cada uma adequada a um tipo de carga. Estas categorias
são definidas em norma, e são as seguintes:

Categoria A - Conjugado de partida normal; corrente de partida alta; baixo escorregamento (cerca
de 5%). Motores usados onde não há problemas de partidas nem limitações de corrente.

Categoria B - Conjugado de partida normal; corrente de partida normal; baixo escorregamento.


Constituem a maioria dos motores encontrados no mercado e prestam-se ao acionamento de cargas
normais, como bombas, máquinas operatrizes, etc.

Categoria C - Conjugado de partida alto; corrente de partida normal; baixo escorregamento.


Usados para cargas que exigem maior conjugado na partida, como peneiras, transportadores
carregados, cargas de alta inércia, etc.

Categoria D - Conjugado de partida alto; corrente de partida normal; alto escorregamento (mais de
5%). Usados em prensas excêntricas e máquinas semelhantes, onde a carga apresenta picos
periódicos. Usados também em elevadores e cargas que necessitam de conjugados muito altos e
corrente de partida limitada.

Categoria F - Conjugado de partida baixo; corrente de partida baixo; baixo escorregamento. Pouco
usados, destinam-se a cargas com partidas freqüentes, porém sem necessidade de altos conjugados e
onde é importante limitar a corrente de partida.

Categoria N - Conjugado de partida normal, corrente de partida normal (6 a 8 * InominaI); baixo


escorregamento. Constituem a maioria dos motores encontrados no mercado e prestam-se ao
acionamento de cargas normais, como bombas, máquinas, operatrizes, ventiladores.

Categoria H - Conjugado de partida alto, corrente de partida normal; baixo escorregamento.


Usados para cargas que exigem maior conjugado na partida, como peneiras, transportadores
carregados, cargas de alta inércia, britadores, etc.

Categoria D - Conjugado de partida alta, corrente de partida normal; alto escorregamento (+ de


5%). Usados em prensas excêntricas e máquinas semelhantes, onde a carga apresenta picos
periódicos. Usados também em elevadores e cargas que necessitam de conjugados de partida muito
altos e corrente de partida limitada. As curvas conjugado X velocidade das diferentes categorias
podem ser vistas na figura abaixo.

FATOR DE SERVIÇO

O fator de serviço, é um fator que aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode
ser aplicada ao motor. Esse fator refere-se a uma capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma
reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o funcionamento em
condições desfavoráveis.

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CLASSE DE ISOLAMENTO

A classe de isolamento, indicada por uma letra normalizada, identifica o tipo de materiais isolantes
empregados no isolamento do motor. As classes de isolamento são definidas pelo respectivo limite
de temperatura; são as seguintes, de acordo com a ABNT:
Classe A =
Classe E =
Classe B =
Classe F =
Classe H =

LETRA-CÓDIGO

A letra-código (código de partida) indica a corrente de rotor bloqueado, sob tensão nominal.

REGIME

O regime é o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os motores normais são
projetados para regime contínuo, isto é, um funcionamento com carga constante, por tempo
indefinido, desenvolvendo potência nominal. São previstos, por norma, vários tipos de regimes de
funcionamento.

GRAU DE PROTEÇÃO

O grau de proteção é um código padronizado (NBR IEC 60529), formados pelas letras IP seguidas
de um número de dois algarismos, que define o tipo de proteção do motor contra a entrada de água
ou de objetos estranhos.
Tab. I - Graus de proteção contra a penetração de objetos sólidos
estranhos indicados pelo primeiro numeral característico
Numeral Descrição sucinta do grau de proteção
0 Não protegido
1 Protegido contra objetos sólidos de Ø 50 mm e maior
2 Protegido contra objetos sólidos de Ø 12 mm e maior
3 Protegido contra objetos sólidos de Ø 2,5 mm e maior
4 Protegido contra objetos sólidos de Ø 1,0 mm e maior
5 Protegido contra poeira
6 Totalmente protegido contra poeira
Tab. II - Graus de proteção contra a penetração de água
indicados pelo segundo numeral característico
Numeral Descrição sucinta do grau de proteção
0 Não protegido
1 Protegido contra gotas d'água caindo verticalmente
Protegido contra queda de gotas d'água caindo verticalmente
2
com invólucro inclinado até 15°
3 Protegido contra aspersão d'água
4 Protegido contra projeção d'água
5 Protegido contra jatos d'água
6 Protegido contra jatos potentes d'água
7 Protegido contra efeitos de imersão temporária em água
8 Protegido contra efeitos de imersão contínua em água

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LIGAÇÕES

A placa de identificação do motor contém um diagrama de ligações, a fim de permitir a ligação


correta do motor ao sistema.

12.0 REGRAS PRÁTICAS PARA ESCOLHA DO MOTOR

Embora o assunto mereça um estudo mais profundo, em espacial para grandes potências, podemos
sugerir a seguinte sequência, para a escolha de um motor:

 Dados sobre a fonte de energia: contínua ou alternada, monofásica ou trifásica, frequência.

 Potência necessária: deverá ser a mais próxima possível da exigência da carga .

sendo
- potência em cv
- força em kg
- velocidade em m/s
- conjugado em kgm
- rotação em rpm

 Elevação de temperatura: na placa do motor, obtém-se dados sobre a elevação de


temperatura permissível, em geral . Caso não haja indicação, não permite elevação. Os
motores a prova de pingos permitem sobretemperatura de e os à prova de explosão,
. Um aumento de acima do permitido diminui 50% da vida do isolamento.

 Fator de serviço: tendo em vista a economia, pode-se escolher um motor com potência um
pouco inferior à máquina operatriz, sem o mesmo risco, desde que a tensão, número de fases
e a freqüência sejam nominais.

 Velocidade do motor: precisamos saber se o acoplamento do motor à máquina acionada é


direto ou indireto (engrenagens, caixas redutoras, polias com correias ou cabos). Os dados de
placa do motor referem-se à rpm em plena carga; em vazio, a rotação dos motores de
indução é ligeiramente superior. A maioria dos motores, emprega-se a rotação constante.
(Ex. bombas, compressores, ventiladores, tornos, etc.) Quando há necessidade de variar a
rotação pode-se usar: para pequenas potências (fração de HP), reostato divisor de tensão, e
para potências maiores, motores de corrente contínua ou de indução com rotor bobinado, ou
ainda inversores de freqüência. Se o motor aciona a máquina operatriz por meio de correia,
deve-se manter a correia razoavelmente frouxa, pois correias muito apertadas se estragam,
além de danificar os mancais e o motor; elas aumentam a potência necessária à máquina.

 Torque ou conjugado: precisamos saber se o motor parte em vazio ou em carga, para


escolhermos um motor de baixo ou alto conjugado de partida. Segundo a ABNT os motores
de baixo conjugado de partida são da categoria B e os de alto conjugado de partida ,
categoria C (vide item Categoria). Deve-se escolher sempre um motor com um conjugado
máximo pelo menos 30% maior que os picos de carga.

 É evidente que, para escolha mais criteriosa do motor necessitamos conhecer o


comportamento da carga; durante a fase de partida, isto é, desde o repouso até a velocidade

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nominal, o motor deverá desenvolver um conjugado, que deverá ser a soma do conjugado da
carga e do conjugado de aceleração.

sendo
- conjugado motor
- conjugado da carga
- conjugado da aceleração
Na rotação nominal CA = 0 e na desaceleração CA é negativo.

 Tipo de carcaça: conforme o ambiente em que vai ser usado, o motor deve ser especificado
com as seguintes características:
o À prova de explosão: destina-se a trabalhar em ambiente contendo vapores etílicos
de petróleo, gases naturais, poeira metálica, explosivos, etc.
o Totalmente fechados: em ambientes contendo muita poeira, corrosivos e expostos ao
tempo.
o À prova de pingos: para ambientes normais de trabalho razoavelmente limpos, tais
como residências, edifícios, indústrias, etc.

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