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1.0 GENERALIDADES
O motor de indução tem um principio construtivo bastante simples e robusto, sua manutenção
também é simples o que o torna o motor mais utilizado. É constituído de dois conjuntos: estator
bobinado e conjunto do rotor.
O nome "motor de indução" se deriva do fato de que as correntes que circulam no secundário
(rotor) são induzi das por correntes alternadas que circulam no primário (estator). Os efeitos
eletromagnéticos combinados das correntes do estator e do rotor produzem a força que gera o
movimento.
O nome "motor de indução" se deriva do fato de que as correntes que circulam no secundário
(rotor) são induzi das por correntes alternadas que circulam no primário (estator). Os efeitos
eletromagnéticos combinados das correntes do estator e do rotor produzem a força que gera o
movimento.
2.0 CONSTRUÇÃO
O motor é constituído por duas partes principais: Estator e Rotor. O estator é a parte fixa do motor,
nele estão os enrolamentos principais. O rotor é a parte móvel e no motor de indução pode ser
construído das seguintes formas:
Rotor de gaiola simples: É caracterizado por um conjugado de partida relativamente suave
mais com uma corrente absorvida muito superior a corrente nominal quando do funcionamento
sob regime;
Rotor de gaiola dupla: É caracterizado por possuir duas gaiolas: a externa de alta resistência
elétrica que limita a corrente na partida e a interna de baixa resistência que oferece
características de bom desempenho em regime;
Rotor de gaiola resistente: É caracterizado por um bom conjugado de partida, um menor
rendimento mais uma variação de velocidade obtida interferindo somente com a tensão;
Rotor bobinado ou Motores de anéis: Os rotores em anéis (bobinados onde, nos espaços
existentes na periferia estão alojados os enrolamentos idênticos àqueles do estator) geralmente
trifásicos que se caracterizam por um acoplamento estrela (uma extremidade de cada
enrolamento é ligada a um ponto comum e as extremidades livres são ligadas a um acoplador
centrifugo ou sobre três anéis em cobre, isolados e solidários do rotor). Eles podem desenvolver
um conjugado de partida até 2,5 vezes o conjugado nominal, o ponto de corrente na partida é
proporcional ao conjugado desenvolvido.
Carcaça:
A corrente trifásica tem a particularidade, de dar origem a um campo girante. Entende-se por um
campo girante, um campo magnético cujos pólos com enrolamento estático, mudam de posição
girando, na periferia de uma máquina. Se constituirmos igualmente no rotor da máquina um campo
magnético, então os pólos contrários do rotor são atraídos pelos pólos do estator e arrastados por
este no seu movimento de deslocamento, sobre a periferia do estator. Com isto gira também o rotor.
Pelo fato de os motores trifásicos basearem o seu funcionamento neste princípio, são chamados de
motores de campo girante.
Para a formação de um campo girante homogêneo, duas condições devem ser satisfeitas:
O estator do motor deve ser dotado de três bobinas deslocadas de 120°. Nas três bobinas do estator
devem circular três correntes alternadas senoidais, que devem ter entre si um deslocamento de fase
de 120°, ou seja 1/3 de período. Esta é a corrente trifásica, como a que é gerada num gerador
trifásico.
Quando um enrolamento monofásico é percorrido por uma corrente alternada, cria-se ao redor deste
um campo magnético alternado fixo, cuja intensidade varia proporcionalmente a corrente. Como
sua orientação norte-sul é sempre a mesma, diz-se que o campo magnético criado é pulsante.
Porém, quando três enrolamentos defasados de 120° no espaço são percorridos por correntes
defasadas de 120° no tempo (caso das correntes dos sistemas de alimentação trifásica), o campo
magnético criado é girante, ou seja, sua orientação norte-sul gira continuamente e sua intensidade é
constante.
EPA - Conversão – Motores de Indução – Pág.: 2/21
Este campo magnético girante se forma em cada instante, devido a combinação de cada um dos
campos magnéticos criados por cada enrolamento monofásico. A figura abaixo ilustra a maneira
como se produz um campo girante. No instante 1, o campo gerado pelo enrolamento de fase A
prevalece sobre os demais, determinando a orientação do campo magnético resultante. No instante
2, a orientação do campo magnético resultante é dada pelo enrolamento da fase B que é
predominante. No instante 3, a orientação é dada pelo enrolamento da fase C. Da mesma forma para
os instantes 4,5 e 6, a orientação do campo resultante é dada respectivamente pelas fases A, B e C.
porém com sentido inverso como mostra a figura. No instante 7, completamos 360° e o ciclo é
reiniciado.
Estas geram correntes que interagindo com o campo girante do estator, produzem um conjugado
motriz no mesmo sentido de rotação do campo.
O número de pólos do campo será igual a duas vezes a quantidade de conjuntos de bobinas
trifásicas montadas no estator.
O sentido de rotação do campo girante será dado pela seqüência das fases ligadas ao estator.
Portanto se ligarmos as bobinas com as fases na seqüência A-B-C, teremos o motor girando em um
sentido, se invertermos duas fases (A-C-B) o motor girará no sentido contrário.
Á medida que o campo magnético girante do estator se movimenta, irá cortar os condutores do rotor
induzindo neste um outro campo magnético de sentido oposto ao que o gerou (Lei de Lenz).
Com isto irá surgir no rotor um pólo oposto ao do estator e conseqüentemente atraído pelo mesmo.
Esta atração irá mover o rotor na direção do campo girante.
Se a velocidade do rotor for igual à do campo girante, deixará de haver o fluxo induzido no rotor
fazendo com que ele pare de girar.
Deve haver então, uma diferença entre a velocidade do campo girante e a do rotor. Esta diferença é
chamada de velocidade de escorregamento ou simplesmente escorregamento.
Exemplo:
Um motor trifásico de indução tem 6 pólos. Se a freqüência de linha é 60Hz, calcule:
a) A velocidade do campo girante;
b) Se a freqüência variar para 50 Hz, qual a nova freqüência;
c) Se o escorregamento for 5%, qual a velocidade do rotor para 60Hz;
d) Se a velocidade do rotor for de 1100 rpm a 60Hz, qual o escorregamento;
O campo do estator irá induzir no rotor um fem senoidal com freqüência proporcional ao
escorregamento:
N = 120 f/P :: f = N P/120. No caso das tensões induzidas no rotor, a velocidade é a diferença entre
as velocidades do rotor e do campo síncrono.:
fr = (Ns – Nr)P/120, como s = (Ns – Nr)/Ns, temos (Ns – Nr) = s . Ns, então:
ESTUDO DO ROTOR:
fem induzidas:
As fem induzidas serão proporcionais à freqüência, podemos dizer então que:
Na partida a tensão induzida será igual a E1, logo E20 = E1 = k .f
Em carga, E2 = k.f2 = k .s .f = s .E20 :: E2 = s . E1
reatâncias:
Na partida, X20 = 2 .π . f . L. A reatância de rotor bloqueado normalmente é determinada através de
ensaios.
Em carga X2 = 2 .π . f 2. L = 2 .π . s. f . L :: X2 = s .X20
impedância:
Na partida a impedância total do rotor será Z20 = r2 + jX20, onde r2 é a resistência rotórica;
Em carga Z2 = r2 + j sX20
corrente:
Na partida, I20 = E20 / Z20 = E20 / (√r22 + X202);
cos θ20 = r20/Z20 = r20 /(√r22 + X202);
em carga, I2 = E2 / Z2 = sE20 / (√r22 + sX202) = E20 / (√(r2/s)2 + X202);
cos θ2 = r2/Z2 = r2 /(√r22 + s2 X202);
r2/s = r2 + ((1-s)/s)r2
Podemos observar que como o termo r2/s é maior que r2, a corrente de partida será maior que a
corrente em carga do motor.
O enrolamento do rotor do motor trifásico é distribuído por todo o seu perímetro. Cada condutor
atravessado por corrente,deste enrolamento, está sujeito a uma força de repulsão do campo
magnético. Todas as forças são aplicadas perimetralmente e em direção tangencial. Produzirão,
portanto, um momento tangencial. O momento devido aos pares de forças com linha de ação
paralelas, de mesma intensidade e sentido opostos é chamado de binário ou conjugado (de torção)
O conjugado motor é proporcional à densidade de fluxo e à corrente rotórica em fase com a tensão
(componente ativa).
C = K’ .B .I2 .cosθ2 (Newton.metro). Como B é proporcional a E20, teremos C = K .E20 .I2 .cosθ2,
substituindo I2 e cosθ2, teremos
2
s E 20 r2 k s r2 E 20
C = k E 20 x = Nm
r22 + s 2 X 202 r22 + s 2 X 202 r22 + s 2 X 202
Se r2 = α => C0 = 0
O ponto de inflexão da curva será r2 = X20 obtido através da derivada dC/dr2 e através da
segunda derivada dC2/dr22 <0 teremos que este ponto é um máximo.
k E 202
C 0 MÁXIMO =
2 X 202
Em regime teremos:
k sr E2 k r E2
C = 2 22 202 = 2 2 20 2 temos no denominador duas variáveis sendo somadas cujo produto
r2 + s X 20 r2 s + sX 20
é uma constante, logo a soma será máxi ma quando os termos forem iguais:
r22 s = sX 202 ⇒ s MÁX = ± r2 X 20
2
k (r2 X 20 ) r2 E 20 k E 202
C MÁX = ± 2 = ±
r2 + (r2 X 20 ) 2 X 202 2 X 20
Podemos então traçar a curva do conjugado x velocidade de um motor para diversos valores de
resistência rotórica:
Da mesma forma, como I20 = E20 / (√r22 + X202) o aumento de r2 irá reduzir a corrente de partida.
O fator de potência será: cos θ20 = r2 /(√r22 + X202) o aumento de r2 também implicará em melhor
fator de potência (mais alto).
Exemplos:
1) Um motor de indução, rotor em bobinado, 8 pólos, 60Hz, é deliberadamente carregado ao ponto
onde ocorre o torque (conjugado) máximo. A resistência do rotor por fase é 0,3 ohms e o motor
desacelera por ter atingido o torque máximo a 650 rpm. Calcule:
a) O escorregamento correspondente ao torque máximo;
b) A reatância de rotor bloqueado;
c) A freqüência do rotor correspondente ao ponto de torque máximo.
2) O motor do exemplo anterior desenvolve o dobro do conjugado nominal quando arranca com o
rotor em curto circuito, e sua velocidade a plena carga é de 875 rpm. Se adicionarmos uma
resistência de 0,7 ohms por fase em série com o rotor, calcule:
a) A nova velocidade a plena carga com a resistência adicionada;
b) O conjugado de partida com a resistência adicionada.
r2 > r2
V 1 Xm Im V 1
s s
b
EPA - Conversão – Motores de Indução – Pág.: 8/21
Aplicando Thevenin teremos:
A corrente será:
Vt
I2 = logo, a corrente será função do escorregamento.
r2 2 2
(rT + ) + (XT + X 2 )
s
O conjugado será:
1 VT2 (r2 s )
C =q⋅ ⋅ onde q e w são constantes. O conjugado será máximo em:
w (r + r2 ) 2 + ( X + X ) 2
T s T 2
1 0,5VT2 r2
C MÁX = q ⋅ ⋅ que ocorrerá no escorregamento: sC =
w rT + rT2 + ( X T + X 2 ) 2 rT2 + ( X T + X 2 ) 2
A Potência mecânica máxima ocorre antes do conjugado máximo, o que significa que podemos
operar com o motor com máxima potência sem risco de ultrapassar o escorregamento crítico.
pjoule = r1I12 p 2 = r 2I 22 pr
p0
Pmu
Rendimento η = x100
Pele
Pelo circuito equivalente temos que P2 = E20 I2 cos θ2 e o conjugado: C = k E20 I2 cos θ2, logo:
C = k P2, onde k é uma constante que depende da forma construtiva do motor. Em geral k nº de
ranhuras do rotor em gaiola ou k = 3 no caso de rotor bobinado.
P2 = (I22 r2)/ s
Quando um motor é colocado em funcionamento, a corrente exigida (da rede) é aumentada e pode,
sobretudo se a seção do condutor de alimentação for insuficiente, provocar uma queda de tensão
susceptível de afetar o funcionamento das cargas. Por vezes, esta queda de tensão é tal, que é
perceptível nos aparelhos de iluminação.
O motor de rotor em curto-circuito é o único que pode ser ligado diretamente à rede, por intermédio
de aparelhos simples. Apenas as extremidades dos enrolamentos do estator estão disponíveis na
placa de terminais. Uma vez que as características do rotor são determinadas pelo fabricante, os
diversos processos de partida consistem essencialmente em fazer variar a tensão nos terminais do
estator. Neste tipo de motor, com freqüência constante, a redução do pico de corrente é
acompanhada automaticamente de uma forte redução do conjugado.
É o modo de partida mais simples, com o estator ligado diretamente à rede. O motor parte com as
suas características naturais. No momento da colocação em funcionamento, o motor comporta-se
como um transformador em que o secundário, constituído pela gaiola do rotor, muito pouco
resistiva, está em curto-circuito. A corrente induzida no rotor é elevada. Sendo as correntes primária
e secundária sensivelmente proporcionais, o pico de corrente resultante é elevado.
I partida = 5,0 a 7,5 I nominal. O conjugado de partida é, em média igual a 0,5 a 1,5 C nominal.
Apesar das suas vantagens (aparelhagem simples, conjugado de partida elevado, partida rápida,
preço baixo), a partida direta só é interessante nos casos em que:
A potência do motor é baixa, relativamente à potência disponível na rede, de modo a limitar as
perturbações originadas pelo pico de corrente;
A máquina movimentada não necessita de uma aceleração progressiva e está equipada com um
dispositivo mecânico (redutor, por exemplo) que evita uma partida muito rápida;
O conjugado de partida tem que ser elevado.
Este processo de partida só pode ser utilizado em um motor em que as duas extremidades de cada
um dos três enrolamentos estatóricos estejam ligadas à placa de terminais. Por outro lado, o
enrolamento deve ser feito de tal modo que a ligação triângulo corresponda à tensão da rede, por
exemplo, para uma rede trifásica de 380 V, é necessário um motor bobinado em 380 V triângulo e
660 V estrela.
O princípio consiste em partir o motor ligando os enrolamentos em estrela à tensão da rede, o que é
o mesmo que dividir a tensão nominal do motor em estrela por √3 (no exemplo dado acima, tensão
da rede 380 V = 660 V/ √3).
O pico de corrente de partida é dividida por 3: Ia = 1,5 a 2,6 I partida direta. Efetivamente, um
motor 380 V/ 660 V ligado em estrela à tensão nominal de 660 V absorve uma corrente √3 vezes
menor do que em ligação triângulo a 380 V. Sendo a ligação estrela feita a 380 V, a corrente é
novamente dividida por √3, logo, no total, por 3.
Uma vez que o conjugado de partida é proporcional ao quadrado da tensão de alimentação, ele
próprio também é dividido por 3: Ca = 0,2 a 0,5 C partida direta.
A corrente que atravessa os enrolamentos é interrompida pela abertura do contator estrela. Volta a
estabelecer-se quando o contator triângulo fecha. Esta passagem para triângulo fecha. Esta
passagem para triângulo é acompanhada de um pico de corrente transitória muito curto, mas muito
elevado, devida à força contra-eletromotriz do motor.
A partida estrela-triângulo é indicada para as máquinas que tem baixo conjugado resistente, ou que
partem em vazio.
A utilização destas variantes exige a aplicação de componentes suplementares, o que pode ter como
conseqüência um aumento considerável do custo de instalação.
A corrente e o conjugado de partida variam nas mesmas proporções. Dividem-se por (U rede / U
reduzida)2. Obtêm-se os seguintes valores: Ia = 1,7 a 4 I partida direta, Ca = 0,5 a 0,85 C partida
direta.
A partida é feita sem interrupção da corrente no motor. Assim, evitam-se os fenômenos transitórios
resultantes da interrupção. Podem, no entanto, produzir-se fenômenos transitórios da mesma
natureza no momento da ligação à tensão plena, se não forem tomadas certas precauções. De fato, o
valor da indutância ligada em série com o motor após a abertura da ligação estrela é elevado,
relativamente ao do motor. Daí resulta uma queda de tensão elevada, que provoca um pico de
corrente transitória no momento da ligação a plena tensão. Para evitar este inconveniente, no
circuito magnético do autotransformador existe um entreferro, cuja presença dá lugar a uma
diminuição do
valor da indutância. Este valor é calculado de tal modo que, no momento da abertura da ligação
estrela, no segundo tempo, não há variação de tensão nos terminais do motor.
A subida progressiva da tensão de saída pode ser controlada pela rampa de aceleração ou
dependente do valor da corrente de limitação, ou ligada a estes dois parâmetros.
Um conversor estático do tipo é um regulador com 6 tiristores, que é utilizado para partida e parada
progressivas de motores trifásicos de rotor em curto-circuito. Assegura:
O controle das características de funcionamento, principalmente durante os períodos de partida
e parada;
A proteção térmica do motor e do controlador;
A proteção mecânica da máquina movimentada, por supressão dos golpes e redução da corrente
de partida.
Permite partir todos os motores assíncronos. Pode ser curto-circuitado no final da partida por um
contator, mantendo o controle do circuito de comando.
Além do controle da partida, permite ainda desaceleração progressiva, parada com frenagem e
outras opções que variam conforme o modelo e fabricante.
Utilizando-se de um motor com rotor bobinado são inseridas resistências em série ao rotor durante a
partida e retiradas progressivamente à medida que ele acelera.
Como visto anteriormente a corrente de partida será reduzida e o conjugado de partida será superior
ao nominal.
É o conjugado requerido pela carga, e portanto, depende do tipo de carga a ser acionada pelo motor.
Conhecendo-se a curva do conjugado da carga é possível determinar o conjugado médio da carga. O
conhecimento do conjugado médio é importante no cálculo do tempo de aceleração.
A curva de conjugado do motor deve estar sempre acima da de conjugado resistente. O ponto de
encontro das duas é a velocidade de trabalho.
CONJUGADO CONSTANTE
Compressores a pistão
Talhas
Bombas a pistão Britadores
Transportadores Contínuos
Esteiras Rolantes Elevadores
CONJUGADO LINEAR
Calandras
Bombas de vácuo
CONJUGADO QUADRÁTICO
Bombas Centrífugas
Ventiladores
Misturadores Centrífugos
Compressores Centrífugos
CONJUGADO HIPERBÓLICO
Bobinadeira de Papel
Bobinadeira de Pano
Descascador de Toras Tornos
Bobinadeiras de Fios
Os motores elétricos possuem uma placa identificadora, colocada pelo fabricante, na qual pelas
normas, deve ser fixada em local bem visível.
Para instalar adequadamente um motor, é imprescindível que o instalador saiba interpretar os dados
de placa. Estes dados são:
nome e dados do fabricante
modelo (MOD)
potência (cv, HP, kW)
número de fases (por exemplo, TRIFÁSICO ou 3FAS)
tensões nominais (V)
freqüência nominal (Hz)
categoria (CAT)
correntes nominais (A)
velocidade nominal (RPM)
fator de serviço (FS)
classe de isolamento (ISOL. CL.)
letra-código (COD)
regime (REG)
grau de proteção ( PROTEÇÃO IP)
ligações
EPA - Conversão – Motores de Indução – Pág.: 17/21
CATEGORIA
Categoria A - Conjugado de partida normal; corrente de partida alta; baixo escorregamento (cerca
de 5%). Motores usados onde não há problemas de partidas nem limitações de corrente.
Categoria D - Conjugado de partida alto; corrente de partida normal; alto escorregamento (mais de
5%). Usados em prensas excêntricas e máquinas semelhantes, onde a carga apresenta picos
periódicos. Usados também em elevadores e cargas que necessitam de conjugados muito altos e
corrente de partida limitada.
Categoria F - Conjugado de partida baixo; corrente de partida baixo; baixo escorregamento. Pouco
usados, destinam-se a cargas com partidas freqüentes, porém sem necessidade de altos conjugados e
onde é importante limitar a corrente de partida.
FATOR DE SERVIÇO
O fator de serviço, é um fator que aplicado à potência nominal, indica a carga permissível que pode
ser aplicada ao motor. Esse fator refere-se a uma capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma
reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de suportar melhor o funcionamento em
condições desfavoráveis.
A classe de isolamento, indicada por uma letra normalizada, identifica o tipo de materiais isolantes
empregados no isolamento do motor. As classes de isolamento são definidas pelo respectivo limite
de temperatura; são as seguintes, de acordo com a ABNT:
Classe A =
Classe E =
Classe B =
Classe F =
Classe H =
LETRA-CÓDIGO
A letra-código (código de partida) indica a corrente de rotor bloqueado, sob tensão nominal.
REGIME
O regime é o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os motores normais são
projetados para regime contínuo, isto é, um funcionamento com carga constante, por tempo
indefinido, desenvolvendo potência nominal. São previstos, por norma, vários tipos de regimes de
funcionamento.
GRAU DE PROTEÇÃO
O grau de proteção é um código padronizado (NBR IEC 60529), formados pelas letras IP seguidas
de um número de dois algarismos, que define o tipo de proteção do motor contra a entrada de água
ou de objetos estranhos.
Tab. I - Graus de proteção contra a penetração de objetos sólidos
estranhos indicados pelo primeiro numeral característico
Numeral Descrição sucinta do grau de proteção
0 Não protegido
1 Protegido contra objetos sólidos de Ø 50 mm e maior
2 Protegido contra objetos sólidos de Ø 12 mm e maior
3 Protegido contra objetos sólidos de Ø 2,5 mm e maior
4 Protegido contra objetos sólidos de Ø 1,0 mm e maior
5 Protegido contra poeira
6 Totalmente protegido contra poeira
Tab. II - Graus de proteção contra a penetração de água
indicados pelo segundo numeral característico
Numeral Descrição sucinta do grau de proteção
0 Não protegido
1 Protegido contra gotas d'água caindo verticalmente
Protegido contra queda de gotas d'água caindo verticalmente
2
com invólucro inclinado até 15°
3 Protegido contra aspersão d'água
4 Protegido contra projeção d'água
5 Protegido contra jatos d'água
6 Protegido contra jatos potentes d'água
7 Protegido contra efeitos de imersão temporária em água
8 Protegido contra efeitos de imersão contínua em água
Embora o assunto mereça um estudo mais profundo, em espacial para grandes potências, podemos
sugerir a seguinte sequência, para a escolha de um motor:
sendo
- potência em cv
- força em kg
- velocidade em m/s
- conjugado em kgm
- rotação em rpm
Fator de serviço: tendo em vista a economia, pode-se escolher um motor com potência um
pouco inferior à máquina operatriz, sem o mesmo risco, desde que a tensão, número de fases
e a freqüência sejam nominais.
sendo
- conjugado motor
- conjugado da carga
- conjugado da aceleração
Na rotação nominal CA = 0 e na desaceleração CA é negativo.
Tipo de carcaça: conforme o ambiente em que vai ser usado, o motor deve ser especificado
com as seguintes características:
o À prova de explosão: destina-se a trabalhar em ambiente contendo vapores etílicos
de petróleo, gases naturais, poeira metálica, explosivos, etc.
o Totalmente fechados: em ambientes contendo muita poeira, corrosivos e expostos ao
tempo.
o À prova de pingos: para ambientes normais de trabalho razoavelmente limpos, tais
como residências, edifícios, indústrias, etc.