Você está na página 1de 3

Uso Determinação de cloretos pelo método de Mohr

1. Introdução
O método de Mohr é aplicável à determinação de cloreto ou brometo. A solução neutra do
haleto é titulada com solução padrão de nitrato de prata na presença de cromato de potássio
como indicador. Os haletos são precipitados como sais de prata: o cloreto de prata é branco e o
brometo de prata branco-amarelado. O ponto final é assinalado pela formação de cromato de
prata, vermelho. O método baseia-se na precipitação fracionada, pois, precipita-se primeiro o
cloreto de prata (AgCl) e, depois, o cromato de prata (Ag2CrO4).
Na titulação de íons cloreto com nitrato de prata na presença de íons cromato, as condições
da análise devem ser tais que o cloreto seja quantitativamente precipitado como cloreto de prata
(branco) antes que a precipitação do cromato de prata (vermelho tijolo) se torne perceptível. Para
isso, é necessário que o indicador acuse a mudança de coloração com apenas um leve excesso de
prata.
Estando as duas fases sólidas, cloreto de prata e cromato de prata, em equilíbrio com a
solução, têm-se:
[Ag+] [Cl-] = KAgCl = 1,8x10-10
[Ag+]2 [CrO42-] = KAg2CrO4 = 1,1x10-12
no ponto de equivalência,

[Ag+] = [Cl-] = KAgCl = 1,8 x10 −10 =1,35x10-5 mol/L


Para o cromato de prata poder precipitar exatamente neste ponto, a concentração de íon
cromato teria de ser a seguinte:
K Ag 2CrO4 1,1x10 −12
[CrO42 − ] = = −5 2
= 6,0 x10 −3 mol / L
[ Ag +]2 (1,35 x10 )

Portanto, teoricamente, a concentração de cromato de potássio na solução deveria ser igual


a 0,006 mol L-1. Entretanto, na prática, faz-se uso do cromato em concentração mais baixa,
aproximadamente 0,002 mol L-1 (no ponto final), pois a coloração amarela das soluções mais
concentradas dificultam a observação do ponto final. Então, o cromato de prata começará a
precipitar quando:
K Ag 2CrO 4 1,1x10 −12
[ Ag + ] = = = 2,4 x10 −5 mol/L
[CrO42 − ] 2,0 x10 −3

Esta concentração de íon prata é atingida além do ponto de equivalência. Quando a [Ag+] =
2,4x10-5, [Cl-] = 7,5x10-6. Portanto, haverá precipitação de uma quantidade adicional de cloreto
de prata além do ponto de equivalência, que corresponde a um consumo de íon prata igual a
(1,35x10-5) - (7,5x10-6) = 6,0x10-6 mol L-1. De fato, o ponto de equivalência deve ser
sobrepassado ainda mais, para que se forme cromato de prata em quantidade suficiente para
tornar a mudança de coloração perceptível. Experimentalmente, verificou-se que a quantidade
mínima de cromato de prata, necessária para uma mudança de coloração bem definida
corresponde ao consumo de aproximadamente, 2x10-5 mol L-1 de íon prata.
O erro da titulação será maior com o aumento da diluição da solução e será bem apreciável
(cerca de 0,4%) em soluções diluídas, quando a concentração de cromato é da ordem de 0,003 a
0,005 mol L-1. Elimina-se este erro mediante um ensaio em branco com o indicador. Neste
ensaio se mede o volume da solução padrão de nitrato de prata que é necessário para atribuir uma
cor perceptível à água destilada com a mesma quantidade de indicador que a usada na titulação.
Este volume é subtraído do volume consumido da solução padrão.
Deve-se observar que a titulação deve ser feita em solução neutra, ou em solução
levemente alcalina, isto é, no intervalo de pH 6,5 a 9, pois em solução ácida, ocorre a seguinte
reação:

2- + - 2-
2 CrO4 + 2H 2HCrO4 Cr2O7 +H2O
O HCrO4- é um ácido fraco e por isso a concentração do íon cromato se reduz e é possível
que o produto de solubilidade do cromato de prata não seja excedido. Em soluções muito
alcalinas, é possível a precipitação do hidróxido de prata (K sol. = 2,3x10-8). Um procedimento
simples de tornar neutra uma solução ácida é adicionar um excesso de carbonato de cálcio ou de
hidrogenocarbonato de sódio. Uma solução alcalina pode ser acidificada com ácido acético e
então se acrescenta um pequeno excesso de carbonato de cálcio. O produto de solubilidade do
cromato de prata cresce com a elevação de temperatura; por isso a titulação deve ser feita na
temperatura ambiente. Por outro lado, em pH muito alto a presença da alta concentração de íons
OH- ocasiona a formação do hidróxido de prata.
+ -
2 Ag + 2OH 2AgOH 2Ag2O + H2O
Como conseqüência, o método de Mohr é um bom processo para se determinar cloretos em
soluções neutras ou não tamponadas, tal como em água potável, onde o teor máximo permitido é
de 250mg de Cloreto/Litro de água.

2. Objetivos
Esta aula tem como objetivos determinar o teor de cloreto em amostras de água obtidas nas
dependências da UCG, pelo método de Mohr.

3. Materiais
• Béquer de 50 ou 100mL • Erlenmeyer de 125 mL
• Pipeta volumétrica de 50 ou 100 mL • Bureta de 50mL
• Pipeta graduada de 10 mL ou 25 mL • Cápsula de porcelana
• Agitador e barra magnética • Banho-maria

4. Reagentes
• Solução padrão de AgNO3 0,02mol/L • Solução de cromato de potássio 5%

5. Procedimento experimental
5.1. Determinação do teor de cloreto na água
Pipete 100mL de amostra para uma cápsula de porcelana de 300 mL. Aqueça em banho-maria
até reduzir o volume para 20mL (meça o volume). Este procedimento deve ser feito no início
da aula. Pipete 20 mL da amostra e transfira para um erlenmeyer de 125 mL. Adicione 0,5mL
de indicador (cromato de potássio a 1%) ou 0,1 mL a 5%. Titule com a solução de nitrato de
prata 0,02 mol/L padronizada até aparecimento de coloração avermelhada. Coloque um fundo
branco sob o erlenmeyer para facilitar a visualização da viragem do indicador.

6. Referências
VOGEL, A. Análise Química Quantitativa. 5a. ed. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro,
1992.
BACCAN, N.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E.; GODINHO, O. E. S. Química Analítica
Quantitativa Elementar. Editora Edgard Blücher Ltda, Campinas, 1979.

Nomes:
Aula: Data:

Resultados da determinação de cloreto na amostra de água


Grupo Procedência da Amostra Volume gasto (mL) mg Cl-/L de água
1
2
3
4
5

Exercícios

1- Calcule o teor de cloreto em (mg/L) da amostra de água analisada e verifique se está adequada
para o consumo (potabilidade), considerando um teor máximo de 250 mg de Cloreto por litro de
água.

Conclusão

Você também pode gostar