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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

IFCE CAMPUS MARACANAÚ


LINC. QUÍMICA

LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA

2023
MARACANAÚ
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ -
IFCE
CAMPUS MARACANAÚ
LICENCIATURA EM QUÍMICA

DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA


PROFESSORA: CAROLINE DE GOES SAMPAIO

EXPERIMENTO 1: IDENTIFICAÇÃO DOS CÁTIONS DO GRUPO 1

EQUIPE:
ANDESON DE OLIVEIRA ALMEIDA
MADSON MATHEUS DA SILVA FREIRE
VICTOR FERREIRA SANTOS

2023
MARACANAÚ

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4

2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 4

3. MATERIAIS UTILIZADOS……………………………………………………….. 4

4. REAGENTES UTILIZADOS……………………………………………………… 5

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL……………………………………………..5

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................ 6

6. QUESTIONÁRIO................................................................................................... 11

7. CONCLUSÕES........................................................................................................ 13

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 14

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1. INTRODUÇÃO

Cada grupo da marcha analítica tem em comum um reagente pelo qual é mais fácil
separá-lo por solução, contudo, os cátions do grupo I são: chumbo (Pb2+), mercúrio (Hg22+) e
prata (Ag+). Eles são precipitados como cloretos insolúveis pela adição de pequeno excesso
de ácido clorídrico (HCl). Pois a prata, por exemplo, pode sofrer ação de agentes oxidantes
(ácidos fortes). (MENDES. 2005) Ex. Ag+ + HCl → H+ + AgCl(s).
Apesar de se assemelharem quanto à formação de cloretos insolúveis, em outras reações os
íons apresentam uma interessante diferença de comportamento. Dessa forma, depois que o
grupo se precipita, torna-se fácil isolar e identificar os íons, através de suas características
mais específicas. O cloreto de mercúrio (Hg2Cl2) é o menos solúvel dos três cloretos
formados.
O cloreto de chumbo (PbCl2) é o mais solúvel desse grupo em solução aquosa, sendo,
por isso, considerado um precipitado ligeiramente ou moderadamente solúvel. Esse fato pode
ser constatado pelos valores de Kps desses sais: Kps(Hg2Cl2) = 1,3 x 10-18 , Kps(AgCl) = 1,8
x 10-10 e Kps(PbCl2) = 1,6 x 10-8 a 25°C. Portanto, pode-se provar através da fórmula da
−10
1,8𝑥10 −5
solubilidade sendo para o cloreto de prata: 𝑆 = 1
, 𝑆 = 1, 34𝑥10 𝑚𝑜𝑙𝑠. E

3 −8
1,6𝑥10 −3
para o cloreto de chumbo: 𝑆 = 4
, 𝑆 = 1, 58𝑥10 𝑚𝑜𝑙𝑠. Isso comprova que a
solubilidade do PbCl2 é mais que a do AgCl.
A solubilidade do cloreto de chumbo aumenta rapidamente com o aumento da
temperatura, o que não acontece com os outros dois cloretos, AgCl e Hg2Cl2. Logo, o PbCl2
pode ser separado dos outros dois precipitados por aquecimento do sistema com água e
remoção do centrifugado. Os íons Ag+ e Pb2+ tem configurações eletrônicas estáveis que
não sofrem excitação pela radiação de baixa energia da luz visível. Os íons e seus compostos
são, em razão disso, incolores. O íon monoatómico mercúrio (Hg+).

2. OBJETIVOS:
● Identificar os cátions do grupo 1: Ag+, Pb2+.
● Pesquisar as principais reações químicas envolvendo esses cátions.

3. MATERIAIS UTILIZADOS

4
● Tubos de ensaio 10mL;
● Estante para tubo de ensaio;
● Pipeta de Pasteur;
● Pegador de madeira;
● Pisseta.

4. REAGENTES UTILIZADOS
● Água Destilada
● Ácido Nítrico (HNO3) - 6 mol L-1
● Ácido Acético (CH3COOH) - 6 mol L-1
● Cromato de Potássio (K2CrO4) - 0,5 mol L-1
● Ácido Clorídrico (HCl) - 6 mol L-1

5. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
1) Foi adicionado em um tubo de ensaio aproximadamente 0,5mL de uma mistura com
soluções dos íons Prata e Chumbo: Ag+,Pb2+.
2) A esse tubo acrescentou-se três gotas de HCl (6 mol L-1) até que ser notável a presença de
um precipitado branco, adicionando mais duas gotas em excesso. Foi levada a mistura à
centrífuga e agitada por três minutos.
3) Posteriormente, o sedimentado foi mantido no tubo de ensaio e a solução foi descartada.
Com o precipitado no fundo do tubo de ensaio, foi realizada uma lavagem com uma gota de
HCl 6M para 10 gotas de água e agitado até que todo o precipitado passasse para a solução e
o tubo foi colocado na centrífuga por mais três minutos.
Em seguida, a solução sobrenadante foi descartada na pia e foi feita mais uma
lavagem, mas com dez gotas de água quente e foi mantido sob aquecimento no becker com
água quente por quatro minutos e, mais uma vez, levado à centrífuga por três minutos.
4) Ao final da centrifugação, o resultado no tubo de ensaio foi separado em outro tubo, o
primeiro, foi mantido o precipitado rico em Cloreto de Prata e, no segundo, foi colocado a
solução sobrenadante que foi separada na centrifugação.
5) SOLUÇÃO: Na solução separada no segundo tubo de ensaio, foi somado uma gota de
Ácido Acético 6M com cinco gotas de Cromato de Potássio para comprovar a presença do
Chumbo na solução.

5
6) PRECIPITADO: No tubo que se manteve o precipitado foi feita uma lavagem com dez
gotas de água quente, aquecido por quatro minutos e centrifugado por três minutos,
descartando a solução na pia, ao final.
7) Precipitado no tubo de ensaio, foram acrescentadas nove gotas de Amônia concentrada
para dissolver o Cloreto de Prata em forma de Amino Prata 1.
8) Ao final, com a ajuda de uma pipeta de Pasteur foi retirado o sobrenadante do tubo de
ensaio, transferido para outro tubo e somado cerca de 19 gotas de Ácido Nítrico 6M até
observar a formação do precipitado de um branco novamente.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
1) Ao acrescentar três gotas de HCl 6M foi percebido a formação de um precipitado branco
no fundo do tubo de ensaio, além da solução ficar esbranquiçada (figura 1), comprovando a
presença dos íons Prata Ag+ e Chumbo Pb2+. Como mostra o mecanismo reacional:
Ag+ + HCl → AgCl(s) + H+
Pb2+ + 2HCl → PbCl2(s) + 2H+

Figura 1

2) Quando a solução inicial foi centrifugada e a solução foi descartada, após realizar a
primeira lavagem com HCl 6M e 10 gotas de água, para que reagisse qualquer excesso de
prata ou chumbo que ainda não estivesse na forma de cloreto, levando mais uma vez para
centrifugação, resultado na figura 2:

6
Figura 2

3) Após rejeitar a solução sobrenadante ser descartada, no precipitado foram adicionados dez
gotas de água quente e o tubo de ensaio foi mergulhado em um béquer com água quente para
aquecer por 5 minutos, esse processo foi necessário para dissolver em água o Cloreto de
Chumbo, já que o PbCl2 é mais solúvel que a prata, podendo ser dissolvido com o aumento de
temperatura. Como prova os cálculos a seguir e o mecanismo reacional. Sendo mostrado o
processo e resultado nas figuras 3 e 4, respectivamente.
−10
1,8𝑥10 −5
Solubilidade do cloreto de prata: 𝑆 = 1
, 𝑆 = 1, 34𝑥10 𝑚𝑜𝑙𝑠

3 −8
1,6𝑥10 −3
Solubilidade do cloreto de chumbo: 𝑆 = 4
, 𝑆 = 1, 58𝑥10 𝑚𝑜𝑙𝑠
PbCl2 + H2O + Δ → Pb2+ + 2Cl-

7
Figura 3 Figura 4

A solução de lavagem foi agitada para homogeneizar o Cloreto de Chumbo e levada para
centrifugar. Com isso, o objetivo dessa etapa foi solubilizar todo o Cloreto de Chumbo que
ainda estivesse misturado a prata, guardando o sobrenadante para testar a presença de
chumbo posteriormente.

4) SOLUÇÃO: Separando a solução de Pb2+ do precipitado de Ag+ era necessário comprovar


a presença de chumbo na solução, depois de acrescentar uma gota de ácido acético e seis de
cromato de potássio, que em pH ácido se dissocia, permitindo a formação do cromato de
chumbo na solução, como mostra o mecanismo abaixo:

CH3COOH + K2CrO4 + PbCl2(aq) ←→ CH3COO- + H+ + + 2KCl + PbCrO4(s)

Dessa maneira, comprovamos a presença do chumbo através dessa reação, dando como
resultado um sólido amarelado, como mostrado na figura 5:

8
Figura 5

5) PRECIPITADO: Da mesma maneira que testamos a presença de chumbo na solução,


também testamos a presença de prata no precipitado, depois da lavagem, adicionamos a
amônia concentrada para formar o complexo diaminoprata como mostrado o processo
reacional no mecanismo a seguir:

AgCl(s) + 2NH3(l) → Ag(NH3)2+(aq) + Cl-(aq)

Pode-se notar que o cloreto de prata se solubilizar em íons cloro e o próprio complexo amino,
mas não tivemos o resultado esperado, mesmo acrescentando algumas gotas em excesso de
amônia concentrada, ainda pode-se notar a presença de um precipitado branco insolúvel em
amônia no fundo tubo de ensaio, como mostra a figura 6:

9
Figura 6
Esse precipitado possivelmente foi causado ainda pela presença de chumbo na mistura,
devido a concentração da mistura de Chumbo solubilizada na primeira parte do experimento,
ou por conta das lavagens que não foram suficientes para solubilizar todo o cloreto de
chumbo presente na reação.
Contudo, ainda continuamos o teste para comprovar a presença de prata na solução,
esperamos todo o produto insolúvel sedimentar e retiramos a solução com uma pipeta de
pasteur, pois, como comprova a reação: AgCl(s) + 2NH3(l) → Ag(NH3)2+(aq) + Cl-(aq), ainda era
presente o complexo Diaminoprata e íons Cloro na solução.

6) Separada a solução em outro tubo de ensaio, continuamos o teste acrescentando ácido


nítrico até neutralizar a amônia e formar um precipitado branco, que era, novamente, o
cloreto de prata, como prova o seguinte mecanismo reacional:

Ag(NH3)2+(aq) + Cl-(aq) + 2HNO3 → AgCl(s) + 2NH4NO3(aq)

Dando resultado o produto presente no fundo do tubo de ensaio o Cloreto de Prata, como
mostra a figura 7:

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Figura 7

7. QUESTIONÁRIO

1. Porque o cloreto de chumbo é mais solúvel do que os cloretos de prata e de mercúrio


(I)?

R: Porque o chumbo forma compostos em dois estados de oxidação +2 e +4, ele forma o
cloreto de chumbo que é ligeiramente solúvel em água, não sendo completamente removido
na precipitação desse grupo.

Já a Prata, forma compostos em três estados de oxidação, +1, +2, +3 ela é um elemento de
transição e forma muitos íons complexos. Pode formar compostos com baixa solubilidade em
água.

E o Mercúrio forma compostos em dois estados de oxidação, +1 e +2, sendo ambos


relativamente estáveis. Na forma de cloreto mercuroso é o menos solúvel desse grupo de
cátions.

2. Por que é preferível utilizar solução de ácido clorídrico diluído e não sais de cloreto
para precipitar os íons do grupo I?

R: O ácido clorídrico além de ser uma fonte de íon Cl- é preferido para a precipitação do
grupo porque cria e/ou mantém uma acidez na solução, acidez essa que promove a formação
dos cloretos insolúveis dos metais do Grupo 1.

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3. Qual a influência na temperatura sobre os cátions do grupo I?

R: No PbCl2 há o aumento de sua solubilidade com aquecimento mais brandos, de acordo


com seu Kps de 1,70×10-5, já a do AgCl com Kps de 1,77×10-10 e o Hg2Cl2 o Kps 1,43×10-18.
Pelo Kps do AgCl e do Hg2Cl2 serem menores é necessário um aquecimento maior para
promover esse aumento de solubilidade.

1. Escreva as equações geral, iônica e iônica representativa das reações envolvendo as


soluções dos compostos AgNO3, Pb(NO3)2 e Hg2(NO3)2 com HCl – 6 mol L-1 .

R: NITRATO DE PRATA:

Ag+(aq) + Cl-(aq) → AgCl(aq)

H+(aq) + NO3-(aq) → HNO3(aq)

__________________________________________

H+ + Cl- + Ag+ + NO3- → AgCl + HNO3

Global:

HCl(aq) + AgNO3(aq) → AgCl(ppt) + HNO3(aq)

NITRATO DE CHUMBO:

Pb2+(aq) + 2Cl-(aq) → PbCl2(aq)

2H+(aq) + 2NO3-(aq) → 2HNO3(aq)

__________________________________________

2H+ + 2Cl- + Pb2+ + 2NO3- → PbCl2 + 2HNO3

Global:

HCl(aq) + Pb(NO3)2(aq) → PbCl2(ppt) + 2HNO3(aq)

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NITRATO DE MERCÚRIO:

Hg+(aq) + Cl-(aq) → Hg2Cl2(aq)

2H+(aq) + 2NO3-(aq) → 2HNO3(aq)

__________________________________________

2H+ + 2Cl- + 2Hg2+ + 2NO3- → Hg2Cl2 + 2HNO3

Global:

2HCl(aq) + Hg2(NO3)2(aq) → Hg2Cl2(ppt) + 2HNO3(aq)

8. CONCLUSÕES
Entender como funciona a separação e identificação desses metais são de
extrema importância nos conhecimentos teóricos de química, mas principalmente na
prática, quando se trata de diminuir os danos que esses metais causam à natureza e aos
seres vivos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse em 2017: “O
elemento e o metilmercúrio são tóxicos para os sistemas nervoso central e periférico.
A ingestão e contato com o corpo pode produzir efeitos nocivos nos sistemas nervoso,
digestivo e imunológico, pulmões e rins, podendo ser fatal.” Com isso pode-se
perceber o quão perigoso é esse tipo de metal se for ingerido em grande quantidade
pelo ser humano e isso se torna muito pior quando comunidades usam água que está
contaminada por metais como mercúrio e chumbo.
O rompimento da barragem em Brumadinho em 25 de janeiro de 2019 foi o
maior acidente de trabalho do Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior
desastre industrial do século (MOREIRA, 2023). O acidente na barragem de
Brumadinho derramou milhares de toneladas de rejeito na cidade do interior de Minas
Gerais, e com o passar das semanas grande parte desse rejeito com metais pesados,
como o Chumbo, Mercúrio e Prata provenientes de mineração e exploração do solo,
foram escoando em direção a rios e lagos.
Por isso, entender como funciona um processo de análise química desses
metais é de suma importância para a manutenção da vida, pois reconhecendo a

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presença de metais dessa natureza na água, através de processos de análise e
separação desse rejeito, podemos planejar como esses efluentes podem ser tratados
para reverter os danos.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
● MENDES, Aristênio. Elementos de Química Inorgânica, Fortaleza, 2005.
● ATKINS, P. W; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna
e o meio ambiente. 5ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
● VOGEL. Química Analítica Quantitativa, 6ª Edição.
● OMS, Organização Mundial de Saúde. Mercury and health, 2017.
● MOREIRA, Camila. Pesquisa nos impactos do desastre de Brumadinho para a saúde
da população ribeirinha. UFMG, 2017.

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