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MÁQUINAS ASSÍNCRONAS
Princípio e descrição
A máquina assíncrona está na segunda categoria importante das máquinas de corrente alternada da indução. São
sobre tudo usado em motor, segundo a classificação de potência:
- Potência elevada, são usados motores assíncronos trifásicos a indução.
- Pequena potência, motores assíncronos monofásicos a indução.
I.1. Circuito eléctrico do motor assíncrono
No motor da indução, a corrente alternada é fornecida ao enrolamento do estator directamente, e ao enrolamento do
rotor por indução a partir do estator.
Rotor em curto-circuito (ou de gaiola). Constituído pelas barras condutores em alumínio, ligadas electricamente as
extremidades.
Rotor bobinado. É constituído por um cilindro de chapas de ferro com ranhuras na periferia onde estão metidas
várias bobinas que, internamente, ligam-se em estrela, ficando os 3 terminais do conjunto ligado a 3 anéis dispostos
lado a lado no veio.
I.2.Campo magnético girante
A conversão electromecânica de energia ocorre quando a variação do fluxo é associada ao movimento mecânico.
As correntes trifásicas equilibradas do estator e do rotor criam ondas de f.m.m (força magneto-motriz) componentes
de estator e rotor de amplitude constante, girando no entreferro a velocidade síncrona. Os enrolamentos trifásicos das
fases individuais são deslocados uns do outros de 1200 (graus) eléctricos ao longo da circunferência do entreferro.
O campo girante pode ser obtido, no caso dos motores assíncronos trifásicos, a partir de um conjunto de três bobinas
colocadas no estator (fixo), deslocadas entre si de 1200 e alimentadas por um sistema trifásico de correntes (cuja
identificação das extremidades é dada pelas letras U,V,W para o início e X,Y,Z para o fim).
A velocidade do campo girante é designada por velocidade de sincronismo e dada pela expressão ns=f/p em que f =
frequência da corrente (Hz)
p = número de pares de pólos
ns = velocidade de sincronismo (r.p.s)
Como na práctica, a velocidade é expressa em rotações por minuto (r.p.m), virá
𝟔𝟎.𝒇
ns =
𝒑
Exemplo:
# de pólos Pares de pólos ns (50 Hz)
2 1 3000
4 2 1500
6 3 1000
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Eng. Mateus Próspero Simba. tel: 944582920
Como o rotor gira a uma velocidade (ns-n) em relação ao estator, a frequência das correntes induzidas fr, será dada
p(ns −n) ns −n
por: fr = , como 𝑔 = ns.g = ns - n, n = ns – nsg n = ns(1 - g)
60 ns
p.ns .g 𝒑.𝒏𝒔
fr = , substituindo f =
60 𝟔𝟎
fr = f.g
N.B. Se o rotor estiver parado (bloqueado), a frequência da f.e.m. induzida no rotor é igual á frequência do campo
girante. Por outro lado, se o rotor rodar a mesma velocidade que o campo girante, não haverá f.e.m. induzida nos
condutores do rotor e portanto a frequência será nula.
ns −n 𝒇𝒓 ns −n
𝑔= = fr = fe
ns 𝒇𝒆 ns
Se n = 0 fr = fes ( o rotor bloqueado) agora se ns = n fr = 0.
Exercícios
1. Completar a tabela, para f = 50Hz
2. Um motor de 6 pólos, 50Hz, tem uma velocidade a plena carga de 950 r.p.m. Calcular:
a) A velocidade do campo girante (em r.p.m)
b) O deslizamento a plena carga
Resolução
60.𝑓
a) ns = = (60.50)/3 = 1000 r.p.m
𝑝
ns −n
b) 𝑔 = *100 = (1000-950)/1000*100= 5%
ns
3. O escorregamento a plena carga de um motor de 12 pólos, 50Hz é de 5%. Calcular:
a) A velocidade de sincronismo
b) A velocidade a plena carga
Resolução
60.𝑓
a) ns = = (60.50)/6 = 500 r.p.m
𝑝
60.𝑓
ns = 𝑝
= (60.50) /2 = 1500 r.p.m
ns −n
𝑔= ns
= (1500-1435)/1500 = 0,043x100 = 4,3%
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5. Um motor de indução tetrapolar funciona a uma frequência de 50 Hz tendo a plena carga um escorregamento de
5%. Calcular a frequência das correntes do rotor:
a) No momento de arranque
b) A plena carga
R:/ a) f=50 Hz
b) fr = f.g = 50x0,05 = 2,5Hz
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Exemplos:
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I.5. Cálculos de Potências e perdas
O motor eléctrico em funcionamento normal encontra-se ligado, por um lado a uma carga mecânica, e por outro lado
a uma fonte de energia eléctrica, sendo a potência absorvida dada por:
Pa =√𝟑.U.I.cos φ
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A carga absorverá um binário útil Mu a uma velocidade angular ω=2π.n em rad/s n em (r.p.s), a que corresponde a
potência útil fornecida pelo motor Pu=2. π. n.Mu = ω.Mu, onde
ω=velocidade angular do movimento circular uniforme
Mu= binário útil ou momento do binário
Como sabemos o rendimento é sempre inferior a 100%, em virtude da existência de perdas, pelo que Pu=Pa-perdas.
O balanço energético de um motor assíncrono, onde podemos ver os vários tipos de perdas e potências em jogo.
No estator temos:
1. As perdas por efeito de Joule (pje) sendo R a resistência por fase de cada enrolamento do estator, estas serão
variáveis com o regime de carga e calculadas de acordo com o tipo de ligação das três fases.
Podem ser obtidas por uma expressão única, independentemente do tipo de ligação dos enrolamentos.
Seja r, a resistência medida entre dois terminais do motor e I a corrente na linha de alimentação, se Pje=RI2, duma
fase, em três fases Pje=3RI2
Na ligação estrela
Pje=3/2.r.I2
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Observando o Balanço de potência, a potência total transmitida ao rotor é dada por:
Ptr = Pa - Pfe - Pje
Esta potência é transmitida ao rotor por um binário electromagnético M desenvolvido pelo campo girante (Pu=M.ωs)
Este binário é também do rotor, mas como este gira à velocidade ω, a sua potência será
Pr=M.ω
A diferença entre as duas potências é perdida por efeito de Joule no rotor devido ao escorregamento
Pjr = Ptr – pr = M.ωS - M.ω = M.(ωS - ω)
Como o escorregamento é dado por g = (ns - n)/ns = (ωS - ω)/ωS, virá
Pjr = M.ωS(ωS - ω)/ωS = Ptr.g
O rendimento do motor é dado por:
Ƞ=Pu/Pa = (Pa - pfe - pje - pjr - pm)/Pa
Mas como Pjr = Ptr.g
Ƞ=(Ptr - Ptr.g - pm)/Pa = [(1-g).Ptr-pm]/Pa
O binário útil será: Mu= Pu/ω, ω=2π.n/60, com n em r.p.m
Exemplo:
Um motor de 15KW, 1500r.p.m, desenvolve um momento binário:
M = 15000x60/2πx1500 = 95,5 Nm
Ensaio em vazio
Neste ensaio o motor é alimentado à tensão nominal e cujo veio não acciona qualquer carga.
O rotor giro a uma velocidade muito próxima da velocidade de sincronismo, pois o binário resistente é devido
apenas ao próprio peso do motor e ao átrio. O escorregamento (g 0) é bastante baixo, sendo normalmente inferior a
1%.
A potência lida pelos wattímetros em vazio corresponde a:
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P0 ≈ pfe – pje - pm
Pois as perdas no ferro, assim como as perdas de Joule no rotor (Pjr = Ptr.g) são desprezáveis.
As perdas por efeito de Joule no estator (Pje = 3/2.r.I02) são calculadas para a corrente de vazio (I 0).
Se subtrairmos as perdas da potência trifásica permite-nos determinar as chamadas perdas constantes:
Pcte = Pfe + Pm = P0 - pje
O factor de potência (cos φ = P0/√3.U0.I0) é bastante baixo (0,1 a 0,2) visto a corrente absorvida ser essencialmente
a corrente magnetizante.
Ensaio em curto-circuito
Este ensaio é efectuado com o rotor bloqueado, isto é, o veio é impedido de rodar por qualquer meio adequado,
tal como um freio, correspondendo assim à situação do ponto de arranque do motor (n=0).
Tal como no ensaio em curto-circuito do transformador, aplica-se uma tensão reduzida ao motor para valores de
corrente até da ordem de 120% da nominal, que nos permite obter a característica U (Icc) .
Quando o rotor está parado observa-se que a corrente varia directamente com a tensão aplicada, pelo que podemos
extrapolar a recta obtida para a tensão nominal à qual vai corresponder a uma corrente de arranque elevada, pois à
semelhança do transformador ele encontra-se numa situação de curto-circuito, com uma tensão elevada no primário.
Ensaio em carga
O ensaio em carga de um motor é efectuado aplicando ao motor a sua tensão nominal, com o veio a accionar uma
determinada carga. Esta pode ser constituída por um dínamo freio, o qual consiste num gerador de corrente contínua
ao qual estão associados um sistema de pesos que nos permitem calcular o binário útil pedido ao motor (Mu = peso
em Kgf x 9,8 x braço, em Nm).
Com um taquímetro, podemos medir a velocidade para cada situação de carga e calcular o respectivo
escorregamento.
Os valores obtidos permitem-nos traçar a característica da corrente (In) e a característica mecânica Mn(n), para
qualquer regime de carga do motor.
60.𝑓
R:/a) ns = = (60x50)/4 = 3000/4 = 750 r.p.m
𝑝
R:/a) 0,925; 1482 r.p.m b) 3,12 KW; 2,38 KW c) 94,8% d) 1266 N/m
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A máquina síncrona, tal como a generalidade das máquinas rotativas, funcionam como gerador ou como motor. Diz-
se, por isso, que é uma máquina reversível, isto é, se lhe fornecermos energia mecânica, ela devolve-nos energia
eléctrica; se lhe fornecermos energia eléctrica, ela retribui-nos com energia mecânica.
O gerador síncrono tem o nome de alternador. O motor tem, simplesmente, o nome de motor síncrono.
Um Motor eléctrico é qualquer dispositivo que transforma energia eléctrica em mecânica. É o mais usado de todos
os tipos de motores, pois combina as vantagens da energia eléctrica - baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e
simplicidade de comando – com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas
dos mais diversos tipos e melhores rendimentos.
II.2. Funcionamento
A maioria de motores eléctricos trabalha pela interacção entre campos electromagnéticos, mas existem motores
baseados em outros fenómenos electromecânicos, tais como forças electrostáticas. O princípio fundamental em que
os motores electromagnéticos são baseados é que há uma força mecânica em todo o fio quando está conduzindo
corrente eléctrica imersa em um campo magnético. A força é descrita pela lei da força de Lorentz e é perpendicular
ao fio e ao campo magnético. Em um motor giratório, há um elemento girando, o rotor. O rotor gira porque os fios e
o campo magnético são arranjados de modo que um torque seja desenvolvido sobre a linha central do rotor.
A maioria de motores magnéticos são giratórios, mas existem também os tipos lineares. Em um motor giratório, a
parte giratória (geralmente no interior) é chamada de rotor, e a parte estacionária é chamada de estator . O motor é
constituído de electroíman que são posicionados em ranhuras do material ferromagnético que constitui o corpo do
rotor e enroladas e adequadamente dispostas em volta do material ferromagnético que constitui o estator...
II.2.1.Tipos de motores
Os motores eléctricos mais comuns são:
Motores de corrente contínua
Precisam de uma fonte de corrente contínua, neste caso pode ser necessário utilizar um circuito rectificador para
converter a corrente alternada, corrente fornecida pela concessionária de energia eléctrica, para corrente contínua.
Podem funcionar com velocidades ajustáveis entre amplos limites e se prestam a controles de grande flexibilidade e
precisão. Por isso seu uso é restrito a casos especiais em que estas exigências compensam o custo muito mais alto da
instalação, ou no caso da alimentação usada ser contínua, como no caso das pilhas em dispositivos electrónicos.
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Motores de corrente alternada
São os mais utilizados, porque a distribuição de energia eléctrica é feita normalmente em corrente alternada. Seu
princípio de funcionamento é baseado no campo girante, que surge quando um sistema de correntes alternadas
trifásicas é aplicado em pólos desfasados fisicamente de 120º. Dessa forma, como as correntes são desfasadas 120º
eléctricos, em cada instante, um par de pólos possui o campo de maior intensidade, cuja associação vectorial possui o
mesmo efeito de um campo girante que se desloca ao longo do perímetro do estator e que também varia no tempo.
Os principais tipos são os motores:
Motor síncrono: funciona com velocidade constante; utiliza-se de um induzido que possui um campo constante
pré-definido e, com isso, aumenta a resposta ao processo de arraste criado pelo campo girante. É geralmente
utilizado quando se necessita de velocidades estáveis sob a acção de cargas variáveis. Também pode ser utilizado
quando se requer grande potência, com torque constante.
Motor de indução: funciona normalmente com velocidade estável, que varia ligeiramente com a carga mecânica
aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade, robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos, sendo
adequado para quase todos os tipos de máquinas accionadas encontradas na prática. Actualmente é possível
controlarmos a velocidade dos motores de indução com o auxílio de inversores de frequência.
Motor síncrono
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Este motor pode ter o rotor constituído por um electroíman ou por bobinas alimentadas por CC (corrente contínua)
ou constituído por imãs permanentes no caso de ser trifásico. Como o campo magnético do rotor é independente do
campo magnético do estator, quando o campo magnético do rotor tenta se alinhar com o campo magnético girante do
estator, o rotor adquire velocidade proporcional a frequência da alimentação do estator e acompanha o campo
magnético girante estabelecido no mesmo, sendo por este motivo denominado síncrono. O aumento ou diminuição
da carga não afecta sua velocidade. Se a carga ultrapassar os limites nominais do motor, este pára definitivamente.
Alguns motores síncronos não são auto-suficientes na partida, necessitando ser levados próximos a sua rotação
nominal, através de um outro motor. Quando este alcança a velocidade próxima a rotação de trabalho, seu rotor é
então alimentado e ele rapidamente alcança a velocidade de sincronismo.
A velocidade do motor é determinada pela equação: n = 120.f/p onde: n = velocidade em rotações por minuto (rpm)
f = frequência em hertz
p = nº de pólos
Uma máquina síncrona é uma máquina eléctrica cuja rotação é proporcional à frequência da rede à qual está
conectado.
Gerador Síncrono
Um dos tipos mais importantes de máquinas eléctricas rotativas é o Gerador Síncrono, que é capaz de converter
energia mecânica em eléctrica quando operada como gerador e energia eléctrica em mecânica quando operada como
motor.
Os Geradores Síncronos são utilizados na grande maioria das Centrais Hidroeléctricas e Termoeléctricas.
O nome Síncrono se deve ao fato de esta máquina operar com uma velocidade de rotação constante sincronizada
com a frequência da tensão eléctrica alternada aplicada aos terminais da mesma, ou seja, devido ao movimento igual
de rotação, entre o campo girante e o rotor é chamado de máquina síncrona (sincronismo entre campo do estator e
rotor).
Rotor (Campo)
Parte girante da máquina, pode ser constituído por um pacote de lâminas de um material ferromagnético envolto num
enrolamento constituído de condutores de cobre designado como enrolamento de campo, que tem como função
produzir um campo magnético constante assim como no caso do gerador de corrente contínua para interagir com o
campo produzido pelo enrolamento do estator.
A tensão aplicada nesse enrolamento é contínua e a intensidade da corrente suportada por esse enrolamento é muito
menor que o enrolamento do estator, além disso o rotor pode conter dois ou mais enrolamentos, sempre em número
par e todos conectados em série sendo que cada enrolamento será responsável pela produção de um dos pólos do
electroíman. Em algumas máquinas síncronas o rotor pode ser constituído por um imã permanente no lugar de um
electroíman, sendo neste caso denominado máquina síncrona de imã permanente.
Estator (Armadura)
Parte fixa da máquina, montada em volta do rotor de forma que o mesmo possa girar no seu interior, também
constituído por um pacote de lâminas de um material ferromagnético envolto num conjunto de enrolamentos
distribuídos ao longo da sua circunferência e posicionados em ranhuras. Os enrolamentos do estator são alimentados
por um sistema de tensões alternadas trifásicas.
Pelo estator circula toda a energia eléctrica gerada, sendo que tanto a tensão quanto a corrente eléctrica que circulam
são bastante elevadas em relação ao campo (rotor), que tem como função apenas produzir um campo magnético para
"excitar" a máquina de forma que seja possível a indução de tensões nos terminais dos enrolamentos do estator.
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Fig. 11 Motor de indução trifásico
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Como as tensões aplicadas aos enrolamentos do estator são alternadas e trifásicas, circulará nos mesmos um conjunto
trifásico de correntes alternadas de mesma frequência que a tensão, essas correntes trifásicas produzirão campos
magnéticos também alternados que variam no tempo.
Além disso, devido a disposição espacial dos enrolamentos no estator, esses campos magnéticos variantes no tempo
também irão circular pelo estator, de forma que o campo magnético resultante irá rodar em torno da circunferência
do estator com velocidade angular proporcional à frequência da tensão alternada aplicada nos enrolamentos. Este
campo que circula em torno da circunferência do estator também é conhecido como campo girante.
Assim, quando um dos pólos do campo magnético constante no tempo gerado pelo enrolamento de campo do rotor
interagir com o campo girante resultante do estator, tentará alinhar-se com o pólo de sinal oposto, e como o pólo do
campo girante do estator está a girar, surgirá no rotor um binário de forças que gerarão um torque de forma que o
rotor gire e mantenha os campos do enrolamento de campo do rotor e o campo girante do estator alinhados.
Com o surgimento do torque, o rotor girará seguindo o sentido e velocidade do campo girante do estator, logo, a
velocidade angular do motor Síncrono estará sincronizada com a frequência da tensão alternada aplicada aos
enrolamentos do estator.
Alternador trifásico
Apresenta no estator três enrolamentos independentes e idênticos deslocados entre si de 120º. As fem induzidas em
eles estão assim desfasadas umas de outras de 120º.
O alternador trifásico é equivalente a três alternadores monofásicos idênticos podendo ser ligados em estrela ou
raramente em triângulo.
A fem obtida nos terminais do alternador trifásico e um valor √3 vezes superior a fem do enrolamento ou valor da
fem entre fases (E´) E´= √𝟑.E
A ligação à rede de um alternador trifásico ligado em estrela de tensão elevada é feita de três fios (sem neutro).
Nos alternadores de baixa tensão, utilizados nos grupos de emergência para distribuição de energia, à ligação é feita a
quatro fios (com neutro) com acesso a dois níveis de tensão (380/220 v).
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Exercícios
1. Um construtor de motores de 750 r.p.m deseja um alternador de 50 Hz que poderá acoplar aos seus motores.
Quantos pólos deverão ter o alternador?
Dados Solução
𝑝
n = 750 r.p.m f = 60 ∗ 𝑛 p = 60*f/n
f = 50 Hz p = 60*50/750
p=? p = 300/75
p = 4 pares de pólos
R/: O número de pólos é 8
2. Um alternador monofásico de seis pólos com um fluxo magnético por pólos de 0,05 Wb e 180 condutores
distribuídos no induzido deverá gerar uma fem a 50 Hz. Calcular:
a) A velocidade de rotação
b) O valor da fem teórica
c) O coeficiente de Kapp se Kd = 0,75 e Kf = 1,05
d) O valor da fem real
Dados Solução
𝑝 𝑓
P = 6 pólos = 3 pares a) f = 60 ∗ 𝑛 n = 60 ∗ 𝑝
Φ= 0,05 Wb n = 60*50/3
N = 180 condutores n = 1000 r.p.m
f = 50 Hz
b) E = 2,22*N*f*Φ
E = 2,22*180*50*0,05 = 999v
3. Um alternador trifásico em estrela de 12 pólos tem um total de 600 condutores (3 fases) distribuídos no induzido.
Sabendo que o fluxo por pólo é de 0,15 Wb e o coeficiente de Kapp é 2,26. Calcule:
a) O valor real da f.e.m produzida por fases a 50 Hz
b) O valor da fem entre fases
4. Um alternador trifásico, com 200condutores por fase, alimenta um circuito a 50Hz. Sabendo que roda a 500rpm
e que o fluxo magnético é de 0,016Wb, calcule:
a) O número de pólos
b) A força electromotriz teórica, por fase.
c) A força electromotriz real, admitindo que o coeficiente de Kapp é 2,4.
Resp:
60.f 60.50
a) P= n = 500 = 6 quando n→rps → f = Pn
b) E= 2,22PnNɸ = 2,22.50.200.0,016 = 355,2V
c) E= KPnNɸ = 2,4.50.200.0,016 = 384V
5. Um alternador de seis pólos está acoplado a um motor de corrente continua de velocidade 1500 r.p.m.
Determine o valor da frequência da f.e.m gerada pelo alternador.
a) Se a velocidade de rotação aumenta para o dobro mantendo constante o número de pólos, diga o que acontece
ao valor da frequência. Explique
R/: a) 75Hz;
6. Um alternador de 8 pólos está acoplado a um motor de corrente contínua, se a frequência da fem gerada pelo
alternador é 60 Hz.
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a) Determine a velocidade de rotação.
b) Se o valor da frequência se mantém constante e o número de pólos aumenta oito vezes, o número de rotações
será menor, maior ou igual? Explique.
R:
8. Um alternador de quatro pares de pólos está acoplado a um motor cuja velocidade é de 750 r.p.m. Determine:
a) O valor da frequência
b) O valor da f.e.m teórica. Sabe-se que N = 60 e Φ = 0,05 Wb.
9. Um alternador trifásico, ligado em estrela, tem uma tensão composta Uc=400V, debitando uma corrente de 50A,
com um factor de potência de 0,8, à frequência de 50Hz.
a) Calcule as potências activas, reactiva e aparente.
b) Calcule a tensão por enrolamento.
c) Calcule o rendimento do alternador, sabendo que a totalidade das perdas é de 1600W
Resolução:
a) -Potência activa: P=√𝟑.Uc.I.cos φ= √3. 400.50.0,8=27712,8W
b) Us=Uc/√3=400/√3=230√3=230V
𝑃𝑢
c) Ƞ= = 27712,8/(27712,8+1600)=94,5 %
𝑃𝑢 +𝑃
10. Uma turbina, rodando à velocidade de 187,5 r.p.m, acciona um alternador. O alternador produz energia à
frequência de 50 Hz. Calcule o número de pólos do alternador
R:/ 32
11. Um alternador, ligado em triângulo, com uma tensão composta Uc = 5KV (50Hz), fornece uma corrente de
100A, com um factor de potência de 0.85. Calcule:
a) As potências activas, reactiva e aparente
b) O rendimento do alternador, se as perdas forem de 37KV.
R:/ a) 736,12KW; 456,2KVAR; 866KVA
b) 95,2%
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E tal como a máquina de corrente alternada, a máquina eléctrica de corrente contínua tem dois enrolamentos:
O Estator em corrente contínua chama-se o circuito indutor
O Rotor em máquina chama-se o circuito induzido
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Fig. 15 Evoluçao do fluxo magnético durante o movimento de rotação da espira
1a- Espira na posição horizontal (fig. 15 a): o fluxo que corta os condutores da espira é nulo, pois estes estão à
mesma distância dos pólos norte (N) e sul (S), e portanto os seus efeitos são nulos já que são iguais e de sentidos
contrários. Esta zona em que os efeitos dos pólos se anulam, designa-se de zona neutra.
As escovas (f), por sua vez, fazem contacto eléctrico com os semianéis (g) que permitem obter no circuito
externo (carga) a corrente induzida na espira.
2a- Espira na posição referente à rotação de 90 0 (fig. 15 b): considerando o sentido de rotação à direita, na posição
indicada os lados da espira cortam o máximo número de linhas de força, pelo que teremos então a máxima fem
induzida e a corrente no sentido indicado pelas setas. Assi, o semianel 1 será negativo e o semianel 2 o positivo.
3a- Espira na posição referente à rotação de 1800 (fig. 15 c): a fem e a corrente voltam a ser nulas, já que os lados da
espira não cortam linhas de força (situados na linha neutra).
4a- Espira na posição referente à rotação de 2700 (fig. 15 d): a fem e a corrente voltam a atingir o valor máximo, mas
do sentido contrário nos lados da bobina e nos semianéis, embora mantendo constante a polaridade nas escovas
e portanto nos terminais do voltímetro.
A evolução da fem num sistema de eixos coordenados xy, durante uma rotação completa da espira à saída das
escovas, será a indicada na figura 16.
Fig. 16. Sinal obtido com uma espira com dois semianéis que roda a velocidade constante
Pelo facto de o sinal assim obtido anteriormente não ter interesse prático, pois embora seja unidireccional não é
constante no tempo, então o dínamo terá de ser dotado de mais bobinas e portanto o colector de mais lâminas, de tal
forma que as escovas recolham uma pequena uma pequena parte do sinal de cada bobina. Neste caso, será uma sexta
parte, pelo sinal resultante nas escovas corresponderá ao da figura 16a. Para se obter uma fem maior utiliza-se
enrolamentos de tal forma que as fem das espiras se somem desde a escova positiva à negativa, podendo o seu valor
ser determinado pela expressão:
E = [P/(60.a)].N.𝛟.n em que:
E --- f.e.m (V)
p --- número de pólos
a --- número de vias ou caminhos paralelos nos enrolamentos do rotor
N --- número de condutores activos
Φ --- fluxo por pólos
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n --- número de r.p.m
Mas como P/(60.a) é uma constante sem dimensões, característica de cada máquina, e que se pode designar por K,
então a expressão anterior pode simplificar-se, ficando:
E = K.N.𝛟.n
Fig. 16a. Induzido de dínamo de seis bobinas e sinal obtido nas escovas
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Fig. 18a. Ligação com excitação série Fig. 18b. Ligação com excitação em paralelo (Shunt)
Se se ligarem os enrolamentos de excitação e do induzido em paralelo (fig. 18b), a tensão é a mesma aos seus
terminais, enquanto as correntes que os percorrem dependerão das suas resistências e indutâncias (a indutância L
existe quando a máquina funciona em regime transitório, tendo em atenção o efeito da variação temporal da
intensidade). Neste caso, o enrolamento de excitação é constituído por muitas espiras de fio fino, pois agora a f.m.m
necessária para produzir o campo principal consegue-se com um número elevado de espiras e pequena intensidade.
A intensidade de excitação pode ser controlada através de uma resistência variável (Rcp) que se designa de
resistência de regulação ou controlo de campo.
Por vezes, o enrolamento de excitação está dividido em duas partes, com o objectivo de permitir ligar uma das partes
em série e outra em paralelo com o induzido, designando-se por isso esta ligação de mista ou composta (compound)
(fig. 19). As espiras em série são constituídas por fio grosso, enquanto as outras por fio fino.
Quanto ao modo como é feita a derivação do circuito Shunt (antes ou depois do enrolamento série), assim poderemos
obter ligação mista de curta derivação ou ligação mista de longa derivação.
Fig 19a. Ligação mista de curta derivação Fig. 19b. Ligação mista de longa derivação
Num dínamo compound, a excitação shunt é a que predomina. Quando a f.m.m (força magneto-motriz) da excitação
série se adiciona à f.m.m da excitação shunt, diz-se que o dínamo está aditivamente compoundado. Quando a f.m.m
da excitação série se opõe à f.m.m da excitação shunt, diz-se que o dínamo é compound diferencial ou
anticompound.
No entanto, os enrolamentos do estator e do rotor podem não estar ligados electricamente entre si (fig. 20) pelo que
se diz que a máquina funciona com excitação independente, enquanto a máquina anterior (excitação série, paralelo
ou mista) se designa auto-excitada.
A ligação com excitação independente utiliza-se para realização de determinados
ensaios característicos da máquina, ou quando esta é usada em sistemas de
controlo. Pertencem também a este grupo de excitação as máquinas de c.c. cuja
excitação se consegue através de um íman permanente.
Cada valor de velocidade (n) dará origem a uma característica, pelo que
para n1 e n2 (fig. 23), com n2˃n1, surgirão duas características.
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Característica externa (ou em carga) – reflecte a relação entre a tensão em carga U e a corrente I fornecida à carga,
para uma velocidade constante e uma intensidade d excitação fixa.
Pode determinar-se experimentalmente através do esquema (fig.24), variando a
resistência de carga Rc.
A característica externa é de grande importância para analisar o comportamento
real da máquina perante o circuito exterior.
O dínamo Shunt pode funcionar na zona comprendida entre o vazio e o punto próximo do ponto 1 (fig. 26), de forma
a evitar um aquecimiento excesivo dos enrolamentos, devido às fortes intensidades que correspondem aos pontos 2 e
3, adicionandp-se ainda o problema de uma tensão muito reduzida na carga na zona compreendida entre os referidos
pontos.
Funcionamento: o gerador auto-excitado Shunt inicia o seu funcionamento graças ao magnetismo remanescente que
actua como f.e.m. induzida, dando origem a uma corrente de excitação do dínamo.
Para que este processo aconteça é necessário que se cumpram três condições:
1.- Exista magnetismo remanescente.
2.- O sentido de rotação e a polaridade do enrolamento de excitação gerem uma f.e.m. do mesmo sinal que a
produzida pelo magnetismo remanescente.
3.- A resistência de campo seja inferior a uma resistência característica para cada velocidade Rcpcrit (resistência
crítica). Este valor corresponde à linha de campo tangente à curva de magnetização (fig. 27).
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Quando a 1ª. Condição não se cumpre, é necessário magnetizar o gerador,
fazendo passar uma corrente de excitação adequada.
Não se verificando a 2ª. Condição, então tem que se inverter o sentido de
rotação do rotor, ou trocar a polaridade do enrolamento de excitação.
Para ser cumprida a 3ª. condição deverá ter-se o cuidado de que a resistência
de campo tenha um valor inferior ao crítico.
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No esquema de ligações (fig. 30) de um gerador de excitação mista de longa derivação com carga resistiva Rc
variável, verifica-se que:
as espiras do enrolamento de excitação colocado em série com o induzido criarão um fluxo maior quando Ii
aumenta, isto é, quando aumenta a corrente de carga, resultando então o aumento da tensão tal como sucede
com o dínamo série.
as espiras do enrolamento de excitação colocado em paralelo com o induzido contribuirão para a diminuição
com carga, como acontece com o dínamo Shunt.
Tendo em consideração o número de espiras e a ligação dos enrolamentos série e paralelo, assim poderemos obter
uma tensão que aumenta com a carga (excitação hipercompound), caso contrário, teremos um gerador com
excitação diferencial (fig. 30). Quando as f.m.m de ambos os enrolamentos são iguais (excitação equilibrada),
obtém-se uma tensão praticamente constante até determinados valores (elevados) de corrente.
Aplicações: São os dínamos mais utilizados, dada a grande vantagem de manterem a tensão constante ou
praticamente constante, sendo por isso utilizados como geradores, nomeadamente para alimentar circuitos de
corrente contínua para redes de iluminação, força motriz e de tracção eléctrica.
VIII. Balanço energético
Em qualquer processo de conversão de energia, as equações que p definem consideram por um lado as leis do
electromagnetismo e por outro a conversão de energia no seu conjunto. Assim, a energia de entrada ao sistema (caso
do motor eléctrico) é uma energia eléctrica absorvida de uma fonte alimentação. Toda essa energia não se traduz em
energia mecânica útil na carga de saída, já que existem perdas inerentes ao sistema que dão lugar a uma dissipação
energia sob a forma de calor não aproveitada e o possível aparecimento de uma cumulação energética do próprio
sistema (fig. 32).
A energia perdida ou dissipada transforma-se sob forma de calor, devido a três causas:
Efeito de Joule por aquecimento dos condutores ao serem percorridos pela corrente (perdas eléctricas)
Correntes induzidas no material ferromagnético do núcleo e por efeito de histerese (perdas magnética ou
perdas no ferro –pfe)
Efeito de fricção das partes mecânicas móveis da máquina (perdas mecânicas)
VIII.1.- Potência e Rendimento
A potência eléctrica total desenvolvida pelo induzido (Pe) do dínamo será o produto da f.e.m. induzida (E) pela
corrente total fornecida (I): Pe = E.I
Como nem toda a potência electrica é utilizada no circuito exterior, uma vez parte dela é dissipada por efeito de Joule
pela própria máquina (perdas por efeito de Joule no induzido e nas bobinas indutoras de excitação) Pj = Ri.I2 +
Re.Ie2, então a potência útil que o dínamo fornece ao circuito exterior (Pu) será: P = E.I – (Ri.I2 + Re.Ie2).
Sendo:
Ri – resistência do induzido
I – corrente total fornecida pela máquina
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Enquanto no dínamo série a corrente I=Ie, o mesmo não se verifica nos dínamos Shunt e Compound. A corrente
gerada (I) não são iguais, porque existe uma fracção de corrente (Ie) para o circuito de excitação.
VIII.2.-Potências e rendimento do motor de corrente contínua
A potência fornecida aos terminais do motor representa a potência eléctrica absorvida (Pa) pelo motor à rede de
alimentação (não inclui a potência necessária para a excitação do circuito indutor) e tem o valor: Pa = U.I
A potência que o motor transforma em mecânica, designada de potência transformada ou interna (Pm), será: Pm =
E´.I
Por sua vez, a potência transformada (Pm) entre o estator e o rotor não é totalmente aplicada no veio da máquina
(aplicada na carga), porque existem entretanto as perdas de origem mecânica (constantes para qualquer máquina
rotativa) e as perdas no ferro, pelo que a potência mecânica útil (Pu) será:
Pu = Pm – Pmec - Pfe
As perdas mecânicas dependem em cada máquina apenas da velocidade do rotor, pelo que este rodando a velocidade
constante apresenta valores constantes, não dependendo da corrente de carga (I). As perdas magnéticas, por sua vez,
são de dois tipos (perdas por histerese e por correntes de Foucold). O somatório das persas mecânicas e perdas
magnéticas (no ferro) designa-se por perdas constantes
Se considerarmos todas as perdas verificadas na máquina, resultantes da diferença entre as potências de entrada e
saída, teremos:
Pp = Pa – Pu Pu = Pa - Pp O rendimento 𝜂 da máquina será o quociente entre a potência útil ou
fornecida e a potência total absorvida:
𝜂 = Pu/Pa = (Pa - Pu)/Pa = 1 – Pp/Pa = Pu/(Pu+Pa)
A potência que vem indicada na chapa de características de um motor é sempre a potência útil nominal no veio,
sendo a intensidade a absorvida à rede de alimentação. A potência útil por sua vez pode ser medida no veio do motor
através de aparelhos adequados.
Problemas
1.- Um motor derivação apresenta os seguintes dados: resistência do indutor 110Ω; resistência do induzido 0.2Ω;
tensão de alimentação 220V; perdas constantes (no ferro mais mecânicas) 70W. Sabendo que o induzido é percorrido
por 75A, quando roda a uma velocidade de 1500 r.p.m., calcule:
a) A f.c.e.m.
b) A potência absorvida
c) A potência útil
d) O rendimento total
e) O binário útil
Resolução
a) E´= U-r.I = 220-0,2.75 = 205V
b) U = ri.i i = U/ri = 220/110 = 2 A
c) Pa = U.(I+i) = 220.(75+2) = 16940 W
d) Pu = E´.I-Pc = 205.75-700 = 14675 W
e) n = 1500 r.p.m. n= 25 r.p.s.
Mu = Pu/2𝝅.n = 14675/2𝜋.25 = 93,4 N.m
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Mn = Pu/2𝝅.n = 7350/2.𝝅.24,3 = 48 N.m
b) Ma = 2.Mn = 2.48 = 96 N.m
3.- Um motor –série roda a 1450 r.p.m., absorvendo uma corrente de 10 A, sob 220 V. A resistência do induzido é de
0,9 Ω, a do indutor é de 1,1Ω. Calcule:
a) A f.c.e.m.
b) O binário total produzido
c) A nova velocidade do motor, se o alimentarmos a 110 V, admitindo que a corrente e, por tanto, o binário
mantêm os mesmos valores
Resolução
a) E´= U- (ri+r) = 220-(1,1+0,9).10 = 200 V
b) Pm = E´.I = 200.10 = 2000 W; n=1450/60 = 24,2 r.p.s
M = Pm/2𝝅.n = 2000/2. 𝜋.24,2 = 13,2 N.m
c) E´= U- (ri+r) = 110- (1,1+0,9).10 = 90 V
Pm = E´.I = 90.10 = 900 W
n = Pm/2𝝅.M = 900/2. 𝜋.13,2 = 10,85 r.p.s. = 651 r.p.m.
4.- Um motor Shunt é alimentado a 115 V. A resistência do induzido é de 0,9 Ω. O induzido absorve 1,5 A em vazio
e 14 A em carga. Calcule o valor da f.c.e.m.
a) Em vazio
b) En carga
5.- O induzido de um motor –Shunt absorve, a plena carga, uma corrente de 12,2 A, sob 220 V. A resistência do
induzido é de 1 Ω. Qual deve ser o valor do reóstato de arranque de modo que a corrente de arranque não
ultrapassa 1,5 vezes a corrente nominal?
6.- Um motor –Shunt, alimentado a 110 V, fornece uma potência útil de 4KW, rodando a 1200 r.p.m. A resistência
do induzido é de 1 Ω e do indutor é de 65 Ω. O rendimento total do motor é de 80 %. Calcule:
a) A corrente total absorvida
b) A corrente no indutor
c) A corrente no induzido
d) O binário útil
R/. a) 50 A; b) 2 A; c) 48 A; d) 31,8 N.m
Aparelhagem eléctrica
Equipamentos de alta e média tensão
Muflas terminais primárias ou terminações
Basicamente existem três tipos de terminações que podem ser utilizadas tanto em meio externo como interno:
• Termocontratil
• Retrátil a frio
• Porcelana
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Retrátil a frio
Porcelana
Pára-raios
Os pára-raios instalados em subestações são destinados a proteger os equipamentos de um circuito contra surto de
tensão transitório de origem externa provocado por descargas atmosféricas e/ou sobretensões de origem interna
provocadas por manobras e chaveamentos
Cabo pára-raios: Situado acima de uma linha de transmissão aérea, tem como finalidade protegê-la contra descargas
atmosféricas directas.
Pára-raios do tipo haste reta (Franklin): Instalado na parte mais alta das construções, este tipo de pára-raios se
constitui de uma haste metálica que tem a função de captor do sistema de protecção contra descarga atmosférica em
uma edificação.
Pára-raios tipo válvula: É conectado na fase em seu lado superior e aterrado no lado inferior. Este tipo de pára-raios é
monofásico, portanto devemos instalar um por cada fase. Sob tensão nominal, o pára-raios mantém a isolação entre o
seu lado superior e o lado inferior, porém ao receber uma tensão.
Proveniente de descarga atmosférica, o pára-raios passa da condição de isolante para condutor, descarregando a
sobretensão existente e assim protegendo os equipamentos do circuito.
Disjuntores
São equipamentos destinados a interromper a corrente eléctrica de um circuito em condições normais, anormais ou
em curto-circuito.
Uma das funções do disjuntor é a extinção do arco eléctrico. Ao interromper a corrente eléctrica em um circuito, há
formação de arco eléctrico que é definido pela passagem da corrente eléctrica através do ar ou do meio isolante.
Como a rigidez dieléctrica (resistência) do ar ou meio isolante é maior que a do condutor, a passagem da corrente
eléctrica neste meio provoca uma elevada temperatura, da ordem de milhares de graus.
A intensidade do arco eléctrico do arco eléctrico depende da corrente da corrente que está percorrendo o circuito no
momento de sua interrupção e do tempo de abertura do circuito. A formação do arco eléctrico possui características
de uma explosão, com elevada energia térmica e acústica emitida. As altas temperaturas do arco eléctrico danificam
os contactos, isto provoca a necessidade de sistemas de extinção do arco eléctrico nos disjuntores.
A tecnologia empregada para a extinção do arco eléctrico é a característica que define o tipo de disjuntor. Os tipos de
disjuntores mais comuns são:
Grande volume de óleo (GVO)
Pequeno volume de óleo (PVO)
Gás.
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Vácuo
Disjuntor a óleo (PVO e GVO).
Disjuntores a gás
Disjuntores a vácuo
São disjuntores que utilizam o vácuo para extinção do arco eléctrico. Este é um
dos sistemas mais eficientes para extinção do arco eléctrico, pois no vácuo não há
decomposição de gases.
A câmara de extinção é um recipiente vedado que, se apresentar defeito precisa ser
substituída, pois devido a sua característica construtiva e alto vácuo existente no
seu interior, não é possível realizar manutenção em seus contactos internos,
entretanto a sua vida útil é muito longa.
Chaves seccionadoras
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São dispositivos destinados a realizar manobras de
abertura e fechamento de circuito eléctrico sem carga.
Geralmente as chaves seccionadoras utilizadas em
subestações são trifásicas com accionamento
simultâneo das três fases por intermédio de um
comando único.
Em subestações com tensão superior a 69 kV podem
ser encontradas chaves seccionadoras com abertura
central ou lateral e com accionamento manual ou
motorizado.
Existe um tipo de chave seccionadora que permite a
sua operação de abertura e fechamento quando há carga
no circuito desde que esta esteja dentro das condições
especificadas pelo fabricante. Destaca-se que este tipo
de equipamento não deve operar com corrente nominal
ou em situação de curto-circuito.
Chave fusível
A chave fusível ou chave indicadora fusível executa tanto a função normal de seccionador de circuito sem carga
quanto a protecção contra curto-circuito ou sobrecorrente pela queima do seu elo fusível interno.
Esta chave é accionada por meio de bastão de manobra e pode ser instalada com fusíveis de diversos valores de
corrente eléctrica dependendo da necessidade do local onde ela é utilizada.
As chaves fusíveis não devem ser operadas em carga devido à inexistência de sistema de extinção de arco eléctrico.
A sua operação somente em tensão é tolerável, o que é feito normalmente pelas distribuidoras. No entanto, com a
utilização de uma ferramenta chamada load buster, pode-se operar a chave fusível com o circuito a plena carga,
respeitando-se os limites da ferramenta mencionada.
Isoladores
São elementos que tem como função eléctrica isolar os condutores em relação a estrutura de suporte, devido a
diferença de potencial entre o condutor e a terra, ou outros condutores de fase. Mecanicamente devem ser capazes de
suportar esforços produzidos pelos condutores.
Os principais materiais utilizados na fabricação de isoladores são a cerâmica, o vidro, epóxi fibra de vidro e
poliméricos.
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Comandos eléctricos caracterizamos como dispositivos de accionamento e controle os componentes que auxiliam na
composição das lógicas de accionamento do circuito que chamamos de “Circuito de Comando”.
Dispositivos de protecção
São elementos intercalados no circuito com o objectivo de interromper a passagem de corrente eléctrica sob
condições anormais, como curto-circuitos ou sobrecargas. Os dispositivos de protecção mais comuns são:
Fusível: O princípio de funcionamento do fusível baseia-se na fusão do filamento e consequente abertura do
filamento quando por este passa uma corrente eléctrica superior ao valor de sua especificação. A figura 9 apresenta
um fusível tipo cartucho e seu símbolo. Temos ainda os fusíveis do tipo DIAZED, NH, etc, para maior capacidade de
corrente.
Os fusíveis geralmente são dimensionados 20% acima da corrente nominal do circuito. São Classificados em
retardados e rápidos. O fusível de acção retardada é usado em circuitos nos quais a corrente de partida é muitas
vezes superior à corrente nominal. É o caso dos motores Eléctricos e cargas capacitivas. Já o fusível de acção rápida
é utilizado em cargas resistivas e na protecção de componentes semicondutores, como o doido e o tiristor em
conversores estáticos de potência.
Disjuntor Termomagnético
O princípio de funcionamento do relê de sobrecarga baseia-se na dilatação linear de duas lâminas metálicas com
coeficientes de dilatação térmicas diferentes, acopladas rigidamente (bimetal). Quando ocorre uma falta de fase, esta
se reflecte num aumento de corrente, provocando um aquecimento maior e, consequentemente, um acréscimo na
dilatação do bimetal. Essa deformação acciona a abertura do contacto auxiliar que interrompe a passagem da corrente
para a bobina do contator, desacionando, com isso, a carga. Para ligar novamente a carga devemos
accionar manualmente o botão de rearme do relê térmico.
O relê térmico possui as seguintes partes principais:
− Contacto auxiliar (NA + NF) de comando da bobina do contator;
− Botão de regulagem da corrente de desarme
− Botão de rearme de acção manual;
− Três bimetais
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Partida directa com reversão de sentido de marcha
Quando existe a necessidade de realizarmos a inversão de rotação de um motor eléctrico trifásico devemos interagir
directamente em seu campo magnético girante e sabemos também que este campo magnético só existe em função da
defasagem de 120° entre as fases. Sendo assim deveremos realizar a inverter duas das três fases de alimentação deste
motor.
Observe que no diagrama de potência abaixo possuímos a alimentação do motor eléctrico a partir da alimentação
fornecida por L1, L2 e L3 e sendo disponibilizadas através dos contatores K1 e K2, obviamente, os dois dispositivos
nunca poderão estar ligados simultaneamente, caso isto ocorra teremos um curto-circuito gerado na saída dos
contatores K1 e K2 .
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Partida indirecta dos motores eléctricos trifásicos
Sabemos da preocupação em relação a corrente eléctrica no momento da partida de motores eléctricos trifásicos,
dependendo do motor podemos possuir uma variação de 6 a 8 vezes o valor de corrente nominal no instante da
partida, desta maneira, se torna viável realizar a partida dos motores através de manobras que tenha como objectivo
reduzir a corrente de partida, estamos falando então das Partidas Indirectas de Motor Eléctrico Trifásico.
Podemos considerar como principais sistemas de partidas indirectas as seguintes:
1. Partida Estrela Triângulo;
2. Partida por Autotransformador;
3. Partida por Aceleração Retórica;
4. Partida Electrónica (Soft Starter).
Lembre-se que no sistema de partida indirecta ao objectivo é sempre reduzir a corrente de partida e para isto, na
maioria das vezes, consideramos a redução da tensão eléctrica no motor eléctrico trifásico.
A grande vantagem na utilização deste sistema de partida é que neste caso o circuito empregado irá permitir a
redução da corrente de partida do motor eléctrico trifásico fazendo uso da redução da tensão de fase (A tensão em
cada uma das bobinas que compõe o motor).
Para realizar este feito contamos com no mínimo um motor de seis terminais e manipulamos o fechamento de suas
bobinas de maneira que exista a redução de sua tensão de fase.
Desta maneira teremos como resultado a redução da corrente de partida do motor eléctrico trifásico.
Vale lembrar que este sistema de partida será utilizado somente para iniciar o accionamento do motor e após o
tempo definido pelo temporizador teremos o motor sendo alimentado normalmente com o sistema realizando seu
fechamento em triângulo.
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Partida estrela triângulo com reversão
Mantém-se o conceito de inversão de fase para que seja possível a inversão da rotação do motor eléctrico trifásico
quando utilizado a partida estrela triângulo, observe que os contatores K1 e K2 serão os responsáveis por tal feito.
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FECHAMENTO TRIÂNGULO FECHAMENTO ESTRELA
Em mais uma tentativa de reduzir a corrente de partida do motor eléctrico trifásico teremos a partida por
autotransformador que também realizará a redução da tensão de alimentação do motor eléctrico no instante da
alimentação, este nível de tensão poderá ser de, normalmente, 65 ou 80% da tensão nominal. Respectivamente
teremos a redução da corrente de partida para 42% e 64% da nominal.
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Vale lembrar que a partida por autotransformador será aplicada a um motor eléctrico trifásico quando não for
possível a utilização da partida estrela triângulo. Conhecendo as características da partida em questão podemos
compor a seguinte tabela:
Neste exemplo possuímos dois contatores (K4 e K5) responsáveis pela inversão de duas fases de alimentação do
circuito, permitindo assim a reversão de rotação do motor eléctrico comutado a partir deste sistema de partida.
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