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Perspectivas futuras pra Smart Grid

O futuro do sistema de energia elétrica inclui muitos pontos de mudança


introduzidos pela modernização do sistema. Os pontos mais fortes considerados aqui
incluem o cliente, a rede de distribuição e a rede de transmissão do sistema. As
empresas de distribuição terão que lidar com clientes mais conscientes das
possibilidades oferecidas pelo mercado, que terão essa resposta online. Estas
possibilidades incluem tarifas flexíveis com preços competitivos; geração de energia
local; suporte a programas de energias renováveis; programas de economia de energia;
geração pelo lado da demanda; e serviços de comunicação e de faturamento [Bayod-
Rújula 2009]. Além disso, os eletrodomésticos poderão receber, em tempo real, o preço
da energia via rede de comunicação. Com isso, os próprios dispositivos poderão
aperfeiçoar o seu nível de consumo de acordo com o preço atual de energia [Li and
Zhang 2010]. Dessa forma, a eficiência na utilização da energia aumenta e o consumo é
reduzido, o que ajuda a combater a crise de recursos energéticos.

As aplicações de automação residencial e de gerenciamento de energia


residencial tendem a crescer e a incorporar novas funcionalidades. A tecnologia de rede
usada para automatizar uma casa terá que coexistir com a rede de comunicação com a
concessionária. Existe ainda uma grande discussão sobre qual tecnologia deverá ser
usada para a rede que irá interligar casas inteligentes, concentradores e medidores
inteligentes.

No lado da demanda, o uso de aparelhos inteligentes, a adoção de veículos


elétricos e a geração distribuída fazem com que o perfil de carga do consumidor seja
variado [Simmhan et al. 2013]. Os dados gerados do lado da demanda deverão ser
filtrados e tratados a fim de gerar informação útil para as concessionárias [dos Santos
2014].

A rede de distribuição será muito mais ativa. A GD (Geração Distribuída)


poderá ser conectada às redes de distribuição ou ainda em redes de transmissão, e o
controle deverá ser coordenado. A função da rede de distribuição ativa é interligar de
forma eficiente as fontes geradoras de energia com a demanda dos consumidores,
permitindo uma operação em tempo real. A estrutura deste modelo é baseada no
aumento da conectividade do sistema, como ilustrado na Figura 1. Os tipos de geração
deverão ser iniciados ou deixados em standby de acordo com o mercado de energia e
com o controle da rede.

Figura 1 – Geração Distribuida


A necessidade de supervisão dessa rede aumenta já que o equilíbrio entre oferta
e demanda também chamado de balanceamento de carga, é essencial para um
fornecimento estável e confiável de eletricidade. A rede deverá interagir com o
consumidor e para isso o nível de controle necessário é muito maior do que em sistemas
de distribuição atuais. Além disso, essa rede precisará ser protegida, e proteção requer
tecnologias de custo competitivo, bem como novos sistemas de comunicação com mais
sensores e atuadores do que no sistema de distribuição atual [Bayod-Rújula 2009]. O
uso de tecnologia da informação, comunicação e infraestruturas de controle serão
necessárias devido ao aumento da complexidade de gerenciamento do sistema. O
controle poderá ser distribuído em microgrids e Virtual Power Plants (VPPs) para
facilitar a gestão do sistema e sua integração tanto no sistema físico como no mercado
[Bayod-Rújula 2009].

A GD (Geração Distribuída) tem características diferentes das plantas


tradicionais. As fontes de energia renováveis apresentam maior intermitência. Um
painel solar, por exemplo, não gera energia durante a noite. Esse modelo deverá ser
tratado com o apoio de tecnologias e sistemas inteligentes de previsão de
comportamento para tomar ações benéficas para o sistema.

As redes de transmissão de longa distância estão sendo equipadas com Unidades


de Medição Fasorial (Phasor Measurement Units (PMU)) para detectar e prevenir falhas
em cascata. E uma rede robusta será necessária para compartilhar esses dados. Em todas
as partes das redes elétricas inteligentes, o futuro do sistema depende fortemente de uma
rede de comunicação eficiente, escalável, robusta, flexível e segura. Ressalta-se que a
migração bem sucedida para um futuro sistema de energia sustentável envolve não só as
empresas de transmissão, de distribuição e geração, mas sim todos os interessados:
governos, entidades reguladoras, consumidores, geradores, comerciantes, fornecedores
de equipamentos de energia, prestadores de serviços de telecomunicações, etc. Todos os
interessados precisam se envolver para alcançar o sucesso das redes elétricas
inteligentes. Além disso, algumas ações são necessárias: a exploração contínua de novas
fontes de energia e investimento em desenvolvimento de recursos renováveis; a
modernização das instalações e equipamentos no sistema de energia elétrica; a inclusão
e aumento da geração distribuída de energia, das fontes de energia renováveis, e do
armazenamento de energia; a inovação das tecnologias de informação e comunicação; a
integração com a infraestrutura legada e a motivação e participação por parte dos
consumidores.

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