UC de Conversão de Energia e Máquinas Elétricas

Unid. 5 – Máquinas de Corrente

Contínua
Rev. 0 – Inicial.

João Marcos B. Dantas

Centro Universitário UNA

Belo Horizonte – Minas Gerais
 Características Principais
Máquinas de Corrente Contínua:
 Alimentação exclusivamente em corrente contínua
 Controle de velocidade fácil e preciso
 Torque em ampla faixa de velocidade
 Viabilidade reduzida devido a emprego de conversores
estáticos em motores de indução
 Custo elevado devido a sua construção, manutenção
elevada
 Alta corrente de partida
 Construção – Máquina CC

Estator: Pólos
Salientes
Comutador e
escovas

Rotor
Bobinado
 Construção – Máquina CC

Estator:
• Comporta o enrolamento de
campo, alojado sob as sapatas polares;
• Campo magnético estacionário, alimentado em
corrente contínua;
• Para pequenas máquinas podem ser utilizados imãs
permanentes;
 Construção – Máquina CC

Estator:
• Pode comportar enrolamentos:
 Excitação principal;
 Comutação;
 Compensação;
 Construção – Máquina CC
Estator - Enrolamentos:
• Excitação principal: Junto ao núcleo, forma as
sapatas polares. Produz o campo principal da
máquina, contínuo em tempo e espaço.
• Comutação (interpólos): Em conjunto com os
pólos de comutação, tem a função de
neutralizar o efeito da armadura sobre o
comutador/escovas (centelhamento);
• Compensação: Alojados em ranhuras sobre
os pólos principais. Função de eliminar os
efeitos de campo da armadura sob o estator.
Presente em máquinas de grande porte;
 Construção – Máquina CC
Rotor:
• Comporta o enrolamento de armadura (bobinado), composto
por várias bobinas em série;
• Aplicação (ou geração) de corrente contínua CC;
• Núcleo ferromagnético de ranhuras.
• Retificação por meio do comutador.
• Conexão à parte externa por meio de
escovas sob o comutador
 Funcionamento – Máquina CC
Princípio Básico Gerador (leis Faraday-Lenz):

e=B⋅L⋅v
 Funcionamento – Máquina CC
Princípio Básico Motor (lei Ampére):
 Funcionamento – Máquina CC
Máquina sem comutador
 Funcionamento – Máquina CC
Máquina com comutador – 1 bobina/par de lamelas
 Funcionamento – Máquina CC
Efeito da reação de armadura – Deslocamento do plano neutro

Sem a influência da corrente

de armadura, temos o plano
neutro, tensão induzida igual
a zero. Ponto sobre as escovas
(comutação em tensão zero).
 Funcionamento – Máquina CC
Efeito da reação de armadura – Deslocamento do plano neutro

À medida que temos a

influência da corrente de
armadura, temos um fluxo de
reação desta no eixo em
quadratura.
Em dada posição o fluxo da
armadura é a favor do fluxo
do enrolamento de campo, e
dada posição é contrário.
 Funcionamento – Máquina CC
Efeito da reação de armadura – Deslocamento do plano neutro

O fluxo proporcionado pela corrente da armadura (que varia conforme

a carga), altera o fluxo resultante, deslocando o ponto de plano neutro
(ponto do enrolamento com tensão induzida igual a zero).
Como consequência ocorre comutação sob diferença de potencial,
gerando arcos, degradação das escovas/comutador, e surtos de tensão
(L di/dt), que comprometem o isolamento.
 Funcionamento – Máquina CC
Efeito da reação de armadura - Enrolamento de Interpólo/Comutação
São inseridos pequenos pólos com enrolamentos (interpólos) entre
os pólos principais, sobre os condutores em comutação.
Finalidade: cancelar o fluxo que provoca a tensão que está sendo
induzida nas bobinas em comutação.
Enrolamentos em série com a corrente de armadura (efeito
proporcional à carga).
 Consegue cancelar os efeitos L di/dt
 Cancela efeito do deslocamento do plano neutro de forma
eficaz apenas em máquinas de baixa potência
 Funcionamento – Máquina CC
Efeito da reação de armadura - Enrolamento de Interpólo/Comutação
 Funcionamento – Máquina CC
Efeito da reação de armadura – Enrolamentos de Compensação
Os efeitos de deslocamento do plano neutro informados
anteriormente trazem prejuízos mais severos em máquinas de
grande porte.
Enrolamentos de compensação: inseridos em ranhuras abertas nas
faces dos pólos fixos do estator.
Finalidade: cancelar os efeitos do fluxo de reação da armadura
produzido sobre os pólos do estator, que afetariam a comutação.
Enrolamentos em série com a corrente de armadura (efeito
proporcional à carga).
 Funcionamento – Máquina CC
Efeito da reação de armadura – Enrolamentos de Compensação
 Motor CC– Circuito Equivalente

Rf pode ser indicada como variável, estando em série com

um resistor variável para controle da corrente de campo.
Lf não possui efeito em CC, pode ser suprimida do circuito.
 Motor CC – Tipos e características

Motores de Corrente Contínua:

Alimentação e ligação dos enrolamentos determina a
característica e aplicação dos motores
 Excitação independente
 Derivação (paralelo, shunt)
 Série
 Composto (compound)
 Motor CC – Tipos e características

Motores de Excitação Independente e em Derivação:

Excitação Independente: fonte do circuito de campo
independente da fonte da armadura;
Derivação: Terminais da fonte alimentam ambos
enrolamentos, campo e armadura;
Comportamento é o mesmo entre ambos, considerando
que não é variada a tensão da fonte de alimentação.
Aplicação: onde necessita de baixa variação da velocidade
 Motor CC – Tipos e características

Circuito equivalente – Excitação Independente

 Motor CC – Tipos e características

Circuito equivalente – Excitação em Derivação

 Motor CC – Tipos e características

Conjugado e Velocidade – Excitação em Derivação

Aplicação: onde necessita de baixa variação da

velocidade com variação do torque
 Motor CC – Tipos e características

Controle de Velocidade – Excitação em Derivação

Observe que o fluxo promovido pelo
enrolamento de campo está no denominador.
Sem corrente de campo ω = infinito!
Rotor dispara até se danificar!!!

Meios de controle de velocidade no motor CC derivação:

 Controle da corrente de campo (fluxo – proporção inversa)
 Controle da tensão terminal de armadura (proporção direta)
 Resistor em série com armadura (proporção inversa – grande perda)
 Motor CC – Tipos e características

Motores de Excitação em Série:

Série: São colocados em série os enrolamentos de campo
e armadura, alimentados por uma única fonte. O fluxo
será proporcional à corrente de armadura.
São utilizados onde deseja-se torque elevado para baixas
rotações, e onde não haja possibilidade de operar sem
carga.
 Motor CC – Tipos e características

Circuito equivalente – Excitação Série

 Motor CC – Tipos e características

Conjugado e Velocidade – Excitação em Série

Aplicação: onde necessita de elevado torque em baixa

rotação/partida.
 Motor CC – Tipos e características

Controle de Velocidade – Excitação em Série

Observe que o torque está no denominador.
Sem necessidade de torque: ω = infinito!
Rotor dispara até se danificar!!!

Meios de controle de velocidade no motor CC série:

 Controle da tensão terminal de armadura (proporção direta)
 Resistor em série com armadura (proporção inversa – grande perda)
 Motor CC – Tipos e características

Motores de Excitação Composta:

Composta: Temos 2 enrolamentos de campo, onde um é
colocado em série com a armadura e outro em paralelo.
Todos os enrolamentos alimentados por uma única fonte.
Pode-se posicionar em diferentes polaridades um dos
enrolamentos de campo:
Polaridades iguais: Composto cumulativo/aditivo.
Polaridades diferentes: Composto diferencial/subtrativo,
máquina não aplicável.
 Motor CC – Tipos e características

Circuito equivalente – Excitação Composta

 Motor CC – Tipos e características

Conjugado e Velocidade – Excitação Composta Cumulativa

Existe uma componente de fluxo
constante (paralelo) e uma
proporcional à corrente de
armadura (série):
 Combina as melhores
características dos 2 modelos
 Conjugado partida
intermediário aos dois tipos.
 Não ocorre disparo do motor,
seja por eliminação do campo
ou à vazio.
 Motor CC – Tipos e características

Controle de Velocidade – Excitação Composta Cumulativa

Meios de controle de velocidade no motor composto cumulativo:

 Controle da tensão terminal de armadura (proporção direta)
 Controle da corrente de campo (fluxo – proporção inversa)
 Resistor em série com armadura (proporção inversa – grande perda)
 Motor Universal - Características
Motor Universal:
 Mesma construção de uma máquina CC
com os enrolamentos de armadura e
campo em série.
 Núcleos preparados para receber fluxo
alternado (corrente alternada).
 Funcionamento em CC ou CA com
características semelhantes (Motor
Universal).
 Motor Universal - Características
Motor Universal:
 Bastante utilizado em eletrodomésticos,
devido a características de baixo peso, baixo
custo, altas velocidades, elevado conjugado,
fácil controle de velocidade
 Baixa vida útil: comutador em CA;
 Motor Universal - Funcionamento

Motor Universal Primeiro semi-ciclo Segundo semi-ciclo

Circuito Equivalente 0-180o 180-360o
 Motor Universal – Desempenho

Alimentação CA x CC
 Torque, fluxo, pulsante com o dobro da frequência,
porém valor RMS tende a se aproximar do valor CC.
 Existência de reatâncias de campo e de armadura:
maior queda de tensão em CA, assim, menor tensão de
armadura.
 CA - valor RMS: porém valor de pico ( 2 x) ocorrerá
saturação, e fluxo resultante em CA menor que em CC
 Motor Universal – Desempenho
Conjugado x Velocidade
Tensão de armadura em CA: 𝐸𝑎 = 𝑉𝑡 − 𝑅 + 𝑗𝑋𝑎 𝐼
𝐸𝑎 = 𝐾𝜑 𝜔𝑚
Torque: 𝑇 = 𝐾𝜑𝐼 2
Em CA, devido às reatâncias, Ea é
menor: menor velocidade ωm
Em CA, devido à saturação, tem-se
menor fluxo eficaz: menor
conjugado T
Independente CA ou CC: alta
variação de T x ωm
 Motor Universal – Desempenho
Controle de Velocidade
Tensão de armadura em CA: 𝐸𝑎 = 𝐾𝜑 𝜔𝑚
𝐸𝑎 = 𝑉𝑡 − 𝑅 + 𝑗𝑋𝑎 𝐼
Melhor opção para variação da velocidade: tensão de alimentação
 Referências Bibliográficas

 DEL TORO, V. Fundamentos de Máquinas Elétricas.

Rio de Janeiro: LTC, 2009
 FITZGERALD, A. E. Máquinas Elétricas: com
Introdução Eletrônica de Potência. 6a. Ed. São Paulo:
Bookman, 2006
 KOSOW, I. Máquinas Elétricas e Transformadores. São
Paulo: Globo, 1993
 CHAPMAN, S. Fundamentos de Máquinas Elétricas. 5ª.
Ed. São Paulo: Bookman, 2013