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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI–ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ELETRICIDADE E MAGNETISMO

RELATÓRIO CONTENDO EXPERIMENTOS DE CARGA E DESCARGA DE


CAPACITORES, LEI DE LENZ E FARADAY E MOTO ELÉTRICO DE
CORRENTE CONTÍNUA

Alunos:
Fabrício Leite Alves
Joyce Cristhiny Almeida
Juliene Laís Morais dos Santos
Pedro Yago Tavares Fernandes

Orientadora:
Ana Tereza de Abreu Lima

Caraúbas-RN, abril de 2018

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RELATÓRIO CONTENDO EXPERIMENTOS DE CARGA E DESXARGA DE
CAPACITORES, LEI DE LENZ E FARADAY E MOTO ELÉTRICO DE
CORRENTE CONTÍNUA

Relatório apresentado à
Universidade Federal Rural do Semi-
Árido – UFERSA – Campus
Caraúbas, como requisito parcial
para a disciplina de Laboratório de
Eletricidade e Magnetismo.

Orientadora: Ana Tereza de Abreu Lima

Caraúbas-RN, abril de 2018

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SUMÁRIO

1. OBJETIVOS .................................................................................................4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................5

2.1 Carga e descarga de um capacitor.......................................................5

2.2 Leis de Lenz e Faraday..........................................................................6

2.3 Motor elétrico de corrente contínua.....................................................8

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................9

Experimento 09: Carga e descarga de Capacitores..................................9


Experimento 11: Lei de Lenz e Faraday...................................................10
Experimento 12: Motor elétrico de Corrente Contínua...........................11
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................12

4.1 Resultados e comentários – Experimento IX.....................................12

4.2 Resultados e comentários – Experimento XI ....................................20

4.3 Resultados e comentários – Experimento XII ...................................23

5. CONCLUSÕES ..........................................................................................27

BIBLIOGRAFIA/REFERÊNCIAS ....................................................................29

ANEXOS..........................................................................................................31

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1. OBJETIVOS

O presente trabalho tem o objetivo de discorrer sobre as práticas realizadas


no laboratório de eletricidade e magnetismo. Estas tiveram diversos conteúdos,
dentre eles, o estudo de carga e descarga de capacitores em circuitos do tipo
RC (Resistor – Capacitor), verificando como a corrente se comporta ao longo do
tempo nestes. Foi proposto, também, o estudo sobre as Leis de Lenz e Faraday,
analisando as correntes induzidas e os transformadores. Além da verificação da
força produzida pela indução magnética de cagas em movimento e avaliação do
funcionamento de um motor elétrico de corrente contínua.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Carga e descarga de um capacitor

Um circuito RC (Resistor-Capacitor), como o próprio nome explica, é dado


por um circuito composto de um capacitor e um resistor, na presença de uma
FEM (Força Eletromotriz).

Figura 1: Circuito RC. Fonte: Google


Imagens..

No circuito acima, o resistor e o capacitor estão ligados em série. Se a chave


for fechada em “a”, o circuito terá uma diferença de potencial fornecida por V,
uma resistência R e um capacitor com capacitância C que começará a carregar
conforme o tempo. Por outro lado, se a chave for fechada em “b”, haverá a
descarga do capacitor, pois este não estará mais ligado a uma bateria para
carrega-lo, e sim, apenas a um resistor.

Pela Lei das malhas, se o circuito é fechado em “a”, temos:

V - VR - VC = 0

E se fechado em “b”:

VR + VC = 0

Nesse quesito, sabendo que pela lei de Ohm V = R.i. Diferença de potencial
em um capacitor é Q = VC .C e que a corrente que passa pela malha é dada pela
dQ
razão da carga pelo tempo i = , é possível equacionar a carga e descarga dos
dt

capacitores no circuito.

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2.1.1 Equações de carga

dQ Q(t) ε
+ - =0
dt RC R

-t
Q(t) = Vcc (t).C = ε.C(1- e R.C )

-t
Vcc (t) = ε(1- e R.C )

2.1.2 Equações de descarga

dQ Q(t)
+ =0
dt RC
-t
Q(t) = Vcd (t).C = ε.C.e R.C

-t
Vcd (t) = ε.e R.C

2.2 Leis de Lenz e Faraday

Michel Faraday avaliou a variação de um campo magnético associado a uma


corrente. Mais tarde, o russo Heinrich Friedrich Lenz criou a lei que determina o
sentido da corrente induzida em uma espira. Nesta, ele afirma que o sentido da
FEM (força eletromotriz) associada se opõe à variação do fluxo magnético na
espira. Dessa forma, se houver diminuição do fluxo, a corrente irá gerar um
campo magnético com o mesmo sentido da fonte. Em contrapartida, se houver
um aumento nesse fluxo magnético, a corrente gerará um campo oposto ao
sentido do fluxo da fonte.

2.2.1. Lei de Faraday

A lei de Faraday observa que a relação entre a força eletromotriz induzida em


uma espira e a variação do fluxo magnético nesta. Ou seja, “O valor da força
eletromotriz induzida em uma espira de área A é igual à taxa de variação do fluxo
magnético através dessa espira.” Equacionando:
6
O sinal negativo da equação tem relação com a Lei de Lenz que trata do
sentido da corrente. Neste quesito, é imprescindível falar sobre os
transformadores de tensão, que são dispositivos com a função de aumentar ou
diminuir os valores de tensão, conforme o desejado. O seu funcionamento é
basicamente a criação de uma corrente induzida a partir da variação do fluxo.

As tensões são proporcionais ao número de espiras, logo:

Onde: Up é a tensão no primário;

Us é a tensão no secundário;

Np é o número de espiras do primário; e

Ns é o número de espiras do secundário.

2.2.2 Lei de Lenz

A lei de Lenz diz respeito ao sentido da corrente em relação à variação do


campo, ela diz que a corrente induzida tem sentido oposto ao da variação do
campo. Dessa forma, se a variação for positiva, a corrente irá no sentido anti-
horário. E se esta for negativa, a corrente terá sentido horário.

Figura 2: Aproximação e afastamento de


um ímã a uma espira. Fonte: Educação
UOL.

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Na figura acima é perceptível o conceito da lei de Lenz, pois ao aproximar
o ímã da espira em (A), a corrente está no sentido anti-horário, logo é gerado um
campo oposto ao do ímã. Em (B) ocorre o contrário, ao afastar o ímã da espira,
uma corrente no sentido horário é induzida e novamente é gerado um campo
magnético oposto ao campo do ímã.

2.3 Motor elétrico de corrente contínua


2.2.1. Fio condutor

O campo magnético B atua sobre um fio retilíneo L, percorrido por uma


corrente i de forma perpendicular. Matematicamente:

F = iLB sin θ

Onde F é a força que atuará sobre o condutor e θ é o ângulo entre fio condutor
e o vetor campo magnético.

2.2.2. Motor de corrente contínua

Muitos motores elétricos funcionam com base na rotação das forças que
atuam nas espiras em um campo magnético.

Figura 3: Espira em um campo elétrico.


Fonte: Google Imagens.

A espira retangular acima está imersa em um campo magnético B, nesta,


está passando uma corrente i, dessa forma, está presente também uma força
magnética. Nos motores de corrente contínua, a inversão da corrente ocorre
através de um anel metálico condutor.

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3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Experimento 09: Carga e descarga de Capacitores

1.1. Inicialmente foi montado o circuito de acordo com a figura abaixo,


composto por uma fonte de tensão, um resistor, um capacitor e um
voltímetro. Foi observada a polaridade do capacitor e diversos outros
fatores;

Figura 4: Circuito no qual foi reproduzido.


Fonte: Roteiro.

1.2. O circuito foi submetido a uma tensão de ɛ = 5,0 V, o resistor possui uma
resistência R de 150 000 Ω e o capacitor uma capacitância de 1000 μF;
1.3. Em seguida, com o capacitor descarregado, foi observado o tempo, com
o cronômetro, que o capacitor levaria para atingir algumas tensões
indicadas na tabela;
1.4. Após finalizar cada medida, deve-se descarregar o capacitor, ligando a
chave “s” em “b”;
1.5. Logo em seguida, foi montado o circuito de acordo com a figura abaixo
contendo os mesmos componentes que o circuito anterior. A tensão
continua sendo de ɛ = 5,0 V. Foi iniciado o experimento com o capacitor
carregado com 5,0 V, com a ajuda de um cronometro foi medido quanto
tempo o capacitor leva para descarregar;

Figura 5: Circuito no qual foi reproduzido


em sala. Fonte: Roteiro.

9
1.6. Após finalizar essas medições o capacitor foi novamente carregado até
obter uma tensão de 5,00 V para iniciarem novas medidas.

Experimento 11: Lei de Lenz e Faraday

2.1. Inicialmente foi conectada uma bobina de 600 espiras a um amperímetro


na escala de 2mA. É importante lembrar que o terminal 1 estava
conectado no multímetro. A bobina estava posicionada de maneira que
seus fios conectores estavam na parte de cima;
2.2. Em seguida começou a aproxima e afastar o imã da bobina, sempre
seguindo uma linha reta do eixo da bobina, como mostra a figura abaixo.
Observou-se uma mudança no sinal quando havia o movimento.

Figura 6: Esquema mostrando o


movimento de bastão. Fonte: Roteiro.

2.3. Após ser concluída essa primeira parte do experimento, foi montando um
circuito conforme a figura abaixo orienta, Foi utilizada duas bobinas, uma
com 150 e outra com 300 espiras, N1 e N2, respectivamente. Os bornes A
e 2 foram conectados á saída de 20 V AC, que se encontra na parte de
trás da fonte.
2.4. Logo em seguida foi conectado uma chave S e foi observado o valor da
tensão nos bornes 1 e 2, e também nos bornes 3 e 4.

Figura 7: Circuito que foi reproduzido em


sala. Fonte: Roteiro.

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Experimento 12: Motor elétrico de Corrente Contínua

3.1. Inicialmente a bobina foi girada lentamente com a mão, nos casos em que
ela não fez o movimento foi usado um ohmímetro com a função de
determinar se há situações em que a corrente elétrica pode ou não circular
no circuito;
3.2. Foi montado o sistema do motor elétrico de corrente contínua, com o polo
Norte do imã (cor vermelho) na parte de cima. Foi aplicado uma
determinada corrente elétrica pelo terminal I. É importante lembrar que o
isolante vermelho da bobina deve encontrar-se ao lado do terminal I.
3.3. Logo em seguida, foi aplicado uma tensão DC de 1,0 V na bobina, que
teve seu movimento estimulado por um giro. Isso ocorre devido ao fato de
que a bobina irá sair do repouso, e vai girar por si só.

Figura 8: Aparato experimental. Fonte:


Roteiro.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta nova etapa serão mostradas realmente todos os resultados obtidos


experimentalmente em laboratório, assim como também serão respondidas
algumas questões apresentadas nos roteiros de aula.

É importante dizer que a ordem de apresentação dos resultados serão,


respetivamente, pelo mesmo critério que vem sendo utilizado em todo o trabalho.

4.1 Resultados e comentários – Experimento IX

Foi montado o circuito (figura 1) composto por uma fonte de tensão, um


resistor, um capacitor e um voltímetro associado. Nesse circuito uma chave “s”
foi inserida, sendo que, a chave ligada em “a” carrega o capacitor e a chave
ligada em “b” descarrega o capacitor.

Figura 1 - Circuito Montado

Figura 9: Aparato experimental. Fonte:


Roteiro.

Neste experimento os valores de capacitância e resistência dos


componentes usados foram: para o capacitor uma capacitância de C = 1000µF
e para o resistor uma resistência de R = 100000Ω.

Para o início do experimento foi procedido a carga do capacitor


relacionando as respectivas tensões de carga com o tempo. Iniciando sempre
com o capacitor descarregado, foi analisado o tempo necessário (medido em
cronômetro digital) para que o capacitor estudado C obtivesse certas voltagens
Vc. Os resultados obtidos estão exibidos na tabela abaixo:

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Tabela 1 – Carga de um capacitor na placa.
VC (V) t (s)
0,0 0
0,5 15
1,0 32
1,5 52
2,0 77
2,5 115
3,0 163
3,5 290
Fonte: Laboratório de Eletricidade e Magnetismo.

Posteriormente foi executada a descarga do capacitor. Foi utilizado o


circuito (mostrado na figura 2) e os mesmos componentes utilizados inicialmente.
A tensão utilizada foi novamente de 5 V e foi dado início ao processo de
descarregar o capacitor.

Figura 2 - Circuito Montado.

Figura 10: Aparato experimental. Fonte:


Roteiro.

Iniciou-se com a tensão já determinada anteriormente ligando a chave “s”


diretamente em “a”. Assim, com o cronômetro, foi medido o tempo que leva para
descarregar até a tensão indicada ligando a chave em “b” (tabela 2).

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Tabela 2 - Descarga de um Capacitor em placa.
VC (V) t (s)
3,5 0
3,0 22
2,5 49
2,0 83
1,5 128
1,0 192
0,5 300
0 960
Fonte: Laboratório de Eletricidade e Magnetismo.

A linearização de dados torna possível analisá-los de maneira mais


simplificada. A obtenção da equação da reta permite efetuar o estudo das
variáveis correlacionando-as tanto física quanto matematicamente. Desta forma,
com o intuito de facilitar a compreensão dos resultados referentes a este
procedimento experimental, foram efetuadas as linearizações convenientes dos
dados (anexo 1).

Foi possível determinar a função afim que define a tensão de carga de um


capacitor em função do tempo (tabela 1):

y1 = 0,1178x + 0,6545

Bem como, a função que define a tensão de descarga do mesmo capacitor


(tabela 2):

y2= - 0,0031x + 2,42

As equações obtidas para ambas às situações, mais especificamente os


sinais de cada equação, demonstra a relação estabelecida entre as variáveis. y1
apresenta um coeficiente angular positivo, o que determina uma reta crescente
evidenciando a proporcionalidade entre as variáveis. y2, por sua vez, com “a”
negativo, reafirma o já observado empiricamente: na descarga do capacitor, há
queda de tensão até que seja alcançada a tensão pretendida.

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Os gráficos abaixo foram construídos com base nos dados exibidos nas
tabelas 1 e 2, buscando ilustrar a correlação das variáveis analisadas na carga
e descarga do capacitor. Concomitantemente, estão sendo ilustradas as retas
linearizadas que descrevem os dois processos.

Gráfico 1 – Tensão de Carga em função do tempo

4
3,5
3
2,5
y = -0,0031x + 2,4157
2
Tensão (V)

R² = 0,6277
1,5
1
0,5 Tensão
Valores Y
0 Linear
Reta(Valores Y)
linearizada
lineazida
-0,5 0 500 1000 1500

-1
t (s)

Gráfico 2 – Tensão de descarga em função do tempo

4,5
4
y = 0,0118x + 0,6542
3,5 R² = 0,854
3
Tensão (V)

2,5
2 VC (V)
1,5 Linear (VC (V))
1
0,5
0
0 100 200 300 400
t (s)

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No momento inicial, o tempo de carga de um capacitor ocorre de maneira
rápida. Entretanto, à medida que o tempo passa, a tensão aumenta e o fluxo de
cargas torna-se mais difícil maximizando consideravelmente o tempo para obter-
se uma mesma variação de tensão tida inicialmente. No processo de descarga,
o processo análogo ocorre.

A análise dos processos de carga e descarga do mesmo capacitor foi


analisada também no protoboard. As tabelas 3 e 4 abaixo expressam os
resultados alcançados:

Tabela 3 – Carga do Capacitor no Protoboard


VC (V) t (s)
0 0
0,5 13
1,0 27
1,5 43
2,0 62
2,5 84
3,0 112
3,5 150
Fonte: Laboratório de Eletricidade e Magnetismo.

Tabela 4 - Descarga do Capacitor no Protoboard


VC (V) t (s)
3,5 0
3,0 19
2,5 41
2,0 67
1,5 102
1,0 150
0,5 235
0 720
Fonte: Laboratório de Eletricidade e Magnetismo.

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Verifica-se uma relativa discrepância quanto ao tempo para a efetivação
dos dois procedimentos no protoboard quando comparados aos resultados
explanados anteriormente nas tabelas 1 e 2. Isso se deu, majoritariamente, pelas
distintas resistências presentes nos dois sistemas. A resistência no protoboard
mostrou-se consideravelmente menor (R = 105 Ω) quando comparada à da placa
(R = 1,5 × 105 Ω), interferindo nos tempos para a carga e descarga do dispositivo.

Uma maneira de estabelecer um comparativo entre ambos é por intermédio


do cálculo da constante de tempo. Essa constante é dada pelo produto entre a
resistência e a capacitância. Com a Capacitância constante e igual a 1000 μF,
obteve-se que a constante de tempo para a placa foi equivalente a 150 ΩF e
para o protoboard 100 ΩF.

Através da chave “s” que está ligada em “a” para o processo de carga do
capacitor e da chave “s” quando está ligada em “b” para o processo reverso
(descarga) do capacitor, pode assim, determinar a equação para ambos os
casos da corrente I(t) que passa pelos circuitos.

No primeiro caso (chave “s” ligada em “a”): ocorre o processo de carga


do capacitor e para isso pode utilizar a lei de Kirchhoff:
Pela lei das malhas, pode-se aplicar a mesma para qualquer determinado
tempo t. Analisando a malha, tem-se:
Q
ԑ = Ri +
C
Adotando teoricamente que:
dQ
i=
dt
Com a equação da corrente i, se substituirmos na primeira equação, tem-
se que:
dQ Q
ԑ=R +
dt C
ԑ dQ Q
= + (1)
R dt RC
Com o coeficiente Q, pode-se dizer que:
1 t
dt
u(t) = ∫ eRC = eτ

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*RC é a constante de tempo dado por 𝜏.
Multiplicando todos os termos de (1) por u(t), tem-se:
ԑ t dQ t Q t
eτ = eτ + eτ
R dt RC
d t ԑ t
[Qeτ ] = eτ
dt R
t ԑ t
Qeτ = ∫ eτ dt
R
t ԑ t
Qeτ = τeτ + k
R
t ԑ t
Qeτ = RCeτ + k
R
t t
Qeτ = ԑCeτ + k
-t
Q(t) = ԑC + ke τ (3)
Como Q(0) = 0, encontra-se K:
-0
0 = ԑC + ke τ
c = -Kc

Assim (3) será dado por:


-t
Q(t) = ԑC - ԑCe τ
-t
Q(t) = ԑC (1 - e τ ) (4)

Agora é determinado a tensão no capacitor:


Q(t)
Vc (t) =
C
-t
ԑC (1 - e τ )
Vc (t) =
C
-t
Vc (t) = ԑ (1 - e τ ) (5)

E essa tensão no resistor pode ser escrita como:


VR (t) = ԑ - Vc (t)
-t
VR (t) = ԑ - ԑ (1 - e τ )

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-t
VR (t) = ԑ (e τ ) (6)

Portanto, a corrente I(t) do circuito é dada por:


VR (t)
I(t) =
R
-t
ԑ (e τ )
I(t) =
R

No segundo caso (chave “s” ligada em “B”): ocorre o processo de


descarga do capacitor e sabe-se que para este
ԑ dQ Q
= + =0
R dt RC
VR + VC = 0

Utilizando os métodos anteriores podemos determinar que:


-t
Q(t) = keC τ

Sabendo que Q(0)=CVC em que VC = ԑ:


-t
Q(t) = C.ԑ.e τ
-t
Vc (t) = ԑ (e τ )

-t
VR (t) = -ԑ (e τ )

E a corrente:
-t
-ԑ (e τ )
I(t) =
R

19
4.2 Resultados e comentários – Experimento XI

Ao conectar a bobina de 600 espiras ao amperímetro na escala de 2 mA


DC foi aproximado e afastado, em linha reta, um ímã sobre o sistema para
verificar a interação entre ambos. A tabela 5 abaixo exibe os resultados obtidos.

Tabela 5 – Interação bobina-ímã


Direção do ímã Movimento Sinal da Fluxo
corrente
Polo Norte Aproximando - Sim
Afastando + Sim
Polo Sul Aproximando + Sim
Afastando - Sim
Fonte: Autores.

Ao aproximar os polos do ímã no interior da bobina produz a maximização


do fluxo magnético e induz a produção de corrente no sistema. Quanto maior for
à velocidade pela qual há a inserção do ímã maior será a variação da direção do
campo magnético. Os sinais de + e – expostos na tabela indicam a alternância
periódica da corrente, denominada de corrente alternada. Toda corrente induzida
é derivada da variação do fluxo magnético de indução, logo se a corrente
induzida for nula não ocorre à variação de fluxo magnético, ou seja, o mesmo
também será nulo.

Foi montado um circuito (mostrado na


figura ao lado) com as bobinas nos valores de
números de espiras de N1 = 300 e N2 = 600,
para primário e secundário. Com isso foi
possível verificar as medidas de tensões na
entrada (Vp) e saída (Vs). Os valores medidos Figura 11: Aparato experimental. Fonte:
Roteiro.
foram:

Vp = 20,6 V e Vs = 40,9 V

20
Com esses valores encontrados, é possível comparar as tensões medidas
com as tensões teóricas, a partir da equação:

N2
V2 = V1
N1
Sendo, V1(teo) = 20,4 V:

600
V2 = 20,4 V
300
V2 = 48,8 V
O fato da pequena diferença entre o resultado da tensão V2 obtido
teoricamente e experimentalmente, pode ser explicado devido a erros do
equipamento utilizado, a interferência de algum fenômeno ou até mesmo um erro
no manuseio na hora do experimento. Contudo, o resultado em si foi próximo do
esperado.

Sabe-se que a corrente sendo alternada é gerada uma indução


magnética, na qual é criada uma tensão que passa pelo circuito. Com isso,
ocorre a variação do campo magnético. A corrente sendo contínua, essa indução
não é gerada e, consequentemente, não há variação do campo ⃗⃗B.

Utilizando a fórmula:
dΦb d
Ɛ=- =- [ ∫ ⃗⃗B . d . ⃗⃗A]
dt dt
Poderemos ver que o potencial na bobina, neste caso, é nulo.

Sabendo que a barra tem como principal finalidade de diminuir ao máximo


a dissipação do fluxo, incrementando e concentrando o fluxo magnético através
das bobinas. Logo, ao retira a barra haveria alguma perca e dissipação da
tensão, então esta grandeza física irá diminuir.

Sabendo que n = 200 espiras, R = 4,0 Ω, como o lado tem 18 cm, teremos
que o cálculo da área é:

A = (0,18 m)2 = 0,0324 m2

⃗⃗ e B
Como o ângulo entre A ⃗⃗ = 0. Como neste caso temos um campo
uniforme, teremos:

21
ΦB = ⃗⃗B.A
⃗⃗ → ΦB =B.A. cos θ

dΦB d( B.A. cos θ ) dΦB dB


= → =A. cos θ .
dt dt dt dt

dΦB ( 0,5 )
=(0,0324).(1).
dt ( 0,8 )

dΦB
= 0,0203
dt

Sabendo que:

dΦB - 0,0203 T.m2


ε=- = = - 0,025 V
dt 0,8 s

Agora, calculando a corrente, teremos:

ε - 0,025 V
ε = i.R → i = = → i = - 6,53 mA
R 4Ω

22
4.3 Resultados e comentários – Experimento XII

Ao induzir o giro da bobina do aparato experimental observou-se que o


dispositivo saiu do repouso e continuou o movimento de rotação por decorrência
da variação do fluxo gerado pela corrente que percorre o circuito. A interação da
corrente elétrica e do campo magnético ⃗⃗B produzido pelos ímãs irá exercer um
torque devido à força magnética existente.

Se o sentido de giro não fosse o correto, a bobina iria apresentar uma certa
resistência e iria parar. Assim, bastaria impulsionar a mesma no sentido oposto
e ela começaria a funcionar.

A figura abaixo mostra o experimento sendo executado, e nela pode-se


ver o sistema funcionando:

Figura 12: Bobina girando. Fonte: foto


feita pelos próprios alunos.

O sentido do giro é determinado pela posição dos polos Norte-Sul dos


ímãs tendo em vista que estes irão definir o comportamento das linhas de
indução do campo magnético. No experimento, foi analisada a rotação da bobina
no sentido horário, o que pode ser justificado pelo sentido de atuação do campo
(para baixo) visto que o polo norte do ímã se encontrava situado acima do polo
sul. A figura abaixo ilustra como ocorre a interação entre dois polos de
polaridades opostas (Figura 1).

23
Figura 1 – Polos de polaridades opostas e as linhas de campo.

Fonte: Lana, C. R. (2013).

Considerando a bobina contida no plano xy e a corrente realizando a


trajetória do circuito no sentido horário, é possível afirmar que vetor μ
⃗ apresenta
direção -k̂ , ou seja, encontra-se entrando no plano xy. A força magnética que é
exercida na bobina age perpendicularmente entre a mesma e o campo. Uma vez
que a corrente em cada lado da bobina apresenta sentidos distintos, a força em
cada lado também apresentará sentidos opostos. O torque τ, por sua vez, como
afirmado anteriormente, agirá no sentido horário. A figura abaixo ilustra o
esquema vetorial do sistema analisado com uma vista em perspectiva e a
consideração realizada quanto a sua inserção no plano xy para a determinação
do vetor momento dipolar μ
⃗.

Figura 2 – esquema vetorial do sistema.

Fonte: Autores

Caso a corrente DC permanecesse circulando pelo sistema a bobina


continuaria realizando as rotações com uma velocidade considerada constante

24
até que houvesse uma interrupção externa ou uma interrupção por decorrência
de danos internos.

O vetor momento magnético de dipolo pode ser determinado (equação 1),


em módulo, sabendo-se a quantidade de espiras (n) pelas quais a bobina é
formada, pela intensidade da corrente (i) fornecida e conhecendo-se a área
interna (A) da mesma.

μ = niA ( equação 1)

Sendo 10 o número de espiras, pode-se afirmar que o momento do dipolo


ficará em função apenas da corrente e da área da bobina:

μ = 10iA (equação 2)

Uma bobina quadrada de lado igual a 0,05 m é formada por 20 espiras e


transporta uma corrente elétrica de 10 x 10 -3 A. Ao ser aplicado um campo
magnético de 0,5 T paralelamente à direção do vetor unitário (3/5 ; 0 ; 4/5), pode
ser calculado a (a) força magnética exercida em cada lado da espira e (b) o vetor
momento de dipolo magnético. Lembrando que o ângulo formado é de 90º, veja
abaixo a resultante desses cálculos:

(a) Primeiro entenda: Se o fio é colocado em uma região onde existe um


campo magnético, uma força magnética será exercida sobre as cargas,
logo, o fio sofrerá uma força resultante. Para o comprimento L do fio em
que se encontra numa região de campo magnético B e transporta consigo
uma corrente I, a força magnética é dada por:
F = I.L.B.senθ
F = (10 x 10-3 A).(0,05m).(0,5T).sen90º
F = 2,5 x 10-4 N
(b) Considerando os outros dados do problema, o vetor momento de dipolo
magnético é calculado pela seguinte fórmula:
μ = N.i.A
μ = (20).(10 x 10-3 A).(0,05m)²
μ = 5 x 10-4 Am²
 Na direção do vetor do vetor unitário = (3/5 ; 0 ; 4/5) = (0,6 ; 0 ; 0,8):
μ = 5 x 10-4 Am² . (0,6 ; 0 ; 0,8)

25
μ = ( 5 x 10-4 ; 0 ; 4 x 10-4 ) Am²

26
5. CONCLUSÕES

Experimento 09: Carga e descarga de Capacitores

Tornou-se notório, por intermédio do experimento “Carga e descarga de


um capacitor”, a grande particularidade dos circuitos do tipo RC tendo em vista
o seu princípio de funcionamento. A carga do capacitor se dá mediante a
aplicação de uma tensão proveniente da fonte geradora. Em contrapartida, o
processo de descarga ocorre com o auxílio de um resistor, que efetua a
dissipação de energia derivada do dispositivo. Os dados obtidos apresentam-se
coerentes e dentro das margens aceitáveis para o erro. Esses erros advêm,
sobretudo, da utilização inapropriada dos equipamentos úteis para a execução
da atividade.

Experimento 11: Lei de Leinz e Faraday

Com base no observado é possível afirmar que, em um condutor que


constitui um circuito fechado e que se apresenta inserido em um campo
magnético variável haverá o aparecimento de uma corrente elétrica induzida no
campo. Por decorrência do campo gerado pelos ímãs, à aproximação da bobina
interferiu no aumento do fluxo na mesma. Em contrapartida o afastamento do
ímã acarretou na diminuição do fluxo. A Lei de Faraday foi ratificada ao verificar
que só há o surgimento da corrente induzida na bobina se o campo magnético ⃗⃗B
apresentar essa referida variação no seu fluxo.

Experimento 12: Motor elétrico de Corrente Contínua

Com base no experimento “Motor elétrico de corrente contínua” foi


possível realizar a análise no que se refere às disparidades existentes entre os
tipos de ímãs, distinguindo um imã temporário e um imã permanente. Observou-
se também o funcionamento de um motor de corrente contínua, este por sua vez
gera um torque magnético que atua em um condutor, transportador de corrente
elétrica, que opera transformando-a em energia mecânica. Tornou-se clara

27
também a relação existente entre o torque e o número de espiras que compõem
uma bobina, sendo a grandeza diretamente proporcional ao número de espiras

28
BIBLIOGRAFIA/REFERÊNCIAS

Aplicação do Princípio da Indução Magnética: Gerador Elétrico. Disponível em:


<http://imaneodimio.com.br/titulo-destaque-rodape/>. Acesso em: 13 de abril de
2018.

EDUCAÇÃO UOL. Disponível em: <


https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/faraday-lenz-neumann-conheca-
algumas-leis-do-eletromagnetismo.htm/>. Acesso em 14 de abril de 2018.

Entenda o giro do motor elétrico e aprenda a inverter a rotação. Disponível em:


<http://blog.paraisodasbombas.com.br/entenda-o-giro-do-motor-eletrico-e-
aprenda-a-inverter-a-rotacao/>. Acesso em: 13 de abril de 2018.

INFO ESCOLA. Disponível em: <https://www.infoescola.com/eletronica/circuito-


rc/>. Acesso em 14 de abril de 2018.

NETTO, Luiz F. Motores elétricos. Disponível em:


<http://www.feiradeciencias.com.br/sala22/motor_teoria1.asp>. Acesso em: 13 de abril
de 2018.

SÓ FÍSICA. Disponível em:


<http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/InducaoMagnetica/lei
delenz.php>. Acesso em 14 de abril de 2018.

SÓ FÍSICA. Variação do Fluxo Magnético. Disponível em :<


http://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/InducaoMagnetica/vari
acaodofluxo.php>. Acesso em: 13 de abril de 2018.

SOARES, C. Disponível em:


<https://camilasoares.wordpress.com/2009/04/07/deducao-das-equacoes-de-
carga-e-descarga-dos-capacitores-utilizando-equacoes-diferenciais-de-
primeira-ordem/>. Acesso em 14 de abril de 2018.

UOL Educação. Faraday, Lenz, Neumann: Conheça algumas leis do


eletromagnetismo. Disponível em:
<https://educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/faraday-lenz-neumann-

29
conheca-algumas-leis-do-eletromagnetismo.htm>. Acesso em: 12 de abril de
2018.

30
ANEXOS

1. Cálculos de Linearização dos Dados.

1.1. Linearização dos dados da Tabela 1.

Tabela 3 – Tabela de Linearização dos dados de Carga.

X Y Xy x² y²
0 0,0 0 0 0
15 0,5 7,5 225 0,25
32 1,0 32 1024 1
52 1,5 78 2704 2,25
77 2,0 154 5929 4
115 2,5 287,5 13225 6,25
163 3,0 489 26569 9
290 3,5 1015 84100 12,25
744 14 2063 133776 35

Fonte: Autores

O coeficiente angular a pode ser encontrado a partir da equação abaixo:

n ∑ xy - ∑ x ∙ ∑ y
a=
n ∑ x² - (∑ x)²

Com auxílio da tabela 3, obtém-se que:

8 ∙ 2063 - 744∙14
a=
8 ∙ 133776 - (744)²

a = 0,01178
Efetuando os cálculos para estimar as médias de x e de y, que equivalem
respectivamente a:

∑ x 744
x̅ = = =93
n 8

31
∑ y 14
y̅ = = =1,75
n 8

Assim como, com base no valor obtido para o coeficiente angular a é


possível determinar o coeficiente linear b:

b= y̅ - ax̅

Logo,

b = 1,75 – 0,01178∙93

b = 0,6545

1.2. Linearização dos Dados da Tabela 2.

Tabela 4 – Tabela de Linearização dos dados de Descarga.

X Y Xy x² y²
960 0,0 0 921600 0
300 0,5 150 90000 0,25
192 1,0 192 36824 1
128 1,5 192 16384 2,25
83 2,0 166 6889 4
49 2,5 122,5 2401 6,25
22 3,0 66 484 9
0 3,5 0 0 12,25
1734 14 888,5 1074582 35

Fonte: Autores

Realizando o mesmo procedimento anterior para a obtenção dos coeficientes


que determinam à reta, obtém-se:

n ∑ xy - ∑ x ∙ ∑ y
a=
n ∑ x² - (∑ x)²

32
8∙888,5 - 1734∙14
a=
8∙1.074.582 - (1734)²

a = - 0,0031
Para b:

∑ x 1734
x̅ = = = 216,75
n 8

∑ y 14
y̅ = = =1,75
n 8

Assim,

b= y̅ - ax̅

b = 1,75 – ( – 0,0031)∙216,75

b = 2,42

33

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