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E3 - Lei de Ohm com resistor

Aldir Antonio e Gabriel Alves


Departamento de Fı́sica – Universidade Federal do Espirito Santo
Laboratório de Fı́sica Experimental III
e-mail: aldir.vasconcellos@edu.ufes.br e gabriel.teles@edu.ufes.br
21 de julho de 2023

Resumo

O comportamento de um material sob diferentes tensões foi investigado neste experimento. Os dados
experimentais foram coletados usando um resitor de carbono e instrumentos de medição, e os dados
foram analisados para determinar a relação entre corrente e tensão. Os resultados mostraram que
os dados experimentais seguiram a relação linear esperada entre corrente e tensão, dentro de uma
corrente e tensão máximas. Essas descobertas fornecem informações valiosas sobre o comportamento
do material que está sendo testado e podem informar pesquisas futuras nessa área. A precisão dos
resultados experimentais foi bem satizfatória, mas pode ter sido afetada por limitações dos instrumentos
de medição utilizados ou outros erros experimentais. Outros experimentos podem ser projetados para
resolver essas limitações e explorar ainda mais o comportamento do material sob diferentes condições.

Palavras Chaves— resistor, ôhmico, amperimetro, tensão, voltı́metro, corrente, temperatura, resistência

Introdução o princı́pio da conservação de energia mecânica a


um sistema fechado 1 , no caso de uma força ele-
Neste relatorio, examinamos a resistência e o com- trostática entre duas partı́culas não é diferente, o
portamento ôhmico dos resistores de carbono. Re- trabalho realizado por uma força eletrostática é:
sistores de carbono são comumente usados em cir-
cuitos eletrônicos para limitar o fluxo de corrente W = −∆U = F⃗ .d⃗ (1)
e fornecer um valor de resistência especı́fico. Dis- Também sabemos que a força eletrostática pode ser
cutiremos os fatores que afetam a resistência dos dado por:
resistores de carbono, como temperatura, tensão e
dissipação de energia. Além disso, exploraremos o F⃗ = q E
⃗ (2)
comportamento ôhmico dos resistores de carbono,
Com q a carga de prova e E o campo elétrico no
que descreve a relação linear entre tensão e cor-
lugar onde a carga de prova foi colocada. Assim
rente em um resistor. Ao entender a resistência
substituindo (2) em (1):
e o comportamento ôhmico dos resistores de car-
bono, podemos projetar e analisar melhor os cir- ⃗ d⃗
W = qE (3)
cuitos eletrônicos que usam esses componentes.
Como o objetivo é estudar o comportamento Assim definimos a diferença de potencial como:
ôhmico de um resistor de carbono, é necessário, pri-
meiro, entender o que são e como se relacionam a di- V =E ⃗ d⃗ = − W = ∆U (4)
ferença de potencial e a corrente elétrica. Para toda q q
força conservativa é possı́vel associar uma energia Já a corrente elétrica é a movimentação de car-
potencial, a razão disso é que isso permite aplicar gas, definida como:

1
q
i= (5)
t
Mas como são relacionadas a diferença de poten-
cial V e a corrente i? É possı́vel perceber que se for
realizado uma diferença de potencial em um fio a
temperatura constante, as cargas ali presentes irão
tentar ir do ponto de maior energia para o de menor
energia, dessa forma é gerado uma corrente elétrica
no material, essa é a denominada 1ª Lei de Ohm 3 .
Entretanto, cada material (ou até mesmo formato
de um mesmo material) tem uma resposta diferente Figura 1: Modelo de circuito elétrico com resis-
para o mesmo V imposto sobre ele, essa diferença é tor com dois multimetros digitas nas funções am-
proporcionada pela Resistência dada por R, assim perı́metro e voltı́metro. Fonte: autor.
materiais condutores ,por terem menor resistência
geram uma maior corrente. Pela Lei de Ohm:
V
R= (6) máxima e R a resistência nominal do resistor. foi
i
checado se a fonte estava com alguma configuração
Dessa forma, a relação entre a diferença de po- em relação a tensão e a corrente, após essa veri-
tencial e a corrente elétrica é dada por: ficação a fonte foi configurada para não passar dos
0,02A, para que o resistor não altere sua tempera-
V = Ri (7) tura, e tensão inicialmete igual a 0.

Procedimento experimental Em seguida foram configurados os


multı́metrosum deles na função de medir a
Para que esse procedimento experimental fosse exe- corrente e o outro a tensão, junto dos cabos
cutado foram utilizados os seguintes materiais: foi montado um circuito como a Figura 1, com
o multı́metrona função voltı́metro paralelo a
• dois multimetros digitais; lâmpada, para não atrapalhar o circuito gráçs
a sua alta resistencia elétrica, e o multimetro
• Fonte regulável de tensãoe e corrente; na função amperı́metro ligado diretamente no
• fios de ligação; circuito, para que a corrente seja medida.

• Resistor Antes de ligar o sistema foi deve-se checar as es-


calas de medida do voltı́metro e amperı́metro para
Primeiramente foi checado a potência máxima do o circuito, para isso foram colocados inicialmente
resistor e sua resistencia nominal encontrada atra- na maior escala de medida por segurança, já que se
ves das cores do resistor, que foram respectivamente a corrente do sistema o a tensão forem maior do que
de 41 watts e (560 ± 5%) Ω os quais foram usa- a escala, os multı́metros iriam ser danificados, o cir-
dos parase calcular a corrente máxima e a tensão cuito foi ligado e apartir dos resultados mostrados
máxima que podem passar pelo resistor através das pelos equipamentos a escala foi alterada para a que
equações (8) e (9): mais encaixa na situação,mas não com o circuito li-
√ gado, na hora de alterar a escala de um voltı́metro
V m = PR (8) e de um amperı́metro e necessário tira-los do cir-
r cuito, com o intuito de não danifica-los. Ao longo
P do experimento foi aumentado a tensão na fonte
Im = (9)
R de pouco em pouco, com o cuidado de não produ-
Com V m a tensão máxima de 11, 83V , Im a cor- zir uma diferença de potencal ou corrente maior do
rente máxima que foi de 0, 02A, P a potência que os valores máximos do resistor.

2
Resultados e discussão 0 ,0 2
D

A
a d o s

j u s t e
e x p e r i m

l i n e a r
e n t a i s

Os dados experimentais coletados com o método 0 ,0 1


experimental descrito anteriormente são apresenta-

C o rre n te (A )
dos na Tabela 1. A tabela mostra os valores medi- 0 ,0 0
dos de corrente e tensão, bem como suas incertezas
calculadas.
-0 ,0 1

Tabela 1: Tabela da Tensão (V) e Corrente (I) e -0 ,0 2

suas respectivas incertezas


-1 5 -1 0 -5 0 5 1 0 1 5
V (V ) I (A) ∆V ∆I T e n s ã o ( V )

10,94 1,9717×10−2 0,4 6×10−5


9,69 1,7417×10−2 0,3 5×10−5 Figura 2: Grafico da corrente em amperés pela
8,31 1,4879×10−2 0,3 5×10−5 tensão em volts, incertezas da corrente foram ocul-
6,93 1,2383×10−2 0,3 4×10−5 tadas por serem muito pequenas. Ajuste feito com
5,54 9,888×10−3 0,3 3×10−5 função linear y = ax, com a = 0, 00179 ± 2 × 10−6 ,
4,15 7,403×10−3 0,3 2×10−5 e R2 = 0, 99999
2,77 4,931×10−3 0,3 2×10−5
1,38 2,464×10−3 0,3 1×10−5
0,00 1,9×10−6 0,3 4×10−6 contrário do resistor de carbono, a resistência da
-1,38 -2,463×10−3 0,3 -3×10−6 lâmpada variava com a corrente que passava por
-2,73 -4,930×10−3 0,3 -1×10−5 ela. O comportamento ôhmico observado no re-
-4,14 -7,398×10−3 0,3 -2×10−5 sistor de carbono é devido à presença de um re-
-5,53 -9,882×10−3 0,3 -2×10−5 vestimento cerâmico 2 . Este revestimento protege
-6,93 -1,2372×10−2 0,3 -3×10−5 o carbono de fatores ambientais e estabiliza suas
-8,30 -1,4870×10−2 0,3 -4×10−5 propriedades resistivas, tornando-o um componente
-9,69 -1,7396×10−2 0,3 -4×10−5 confiável e consistente em circuitos elétricos. O
-10,93 -1,9699×10−2 0,4 -5×10−5 revestimento cerâmico também garante que a re-
sistência do resistor de carbono permaneça cons-
Um gráfico foi então construı́do usando os dados tante em uma ampla faixa de temperaturas e
4
coletados, plotando a corrente em função da tensão frequências operacionais , tornando-o um compo-
e ajustado usando uma função linear que neces- nente ideal para aplicações que exigem valores de
sariamente passa pela origem do plano carteziano, resistência precisos e estáveis.
afim de extrair o coeficiente angular. O gráfico re-
sultante é mostrado na Figura 1.
Como pode ser visto no gráfico, os dados experi- Conclusões
mentais se comportam como esperado com base em
uma relação linear. Indicando que o resistor possui, Em conclusão, o estudo do comportamento ôhmico
de fato, um comportamento ôhmico 4 . Nossos resul- de um resistor de carbono mostrou que ele mantém
tados foram consistentes com a literatura para um uma resistência constante mesmo com mudanças
resistor de carbono. Ultilizando a equação 7 pode- de tensão ou corrente, tornando-o um componente
mos encontrar a resistencia do resistor ultilizado 3 útil em circuitos eletrônicos. O revestimento de
e sua incerteza. cerâmica no resistor ajuda a protegê-lo contra da-
nos e também fornece isolamento. Além disso, os
R = 558, 6 ± 0, 6 Ω resultados experimentais obtidos em nosso estudo
do resistor de carbono demonstraram um alto grau
Para validar ainda mais nossos resultados, nós de precisão. Os valores de resistência medidos fo-
os comparamos com o comportamento não ôhmico ram de 558, 6 ± 0, 6 Ω, com precisão de 99, 76%
previamente estudado com uma lâmpada. Ao quando comparados à resistência rotulada do resis-

3
tor. Isso destaca a consistência do comportamento
ôhmico do resistor de carbono e sua confiabilidade
em circuitos eletrônicos.
Com isso, obeservamos que um resistor não se
comporta ohmicamente se a temperatura não for
constante. A resistência de um resistor muda com
a temperatura, conforme a temperatura aumenta, a
resistência do resistor também aumenta. Isso pode
ser um fator limitante em certas aplicações, pois as
flutuações de temperatura podem resultar em er-
ros ou flutuações no desempenho do circuito. A
lâmpada não ôhmica observada em nosso traba-
lho anterior apresentou uma mudança significativa
na resistência com tensão e corrente, e seu aque-
cimento ao longo do tempo a tornou imprópria
para uso em circuitos eletrônicos. À medida que
a lâmpada esquentava, sua resistência Aumentava,
causando um aumento no fluxo de corrente, o que
pode levar a uma possı́vel sobrecarga ou queima do
componente.
Ao contrário da lâmpada, o resistor de carbono
tem uma vida útil mais longa e mantém seu com-
portamento ôhmico, tornando-o um componente
mais confiável. O estudo enfatizou a importância
de selecionar o componente apropriado para uma
aplicação especı́fica. A precisão e a consistência
do resistor de carbono em manter uma resistência
constante o tornam um componente valioso em cir-
cuitos eletrônicos. No entanto, é crucial conside-
rar a temperatura e as condições ambientais sob as
quais o resistor será usado para garantir o desem-
penho adequado. No geral, o estudo destaca a im-
portância de entender as propriedades elétricas dos
componentes em circuitos eletrônicos e escolher o
componente apropriado para a aplicação desejada.

Referências Bibliográficas
[1] Halliday. Fundamentos de Fı́sica: Eletromag-
netismo. vol.3, 9ºed. LTC, agosto de 2012.
[2] Kittel, C. Introduction to Solid State Physics,
8 ed. Wiley, 2004.

[3] Nussenzveig, H. Curso De Fisica Basica, V.3


- Eletromagnetismo. EDGARD BLUCHER.
[4] Tipler, P., and Llewellyn, R. Modern
Physics. W. H. Freeman, 2007.

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