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Resistividade e Lei de Ohm

Ana Carolina de S. F. Melo, Bárbara Ferreira de Jesus, Felipe Borges Silva, Maria Gabriela L. C.
Silva, Vito Labruna Cunha
Instituto de Física – Universidade Federal de Uberlândia
Av. João Naves de Ávila, 2121 – Santa Mônica – 38400-902 – Uberlândia – MG - Brasil
e-mail: carol8melo@gmail.com

Resumo

Este relatório tem como objetivo medir e analisar dados sobre a resistividade de diferentes materiais e sobre a
resistência elétrica de um certo arranjo de circuito. No primeiro experimento, a montagem de fios, com resistores
(lâmpada) e uma fonte geradora foram utilizadas para encontrar a resistência elétrica. Já na segunda montagem,
o experimento consiste em um fio de cobre em arranjo com uma fonte geradora de tensão com o fito de, por meio
de uma tensão elétrica e dados, definir a resistividade de um material, que no caso foi o cobre. Após as análises,
determinou-se que a resistência elétrica é do resistor ôhmico 1,194 ± 0,005 KΩ, e que a resistividade do cobre é
de 1,9.10-5 Ωm.

1. Introdução

Grande parte do avanço tecnológico da humanidade deve-se à eletricidade e seus benefícios. Neste contexto,
pode-se ressaltar algumas invenções que partiram do estudo das aplicações e entendimento das propriedades dela.
Um exemplo disso, foi a invenção da lâmpada incandescente de filamento fino de carvão a alto vácuo, que permitiu
posteriormente o desenvolvimento de tecnologias que tinham um tempo de vida útil maior. Com isso, percebe-se
o compreendimento de propriedades, tais como a resistência ou resistividade dos materiais foram essenciais para
o desenvolvimento de diversas tecnologias que aprimoraram a qualidade de vida da humanidade.
Neste contexto, percebe-se que o estudo sobre esse tema é de grande importância, não somente no aspecto das
lâmpadas, mas também na aplicação que a resistência elétrica tem em outros aparatos tecnológicos, por exemplo,
os chuveiros elétricos que são compostos por caixa que dentro tem uma resistência, a qual submetida a uma
diferença de potencial, conduz corrente e induz o efeito Joule, aquecendo-se. Tal resistência entra em contato com
a água canalizada e a aquece, assim provendo água quente ao usuário.
Para a execução do primeiro experimento foi utilizado uma fonte geradora de tensão, uma resistência
(lâmpada) e um multímetro para obter os dados necessários. Já no segundo arranjo, foi feito com uma fonte
geradora de tensão, um fio de cobre e um multímetro para realizar as medições.
Este relatório está organizado da seguinte maneira: Na Seção 2 encontra-se a Teoria, a qual explica o
entendimento teórico e físico sobre o assunto. Na Seção 3 tem-se o procedimento experimental adotado para o
experimento, tendo os passos e condições de realização. Na Seção 4 serão analisadas as implicações e dados
obtidos a partir do experimento. Na Seção 5, por fim, são apresentadas as conclusões sobre os resultados obtidos
e sobre o experimento como um todo.

2. Teoria
Quando comparamos a mesma diferença de potencial aplicada em dois materiais distintos, vidro e cobre, por
exemplo. Observamos valores completamente distintos. Esse fato é explicado pela resistência de cada material.
atribuída a cada ponto do material.
A resistência elétrica (R) entre dois pontos é medida através da aplicação de d.d.p. (diferença de potencial - V)
pela corrente (i):
𝑉
𝑅 = (1)
𝑖
Já a resistividade é pontuada como a característica intrínseca do material de se opor ao fluxo de corrente
elétrica. Quando aplicamos essa diferença de potencial um campo elétrico é gerado. Assim a resistividade (ρ) é
calculada pela relação entre esse campo elétrico E distribuído por uma densidade de corrente (J). Sendo sua
unidade no SI ohm-metro (Ω · m).
𝐸
Ρ = 𝐽 (2)
Com a manipulação dessa forma, podemos obter a densidade da corrente como sendo a corrente I que passa
por uma determinada área A:
𝐼
𝐽 = 𝐴 (3)

E, sabemos por meio de Georg Ohm que essa densidade de carga e campo elétrico dependem apenas das
propriedades intrínsecas do material e são proporcionais a uma constante denominada condutividade:

𝐽→
𝜎 = 𝐸 → (4)

Com a manipulação das fórmulas podemos chegar a Lei de Ohm:

𝑉 = 𝑅. 𝑖 (5)

Onde V é a queda de potencial, R a resistência e i a corrente. A lei de ohm é fundamental para entendemos
melhor o funcionamento dos condutores. São classificados em dois grupos: condutores ôhmicos e não ôhmicos.
Condutores ôhmicos são caracterizados por estarem de acordo com essa lei, assim sua resistência continua
inalterada com a mudança na corrente e tensão.
Bem como os não ôhmicos se opõem a lei e com as mudanças citadas sua resistência também se altera.
Com base nesses conhecimentos é muito importante ressaltar que a resistência é uma propriedade de um
componente e a resistividade é uma propriedade de um material.

3. Procedimento Experimental

3.1. Primeiro experimento


Cada linha da placa corresponde a um fio de até 1 m com intervalos de 25 cm, a variação do comprimento é
feita através do deslocamento da ponta. O primeiro, segundo e terceiro fio são de níquel-cromo com 0,36 mm,
0,51 mm e 0,72 mm respectivamente. O quarto fio é de ferro e o quinto fio é de cobre, ambos com 0,51mm. O
objetivo é medir a corrente e a diferença de potencial em diferentes configurações. O amperímetro é ligado em
série e o voltímetro está ligado em paralelo. A fonte é ligada fornecendo para o circuito 0,3V. É importante ressaltar
que se fornecermos uma tensão muito alta a corrente também aumenta produzindo um maior efeito Joule que causa
a dilatação do fio. No primeiro fio de níquel-cromo temos aproximadamente 259,9 mV com uma corrente de 24,39
mA em um comprimento de 1 Ω. Para 0,75 m a tensão é 236,9 e a corrente é 29,6 mA. Em 0,5 m temos 201,1 mV
e 37,7 mA. Em 0,25 m temos 139,8 mV e 51,60 mA. Em seguida, a fonte é desligada. O experimento deve ser
repetido da mesma forma em todos os fios.

3.2. Segundo experimento


Utilizamos uma fonte que produz uma corrente que passa pelo amperímetro através do fio vermelho ligado
em série, a qual segue para o resistor e retorna a fonte. O voltímetro é a própria fonte e a escala é microampère.
Na primeira parte é usado um resistor ôhmico e na segunda parte ele é substituído por uma lâmpada. A tensão
aplicada vai até 12V. Depois de observados os resultados, a fonte é reduzida a zero e o resistor é trocado por uma
lâmpada incandescente. A lâmpada acende em 0,25V. A escala utilizada é miliampère e os resultados observados
também são até 12V.

4. Resultados e Discussão
1º Experimento:
Com o auxílio de uma fonte de alimentação ajustável e um multímetro na função amperímetro, obteve-se
os seguintes dados:
Tabela 2

Assim, temos que o gráfico da tensão em função da corrente elétrica, para o resistor 1, será:

E o gráfico da tensão em função da corrente elétrica, para o resistor 2, será:

Pela lei de Ohm, expressa na equação 5, V o potencial, R a resistência e i a corrente elétrica sendo assim,
é possível comparar com a equação da função afim (𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏), então: 𝑉 = 𝑦; 𝑅 = 𝑎; 𝑖 = 𝑥; 𝑏 = 0.
Assim, ao fazermos a regressão linear do resistor 1, obtivemos o seguinte gráfico, com a = 1,194 ± 0,005
e b = 0,03 ± 0,03:
Logo, como b = 0,03 ± 0,03, podemos considerar que b = 0, e assim, o resistor 1 será um dispositivo
ôhmico. Além disso, temos que R = a = 1,194 ± 0,005 KΩ.
Ao fazermos a regressão linear do resistor 2, obtivemos o seguinte gráfico, com a = 0,081 ± 0,003 e b =
-3,3 ± 0,4:

Logo, como b = -3,3 ± 0,4, não podemos considerar b = 0, e assim, o resistor 2 será um dispositivo não
ôhmico.

2º Experimento:
Com o auxílio de uma placa que contém um fio de cobre, com diâmetro igual a 0,51 mm e com a ajuda
de uma fonte de tensão igual a 0,3 V, obteve-se os seguintes dados:

Tabela 3

Assim, temos que o gráfico da resistência elétrica em função do comprimento do fio, será:
Temos que a resistência é proporcional a resistividade do material e o comprimento do fio, mas
inversamente proporcional a área do mesmo, dessa maneira, fios de mesmo comprimento e resistividade, mas com
𝜌
maior diâmetro apresentam menor resistência. Assim, comparando com a equação afim, temos que 𝑅 = 𝑦; =
𝐴
𝑎; 𝐿 = 𝑥; 𝑏 = 0.

Fazendo a regressão linear da resistência em função do comprimento do fio, temos que 𝑎 = 9,4 ∗ 101 ±
3 𝑒 𝑏 = 2 ∗ 101 ± 2:

Sabendo que a área do fio é 𝜋𝑟 2 , temos que:


0,51 2
𝐴 = (𝜋 ∗ ( ∗ 10−3 ) ) = 2,04 ∗ 10−7 𝑚2 (6)
2

Além disso, temos que:

𝜌 = 𝑎 ∗ 𝐴 (7)

Logo,

𝜌 = 9,4 ∗ 101 ∗ 2,04 ∗ 10−7 (8)

𝜌 = 1,9 ∗ 10−5 Ω𝑚

Dessa forma, para calcularmos a condutividade do fio pela equação….:

𝜎 = 1/(1,9 ∗ 10(−5) ) (9)

𝜎 = 5,3 ∗ 104 (Ω𝑚)−1


O erro foi calculado a partir do valor do a encontrado na regressão linear e do erro instrumental de A.

Erro = √𝑝2 ⋅ 𝜎𝐴2 + 𝑝2 ⋅ 𝜎𝑎2

Erro = √(1, 9.10−5 )2 ⋅ (0,05)2 + (1, 9.10−5 )2 (3)2

5. Conclusão
Neste relatório verificamos experimentalmente a lei de ohm sendo aplicada e compreender o comportamento
de condutores ôhmicos e não ôhmicos. Além de verificar a dependência da condutividade do material com o
condutor fabricado.
Através do circuito apresentado anteriormente e pelos cálculos encontramos no primeiro experimento um
resistor ôhmico com uma resistência de 1,194 ± 0,005 KΩ, comprovando o esperado, onde a resistência não varia
com a tensão. Analisando o comportamento do resistor identificamos um comportamento não ôhmico pois não
apresentou linearidade com o circuito. Assim, não foi possível definir um valor fixo para a sua resistência.
No segundo experimento, usando um fio de cobre utilizando todos os meios para apresentar um valor mais
especifico, a resistividade calculado como dito anteriormente foi de ρ =1,9.10-5 Ωm. Esse valor se distingue um
pouco do esperado, 0,0172 Ω. mm²/m, isso pode ser explicado por erros na medição ou nos cálculos efetuados. E,
também devido a uma dilatação no material que pode vir a interferir nos estudos realizados.
Apesar do possível erro é notório ao longo deste relatório a introdução da Lei de Ohm, aplicação e estudo
pontual de cada comportamento dos resistores, ôhmicos e não ôhmicos.

Referencias
HALLIDAY, D., RESNICK, R. e WALKER, J.; Fundamentos da Física - Volume 3 - 10 Edição.

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