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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
George Simon Ohm (1789-1854) através de seu estudo sobre condução elétrica em circuitos propôs, aqui
apresentado de forma simplificada, que existe uma relação direta e linear entre tensão e corrente em certos
materiais. A lei de Ohm afirma que condutores em uma temperatura específica, a razão entre a ddp 𝑉 sobre
este componente e a corrente elétrica 𝑖 é constante e equivale à própria resistência do material 𝑅,
matematicamente representada pela Equação 1. Sendo a unidade de resistência o Ω (ohm), a de ddp o 𝑉 (volt)
e a corrente o 𝐴 (ampère). Da Equação 1 é possível notar que [Ω] = [𝑉]/[𝐴].
𝑅 = 𝑉/𝑖 Equação 1
A Figura 1 mostra a reta característica de um componente ôhmico, que é aquele em que a ddp varia com
a corrente de forma linear, ou seja, 𝑉 = 𝑅𝑖 que é uma expressão derivada da Equação 1.
Materiais não-ôhmicos têm o gráfico de ddp em função de𝑖representados por outras funções não
lineares. Por outro lado, existe um limite próprio do material, o qual não é permitido à passagem de uma
corrente infinita, mas neste caso, o limite da lei de Ohm está diretamente ligado à preservação da integridade
da característica do material em questão. Quando um resistor queima, fica claro que àquele componente muda
suas propriedades.
Em uma formulação microscópica, a lei de Ohm pode ser escrita como mostra a Equação 2, onde 𝐽⃗ é o
vetor densidade de corrente, 𝜎 é a condutividade do material e 𝐸⃗⃗ é o campo elétrico criado em seu interior com
o auxílio da fonte de alimentação, ele produz um movimento de arrasto dos portadores de carga. A unidade de
𝜎 é o inverso do produto entre o ohm e metro, ou seja, (Ω𝑚)−1 .
A densidade de corrente equivale a 𝐽 = (𝑖/𝐴) (de unidade no SI, ampère por metro quadrado, ou seja,
𝐴/𝑚²) e o campo pode ser escrito como 𝐸 = (𝑉1 − 𝑉2 )/𝐿, essa última pode ser mostrada usando as definições
aprendidas na prática de Superfícies Equipotenciais. Então, de posse destas informações e da Equação 2, é
possível mostrar que a resistência do fio pode ser dada pela Equação 3.
𝑅 = 𝐿/𝜎𝐴 Equação 3
Um circuito geralmente principalmente é composto por pelo menos uma fonte de alimentação. A força
eletromotriz (fem), muitas vezes representada pela letra 𝜀, é a energia fornecida para produção de energia
elétrica e não deve ser confundida com a diferença de potencial, apesar de terem a mesma unidade no SI, o volt
(𝑉). A energia em forma de trabalho, a ddp, independe do caminho percorrido pelo circuito, já a fem depende
do caminho, essa é a principal diferença.
Uma parte da energia produzida por uma fonte de alimentação é consumida por ela própria. Daí é
atribuída uma resistência interna à fonte de alimentação. Isso indica que a energia que é fornecida ao circuito
ligado a uma bateria não será igual a toda energia produzida pela fonte. Uma bateria ideal tem uma resistência
interna equivalente a zero. Fontes novas têm valores de resistência interna próximos a zero, ao contrário de
fontes envelhecidas ou amplamente usadas, que tem resistência aumentada com o uso. Valores reais de
resistência interna, em sua grande maioria, são irrisórios. A Figura 3 mostra uma fonte (como por exemplo, uma
pilha de uso comum) e seu circuito interno representativo composto por uma fem 𝜀 e uma resistência interna
𝑟.
Medir diretamente com um ohmímetro a resistência interna de uma pilha é impossível! Por outro lado,
existem técnicas para aceso de parâmetros deste tipo. Para isso é necessário a montagem do circuito Figura 4,
composta por uma pilha com fem 𝜀 e uma resistência interna 𝑟 ligada a um resistor 𝑅. Neste circuito passa uma
corrente 𝑖, no sentido horário (corrente virtual).
A ddp entre os terminais da pilha deve ser igual à ddp entre os terminais do resistor 𝑉𝑅 , assim, a equação
que relaciona estas duas ddp’s pode ser escrita para uma análise da corrente do circuito, como mostrado na
Equação 5.
𝑉𝑅 = 𝜀 − 𝑖𝑟 Equação 5
Segundo a Equação 1, para vários valores de 𝑅, a corrente 𝑖 e a ddp sobre 𝑅 devem variar, uma vez que
os valores da fem e da resistência interna da pilha são constantes. Por consequência, uma constante surge com
interpretação importante no circuito da Figura 4, o valo 𝑖0 .
Os dois pontos do plano cartesiano (𝜀, 0) e (0, 𝑖0 ) são inacessíveis experimentalmente. O valor 𝑖0 é
chamado de corrente de curto-circuito, que é a corrente para o caso da possibilidade de ligar o polo positivo ao
negativo da própria fonte, o que é impossível experimentalmente. E como a resistência interna é intrínseca da
fonte, a fem 𝜀 não pode ser medida com o multímetro diretamente. Os valores de 𝜀 e 𝑖0 são obtidos da
extrapolação do gráfico de 𝑉𝑅 versus 𝑖.