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Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Física
Curso de Engenharia de Materiais
Disciplina: Física experimental II
Professor: Umbelino Freitas

MEDIDAS DE CAPACITÂNCIA, RESISTÊNCIA E TENSÃO

João Pessoa

2014.2

1. Objetivos

O objetivo central desta prática consiste em efetuar medidas de capacitância,


resistência e tensão, com o intuito de analisarmos os resultados obtidos, além de certa
familiarização com o multímetro, instrumento utilizado para a realização das medidas.
2. Introdução Teórica

O multímetro é um dispositivo eletrônico comumente utilizado para a realização


de medidas de capacitância, tensão, corrente e resistência. Para isto, os multímetros
apresentam mais de um modo de operação que deve ser selecionado de acordo com a
grandeza em análise, além de uma escala apropriada para a operação.
Existem diferentes tipos de multímetros, que vão desde pequenos aparelhos portáteis de
bolso até aos de precisão, estão divididos em dois tipos: análogos e digitais.
Estes diferem na maneira como o sinal correspondente a grandeza a medir é adquirido,
processado e na forma como o resultado é visualizado.

Figura 1. Multímetro digital para medidas de capacitância, tensão,

corrente e resistência.

Para efetuar medições de capacitância, resistência e tensão, os multímetros


analógicos apresentam um dispositivo elétrico – mecânico: o galvanômetro. O
galvanômetro é constituído de uma bobina, um ímã permanente, um ponteiro e uma
mola. Assim, quando uma corrente flui na bobina, o ímã exerce um torque sobre ela que
é proporcional a corrente, levando-a a girar. A deflexão apresentada na escala é
proporcional à corrente na bobina. Além dos analógicos, existem os multímetros
digitais, apresentando um princípio de funcionamento mais complexo que o anterior. De
maneira simplificada, ele baseia-se principalmente na alta resistência de entrada deste
dispositivo, o qual muda seu ganho de tensão em função da tensão, corrente ou
resistência a ele aplicada.

A lei de Ohm é uma equação matemática que estabelece uma relação entre as três
grandezas fundamentais da eletricidade: tensão, corrente e resistência. A tensão elétrica
é a diferença de potencial entre dois pontos, podendo também ser explicada como a
quantidade de energia gerada para movimentar uma carga elétrica, pode ser dada por V
= IR. Quando aplica se a mesma diferença de potencial às extremidades de barras de
mesmas dimensões, mas de materiais distintos os resultados possuem valores
diferenciados. A característica do material na que explica esse efeito é a resistência
elétrica. Medimos a resistência entre dois pontos de um condutor aplicando uma
diferença de potencial V entres esses pontos e medindo a corrente i resultante, a
resistência R é obtida por R = V/I e por fim a corrente pode ser obtida por I =V/R. É
possível notar que para uma dada diferença de potencial, quanto maior a resistência
menor será a corrente. Apesar desta equação não poder ser aplicada a todos os materiais,
é bastante útil, podendo ser utilizada com boa aproximação dos valores reais
evidenciados por ela. Além destas três grandezas, também existe a capacitância, a qual é
uma medida da quantidade de carga que precisa ser acumulada nas placas para produzir
uma certa diferença de potencial entre elas. Quanto maior a capacitância, maior a carga
necessária, pode ser definida como C = Q/V, pois um capacitor é um aparelho
eletrônico utilizado para o armazenamento de energia, constituído de dois condutores e
um isolante entre eles. Quando ligado a uma fonte de fem, os condutores adquirem
cargas de sinais opostos e mesmo módulo, +Q e –Q, gerando uma diferença de
potencial V entre eles e, consequentemente, um campo elétrico em seu interior.
Entretanto, quando nos referimos à carga de um capacitor estamos falando de q, o valor
absoluto da carga de uma das placas.

A utilização de aparelhos como o multímetro na eletrônica fornece a possibilidade


de investigar diversos problemas em aparelhos eletrônicos, tendo como base princípios
da física que estão bastante consolidados, além de sua praticidade e eficácia.

3. Procedimento Experimental

3.1. Materiais Utilizados


 Multímetro;
 Fonte de alimentação (230 VAC);
 Um resistor;
 Um capacitor;
 Duas baterias;
 Uma pilha alcalina.

3.2. Trabalho Experimental

Esta prática consistiu na realização de medidas de capacitância, resistência e


tensão. Para isso, mostrou-se necessário o entendimento de como utilizar o multímetro,
com a finalidade de empregar as escalas corretas e selecionar o tipo de corrente
adequada para a análise. Primeiramente, realizou-se medidas de diferença de potencial
(ddp) em uma pilha alcalina e em duas baterias, por seguinte realizaram-se medidas de
capacitância e resistência, utilizando apenas um capacitor e um resistor. Ainda
executando medições de ddp, uma fonte de alimentação foi submetida à análise em duas
situações: com passagem de corrente contínua de 2A e com a passagem de corrente
alternada. Para o fluxo com corrente contínua, verificamos se as voltagens de 2 V, 4 V,
6 V, 8 V, 10 V e 12 V, selecionadas na própria fonte eram mostradas no multímetro. A
mesma inspeção foi efetuada para o fluxo de corrente alternada, onde se procurou
verificar se as voltagens de 6 V e 12 V, também selecionadas na fonte, eram mostradas
no aparelho de medida usado durante a experiência. Por fim, ainda com o auxílio do
multímetro, uma tomada foi analisada, a fim de encontrar as entradas: fase, neutra e
terra, além das diferenças de potencial entre as mesmas (terra e neutro, terra e fase,
neutro e fase).

Figura 2. Fonte de alimentação. Figura 3. Baterias e pilha.


4. Resultados

4.1. Dados

 Medidas de capacitância
O capacitor utilizado para a verificação da capacitância indicou 3,40 nF no
multímetro. A escala utilizada no multímetro foi correspondente a 20 nF. O objetivo
dessa medida foi apenas verificar a capacitância do capacitor, uma vez que não se tinha
conhecimento da capacitância do mesmo para uma suposta comparação.

 Medidas de ddp
Uma pilha alcalina e duas baterias foram submetidas à análise. Cada uma teve sua
diferença de potencial elétrico verificada pelo multímetro, utilizando a escala de 20 V.

Pilhas 20 V
Bateria Nokia 0,18 V
Bateria Duracell 4,76V
Pilha Duracell 1,38 V

Através desse experimento observa-se que a escala selecionada no multímetro


pode interferir na precisão da medida. Dessa forma, a escala correspondente a 20 V no
aparelho mostrou-se mais precisa para as medições das diferenças de potencial elétrico
das pilhas alcalinas.
Figura 4. Medidas de ddp.

 Medidas de ddp para fonte de tensão com passagem de corrente


contínua
A corrente contínua foi mantida com intensidade de 2 A para todas as verificações
de tensão.

Intensidade de corrente Tensão selecionada na Tensão indicada no


fonte multímetro
2A 0V 0,02 V
2A 2V 2,05 V
2A 4V 3,88 V
2A 6V 5,64 V
2A 8V 7,75 V
2A 10 V 9,56 V
2A 12 V 12,16 V

As tensões verificadas no multímetro, apesar de muito próximas, não equivaleram


às previstas pela lei de Ohm (V=IR), as quais deveriam corresponder às tensões
selecionadas, respectivamente, na fonte. No entanto, esses resultados são muito
próximos dos esperados, mostrando que a lei de Ohm pode ser aplicada com certa
precisão. Essa diferença pode estar sendo gerada pelo aquecimento dos materiais do
circuito da fonte, aumentando a resistência dos mesmos.
Figura 5. Medidas de ddp para fonte de tensão com passagem de corrente contínua.

 Medidas de ddp para a fonte de tensão com passagem de corrente


alternada
Com a passagem de corrente alternada, a tensão foi variada em 6 V e 12 V.

Tensão selecionada na fonte Tensão indicada no multímetro


6V 6,0 V
12 V 12,01 V

A tensão é dependente da corrente elétrica e da resistência de um condutor.


Assim, uma vez que a corrente é alternada, é muito provável que a tensão observada no
multímetro não corresponda à selecionada no aparelho de medição. Além disso, tanto
para a situação com corrente alternada quanto para a situação com corrente contínua, a
passagem de corrente elétrica provoca um aumento da temperatura do material e, dessa
forma, um aumento da resistência do mesmo. Nesse sentido, o aquecimento dos
materiais que constituem o circuito elétrico da fonte pode estar influenciando nos
valores observados no multímetro de tensão para as duas situações: corrente contínua e
corrente alternada.
Figura 6. Medidas de ddp para a fonte de tensão com passagem de corrente
alternada.

 Medidas de ddp na tomada


As entradas referentes ao terra, o neutro e o fase foram identificados devido as
diferenças de potencial entre eles (terra e neutro, terra e fase, neutro e fase) mostradas
para 220 V.

Terra – Neutro 1,0 V


Terra – Fase 0,22 V
Neutro – Fase 1,0 V

A diferença de potencial elétrico, para 220 V, entre as entradas do neutro - fase


(1,0 V) permaneceu idêntica da medida para as entradas do terra - neutro (1,0 V), e para
o terra – fase a diferença de potencial elétrico encontrado foi de 0,22 V. Isso se deve ao
fato da corrente que está passando ser alternada, o que provoca uma variação da tensão.

Figura 7. Medidas de ddp na tomada.


 Medidas de Resistência
Um resistor foi analisado. Este apresentando a seguinte sequência de cores: verde,
verde, vermelho e dourado.

Resistor Resistência segundo Resistência observada no


sequência de cores multímetro
1 5,5 KΩ +/- 5% 5,49 KΩ

O multímetro apresentou uma resistência muito próxima (5,49 KΩ) do previsto


para o resistor 1, que era de 5,5 KΩ +/- 5%.. Esta diferença pode ser justificada pelo
histórico de uso do resistor.

Figura 8. Medida de resistência.


5. Conclusão

A lei de Ohm mostrou-se uma boa ferramenta para o cálculo de tensão. No


entanto, é preciso estar atento aos fatores que podem interferir nas medidas a fim de ter
uma boa compreensão dos dados obtidos. Além disso, o multímetro é um aparelho de
fácil manipulação e alta praticidade, sendo muito eficiente no que se refere a medições
de correntes, capacitâncias, tensões e resistências.
6. Bibliografia

YOUNG, Hugh D; FREEDMAN, Roger A. Física III – Eletromagnetismo.


Tradução de Sônia Midori Yamamoto. – 12. ed. – São Paulo: Addison Wesley, 2008.

HALLIDAY, David; RESNICK, Jearl Walker. Fundamentos de Física III –


volume 3. Tradução e revisão técnica de Ronaldo Sérgio de Biasi. – 8. ed. – Rio de
Janeiro: LTC, 2009.

HEWITT, Paul G. Física Conceitual. Tradução de Trieste Freire Ricci; Maria


Helena Gravina. – 9. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2002.

Disponível em: < http://www.infopedia.pt/$multimetro > (acesso: 02/10/2014).

Disponível em: < http://www.infoescola.com/fisica/tensao-eletrica/ > (acesso:


02/10/2014).

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