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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

Campus de Vitória da Conquista


Coordenação de Engenharia Civil

Relatório de Laboratório 01
Medições em CC com Multímetro e Amperímetro

Disciplina: Eletricidade Aplicada


Docente: Dr. Diego H. S. Nolasco
Equipe Discente
Augusto Brener Silva Brandão / Mat.: 202011350031
Daniel Ramos Ribeiro / Mat.: 2019135007
Michael Rocha da Silva / Mat.: 202011350001

23 de março de 2023
1. Resumo
Nesta prática intitulada “Medições em CC com Multímetro e Amperímetro”, cujos objetivos
são conhecer e utilizar o multímetro, entender a corrente em um circuito variando-se a resistência,
e analisar a corrente em um circuito, variando-se a tensão para um mesmo valor de resistência. Para
isso, foram utilizados quatro resistores e dois multímetros (amperímetro e voltímetro).
Posteriormente, foi montado um circuito simples onde se fizeram medidas de corrente e tensão, e
observou-se um comportamento linear destas grandezas. Portanto, foram conhecidas as funções
do multímetro, bem como sua utilização, além de compreendidos os comportamentos de corrente
elétrica e tensão em elementos ôhmicos.

2. Objetivos
● Conhecer e utilizar as funções voltímetro e amperímetro do multímetro;
● Entender a corrente em um circuito variando-se a resistência;
● Entender a corrente em um circuito variando-se a tensão para um mesmo valor de
resistência.

3. Introdução
Um circuito elétrico fechado normalmente possui diversos componentes que regulam a
passagem de corrente elétrica, como por exemplo os resistores. Estes, por sua vez, atuam como
limitadores da passagem de corrente, de modo que o circuito atue perante a uma necessidade. Os
resistores funcionam dada a Primeira Lei de Ohm:

𝑉 = 𝑅×𝑖

em que V é a tensão elétrica exercida no circuito expressa em Volts (V); R é o valor da resistência
dada em Ohms (Ω); e i é a corrente elétrica em Amperes (A). É possível ainda calcular a potência
destes resistores pela equação da potência elétrica, a qual:

𝑃 = 𝑉×𝑖

onde P é a potência dada em Watts (W).

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Um fator determinante, que virá afetar os dados a serem obtidos é a resistividade elétrica
dos fios condutores, propriedade essa que interfere na resistência elétrica assim como os aspectos
geométricos do condutor. Ela está relacionada com as características intrínsecas ao material. Assim,
esta é a Segunda Lei de Ohm:

𝜌×𝐿
𝑅=
𝐴

onde 𝜌 é a resistividade (Ω.m); L é o comprimento do fio (m) e A é a área da seção transversal, a


bitola (m²).
Tais grandezas mencionadas podem ser medidas com instrumentos precisos os quais
expressam suas intensidades. Dessa forma temos o multímetro, o qual atua invasivamente no
circuito, podendo ser utilizado em diferentes funções a depender da grandeza a ser medida. Dentre
essas funções, podemos citar as principais para este experimento:

Voltímetro: Nesta função o multímetro mede a diferença de potencial, isto é, a tensão do circuito
em diferentes escalas. Este deve ser inserido em paralelo e possuir uma alta resistência, para que
não haja interferência nas medições.

Amperímetro: Aqui, o multímetro afere o valor da corrente elétrica que passa por determinada
região do circuito. Deve ter uma baixa resistência, para que a corrente possa fluir normalmente, e
ser inserido em série, pois este se comporta como um fio no circuito.

Figura 1: À esquerda, multímetros. À direita, alicates amperímetros.


Fonte: Roteiro experimental fornecido pelo docente.

Adiante, em circuitos de maior potência e baixa corrente, não convém utilizar o multímetro,
haja visto a presença de elementos incompatíveis com o seu funcionamento, como fios de bitolas
maiores, impedindo o seccionamento direto, e elementos mais complexos. Deste modo, é indicado

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a utilização do Alicate Amperímetro, que, embora o nome seja sugestivo, não mede apenas
corrente elétrica.
Assim, conhecidas as funções dos aparatos a serem utilizados no experimento, objetivamos,
através deles, entender o comportamento da corrente elétrica no circuito, variando-se a resistência
e, analogamente, fixando-a, mas variando a tensão. Para isto ser feito, realizamos dois
experimentos, buscando-se medir valores de corrente e tensão, seguindo as duas formas
apresentadas.

4. Descrição Experimental
Para estes experimentos foram utilizados os seguintes materiais:
● 2 multímetros digitais;
● 1 fonte de tensão em CC regulável;
● 6 cabos tipo banana;
● 4 resistores de potência de valores distintos.
Caso não houvessem multímetros suficientes, foi liberada a utilização do alicate amperímetro para
exercer a respectiva função. Assim, foi montado o seguinte circuito:

Figura 3: Descrição detalhada do circuito montado.


Fonte: Roteiro experimental fornecido pelo docente.

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Figura 4: Circuito montado pela equipe.
Fonte: Fotografado pela própria equipe.
Para o primeiro experimento, buscamos estudar a função Voltímetro. Sendo assim,
regulamos a fonte no valor fixo de 12V, configuramos as escalas dos multímetros, estando o
amperímetro (azul na figura 4) em 10A e o voltímetro (amarelo na figura 4) em 20V.

Figura 5: Fonte regulada em 12V.


Fonte: Fotografado pela própria equipe.

Feito isso, medimos os valores de corrente, e também de tensão no resistor. Tal prática foi
realizada para resistências de 10, 25, 100 e 150 ohms. Os valores obtidos foram registrados em uma
tabela e em imagens.
Já no segundo experimento, foi procurado estudar a função Amperímetro. Dessa forma,
utilizamos somente o resistor de 25 ohms, configuramos as escalas dos multímetros, estando o
amperímetro em 10A e o voltímetro em 20V. Prosseguindo, fomos variando a tensão na fonte em
2, 7, 9 e 12 Volts, anotando os valores de corrente e tensão a cada variação de tensão e registrando
fotos.

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Durante ambos procedimentos, desligamos a fonte cada vez que mudávamos as escalas dos
multímetros. Foi uma precaução tomada para evitar possíveis danos aos dispositivos.
Cabe ressaltar que os valores medidos, como tensão, corrente e até mesmo a resistência,
estão sujeitos a erros de medição, imprecisão dos aparelhos, ou mesmo tênues diferenças dos
valores nominais.

5. Resultados e Análise
Seguem abaixo os resultados obtidos nos dois experimentos desta prática em laboratório,
bem como suas interpretações e análises:
No Experimento 1: Tivemos que fixar a tensão em 12V e variar os resistores em 10, 25, 100
e 150 Ohms. Na figura 6 logo abaixo, o multímetro azul é o amperímetro e o amarelo é o voltímetro.

Figura 6: A - 10 ohms; B - 25 ohms; C - 100 ohms; D - 150 ohms.


Fonte: Fotografado pela própria equipe.

Tabela 1: Resultados coletados e calculados do primeiro experimento.


Resistores Tensão da Corrente Corrente Tensão Potência Potência
fonte medida calculada med. em R calculada medida
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R1 = 10Ω 1,17 A 1,20 A 11,82 V 14,4 W 13,83 W
R2 = 25Ω 0,48 A 0,48 A 11,98 V 5,76 W 5,75 W
12 V
R3 = 100Ω 0,15 A 0,12 A 12,08 V 1,44 W 1,81 W
R4 = 150Ω 0,08 A 0,08 A 12,09 V 0,96 W 0,97 W
Fonte: Autoria da própria equipe.

No Experimento 2: Para o resistor de 25 ohms, variamos o valor da tensão na fonte em 2, 7,


9 e 12 Volts. Assim como no primeiro experimento, agora na figura 7, o multímetro azul é o
amperímetro e o amarelo é o voltímetro.

Figura 7: A - 2 Volts; B - 7 Volts; C - 9 Volts; D - 12 Volts.


Fonte: Fotografado pela própria equipe.

Tabela 2: Resultados coletados e calculados do segundo experimento.


Resistores Tensão da Tensão Corrente Corrente Potência Potência
fonte medida medida calculada calculada medida
2V 2,13 V 0,08 A 0,08 A 0,16 W 0,17 W
R1 = 25 Ω 7V 7,14 V 0,29 A 0,28 A 2,03 W 2,07 W
9V 9,11 V 0,37 A 0,36 A 3,24 W 3,37 W
12 V 12,04 V 0,49 A 0,48 A 5,76 W 5,90 W
Fonte: Autoria da própria equipe.

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A equação utilizada para calcular a corrente nos resistores foi a equação respectiva a
Primeira Lei de Ohm, V = R x I, sendo V a Tensão Elétrica, dada em Volts (V), R a Resistência, dada
em Ohms (Ω), e I a Corrente Elétrica, dada em Amperes (A). Já para o cálculo da potência foi utilizada
a equação P = V x I, sendo ela dada em Watts (W).
Com os dados obtidos, pôde-se verificar que no experimento 1 a potência diminuiu
conforme a diminuição da corrente. Já no experimento 2, para uma resistência fixa, a corrente
aumentou conforme o aumento da tensão. Isso se deve ao fato de que estas são grandezas
diretamente proporcionais.
Ademais, verificou-se que no primeiro experimento o resistor com maior valor de corrente
foi o resistor de 10 Ω, sendo essa corrente igual a 1,17 A. Ainda, o resistor que registrou maior
potência nos ensaios dos 2 experimentos também foi o de 10 Ω, sendo essa potência de 13,83 W.
Foi possível ainda verificar diferenças entre os valores calculados e os valores medidos. Tal
discrepância se dá em função de diversos fatores, tais como resistência diferente do valor nominal
(Ex.: 10 Ω na verdade são 10,8 Ω), bem como efeitos de ponta presentes nos cabos de prova para
medir tensão, onde as cargas tendem a se concentrar nas extremidades pontiagudas, distorcendo
alguns valores. Outro fator que pode ter contribuído foi a resistividade presente nos fios condutores
do experimento, a qual reduz levemente a corrente elétrica em alguns pontos.

5.1 Questionário

1. Qual a equação utilizada para calcular a corrente dos resistores?


A equação utilizada para calcular a corrente nos resistores foi a equação respectiva a
primeira lei de Ohm, V = R. I, sendo V a Tensão Elétrica, dada em Volts, R a resistência, dada em
ohms e I a corrente, dada em Ampére.

2. Quais as conclusões sobre as potências encontradas nos ensaios?


Com os dados obtidos, pôde-se verificar que no experimento 1 a potência diminuiu
conforme a diminuição da corrente. Já no experimento 2, a potência aumentou conforme o
aumento da corrente. Isso se deve ao fato de que a potência é diretamente proporcional à corrente.

3. Em qual resistor se registrou maior valor de corrente no ensaio do roteiro 01?

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Verificou-se que no primeiro experimento o resistor com maior valor de corrente foi o
resistor de 10 ohms, sendo essa corrente igual a 1.17 A.

4. Em qual resistor se registrou maior potência nos ensaios dos roteiros 01 e 02?
O resistor que registrou maior potência nos ensaios dos 2 experimentos foi o resistor de 10
ohms, sendo essa potência de 13,83W.

5. Qual foi a escala que utilizada no voltímetro e no amperímetro, em todos os casos?


Para o primeiro experimento, o amperímetro esteve na escala 10A e o voltímetro em 20V.
Já no segundo experimento, o amperímetro esteve em 10A e o voltímetro em 20V.

6. É possível perceber diferença entre os valores medidos e calculados nos Ensaios dos roteiros 01
e 02? Se sim, ao que é possível atribuir essa diferença?
Sim, foi possível ainda verificar diferenças entre os valores calculados e os valores medidos.
Tal discrepância se dá em função de diversos fatores, tais como a resistência diferente do valor
nominal, bem como efeitos de ponta presentes nos cabos de prova para medir a tensão, a
resistividade presente nos fios condutores do experimento, a qual reduz levemente a corrente
elétrica em alguns pontos. Por fim, erros de medição da tensão elétrica, visto que os valores
medidos no experimento 02 eram maiores que os valores fornecidos pela fonte.

7. Como se comportou a corrente elétrica ao se variar a tensão elétrica da fonte no ensaio do


roteiro 02?
No segundo experimento, observa-se que, para uma resistência fixa, à medida que a tensão
aumentava, a corrente também, isso pois são grandezas diretamente proporcionais na equação da
potência, a qual por sua vez também aumenta.

8. Como limitar a corrente da fonte de tensão? Qual a utilidade dessa prática?


A corrente elétrica da fonte de tensão pode ser regulada através dos resistores, os quais
tendem a limitar a corrente que passa por eles graças à sua composição por materiais dielétricos,
isto é, materiais de alta resistência e quase isolantes. Desse modo, de acordo com a sua associação,
é possível regular a corrente elétrica que atravessa o circuito, seja para proteger outros
componentes, gerar calor, etc.

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9. Quais cuidados devem ser tomados ao se utilizar o amperímetro?
É importante frisar que é preciso ter certos cuidados na utilização do amperímetro,
tais como, verificar qual escala será utilizada para a medição da corrente, e garantir que
este esteja sempre ligado em série no circuito, visto que este dispositivo tem resistência
interna praticamente nula, logo ao ser ligado em paralelo, a corrente ao chegar no nó optará
pelo caminho de menor resistência, neste caso o do amperímetro, deixando-o em curto-
circuito já que a d.d.p nas suas extremidades será praticamente nula, podendo ocasionar a
queima do dispositivo.

10. Com base nos resultados do ensaio 02, esboce o gráfico da corrente medida no amperímetro
versus a tensão da fonte de tensão. Existe uma relação linear entre esse par de grandezas?
Explique sua resposta.

Sim, existe uma relação linear entre a corrente (I) e a tensão (V). Podemos visualizar
que à medida que aumentamos a corrente, a tensão também aumenta proporcionalmente,
logo, ao esboçar o gráfico, obtemos uma linha reta, obedecendo a primeira Lei de Ohm
V=R.I, e consequentemente, caracterizando o dispositivo como um dispositivo ôhmico.

11. O que ocorre quando invertemos as ponteiras vermelha e preta na medição em corrente
contínua?
Quando invertemos as ponteiras vermelha e preta na medição em corrente contínua
aparecerá um sinal negativo no visor do amperímetro, indicando que o sentido da corrente
está invertido.
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6. Conclusão
Portanto, referente ao experimento feito, e ao que foi realizado neste relatório, conclui-se
que componentes elétricos em um circuito, tendem a se comportar conforme é projetado, havendo
leves divergências entre os valores experimentais e teóricos.
No presente relatório foi possível entender as dinâmicas de funcionamento do multímetro,
mediante à função a qual ele era regulado. O amperímetro deve funcionar como um fio no circuito,
já que possui baixa resistência, desse modo, deve ser conectado em série, permitindo que a corrente
flua normalmente e seja medida. Por outro lado, o voltímetro deve estar nos terminais do
componente, já que possui alta resistência, logo, posicionado em paralelo, para que a corrente
tenda seguir o caminho de menor resistência. Assim, é possível registrar o valor da tensão.
Foi possível ainda, entender que à medida que se varia a resistência de um circuito elétrico,
a corrente também é afetada, de modo que se comportem como grandezas inversamente
proporcionais.
Mais à frente, conclui-se que a corrente e a tensão são grandezas diretamente proporcionais
para uma dada resistência, pois à medida que se aumentava uma grandeza, a outra também
aumentava. Vimos também que o fio pode dissipar parte da corrente elétrica, pois este possui um
comportamento semelhante a um resistor. Desse modo, comprovam-se as equações das Leis de
Ohm.

7. Participações
- Augusto Brener Silva Brandão: O discente realizou os cálculos de corrente, tensão e
potência que eram esperados que houvesse no experimento; bem como auxiliou na montagem do
circuito.

- Daniel Ramos Ribeiro: O discente realizou a montagem do circuito, resolveu problemas de


montagem, auxiliou a conferência e registro dos dados e ainda ajudou nos cálculos necessários.

- Michael Rocha da Silva: O discente auxiliou na montagem do circuito, no registro de dados,


registrou as imagens do relatório e ajudou a resolver problemas decorrentes da montagem do
circuito.

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Referências
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da Física: Eletromagnetismo,
v. 3, 9 ed., 2013.

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