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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE FÍSICA GLEB WATAGHIN (IFGW)

Experimento 03 - Distribuição de potencial e campo elétrico.

Grupo 5: Bruna Cristina Jorge (RA: 104655), Maíra Dombroski Neme (RA:147141), Edilaine de
Freitas Lima (RA 116653), Samuel Gonçalves Souza Cruz (RA 038383)

Resumo:

Este experimento foi realizado com o intuito do aprendizado da montagem de circuitos simples,
familiarização com os instrumentos de medida, como amperímetro e voltímetro, análise da Lei
de Ohm e funcionamento de amperímetros, voltímetros, resistores e diodos.

Introdução:

A resistência (R) de um dispositivo eletrônico é definida pela relação

V=RxI Equação (1)

onde V é a diferença de potencial entre os bornes do dispositivo e I é a corrente passando por


ele.

Quando a resistência é constante, esta relação é a “Lei de Ohm”. Dispositivos que obedecem à
Lei de Ohm, como os resistores, são ditos ôhmicos (ou lineares). Outros dispositivos, tais como
o diodo, apresentam resistência elétrica dependente do potencial aplicado. Estes dispositivos
são ditos não-lineares (ou não-ôhmicos). Resistores são dispositivos condutores, de resistência
especificada, utilizados em circuitos elétricos para controlar a corrente ou para transformar a
energia elétrica em calor. Os tipos de resistor mais usados são os resistores de carvão,
resistores de filme metálico e carvão e resistores de fio (níquel-cromo) enrolado, que diferem
quanto ao elemento de resistência.

O diodo é um componente eletrônico que pode ser feito de vários materiais semicondutores. O
diodo utilizado nesse experimento é dos mais comuns, de silício cristalino. Ele é dopado por
diferentes gases durante sua confecção causando uma polarização de suas duas faces. Essa
dopagem faz com que o diodo permita que corrente elétrica o percorra em apenas uma direção
de maneira exponencial em função da tensão aplicada. Para altas polarizações, a expressão
para a corrente é basicamente da forma:

I = Io exp (qV/kT) Equação (2)

onde q é a carga do elétron, V a tensão aplicada, k a constante de Boltzman e T a temperatura


absoluta. Pela natureza exponencial da equação 2, esperamos que a corrente aumente de
forma bastante acentuada. No sentido de polarização inversa o diodo conduz um pouco, a
resistência é elevada de forma que a corrente é algumas ordens de magnitude inferior à
corrente obtida para polarizações diretas.

Objetivos:

Neste experimento foi realizada a montagem de 4 circuitos: 2 circuitos foram montados para
calcular a resistência de dois resistores distintos e utilizar de gráficos para testar a lei de Ohm,
e 2 circuitos para analizar o funcionamento de um diodo.

Metodologia, Resultados e Análise de Dados

Parte A - Resistor

Primeiramente montou-se o circuito da (Figura 2a) usando um resistor de proteção de valor


nominal Rp = 10 ohms e um resistor cuja resistência deveria ser determinada (valor nominal Rx
= 100 ohms). Foram usados dois multímetros, um para medir corrente e outro para medir
tensão.
Tabela 1- Valores obtidos na Parte A do experimento

T (volts) ΔV(volts) I (mA) ΔI (mA)

12,9 0,2 131,7 1,4

12,0 0,1 122,9 1,3

11,2 0,1 114,0 1,2

10,2 0,1 103,9 1,1

9,4 0,1 95,0 1,1

8,6 0,1 86,7 1,0

7,7 0,1 77,8 0,9

6,8 0,1 69,0 0,9

6,0 0,1 60,8 0,8

5,2 0,1 51,9 0,3

4,3 0,1 42,1 0,2

3,3 0,1 33,4 0,2

2,5 0,1 25,3 0,2


Os erros ΔV e ΔI foram calculados segundo a exatidão fornecida pelos aparelhos:

ΔV= exatidão da fonte que tem resolução de 0,1volts = ± 1,0%+2d

ΔI = exatidão do multímetro no fundo de escala de 60mA e resolução de 0,01mA = ±0,5%+3d e no fundo


de escala de 600mA e resolução de 0,1mA = ±0,8%+3d
Gráfico 1 - V x i com valores obtidos na Parte A do experimento

Encontramos o valor nominal de Rx como sendo 98,7Ω, e o valor medido foi de 99,7Ω. De
acordo com o manual do multímetro, o erro é calculado a partir da escala 600 Ω, resolução de
0,1Ω e exatidão de ±0,8%+3d Ω, sendo de ±1,1Ω. Ou seja, dentro do erro permitido.

Parte B - Diodo

Nessa parte montou-se o circuito (a) da figura abaixo, de polarização direta do diodo, com Rp =
220 ohms .
Em seguida variou-se a tensão da fonte para obter tensão no diodo entre 0 e 0,75
Volts, e mediu-se a corrente e a tensão no diodo. Obteve-se ~ 15 pontos de corrente
versus tensão. Depois montou-se o circuito (b) da figura acima (Figura 3), de
polarização reversa do diodo. Utilizou-se o multímetro na menor escala de corrente
(600 A). Por último, variou-se a tensão no diodo entre 0 e 15 Volts, e mediu-se a
corrente correspondente.

Tabela 2. Dados obtidos na parte B do experimento.

T (volts) ΔV(volts) I (mA) ΔI (mA)

0,75 0,01 0,00 0,00

0,70 0,01 0,00 0,00

0,65 0,01 0,00 0,00

0,60 0,01 0,00 0,00

0,55 0,01 0,00 0,00

0,50 0,01 0,01 0,00

0,43 0,01 0,04 0,00


Gráfico 2. Corrente versus tensão dos dados obtidos na parte B do experimento.
Gráfico 3. Resistência versus tensão obtidas na parte B do experimento.

A partir dos gráficos podemos concluir que o diodo apenas deixa passar corrente a partir de
uma tensão mínima, a tensão de corte, que está muito próxima de zero, como esperávamos. A
partir da tensão de corte a corrente cresce exponencialmente, como é esperado a partir da
equação (2). Quando a tensão está muito próxima de zero, a resistência do diodo fica muito
alta. Podemos queimá-lo facilmente por conta disso. A disposição do circuito em (a) facilitaria a
queima do diodo invertido, enquanto a disposição do circuito em (b) oferece a resistência, ainda
que mínima, do amperímetro, para servir como resistência de proteção para o diodo.
Podemos ver nos gráficos 2 e 3 que conforme a tensão aumenta, aumenta a corrente e diminui
a resistência, pela lei de Ohm. Quando a tensão está próxima de zero, não passa corrente pelo
diodo, ou seja, ele funciona como componente retificador. Pela parte 7 (b) do experimento
percebemos que não passa corrente pelo diodo quando o mesmo está invertido, comprovando
sua polaridade, e sua propriedade retificadora outra vez.

Pela equação 2 vemos que a relação entre I e V é exponencial. Pudemos comprovar essa
relação com o gráfico 2, onde se nota uma função exponencial.

Usamos nesse experimento resistências de proteção. Elas são usadas em circuitos ou muitas
vezes embutidas em outros componentes, para protegê-los de sobrecarga de tensão ou de
curto circuitos. Na parte B usamos a resistência de proteção Rp para proteger o diodo de
sobrecarga de tensão. Na parte A não era necessário o uso da resistência de proteção, pois o
único componente que poderia queimar era a outra resistência, então não há muita
necessidade em protegê-la, a não ser que ela seja mais cara que a Rp.
Conclusão:

Tendo por base as análises feitas durante o experimento podemos concluir que nosso
experimento teve sucesso em demonstrar a lei de Ohm e exemplificar o funcionamento do
diodo como componente retificador.

Referência Bibliografica

- Apostila da disciplina de f329 do 1º semestre de 2014.


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE FÍSICA GLEB WATAGHIN (IFGW)

Experimento 2: Ponte de Wheatstone de Termistor

Grupo 5: Bruna Cristina Jorge (RA: 104655), Maíra Dombroski Neme (RA:147141), Edilaine de
Freitas Lima (RA 116653), Samuel Gonçalves Souza Cruz (RA 038383)

Resumo:

O experimento realizado foi dividido em duas partes: primeiramente foi montado um circuito de
comparação, de acordo com a figura (1), conhecido como Ponte de Wheatstone, capaz de
determinar o valor de uma resistência desconhecida. A sensibilidade desse circuito depende
das resistências utilizadas: quanto mais próximos os valores dessas, mais sensível ele é,
apresentando sensibilidade máxima no caso em que as quatro resistências são iguais.

Na primeira parte do experimento, utilizamos, portanto, uma Ponte de Wheatstone para


determinar o valor de uma resistência desconhecida, Rx. Para tanto, considera-se a seguinte
relação, válida para quando a corrente passando pelo galvanômetro for zero:

Na qual e são resistências conhecidas, é a resistência que é variada e a resistência que se


deseja determinar.

Na segunda parte do experimento (Figura 2), foi estudado o comportamento de um termistor,


um componente não linear que apresenta uma resistência altamente sensível à temperatura. O
coeficiente de temperatura é elevado e negativo, ou seja, sua resistência diminui quando a
temperatura aumenta. Sendo assim, medimos, a partir da Ponte de Wheatstone, a resistência
do termistor para diferentes temperaturas. Espera-se que resistência e temperatura,
relacionem-se segundo a equação empírica:

RNTC = A exp (B/T) Equação 1

Em que R a resistência do termistor para dada temperatura em Ω, A e B constantes


características do componente e T a temperatura deste em K.

Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois a resistência encontrada na primeira parte foi
próxima da medida pelo ohmímetro, que se encontrava dentro dos limites de erro determinados
para Rx. Na segunda parte, os dados que relacionam resistência e temperatura para o
termistor, determinaram um comportamento próximo ao esperado em teoria, segundo a
equação (2).

Objetivo:

Esse experimento objetivou a montagem de um circuito de comparação, a Ponte Wheatstone, e


o entendimento do comportamento deste, de forma que fosse possível determinar uma
resistência desconhecida.

Também foi estudado o comportamento de um componente eletrônico sensível à temperatura,


um termistor, de coeficiente negativo de temperatura, ou seja, cuja resistência diminui com um
aumento da temperatura. Obtiveram-se os valores de resistência do termistor para diferentes
valores de temperatura, buscando caracterizar como essas grandezas se relacionam para o
componente em questão.

Metodologia:

Neste experimento foi utilizado cabos conectores, o protoboard, um resistor de proteção, três
resistores normais, um resistor de década, um termistor, um galvanômetro, um multímetro, um
termômetro e um béquer.

Na parte A, foi montado o circuito de acordo com a figura 1, afim de se descobrir o valor da
resistência desconhecida Rx, ajustando o valor da resistência de década até que o
galvanômetro indicasse zero, possibilitando o cálculo de Rx.

Para a parte B, foi substituída a resistência Rx por um termistor, inserido num béquer com água
quente e um termômetro. Da mesma forma, a resistência de década foi ajustada para que o
galvanômetro indicasse o zero, e foi anotado a medida da temperatura da água (em equilíbrio
com o termistor), permitindo dados suficientes para a relação da resistência do termistor com a
temperatura do mesmo.

Resultados e Discussão:

Parte A – Ponte de Wheatstone

A ponte de Wheatstone consiste em um circuito como o mostrado na Figura 1 (ver resumo).


Neste circuito, a tensão pelo caminho ABC e pelo caminho ADC serão iguais a tensão Vs,
utilizando a Lei de Kirchhoff das correntes, pode-se encontrar o valor das correntes nos nós B e
C:

Então, para encontrar a tensão nas malhas ABC e BDC:

Quando a ponte está em equilíbrio Ig=0, então o segundo conjunto de equações pode ser
escrito como:
Assim, dividindo-se as equações e rearranjando-as, tem-se que:

Da Lei de Kirchhoff das correntes, I3=Ix e I1=I2 . Desta forma o valor desejado de Rx pode ser
calculado por:

Sabendo essa relação, pôde-se encontrar o valor de Rx, utilizado no experimento, pois as
resistências Rd, R1 e R2 foram medidas.

Valores das resistências medidas com o ohmímetro:


Rx= 101,2 ±1,1Ω
R1= 98,9 ± 1,1 Ω
R2= 99,2 ± 1,1 Ω
Rd= 101,3 ± 1,1 Ω
Os erros foram calculados a partir da escala 600 Ω para Rx, R1, R2 e Rd que tem exatidão de
±0,8%+3d Ω, obtida no manual do multímetro.
.

Assim, o valor da resistência Rx calculada foi:

Rx= R1Rd/R2

Rx=(98,9 x 101,3)/ 99,2 = 101,0 Ω

O erro é calculado utilizando propagação de erros, que tem a seguinte fórmula:


∆Rx=√ [(Rd/R2)²( ∆R1)²+(Ri/R2)²( ∆Rd)²+(R1Rd/R2²)²(∆R2)²] = ±2,6 Ω

Portanto, o valor de Rx obtido através do Rd é igual a 101,0±2,6Ω e está dentro da


faixa de erro do valor esperado, que era 101,2±1,1Ω.

Parte B – Termistor

O modelo sugerido pelos fabricantes para a resistência do termistor é:

RNTC=AeB/T
A linearização para a fórmula acima é:

ln(RNTC)= ln(A) + B/T

Para auxiliar na construção do gráfico do modelo linearizado, que forneceu os valores de A e B,


a Tabela 1 foi montada com os valores RNTC, ln (RNTC) e 1/T, com seus respectivos erros.

Tabela1. Dados obtidos no experimento.


1/T (K-1) ∆1/T (K-1)
T (K) ∆T (K) (x10⁻³) (x10⁻⁷) RNTC (Ω) ∆RNTC (Ω) ln(RNTC) ∆ln(RNTC)

354 2 2,80 400 10,8 0,1 2,380 0,008

353 2 2,80 400 10,9 0,1 2,389 0,008

349 2 2,90 400 12,2 0,1 2,501 0,008

344 2 2,90 400 13,6 0,1 2,610 0,008

341 2 2,90 400 15,0 0,1 2,708 0,008

337 2 3,00 400 16,6 0,1 2,809 0,008

335 2 3,00 400 17,9 0,1 2,885 0,008

332 2 3,00 500 19,8 0,2 2,986 0,008

327 2 3,10 500 23,0 0,2 3,135 0,008

323 2 3,10 500 26,2 0,2 3,266 0,008

320 2 3,10 500 28,5 0,2 3,350 0,008

317 2 3,20 500 32,1 0,3 3,469 0,008

312 2 3,20 500 37,1 0,3 3,614 0,008

308 2 3,20 500 42,3 0,3 3,745 0,008

305 2 3,30 500 48,7 0,4 3,886 0,008

302 2 3,30 500 54,5 0,4 3,998 0,008

298 2 3,40 600 55,9 0,5 4,024 0,008

Para cada valor de Rd foi encontrado um valor de RNTC e o seu erro. As fórmulas usadas para
o cálculo dos erros são as descritas abaixo:

ΔRNTC = exatidão do multímetro para o fundo de escala 60Ω e resolução 0,1Ω = ± 0,8%+3d.

Δln(RNTC) = √[(1/RNTC)²x(ΔRNTC)²]

ΔT = exatidão do termômetro de vidro e mercúrio = ±0,5%

Δ(1/T) = √[(1/T²)²x(ΔT²)]

Com os valores da tabela gerou-se o gráfico ln(RNTC) x 1/T que forneceu os valores de A e B.

Foi utilizado o programa Origin 6.1 para adequar os pontos a melhor reta.

Figura 1. Gráfico de ln(RNTC) x 1/T com regressão linear.


Figura 2. Coeficientes lineares obtidos do gráfico no programa Origin 6.1.

Como o gráfico é a forma linearizada da equação RNTC=AeB/T, na forma ln(RNTC)= ln(A) + B/T.

Então, o parâmetro A’ obtido pela regressão linear dá o valor verdadeiro de A através da

expressão: A = eA’ = e(-6,28477) = 0,002.

Portanto, a expressão obtida para o termistor é RNTC= 0,002e3076,T.

Conclusão

Antes da realização da parte A do experimento, o valor da resistência Rx foi medida com um

ohmímetro e o valor encontrado foi de 101,2 ±1,1Ω. Através do experimento, o valor da

resistência Rx encontrada foi de 101,0 ±2,6Ω. Observa-se que o valor obtido

experimentalmente está dentro da faixa de erro do valor real medido pelo ohmímetro com uma

precisão de 99,8%.

Já na parte B, sabe-se que o termistor utilizado tem valores nominais para resistência (a 25°C)

de cerca de 50 Ω e constante B da ordem de 3000 K (ou seja, o parâmetro A é da ordem de

2.10-3). A partir da equação obtida experimentalmente, a resistência seria de 61Ω para 25°C e
a constante B de 3076, ambos dentro da ordem de grandeza dos valores nominais. Portanto, a

proporção obtida entre o valor real e o encontrado experimentalmente para foi de 82,0% ,

demonstrando que o modelo proposto pelo fabricante é válido.

Conclui-se, então, que os resultados obtidos foram satisfatórios para ambos os experimentos.

Referência Bibliografica

- Apostila da disciplina de f329 do 1º semestre de 2014.

- página http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_de_Wheatstone, acesso em 20/03/2014.

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