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Relatório 3: Condutividade de componentes

André Santos Rocha - RA 235887


Luiz Felipe Corradini Rego Costa - RA 230613
Mariano Cho - RA 230797
Pedro da Rosa Pinheiro - RA 231081

1. TEXTO PRINCIPAL
Objetiva-se, por meio deste experimento, estudar as curvas características de um resistor e de um diodo, isto é,
gráficos que indicam como um dispositivo conduz corrente de acordo com a tensão aplicada no circuito. Para tal,
separamos e ligamos uma fonte de tensão, um amperímetro e um voltímetro, os quais conectamos à uma protoboard
através de cabos bananas. Assim, utilizamos, também, resistores e um diodo, de modo que no final tivéssemos um
circuito fechado, assim como os da orientação da Figura 1. É válido ressaltar que ambos circuitos da imagem em
questão foram montados, porém, por terem organizações diferentes, apresentam finalidades diferentes, sendo,
portanto, responsáveis por etapas distintas do experimento.
Primeiramente, para a curva característica do resistor de valor nominal 100Ω e do diodo a favor do sentido da
corrente, adotamos o circuito (b) da Figura 1. Isso se deve ao fato de que, nessa organização, o DUT (DUTs - Device
Under Test) e o voltímetro ficam em paralelo. Assim, a tendência da corrente seria de se dividir, com uma parte dela
passando pelo dispositivo em análise e outra passando pelo aparelho. Porém, sabemos que a resistência em teste é
muito pequena em relação a do medidor de tensão, fazendo com que quase toda a corrente passe pelo nosso DUT,
garantindo uma medição precisa da corrente. Já para o diodo invertido, utilizamos o circuito (a) da Figura 1, pois
nele o resistor em análise e o amperímetro estão em série, e como a resistência do primeiro é bem maior que a do
aparelho, o diodo terá quase toda a voltagem fornecida pela fonte para si, assegurando uma medição precisa da
voltagem. Desta maneira, observa-se que a alteração do circuito é necessária para a realização das medições
conforme a inversão de sentido do diodo, pois, assim como explicado acima, caso não fosse realizada uma mudança
na organização do circuito, as informações obtidas não seriam válidas ao estudo. As medições das tensões foram
realizadas de 0,5V em 0.5V, começando em 0,5V e indo até 10V, exceto quando estávamos analisando o diodo
invertido, que foi medido de -0.5V até -10V. Assim, podemos considerar que a tensão é a nossa variável
independente e a corrente dependente.
Descobrimos, pelo manual do multímetro, que 1.1 a resistência do voltímetro é de 10MΩ. Já a do amperímetro não
foi possível aferir, visto que não detectamos no manual. Além disso, se quiséssemos tirar as medições dos valores da
resistência de ambos por meio de um circuito, bastaria apenas ligar os polos do multímetro ao ohmímetro.
Para mais, nota-se que, independentemente do circuito utilizado, é necessário utilizarmos um resistor de
proteção, pois com tal ferramenta evitamos que, caso o experimento seja montado de forma incorreta, não sejam
causados danos aos aparelhos de medição nem aos dispositivos em análise. Além disso, por estarmos lidando com
resistências baixas, é necessário limitar a corrente do circuito, principalmente nas avaliações com presença do diodo.
Isso, pois após sua introdução, um aumento linear na tensão fornecida acarreta em um incremento exponencial na
corrente. E, como já iríamos inserir a resistência de proteção, consideramos que ela já iria cobrir a função de um
fusível no circuito, logo optamos por não utilizar este dispositivo.
Para descobrirmos o limite da voltagem do circuito, consideramos a potência de 1,5W, que é a máxima do
2
resistor de 100Ω, e a resistência de proteção (220Ω), calculamos a voltagem por meio da seguinte relação: 𝑃 = 𝑉 /𝑅
. Dessa maneira, descobrimos que a tensão máxima seria de 18V, considerando uma margem de garantia de 8V,
adotamos 10V como a tensão máxima do circuito.
Considerando todos esses fatores, para o circuito em que utilizamos o resistor, anotamos os valores medidos pelo
voltímetro e pelo amperímetro para uma determinada tensão, e, com eles, calculamos a respectiva resistência como
mostrado na Tabela 1. A partir desses dados, utilizando a biblioteca matplotlib.pyplot, do Python, realizamos um
ajuste linear para eles resultando na Figura 2. Em sequência, usamos o software SciDavis para calcular o coeficiente
−3 −5 −1 −5 −5
angular (9, 9. 10 ±1, 0. 10 Ω ) e linear (1, 0. 10 ±1, 0. 10 𝐴) e suas incertezas, por meio do Método dos
Mínimos Quadrados. Para descobrir a resistência a partir do coeficiente angular, basta fazer o inverso dele, ou seja
−3 −1 −2
(9, 9. 10 ) = 101, 0Ω , e sua incerteza seria 1, 0. 10 Ω.
Em seguida, configurando o multímetro para um ohmímetro, medimos que o nosso resistor que seria testado
tinha 101, 3±0, 7Ω. Logo, percebemos que esse intervalo de valores coincide com uma parte do intervalo de valores
−2
calculado anteriormente (101, 0 ± 1, 0. 10 Ω ). Isso prova que, o resultado obtido a partir do coeficiente angular se
aproxima bastante do valor lido pelo ohmímetro do resistor em teste.
Observando a Figura 2, é notável que a corrente cresce e decresce juntamente à tensão de forma linear, enquanto
uma análise da Figura 3 permite-se entender que a resistência mantém-se constante, apesar da tensão variar. Assim,
podemos definir ambas as relações como lineares. Esse comportamento pode ser justificado pela Lei de Ohm (
𝑉 = 𝑅 . 𝐼). Para a Figura 2, considerando R constante, teríamos que a equação ficaria análoga a uma função linear (
−5 −5
𝑌 = 𝑎. 𝑥 + 𝑏), com Y = V, a = R, x = I e b = 1, 0. 10 ±1, 0. 10 𝐴 ≅ 0. Isso mostra que o resistor em teste é
ôhmico, pois a função dessa figura se aproxima da Lei de Ohm. Por outro lado, no caso da Figura 3, temos que R é
constante, e, pela Lei de Ohm, temos que 𝑅 = 𝑉/𝐼. Consequentemente, como V e I crescem juntos e linearmente, a
constância de R é justificada.
Assim, com base na Figura 4, podemos afirmar que, na orientação direta do diodo, conforme uma variação da
tensão elétrica, ocorre também uma mudança análoga na corrente, ou seja, se a voltagem aumenta, 2.1 a corrente
também, assim como se a primeira diminui, a segunda decresce juntamente. Porém, nota-se que quando é inserido de
forma invertida no circuito, a corrente que o atravessa é praticamente nula, independentemente da intensidade da
tensão elétrica a qual está sujeito. Além disso, percebe-se, através da Figura 5, que a resistência calculada no diodo
quando posicionado em seu sentido padrão varia conforme alterações no potencial elétrico. No entanto,
diferentemente daquilo observado nas medições da corrente, tal variação é oposta a da voltagem, ou seja, quando há
uma acréscimo nessa grandeza, a resistência diminui, e vice versa. Com isso, entende-se que a resistência do diodo
não é constante, sendo válido afirmar, portanto, que tal dispositivo não é um elemento ôhmico. Isso, pois,
diferentemente dos corpos com tal propriedade, o diodo não apresenta resistência constante quando sujeito à uma
variação de potencial.
Desse modo, com base nas análises feitas até então, é interessante observar as diferenças da corrente e da
resistência medidas no circuito nas duas etapas do experimento realizado, isto é, com o resistor e com o diodo.
Primeiramente, contrastando as figuras 2 e 4, temos que no resistor, uma variação da tensão elétrica acarreta
diretamente em uma variação análoga da corrente que o atravessa (se a voltagem aumenta, a corrente também, assim
como se a primeira diminui, a segunda decresce juntamente.), enquanto no diodo, tal comportamento apenas é visto
quando posicionado na sua orientação padrão. Do mesmo modo, utilizando as figuras 3 e 5 como base para a
comparação, entende-se que a resistência do resistor é constante, independentemente do valor da tensão elétrica,
enquanto a medida no diodo, assim como já descrito, varia conforme alterações no valor do potencial.

2. FIGURAS E TABELAS

Figura 1: Arquitetura dos diferentes circuitos utilizados no experimento


Fig. 2: Gráfico da corrente pela voltagem para a arquitetura do resistor, com suas respectivas incertezas, ajustado
linearmente
Fig. 3: Gráfico da resistência pela voltagem, com suas respectivas incertezas

Fig. 4: Gráfico da corrente pela voltagem para o diodo, considerando o diodo na posição padrão e na posição invertida.
Fig. 5: Gráfico da resistência pela voltagem para o diodo na posição padrão, ajustado linearmente.

3.1

Fig. 6: Gráfico de comparação do logaritmo neperiano da corrente (ou ln(i/i0), sendo i0 o primeiro valor de corrente
não-nulo) pela voltagem.

Voltagem (V) Corrente (A) Resistência (Ω)

−2 −2 −5 2
− 0, 2 ±0, 2. 10 − 0, 2. 10 ±0, 4. 10 1, 0. 10 ±3, 0

−2 −2 −5 2
− 0, 5 ±0, 2. 10 − 0, 5. 10 ±0, 5. 10 1, 0. 10 ±5, 0
−2 −2 −5 2
− 0, 8 ±0, 2. 10 − 0, 8. 10 ±0, 7. 10 1, 0. 10 ±3, 0

−2 −2 −5 2
− 1, 1 ±0, 2. 10 − 1, 1. 10 ±0, 8. 10 1, 0. 10 ±2, 0

−2 −2 −5 2
− 1, 4 ±0, 2. 10 − 1, 4. 10 ±1, 0. 10 1, 0. 10 ±2, 0

−2 −2 −5 2
− 1, 7 ±0, 3. 10 − 1, 7. 10 ±1, 0. 10 1, 0. 10 ±2, 0

−2 −2 −5 2
− 2, 0 ±0, 3. 10 − 2, 0. 10 ±1, 0. 10 1, 0. 10 ±2, 0

−2 −2 −5 2
− 2, 4 ±0, 3. 10 − 2, 3. 10 ±1, 0. 10 1, 0. 10 ±1, 0

−2 −2 −5 2
− 2, 7 ±0, 3. 10 − 2, 6. 10 ±2, 0. 10 1, 0. 10 ±1, 0

−2 −2 −5 2
− 3, 0 ±0, 3. 10 − 2, 9. 10 ±2, 0. 10 1, 0. 10 ±1, 0

Tabela 1: Tabela referente às medições da voltagem em V, da corrente em A e da respectiva resistência em Ω para um resistor
no circuito. Foram selecionados apenas 10 valores visando abstração. Voltagem em escala de 6V , conforme consta no
manual.

Voltagem (V) Corrente (A) Resistência (Ω)

−2 −5 2, 5 ± 0, 1
0, 50 ±0, 2. 10 − 0, 2± 3, 0. 10

−2 −5 −3
0, 63 ±0, 2. 10 − 4, 0± 5, 0. 10 0, 16 ± 6 . 10

−2 −5 −3
0, 66±0, 2. 10 − 8, 2± 7, 0. 10 0, 08 ± 3 . 10

−2 −5 −3
0, 68 ±0, 2. 10 − 12, 8± 9, 0. 10 0, 05 ± 2, 0 . 10

−2 −4 −3
0, 70 ±0, 2. 10 − 17, 1± 1, 0. 10 0, 04 ± 1, 0 . 10

Tabela 2: Tabela referente às medições da voltagem em V, da corrente em A e da respectiva resistência em Ω para um diodo
com orientação padrão no circuito. Foram selecionados apenas 5 valores visando a abstração. Voltagem em escala de 600mV
, conforme consta no manual.

Voltagem (V) Corrente (A) Resistência (Ω)

−2 −5 > 16590, 04
− 0, 50 ± 2. 10 0 , 0 ± 3 . 10

−2 −5 > 116130, 27
− 3, 5 ± 3 . 10 0, 0 ± 3 . 10

−2 −5 > 165900, 38
− 5, 5 ± 4. 10 0, 0 ± 3 . 10

−2 −5 > 248850, 57
− 7, 50 ± 4. 10 0, 0 ± 3 . 10

−2 −5 > 331800, 76
− 9, 9 ± 5. 10 0, 0 ± 3 . 10

Tabela 3: Tabela referente às medições da voltagem em V, da corrente em A e do respectivo limite inferior estimado para a
resistência em Ω para um diodo com orientação invertida no circuito. Foram selecionados apenas 5 valores visando a
abstração. Voltagem em escala de 6V , conforme consta no manual.
3. INCERTEZAS

Incerteza para Voltagem:


A incerteza σ𝑉, associada à voltagem é dada pela combinação da incerteza de calibração do voltímetro (σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝑉 ) com a
incerteza de leitura (σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝑉) .
Sendo:
𝑑
σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝑉 = ,onde d é a resolução do equipamento de medição.
2 3

σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝑉 = ± 0, 003 * 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 + 2 * 𝑑 ,onde d é a resolução do equipamento de medição.

Assim:
2 2
σ𝑉 = σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝑉 + σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝑉

Incerteza para Corrente:


A incerteza σ𝐶, associada à corrente é dada pela combinação da incerteza de calibração do amperímetro (σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝐶 ) com a
incerteza de leitura (σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝐶) .
Sendo:
𝑑
σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝐶 = ,onde d é a resolução do equipamento de medição.
2 3

σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝐶 = ± 0, 005 * 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 + 3 * 𝑑 ,onde d é a resolução do equipamento de medição.

Assim:
2 2
σ𝐶 = σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝐶 + σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝐶

Incerteza para Resistência:


𝑈
Para a incerteza da resistência, é preciso propagar as incertezas da voltagem U e da corrente i. Sendo 𝑅 = 𝑖
, obteremos a
seguinte expressão:

2 2
σ𝑅 =
2
( ) ∂𝑅
∂𝑈
σ𝑈 +
2
( )σ
∂𝑅
∂𝑖
2
𝑖

∂𝑅 1 ∂𝑅 𝑈
Onde ∂𝑈
= 𝑖
e ∂𝑖
=− 2 .
𝑖

Incerteza para Ohmímetro:


Para calcular a incerteza de uma medida do ohmímetro, é preciso considerar as seguintes incertezas:
𝑑
σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝑂 = ,onde d é a resolução do equipamento de medição.
2 3

σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝑂 = ± 0, 005 * 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 + 2 * 𝑑 ,onde d é a resolução do equipamento de medição.

Assim:
2 2
σ𝑂 = σ𝑐𝑎𝑙𝑖𝑏𝑟𝑎𝑐𝑎𝑜𝑂 + σ𝑙𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎𝑂

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Índice de comentários

1.1 Vocês poderiam medir a resistência do multímetro e amperímetro

2.1 Como é a relação de esse aumento ou diminuição?

3.1 Escala

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