Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Módulo 3:
Processos de Transformação
Processos de Produção Industrial
Isabela Pedrinha
Processos de Produção de Elastômeros
No cotidiano de uma fábrica de artefatos borracha nos deparamos com uma série de problemas
que são comuns, e às vezes relativamente simples de serem resolvidos. Neste trabalho nós
dividimos alguns desses problemas em quatro categorias, conforme descrito abaixo, e fizemos
uma breve análise de suas prováveis causas e possíveis soluções.
Estabilidade dos produtos químicos para borracha
Variabilidade devido à mistura
Problemas de qualidade durante a moldagem
Falhas no acabamento do artefato de borracha:
I. Estabilidade dos produtos químicos para borracha
A maioria dos produtos químicos utilizados na fabricação de artefatos de borracha está sujeitos
a variações. Por exemplo, polímeros podem variar sua viscosidade, as cargas podem possuir
níveis variáveis de contaminações, como umidade. Alguns desses produtos podem sofrer
alterações em aparência, pureza ou desempenho funcional sob condições impróprias de
estocagem. A seguir uma lista dos produtos mais sensíveis e seus indicativos de mudança de
qualidade.
Aceleradores a base de sulfenamidas: CBS, TBBS, MBS, DCBS.
As sulfenamidas estão sujeitas à degradação com o tempo. Essa degradação é acelerada na
presença de umidade, alta temperatura de estocagem ou contaminações com materiais básicos.
Assim que a sulfenamida degrada, várias mudanças perceptíveis ocorrem:
a. Amina livre é liberada. Isto é caracterizado por um cheiro de “peixe”. Em casos extremos
de degradação a quantidade de amina liberada pode ser suficiente para ocasionar
desconforto pessoal no manuseio. Em estocagens prolongadas a quantidade de amina
livre contida não é uma medida mais correta da degradação, uma vez que as aminas são
voláteis e podem escapar através da embalagem.
b. A quantidade de insolúveis em metanol ou éter aumenta. Os insolúveis são produtos da
degradação, incluindo MBTS e sais de amina.
Com o progresso da degradação das sulfenamidas há um decréscimo no tempo de scorch,
queda na velocidade de cura e leve redução do módulo.
Em outras palavras, a sulfenamida degradada, lentamente vai tomando as características da
cura com MBTS. Degradações consideráveis podem ocorrer antes das sulfenamidas serem
funcionalmente usadas em borracha. Em geral, não se recomenda utilizar produtos com um teor
maior que 1% de amina livre, por causa do desconforto potencial que pode vir a ocasionar ao
trabalhador.
Sulfenamidas com teor de insolúveis maior que 5% devem ser testadas na borracha e alguns
ajustes podem se fazer necessários no composto. Todas as sulfenamidas com mais de um ano
de uso devem ser consideradas suspeitas. Amostras com menos de um ano somente há
necessidade de checagem se foram molhadas, tiverem odor de amina livre ou se foram
expostas a estocagem acima de 50ºC.
Ditiofosfato de Zinco: ZBPD
Cristais tendem a se formar sobre resfriamento. Eles podem ser redissolvidos sem perda de
desempenho durante a mistura e aquecimento.
Agentes de cura: Sistema doador de Enxofre:
Ditiomorfolina – DTDM: A degradação é caracterizada pela cor amarela e odor de amina.
Materiais nestas condições não devem ser usados sem checagem laboratorial. Odor intenso de
amina pode ocasionar problemas pessoais devido à exposição.
A preparação da mistura é um dos pontos mais críticos numa fábrica de artefatos de borracha.
Não basta utilizar matérias-primas de ótima qualidade, é preciso que a mistura apresente
determinadas características que propiciem a obtenção de todas as vantagens esperadas.
Se usando materiais menos nobres fica difícil obter boas propriedades, mesmo processando
adequadamente o composto, da mesma forma podem-se ter péssimos resultados num
composto mal elaborado mesmo que se tenha utilizado o que há de melhor no mercado para
sua produção.
Fica então bem claro que o êxito ou o fracasso na produção de determinado produto vai
depender inicialmente dos materiais selecionados e depois, da qualidade da mistura. Entende-
se por mistura de boa qualidade aquela em que os componentes, devidamente dosados através
de pesagem correta de acordo com o estabelecido na fórmula de composição, são incorporados
de tal modo ao elastômero que o grau de dispersão permita obter identidade de propriedades
em qualquer ponto da massa do composto.
Não se está preconizando a obtenção de misturas homogêneas mesmo porque a maior parte
dos materiais não se dissolve uns nos outros e então ter-se-á, por assim dizer, uma
disseminação homogênea entre eles o que certamente chegará muito próximo da identidade de
propriedades em todos os pontos do composto. Para se ter boas misturas é necessário
considerar diversos fatores tais como:
~
Tipos de calandras usados na indústria
A palavra “extrusão” tem raiz e vai buscar significado nos vocábulos latino, em que “ex” significa
força e “tudere” significa empurrar. Pode-se definir, então, a extrusão como o processo de
obtenção de produtos com comprimentos ilimitados e seção transversal constante, obrigando o
material a passar através de um cabeçote sob condições de pressão e temperatura controlada.
Desta maneira, a moldagem por extrusão apresenta característica essencial, que a distingue de
todos outros processos de conformação de polímeros.
Esse processo é contínuo e por isso é usado para fabricação de produtos acabados, como por
exemplo: barras, fitas, mangueiras e tubos, como também para produtos semimanufaturados,
que devam, posteriormente, sofrer novo processamento.
O processo de extrusão é realizado em um equipamento conhecido como extrusora. O
composto, na forma de laminado é alimentado, através do funil de alimentação, para o canhão
ou cilindro. O movimento da rosca promove o transporte do polímero, levando-o até a matriz.
Durante este deslocamento, o material é progressivamente aquecido, plastificado, comprimido e
finalmente é forçado a sair, através do orifício da matriz.
As principais aplicações da extrusão podem ser resumidas no seguinte:
Obtenção de laminados
Obtenção de filamentos, tubos ou perfis.
Revestimento de cabos, fios e lâminas.
Preparação de compostos para moldagem
Alimentação de calandras
Existe uma relação entre a taxa de cisalhamento e o L/D da extrusora e o comportamento de
inchamento do extrudado.
Quanto maior for o cisalhamento (maior L/D), maior será o inchamento.
Quanto menor o L/D menor será o inchamento.
Existe uma tendência a aumentar o inchamento em taxas de cisalhamento muito altas. Esse
comportamento pode ser atribuído a maior natureza elástica do material sob alto cisalhamento.
Maior tensão sob o material que é aliviada na saída do cabeçote da extrusora.
A uniformidade da produção adquire grande importância nessa etapa. Uma fonte de não
uniformidade esta no processo de mistura e outra no próprio processamento por extrusão. O
objetivo da extrusão é fabricar continuamente um objeto com precisão geométrica (uniforme)
definida, isto é, um perfil. Como o material é visco elástico, carrega uma memória deformacional.
Causas de não uniformidade na alimentação:
Falta de uniformidade do composto.
Alimentação intermitente: deslizamento, baixo atrito entre o composto e o fuso da
extrusora, módulo alto do composto.
Reticulação prematura: Como a taxa de deformação é muito baixa na
alimentação, o efeito pode ser significativo, mas não detectável a alta taxa de
deformação usada no viscosímetro Mooney (scorch Mooney) ou mesmo em reômetro
capilar.
Defeitos do extrudado.
2. Principais processos de transformação que envolve cura ou vulcanização
A. Moldagem por Injeção
A moldagem por injeção consiste em aquecer o material até obter uma fluidez satisfatória e
então forçá-lo para dentro do molde de modo a preencher totalmente a cavidade ou cavidades
nele existentes.
Se o material é termoplástico, o molde é resfriado até o ponto de solidificação do material
injetado e então é extraída a peça moldada. Se o material é uma composição curável, deve
permanecer no interior do molde até atingir pelo menos um índice de 90%de cura e então é
extraído.
A alimentação e a injeção são feitas através de um fuso ou de um pistão. O molde é responsável
pela forma que o material injetado adquire já que nele estão as cavidades com formato idêntico
ao da peça que se deseja obter. O molde aproxima-se do bico de injeção no momento de
i. Pressão de injeção
A pressão exercida pela face dianteira do pistão de injeção é a pressão de injeção e se propaga
no interior do moIde tendendo abri-lo e deve ser contrabalançada pela força de fechamento da
máquina e é da ordem de 170 MPa.
ii. Temperatura de injeção
Cada material tem suas características próprias. Um determinado composto pode apresentar
uma gama de variações que determinam características que devem ser previamente conhecidas
para permitir um processamento correto.
Essas características variam com o grau de polimerização, com o tipo de polímero obtido (linear,
ramificado, em bloco, enxertado) ou da composição (plastificado, com baixo ou alto teor de
carga).
iii. Tempo de injeção
O tempo de injeção, ou seja, o tempo em que o material é comprimido para dentro do molde é o
mínimo necessário para que o material preencha totalmente o molde eliminando todo ar ou gás
porventura presente a fim de permitir a reprodução fiel de todos os detalhes do mesmo e ainda
compactar adequadamente o composto injetado.
iv. Velocidade de injeção - V.I.
A velocidade de injeção ou fluxo de material mede o volume de material que flui para dentro do
molde por unidade de tempo. V.I = cm3s
A V.I. depende de uma série de fatores tais como: natureza do material, caminho percorrido pelo
polímero desde o bico da injetora até as cavidades do molde, velocidade de avanço do pistão,
isto para uma pressão e temperatura de injeção constante.
v. Força de fechamento do molde
A força de fechamento do molde já foi referida quando se falou da pressão de injeção.
O ciclo começa ao se fechar o molde vazio. O pistão avança comprimindo o material que flui
através do bico de injeção.
O tempo desde o acionamento do pistão até o início de penetração do material no molde é o
tempo morto. Segue-se a etapa de enchimento e compactação em que o material enche o
molde e é mantido sob pressão para compactar e compensar parcialmente a contração que
ocorre durante o resfriamento após a cura.
viii. Contração na moldagem
Cada material apresenta índice de contração próprio e que pode sofrer alterações em função da
composição e mesmo do sistema de cura.
Como num composto de borracha a condutividade térmica é variável, fica um pouco difícil
estabelecer a priori as condições ideais para determinar teoricamente o índice de contração u
retração. Por esse motivo é extremamente importante dispor de formulas de composição
devidamente testado não apenas em suas propriedades usuais como dureza, resistência à
tração, ao rasgo, à deformação, mas também no que se refere aos índices de contração na
moldagem a temperaturas diferentes.
Evidentemente que para se ter uma regularidade dimensional é preciso ter também um bom
controle de qualidade no amplo sentido do termo.
A extração das peças depois de atingido o índice de vulcanização padrão permite obter bons
resultados porquanto permite ao técnico variar a temperatura e tempo de cura.
ix. Ciclos de moldagem
O ciclo de moldagem é que determina a produtividade de uma injetora. O tempo do ciclo resulta
dos tempos parciais: tempo morto, tempo de injeção, tempo de molde fechado e tempo de
molde aberto.
Para se determinar a menor duração do ciclo, precisa-se antes saber a faixa de moldagem em
função da temperatura e pressão.
Um dos procedimentos para determinar a zona de moldagem é o seguinte:
Determinar a temperatura com a qual se consegue fazer fluir o material pelo bico
da injetora (Ti)
Mantendo a temperatura (Ti) injetar com a pressão mais baixa possível capaz de
encher o molde (Pi)
Manter a temperatura Ti e aumentar a pressão até que a peça esteja aderida no
molde (P2)
\
Trabalha-se a pressão normal e dentro da zona de moldagem se escolhe duas temperaturas,
uma para o material e outra para o molde. Injeta-se sucessivamente diminuindo o tempo de
enchimento. Quando o enchimento se torna defeituoso, tem-se o tempo mínimo de injeção.
Usando esse tempo mínimo de injeção procura-se ajustar os demais tempos em função da
temperatura e pressão e se obtém o ciclo mínimo de moldagem.
Já foi visto no processo de injeção que a cura neste sistema se realiza dentro do molde e que o
tempo necessário para obtê-la vai se somar a outros tempos que no conjunto constituirão os
ciclos de vulcanização.
Quando as peças são muito grandes, pode-se injetar no molde a quantidade de borracha
necessária para formar o artefato (2 kg, 10 kg) ou até 100 kg. Então o conjunto forma carregada
com a composição que foi injetada é levado para uma estufa ou autoclave e submetido a
aquecimento para realização da cura.
Os materiais termoplásticos injetados geralmente não são curados, mas há casos em que se
deve curá-los para se obter as propriedades desejadas. O caso de uma poliolefina expandida e
reticulada com peróxido de dicumila. Ex. esponja de polietileno.
Como se pode ver, muitos são os fatores determinantes da qualidade de um artefato e basta
que apenas um deles não satisfaça a um mínimo exigível e ter-se-á fatalmente comprometida a
qualidade do produto final.
O molde nunca deve ter dimensões maiores do que os platôs de aquecimento da prensa. O
ideal é que os moldes tenham dimensões um pouco inferiores às das superfícies de
aquecimento das prensas.
Não convém usar moldes muito pequenos, sobretudo em prensas de platôs grandes, sob pena
de ocasionar danos muito sérios aos mesmos causados pela elevada pressão específica. A
pressão aplicada a moldes de diferentes tamanhos deve variar de acordo com a área das
mesmas já que:
P= pressão
F = Força de fechamento
S = área da superfície
Onde:
P - pressão exercida sobre o molde
M - pressão registrada no manômetro
A - área do pistão da prensa
S - área da forma ou molde
Caso prático:
Qual a pressão que se tem sobre um molde de 40 cm x 40 cm sabendo-se que a pressão
manométrica é de 140 kgf/cm
P=?
M- 140 kgf/cm2 = 13,7 Mpa
S= 40 cm x 40 cm = 1600 cm2
= 3,14 x 7 x 7 = 153,86 cm2
= = 13,46 kgf/cm2 = 1,3 MPa
Essa pressão é muito baixa e só permite moldar composições de baixa dureza ou muito ricas
em materiais termoplásticos.
Se nesta mesma prensa for usada um molde de 20 cm x 20 cm nas mesmas condições ter-se-á:
Essa pressão já permite a moldagem de compostos mais rígidos, embora o desejável seja uma
pressão em torno de 100kgf/cm2 (9,8 Mpa).
A Planilha a seguir ajuda a calcular a pressão específica para cada prensa ou moldes
desejados.
A= Identificação da prensa
B = comprimento do platô da prensa/ molde
C = Largura do platô da prensa / molde
D = diâmetro do pistão da prensa
ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA
PRENSA: A
A utilização de uma ou mais gavetas não altera muito a capacidade de moldagem desde que as
formas tenham a mesma área e os compostos sejam de características praticamente idênticas.
6. Tempo ótimo de vulcanização versus espessura do molde
Existem dois métodos que nos ajudam a determinar o tempo ótimo de vulcanização ou cura:
com uso de reômetro e sem uso de reômetro (método empírico).
Há algum tempo (ou quando não se pode adquirir um reômetro) utilizava-se a dureza da peça
para determinar o tempo de cura. Outra forma esta em prensar a peça em vários tempos
crescentes até desaparecimento de bolhas internas na peça, obtendo-se o dimensional correto.
A. AUTOCLAVE:
As vulcanizações em autoclave geralmente ocorrem a vapor direto, isto é o artefato entra em
contato direto com o vapor saturado que atua como gás inerte.
As temperaturas a serem usadas dependerão da capacidade das caldeiras fornecedoras de
vapor e da autoclave em resistir à pressão. Geralmente trabalha-se a uma pressão de 4,5a 7
kgf/cm2 o que corresponde a uma faixa de temperatura entre 145°C a 170°C.
As autoclaves podem ser verticais ou horizontais e suas dimensões vão obedecer às
necessidades da empresa. Por exemplo, uma autoclave para cura de remendos em pneus
industriais difere de outra onde devem ser curados cabos elétricos, mangueiras e outros
artefatos.
As vulcanizações em autoclave facilmente determinam a formação de bolhas ou esponjamentos
consequência da inadequada moldagem do composto. Por exemplo, na fabricação de um rolo a
parte elastomérica deve ser firmemente aplicada ao substrato e a parte externa deve ser
convenientemente revestida para que a pressão determinada pela expansão do composto
aquecido não promova a formação de materiais esponjados.
Perfis geralmente são curados em autoclave e quando apresentam colapso pelo aquecimento,
devem ser corrigidos aumentando de viscosidade do composto.
O regenerado é um material de muita utilidade nestes casos, pois os resíduos de elastômero
curado que o constituem propiciam estrutura para que o perfil não sofra colapso ao ser
aquecido. Outros materiais usados são polímeros pré-reticulados (SBR 1009)
Curso IPG - Tecnologia da Borracha - Processos de transformação Página 31 /53
Isabela Pedrinha inovacao@inprogroup.com.br
Pode-se também curar artefatos enchendo a cavidade dos moldes que tenham dispositivo de
fechamento próprio e levar esses moldes carregados à autoclave para submetê-los ao processo
de cura.
B. ESTUFA
A estufa funciona como uma autoclave só que a pressão ambiente. Por esse motivo os materiais
devem ser isentos de umidade e produtos de baixo ponto de ebulição sob pena de ocorrer à
formação de bolhas superficiais e esponjamentos internos.
A estufa pode ser aquecida por um sistema de resistências, por aquecimento com gás, por
aquecimento com um sistema radiador que utiliza ou óleo quente ou vapor de água.
Seja qual for o sistema, o material a ser curado ou está confinado em cavidades de um molde ou
não contêm produtos de baixo ponto de ebulição.
C. VULCANIZAÇÃO CONTÍNUA
Os processos de vulcanização contínua são muito indicados em indústrias cuja linha de
produção consiste basicamente na fabricação de perfis extrudado, passadeiras ou correis
transportadoras.
A extrusão contínua está crescendo em popularidade, pois, além de minimizar a manipulação e
os custos trabalhistas, podem ser obtidas velocidades de linha muito rápidas. A rápida cura de
borracha à pressão atmosférica coloca algumas restrições exclusivas na composição. O uso de
aditivos especializados ou extrusoras todos devem ser considerados cuidadosamente.
Porosidade é provável em curas atmosféricas, pois somente a viscosidade do composto é
responsável por resistir a expansão do material. Porosidade pode ser devido a ar preso,
umidade dos ingredientes do composto ou óleos voláteis.
Ar e alguma umidade são removidos aplicando-se vácuo durante a extrusão do composto. Além
disso, é geralmente usada a adição de 5-10 phr óxido de cálcio como dessecante. Enchimentos
hidratados são geralmente evitados, argila calcinada é o enchimento mineral preferencial. Maior
viscosidade e menos voláteis são adequados para suavizar os compostos.
Deformação ou colapso do extrudado durante a cura é outro problema potencial. Polímeros de
alta resistência verde a quente são desejáveis.
Reversão pode ocorrer devido às temperaturas elevadas de cura, superiores a 200 ° C (400 ° F).
Tempos de residência são curtos, geralmente 1-2 minutos, que exigem sistemas de cura muito
rápido. O sistema de cura também deve ser ajustado a velocidade em que calor será adicionado
pelo método de cura escolhido.
Evidentemente que em vez de folhas fumadas se podem usar outro tipo de borracha natural,
sobretudo se se deseja obter um composto de cor clara. Na composição acima não foi. Incluída
carga porque de momento não interessava já que o objetivo foi apenas indicar o sistema de
cura.
Enxofre
Essas composições geralmente são feitas em duas porções para serem juntadas uma na outra
no momento da utilização para evitar a perda do material.
Numa parte pode= se colocar os ativadores com o enxofre e o MBTS e na outra o TMTD com o
RZ-100.
Uma vez misturadas as duas partes a composição cura dentro de no máximo 48 horas se a
temperatura for inferior a 20ºC. Mas se for superior a 25°C a cura ocorre em menos 24horas.
Elevando-se a temperatura, abrevia-se cada vez mais o tempo.
Existem dois rotores padrões para o teste de viscosidade Mooney: o rotor grande (L) com
diâmetro de 1,5 ± 0,001"(usado para polímeros e composições de baixa viscosidade) e o rotor
pequeno (S) com diâmetro de 1,2 ± 0,001" (usado para polímeros e composições de alta
viscosidade).
A temperatura do ensaio é normalmente de 100 °C, porém outras temperaturas também podem
ser usadas. O corpo-de prova consiste de duas partes do material a ser testado, com diâmetros
e espessuras suficientes para preencher totalmente a cavidade do aparelho. As duas partes do
corpo de prova envolvem o rotor de metal, que gira lenta e continuamente por determinado
período de tempo. A resistência à rotação é medida em função do tempo em unidades
arbitrárias como viscosidade Mooney e é apresentada da seguinte forma, na Equação:
50-ML 1 + 4 (100 ºC), onde:
50 - indica viscosidade (unidades);
M - indica Mooney;
L - indica o tipo do rotor usado (grande);
1 - indica o tempo de pré-aquecimento, em minutos.
4 - indica o tempo do ensaio contado após a partida do rotor, em minutos.
(100 ºC) – indica a temperatura do ensaio.
A avaliação do desempenho de uma composição elastomérica não vulcanizada durante a
extrusão pode ser realizada por meio do método padrão ASTM D2230 (extrudabilidade de
Garvey), que utiliza uma extrusora de laboratório com características definidas na própria norma,
equipada com uma matriz do tipo Garvey. Este método permite, pela perfeição do perfil
extrudado, que se avalie de maneira subjetiva a extrudabilidade do material.
Uma medida mais quantitativa das características de extrusão pode ser obtida pelo equipamento
de Pliskin. Este teste envolve o cálculo do inchamento do extrudado (die swell), razão entre a
seção transversal do extrudado e a seção transversal da matriz, por meio da medida da
velocidade da corrente do extrudado oriundo da matriz em um volume constante de extrusão. A
proporcionalidade existente entre o inchamento do extrudado e a velocidade assume que este
fenômeno, resultante da memória elástica do material, ocorre quase que instantaneamente após
a saída da composição da matriz.
Assim, a evolução da vulcanização pode ser analisada através da curva reométrica obtida com
um reômetro de disco oscilante (mais usado na indústria), a qual pode ser dividida nas seguintes
fases:
Curva reométrica.
Mi- Torque inicial;
ML- Torque mínimo – Esta relacionado com o módulo do composto. Quanto maior
for esse valor, menor será a fluidez do composto.
MH- Torque máximo;
ts2- tempo de segurança, tempo correspondente a um torque de (ML + 2
unidades). Também se usa ts5, para designar o tempo correspondente a um aumento
de torque de (ML + 5 unidades).
tx- tempo ótimo de vulcanização, tempo para se atingir x% de aumento de torque,
ou seja, tempo correspondente a um torque igual a.. Quando x=90 entende-se que foi
atingida 90% da vulcanização e x=0,90
O tempo ótimo de vulcanização de uma peça depende, obviamente, da espessura,
especialmente quando superior a 6 mm.
Quanto maior for a variação entre o Torque mínimo e o torque máximo, maior será a quantidade
de ligações cruzadas (reticulação).
Dessa forma, utiliza-se a curva de Reometria para acompanhamento da qualidade dos
compostos produzidos.
Cuidado:
Os equipamentos possuem softwares já preparados para realização desses cálculos. Contudo,
estes se baseiam em definições matemáticas, que estabelecem o tempo de análise para
determinar os valores de t90. Curvas rampantes impõe um erro matemático na maioria desses
softwares. Por isso, em curvas rampantes deve-se avaliar se o tempo de vulcanização t90 esta
muito próximo ao tempo total da análise. Se isso acontecer, aumentem o tempo de análise ou
calculem o t90 graficamente. Não usem o software do computador.
Curvas rampantes ou com mais de uma inclinação são comuns quando a qualidade da mistura
não esta boa – misturas com incorporação da carga de reforço heterogênea.
ANÁLISE DE VULCANIZAÇÃO USANDO VISCOSÍMETRO MOONEY
O viscosímetro Mooney também pode ser usado para estabelecer velocidade de cura e tempo
de vulcanização, através da análise chamada “Scorch Mooney”.
Viscosímetro Mooney - Determinação do scorch Mooney