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Filmes de BOPP
Karla Knorr
Elisangela Fernandes
Introdução
No ano em que comemora 25 anos de atividades, sempre inovando na busca de novos produtos e na
ampliação do seu portifólio, a POLO publica o Manual Técnico de BOPP.
Este manual propicia a seus clientes e demais parceiros, uma breve descrição da historia da POLO, as
possibilidades de seu centro de tecnologia e inovação, seus processos de transformação, seus produtos e
aplicações, as análises realizadas em controle de qualidade e por fim as conversões de unidades mais usuais
no ramo de embalagens flexíveis. Esperamos que lhes seja útil.
As autoras,
Elisangela Fernandes
Karla Knorr
Participação: Bárbara Hahn
Índice
1. Conhecendo a POLO
2. Poliproprileno Biorientado – BOPP
3. Processos de Transformação
Tubular
Tenter
4. Etapas dos Processos de Transformação:
1 – Alimentação e Transporte de Matérias-primas.
2 – Extrusão
3 – Cast Film
4 – Orientação Longitudinal (MDO)
5 – Orientação Transversal (TDO)
6 – Pull Roll e Tratamento Superficial
7 – Bobinamento
8 – Acabamento
9 – Metalização
5. Matérias-primas e Aditivos
6. Controle de Qualidade dos Filmes de BOPP
Principais análises físico-químicas (normas ASTM)
7. Propriedades dos filmes de BOPP
8. Tipos de filmes de BOPP
9. Vantagens dos Filmes de BOPP
10. Aplicação dos filmes de BOPP
Filmes POLO: Características e Aplicações
11. Conversão de Unidades
12. Referências Bibliográficas
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1 . Conhecendo a POLO
Sua história
A POLO se destacou como a primeira empresa a fabricar e comercializar filmes de BOPP – Polopropileno Biorientado -
no Brasil.
Companhia formada em 1977.
de fabricação balanceada.
totalmente nacional);
plana (Tenter).
A POLO Atual
Com duas unidades de produção estrategicamente posicionadas, uma delas em Varginha (MG), com quatro linhas
balanceadas de produção que proporcionam uma capacidade de 12 mil toneladas/ano, outra unidade em Montenegro (RS), que
conta atualmente com duas linhas tenter, passando a ter uma capacidade produtiva de 48 mil toneladas/ano, a POLO produz cerca
Os filmes de BOPP são aplicados em sobreembalagens, cigarros, conversão de embalagens flexíveis para alimentos e
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.Unidade de Varginha – MG Unidade de Montenegro – RS
Atenta a estas necessidades e comprometida em fornecer aos seus clientes parceria e suporte no desenvolvimento de
novas oportunidades em aplicações de produtos bi-orientados, a Polo está implantando o Centro Polo de Tecnologia e Inovação -
CPTI.
O CPTI atua no aprimoramento e controle de qualidade de seus produtos e serviços, e ainda no estudo das opções em
embalagens flexíveis existentes no mercado. Através da pesquisa e caracterização destas embalagens, o CPTI propõe o
desenvolvimento de novos produtos e aplicações para o BOPP. Além disso, agrega conhecimentos que podem ser aplicados a
quase toda a indústria de filmes flexíveis, dando suporte a seus clientes e parceiros.
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O CPTI também dispõe de equipamentos para análises de
caracterizações físicas, identificação de estruturas de materiais utilizados nas
embalagens flexíveis e microscopia ótica.
Talentosos profissionais aliados ao desenvolvimento de uma extensa rede de comunicação e parceria com Institutos de
Pesquisa e Universidades do Brasil e de outros países propiciam uma constante atualização quanto às mais novas tendências no
mercado de filmes flexíveis e demais aplicações.
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2. Poliproprileno Biorientado – BOPP
Plástico
É um material cujo constituinte fundamental é um polímero, principalmente orgânico e sintético, sólido em sua condição
final (como produto acabado) e que em alguma fase de sua produção foi transformado em fluído, adequado à moldagem por ação
de calor e/ou pressão.
Polímero:
Materiais orgânicos ou inorgânicos, naturais ou sintéticos, de alto peso molecular, formados por muitas
macromoléculas, sendo que cada uma destas macromoléculas deve possuir uma estrutura interna onde há a repetição de
pequenas unidades chamadas meros (unidades de repetição); o termo polímeros vem de: poli = muitas e meros = partes.
Termoplástico
Polímeros que permitem fusão por aquecimento e solidificação por resfriamento repetidas vezes. Esta alteração
reversível é física e não química, mas pode provocar alguma degradação no termoplástico, para um número elevado de ciclos de
aquecimento e de resfriamento.
Polipropileno
É o termoplástico de menor densidade, proporcionando assim maior rendimento. Comparado ao polietileno, tem
excelente transparência e brilho. Baixa permeabilidade ao vapor d’água e a outros gases, a óleos e gorduras, boa rigidez e boa
resistência à temperatura de esterilização. Principais desvantagens: dificuldade de termossoldagem e alto custo, quando
comparado ao polietileno.
Polipropileno Biorientado
Processado de forma a ter uma orientação molecular biaxial. O filme é estirado em duas direções diferentes:
1 – direção da máquina (MDO); e
2 – direção transversal (TDO)
O estiramento é realizado na direção longitudinal em um primeiro estágio e na direção transversal no segundo estágio.
Esta biorientação permite a obtenção de filmes com uma significativa redução da permeabilidade a gases e ao vapor
d’água, dependendo da temperatura e do grau de orientação. São filmes muito finos, mas com propriedades adequadas à
conversão e ao manuseio, pois apresentam um aumento na resistência a tração e na rigidez do material, melhoria da transparência,
brilho e lisura.
3. Processos de Transformação
Filmes de polipropileno biorientados podem ser obtidos por meio de dois processos básicos de extrusão de filmes:
tubular (blow) e plano (tenter); podendo-se produzir filmes de uma só camada, co-extrusados ou revestidos. Uma das diferenças
entre os dois tipos de processo está na matriz, sendo que no primeiro tem-se geometria anelar ou tubular e, no segundo, geometria
plana. Cada processo tem características técnicas específicas. O processo mais utilizado é o tenter, devido a maior uniformidade da
orientação.
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Produção de Filmes de BOPP pelo Processo Tenter
Rolos osciladores
Bobinadeiras
Zona de Convergência
Rolos Estiradores
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Processo Tenter
Coextrusora 01
Filtro
Extrusora principal
Coextrusora 02 Matriz
M.D.O. Cilindros Estiradores
Cilindro Resfriado
Faca de ar
Banheira de água
gelada
Estiramento Longitudinal
Zonas de aquecimento
Tratadores Chama Bobinadeira
T.D.O.
Estiramento Transversal
Tratadores Corona
Zona de Estabilização
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4. Etapas dos Processos de Transformação:
Normalmente o transporte da matéria-prima para a extrusora principal começa de um alimentador de matéria-prima para
um silo intermediário, através de um transportador pneumático.
Do silo de estocagem individual o granulado é soprado para o silo intermediário. Dos silos intermediários o granulado
prossegue via unidade dosadora, onde os aditivos, regranulado e outras matérias-primas podem ser adicionados na entrada de um
ciclone.
Do ciclone a matéria-prima cai dentro de um misturador/ alimentador onde são homogeneamente misturados, para
estarem aptos ao processamento na extrusora principal.
O transporte de matérias-primas para as extrusoras é realizado diretamente do misturador para as extrusoras.
2 - Extrusão
A unidade de extrusão inclui o sistema principal de extrusão, as coextrusoras, os filtros para a massa fundida e a matriz
para três, cinco ou sete camadas.
A unidade de extrusão é responsável por fundir a matéria-prima e liberá-la como cast film, em uma operação contínua.
A mistura do hopolímero é fundida na extrusora principal que possui uma rosca melting (fundir) e outra rosca mettering (
alimentar continuamente) denominada cascata, e transportada até o filtro.
O filtro deve reter as contaminações provenientes do fundido. O filtro é composto de uma determinada quantidade de
elementos filtrantes, os quais propiciam uma área superficial bastante grande e uma área física relativamente reduzida.
O filme plano e o coextrudado são distribuídos por uma matriz de diferentes camadas. A matriz distribui o fluxo do fundido
uniformemente na espessura desejada, bem como na totalidade do comprimento.
A razão entre a espessura das camadas do filme pode ser controlado pela variação da vazão da extrusora.
Com uma matriz para três camadas, por exemplo, dois tipos de filmes podem ser produzidos:
Filmes Planos
Filmes Coextrudados
Extrusora de Cobertura 1
Filtro
Alimentação de revestimentos e aditivos
Extrusora Principal
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3 - Cast Film
3 – Cast Film
A unidade é responsável pela retirada do fundido da matriz, solidificando-o por resfriamento. Para este processo são
utilizados um grande rolo de resfriamento (Chill Roll) e um banho de água gelada.
As condições do resfriamento no Chill Roll e no banho de água influenciam diretamente a cristalização do polipropileno,
assim como as propriedades óticas e o estiramento do filme.
O filme é resfriado em um lado pelo Chill Roll e do outro lado pelo banho de água, provocando um resfriamento
relativamente uniforme em ambos os lados.
Um melhor contato entre o filme e Chill Roll é obtido através do auxílio de uma faca de ar. Para minimizar o
estrangulamento do filme, assim como o enrolamento das laterais do filme no Chill Roll, as laterais são adicionalmente ajustadas
por tubos de ar.
Matriz
Faca de ar
Banheira de água
gelada
Durante o estiramento longitudinal o filme se torna fino em relação à razão de estiramento. O MDO consiste em rolos pré-
aquecidos, rolos de estiramento e de recozimento/estabilização (relaxamento). Após o estiramento, o filme passa por rolos de
relaxamento para ser estabilizado termicamente.
M.D.O.
Cilindros Estiradores Cilindros de
Cilindros de Pré - Relaxamento
aquecimento
Estiramento Longitudinal 5x
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5 - Orientação Transversal TDO (Transversal Direction Oriented)
O TDO serve para orientar o filme que já foi orientado no sentido longitudinal no primeiro estágio, no sentido transversal
em um segundo estágio.
Para estabilizar termicamente o filme orientado, uma zona de estabilização é também necessária. Por isso, o TDO é
subdividido em quatro seções:
Seção de pré-aquecimento
Seção de estiramento
Seção de estabilização térmica
Seção de resfriamento
O aquecimento e o resfriamento do filme é realizado por fluxo de ar. Esta corrente de ar é soprada distribuidamente no
filme por ventiladores. Após estar resfriado o filme é transportado para o Pull Roll ou unidade de puxamento.
T.D.O. 4
1 2 3 5
Estiramento Transversal
1 – Pré-aquecimento
2 – Estiramento
3 – Relaxamento
4 – Zona neutra
5 – Zona de resfriamento
6 - Pull Roll
Conjunto de rolos com a função de puxar o filme biorientado proveniente do TDO e conduzi-lo à bobinadeira.
No Pull Roll o sistema de remoção de aparas do filme, o medidor de espessura e o tratamento superficial estão
instalados.
As bordas de filme são cortadas em ambos os lados da manta, por lâminas e conduzidas ao moinho em linha.
O medidor de espessura é utilizado para medir a espessura final do filme continuamente durante a produção, informando
e conduzindo as variações de espessura diretamente na matriz.
O filme deve passar pelo sistema de tratamento superficial para que possa receber posteriormente aplicação de
impressão, metalização e/ou laminação, já que o polipropileno, até então tem uma baixa tensão superficial impossibilitando a
adesão de tinta de impressão ou adesivos de laminação.
a) Tratamento Corona
A estação de tratamento corona é compreendida por um rolo de metal revestido normalmente por borracha (isolante), dois
eletrodos de tratamento e um sistema de exaustão de ozônio.
Com o tratamento corona a tensão superficial do filme de BOPP é aumentada através da formação de um arco voltaico
entre o filme e o eletrodo. Este tratamento gera sítios reativos na superfície do substrato por torná-lo polar, isto é, as moléculas de
O2 presentes na área de descarga do tratador corona são ionizadas e ficam livres para se ligar quimicamente às terminações das
moléculas do substrato, aumentando a tensão superficial do filme e, com isto, permitindo a ancoragem de tintas, adesivos e
vernizes.
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b) Tratamento Chama
Um soprador de ar centrífugo, de baixa pressão e de grande volume move uma coluna de ar através de um venturi. Uma
seção de venturi é adaptada com uma válvula agulha para puxar o gás de acordo com a demanda, proveniente da linha
pressurizada de gás.
A mistura de ar/ gás resultante, é conduzida ao queimador e a chama é acesa. A zona de oxidação da chama entra em
contato com o substrato e o excesso de oxigênio ativado pela alta temperatura combina-se com moléculas de carbono para formar
grupos polares, geralmente associados às superfícies oxidadas.
A combustão produz uma complexa reação exotérmica onde as moléculas de O 2 são dissociadas em átomos de O2 livres
que bombardeiam a superfície do substrato, rompendo as cadeias e ligações cruzadas traduzindo-se na melhora da molhabilidade
do filme.
7 - Estação de bobinamento
A estação de bobinamento é constituída normalmente de dois rolos de bobinamento e uma unidade de corte automático.
Com este sistema de bobinamento é possível a troca de rolos de filme sem a interrupção do processo produtivo. Enquanto ocorre o
bobinamento em uma das estações, a outra pode ser removida e um núcleo vazio pode ser recolocado, simultaneamente.
8 – Acabamento
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Após a transformação do produto, antes da comercialização do mesmo, ele passa pela etapa de corte, para a
transformação em bobinas menores. O filme de BOPP pode então passar por processos de conversão dos tipos impressão,
laminação, metalização, adesivação, etc., para tornar-se embalagens para as mais diversas aplicações.
9 – Metalização
Processo de deposição de uma camada de metal sobre a superfície do filme, este processo pode ser contínuo ou em
bateladas. Através da metalização consegue-se um aumento das propriedades de barreira do filme. Este aumento de barreira é em
função da quantidade do metal depositado (espessura da camada), continuidade do revestimento sobre o substrato e
homogeneidade da deposição.
O filme antes de ser metalizado pode receber tratamento plasma, onde a energia elétrica (não visível devido à utilização
de pequenas voltagens) dissocia um gás, à baixa pressão, gerando uma nuvem uniforme de gás ionizado em várias espécies
excitadas capazes de modificar a superfície do substrato. A ativação da superfície está associada à freqüência de excitação
empregada no plasma.
O tratamento plasma apresenta as seguintes vantagens como uma maior nível de tratamento, não apresenta back
treatment e manutenção do tratamento por longo período.
Extrusão
Silos Dosagem Plana
Estabilização Tratamento
Térmica e Superficial Bobinamento
Dimensional
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Corte Embalagem Expedição
5. Matérias-primas e Aditivos
Homopolímeros
É um polímero derivado de uma única espécie de monômero. No homopolímero a macromolécula é constituída pela
repetição de um só mero (moléculas simples). O homopolímero de polipropileno é formado exclusivamente pela polimerização de
propeno.
Copolímeros
Polímero derivado de mais de um monômero. No copolímero, a macromolécula é constituída pela repetição de mais de
um mero. O copolímero de polipropileno é formado por propeno e mais outro monômero, normalmente o eteno.
Terpolímero
ADITIVOS
O polipropileno não possui determinadas características e propriedades necessárias à sua utilização em filmes flexiveis
para embalagem.
Para obtê-las faz-se necessária a sua aditivação.
Os aditivos para o filme de BOPP possuem como base PP homopolímero, PP copolímero ou terpolímero, dependendo do
objetivo da aditivação, e podem ser inseridos tanto no core (camada principal) como nas camadas de revestimento.
Existem aditivos especiais para a produção de filmes de BOPP, os quais podem alterar as seguintes características:
Propriedades antiblocantes
Coeficiente de fricção
Propriedades antiestáticas
Propriedades de selagem
Efeitos perolizantes e opacidade
Coloração
Rigidez
Resistência à oxidação
Propriedades de barreira (resistência à passagem de oxigênio, gordura, umidade, produtos químicos e aromas)
Aspecto superficial
Antiblocking (antiblocante)
Bloqueio é o pior problema que pode ocorrer com o filme, sempre levando à inutilização do mesmo. Filmes de pouca
espessura requerem uma maior taxa de aditivação de agentes antiblocking que filmes com maior espessura. Propriedades
antiblocantes são obtidas tornando a superfície do filme rugosa, permitindo que o ar circule entre as camadas de filme bobinado.
Agentes antiblocantes são minerais ou substâncias orgânicas que ficam emergentes na superfície do filme. São
geralmente adicionados somente nas camadas de revestimento.
Deslizante
Para que ocorra uma redução do coeficiente de fricção, são adicionados agentes deslizantes normalmente no core
(núcleo) de filmes de BOPP. Aditivos migrantes são adicionados no core para migrar através das camadas de revestimento e
propiciar uma camada deslizante na superfície do filme. Os agentes deslizantes sempre podem ser combinados com agentes
antiblocking para maximizar as propriedades de deslizamento. Sem o antiblock adequado nenhum efeito deslizante será obtido. Já
existem aditivos não migratórios que são adicionados nas camadas externas.
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Antiestático
Cargas eletrostáticas em filmes de BOPP são dissipadas muito lentamente por causa das excelentes propriedades
dielétricas do PP (polipropileno). A adição de agentes antiestáticos torna a superfície do filme levemente condutiva, resultando em:
Menores cargas elétricas durante o bobinamento para evitar acidentes;
Decréscimo da atração ao pó durante a estocagem , conversão ou uso final;
Diminuição de faíscas durante a impressão e de má homogeneização da tinta de impressão;
Melhor selabilidade durante o envase de produtos em pó.
Assim como para a maioria dos agentes deslizantes, os agentes antiestáticos devem ser adicionados no core (núcleo), os
quais migram para a superfície e reagem com a umidade do ar, tornando a superfície condutiva.
Agente Perolizante
O mercado de filmes de BOPP branco-perolados com alto rendimento é o que mais cresce atualmente, por causa de sua
baixa densidade.
O efeito perolado é causado pela formação de cavidades (cavitação) ao redor de partículas estranhas durante o
estiramento. A adição de pigmentos brancos no core ou nas camadas de revestimento irá realçar a propriedade de printabilidade
dos filmes perolados.
Normalmente são utilizados CaCO3 (carbonato de cálcio) para o cavitado (efeito perolizado) e TiO 2 (dióxido de titânio)
para o efeito branco do filme.
Tratamento Superficial
Realizado através de uma solução tensoativa previamente determinada. Esta solução pode ser preparada em laboratório
ou adquirida previamente. Esta análise mensura a tensão superficial indicando se a aderência a impressão/tinta será eficiente.
Unidade de medida: dina/cm
Norma de Referência: ASTM D 2578
Gramatura
É a relação entre o peso e a unidade de área do filme. Através do cálculo da gramatura pode-se determinar o rendimento
de uma bobina.
Unidade de medida: g/m2
Norma de Referência: ASTM D 4321
Rendimento
É a área de recobrimento do filme por peso. Obtém-se o rendimento pela seguinte fórmula:
Espessura
É a verificação do perfil de espessura alcançada durante a produção. É realizada com aparelho específico chamado
espessímetro. Através da medida de espessura do filme é possível avaliar a sua homogeneidade, fator determinante nas
propriedades mecânicas e de barreira.
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Unidade de medida: m
Norma de Referência: DIN 53370; ASTM E 252-84
Encolhimento
O filme é estirado duas vezes e em sentidos diferentes, direção transversal e direção da máquina sob altas temperaturas
e velocidades. Isso faz com que as moléculas sofram modificações constantes e principalmente após o relaxamento (que ocorre em
temperatura ambiente e por algumas horas) a tendência destas moléculas é voltar ao seu estado original, podendo prejudicar o
produto final (defeitos de planicidade).
Unidade de medida: %
Norma de Referência: ASTM D 1204
Haze
É a mensuração do nível de enevoamento do filme, diretamente relacionada com a cristalização do polímero. Utiliza-se o
equipamento chamado haze meter, onde se mede o feixe de luz transmitido que sofre uma dispersão superior a 2,5° em relação à
direção do feixe de luz incidente.
Unidade de medida: %
Norma de Referência: ASTM D 1003 - 00
Transmitância
É a mensuração da opacidade de filmes perolados, brancos e branco perolados (cavitados ou pigmentados).
Unidade de medida: %
Norma de Referência: ASTM D 1003
Opacidade
Capacidade de bloquear a luz. Controlada pelas propriedades das formulações da matéria-prima e condições do
processo, por pigmentos e características da cavitação dos filmes.
Unidade de medida: %
Norma de Referência: ASTM D 589
Brilho
É a mensuração do brilho da superfície do BOPP medido em um ângulo de 45º. O aparelho utilizado é o gloss meter. Este
vai emitir um feixe de luz que, ao bater no filme, formará um ângulo de reflexão. Este feixe retornará para dentro do equipamento
formando um ângulo o qual corresponderá à intensidade de brilho emitida pelo filme.
Unidade de medida: Adimensional
Norma de Referência: ASTM D 2457
É determinado através da mensuração do atrito ou fricção entre filme/filme e filme/metal. O filme disposto é sobre um
prato metálico no equipamento, sendo outro filme (da mesma amostra) disposto em um suporte, o qual será deslizado sobre o prato
do equipamento a uma velocidade previamente determinada. Essa análise está diretamente relacionada com a aditivação e
cobertura utilizada no filme. Assim se tem uma base de como o filme se comportará/deslizará na máquina do cliente. São
mensurados o COF estático e o COF dinâmico ou cinético.
Unidade de medida: Adimensional
Norma de Referência: ASTM D 1894
Elongação
É a mensuração das características mecânicas do filme, realizada através de um dinamômetro universal. Característica
diretamente relacionada ao estiramento e cristalização conferidos ao filme durante sua produção. Deve ser mensurada em ambas
as direções de estiramento (DM e DT). A influência desta característica está ligada diretamente com sua aplicação.
Para os filmes cavitados e/ou pigmentados é necessário verificar o ângulo dos dentes da mandíbula ou mordente, a fim
de se evitar a fragilização da área de selagem ou perdas de proteção.
Unidade de medida: %
Norma de Referência: ASTM D 638
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Tração
Característica mecânica do filme, realizada com o auxílio de um dinamômetro universal. Mensura a força empregada ao
filme até sua ruptura. Realizada nas duas direções, DM e DT.
Unidade de medida: N/ mm2
Norma de Referência: ASTM D 638
Força de Selagem
É a força máxima para abertura da superfície do filme onde é realizada a selagem em condições específicas.
Este ensaio simula a resistência mecânica no fechamento de uma embalagem por meio da força necessária para separar
os filmes soldados da mesma.
Unidade de medida: g/ in
Norma de Referência: ASTM F 88
Hot Tack
Avalia as característica de selagem à quente e à frio, podendo variar temperatura, tempo e pressão.
Este ensaio simula as condições de solda para equipamentos como corte e solda, máquinas de envase, etc. Indicando se
a amostra solda ou não e a força máxima para abertura da superfície do filme onde foi realizada a selagem.
Unidade de medida: g/ in
Norma de Referência: ASTM F 1921
O BOPP apresenta excelentes níveis de resistência, rigidez e barreira à umidade. A característica de barreira à umidade,
tem sido particularmente atrativa para as indústrias de embalagens de alimentos. Por outro lado, a barreira ao oxigênio é baixa.
Para tanto se fazem necessárias coberturas com outros materiais poliméricos ou metalização, as quais podem reduzir a taxa de
transmissão de oxigênio. A biorentação molecular também reduz a resistência à propagação do rasgo.
As exigências técnicas das aplicações de embalagens flexíveis estão em constante crescimento. As necessidades atuais
de mercado são:
Alta barreira ao oxigênio
Alto brilho e transparência
Espessuras cada vez menores
Alto rendimento.
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TABELA COMPARATIVA DE PROPRIEDADES DE SUBSTRATOS
Fonte: Polypropylene Handbook – Polymerization, Characterization, Proprieties, Processing, Applications. Edward P. Moore. Editora
Hanser.pg 251
Tratamento superficial
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Filmes Transparentes Coextrudados
A camada principal, ou núcleo é composto por homopolímero e as camadas de revestimento por copolímeros ou
terpolímero conferindo-lhes a característica de selagem.
Filme transparente selável em uma ou ambas as faces, normalmente com excelente performance em máquinas de
enchimento vertical e horizontal. Pode ter uma face tratada para a impressão em processos de rotogravura ou flexografia e/ou
laminação com e sem solventes. Possui aplicações típicas como embalagens monocamada ou laminadas para biscoito, salgadinho,
confeitos, cereais em barra, chocolates e sorvetes.
Tratamento superficial
Camada de revestimento
Núcleo Transparente
Camada de revestimento
Tratamento superficial
Filme selável em uma ou ambas as faces, com uma face tratada para metalização. Sua camada principal ou núcleo é
composto de homopolímero. As camadas externas são compostas por copolímeros que também podem conferir a característica de
selagem.
Possui aplicações típicas, como estruturas laminadas para biscoitos, salgadinhos, chocolates, barras de cereais e ovos de
Páscoa. Também recebe aplicações decorativas, impressão e impressão com posterior metalização.
Filmes Opacos
Filme opaco cavitado com aspecto branco ou perolizado, e que proporciona um alto rendimento nas estruturas. A camada
principal ou núcleo é composto por homopolímero e aditivo para cavitação, e camadas de revestimento por copolímeros.
Possui aplicações típicas, como confecção de estruturas laminadas para biscoitos, sorvetes, chocolates e sabonetes. Tem
aplicações decorativas e também é utilizado em produção de rótulos monocamada e laminados para bebidas carbonatadas.
Tratamento superficial
Camada de revestimento
Núcleo cavitado
Camada de revestimento
Tratamento superficial
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Filmes Biodegradáveis
A biodegradabilidade é uma inovação para o polipropileno biorientado, levando-se em consideração o tempo usual de
degradação do material na natureza, estimado em torno de 100 anos. Com a propriedade de biodegradabilidade, este tempo é
reduzido para em média 18 meses, de acordo com a severidade de exposição em que o material encontra-se na natureza.
Filmes Antifog
O efeito de embaçamento observado nas embalagens como a de legumes, verduras cruas e carnes, pode ser eliminado
pelo uso de filmes com aditivos especiais.
Este tipo de filme possibilita que a umidade condensada na superfície interna da embalagem seja eliminada, ocorrendo a
formação de gotas que se desprendem do filme, proporcionando um melhor visual ao produto.
Filmes Mate
O aspecto texturizado / sedoso observado nos filmes Mate é proporcionado por uma rugosidade superficial microscópica.
Este filme tem como principais características baixo brilho e alto haze. Estas propriedades proporcionam perfeita
transparência por contato facilitando a leitura.
Aplicações: Álbuns de fotos, embalagens de farinha, biscoitos, snacks, panetones e aplicações gráficas.
Alguns produtos alimentícios precisam ser protegidos contra a ação de fatores ambientais como gases, luz, vapor d’água
e odores. Assim, uma embalagem com boas características de barreira irá aumentar a vida útil destes produtos.
O processo de metalização confere determinado aumento de barreira ao BOPP, porém determinadas aplicações
requerem um maior grau de barreira, o qual só poderá ser obtido através de processos e produtos especiais.
O uso do filme de BOPP em embalagens confere maior tempo de vida útil ao produto nele embalado, além de
menor peso das embalagens, representando custo menor de transporte e menos material a ser reciclado ou descartado.
O filme aceita bem a impressão, dando um excelente aspecto visual à embalagem, fator significativo para a sua
comercialização, especialmente em supermercados.
O BOPP não interfere com o produto embalado, assegura impermeabilidade e inviolabilidade.
O consumo de filme de BOPP cresce com o aumento da população urbana, com o maior poder aquisitivo e a mudança
dos hábitos de consumo, que geram novas necessidades, como a tendência atual de porções menores e individualizadas.
Embalagens alimentícias: snacks, doces, biscoitos, pet foods, café, chá, frutas, vegetais, sorvetes, chocolates.
Artigos não alimentares: tabaco, cigarros, CD’s, cassetes, têxteis, embalagens decorativas.
Produtos técnicos: fitas adesivas, filme para capacitores.
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Filmes de BOPP POLO
Características e Aplicações
FABRICANTE POLO -
POLO - Processo
POLO – Processo Tenter Processo POLO - Processo Tenter
Propriedades Unidades Balanceado
Tenter
Código _ TFA 02 _ TPY 02 _ BPY 02 _ TSY 32
Espessura micra 20 25 30 20 25 15 19 20 30 17 20 25 30 35 40
Gramatura g/m² 18,1 22,6 27,2 18,1 22,6 13,6 17,2 18,1 27,1 15,4 18,1 22,6 27,2 31,7 36,2
Densidade g/cm³ 0,905 0,905 0,905 0,905
Rendimento m²/kg 55,23 44,2 36,8 55,2 44,2 73,5 58,1 55,2 36,9 64,9 55,2 44,2 36,8 31,5 27,6
COF F/F NT - - 0,35 0,35 0,25
COF F/M NT - - - - -
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Filmes de BOPP POLO
Características e Aplicações
FABRICANTE POLO -
POLO - Processo POLO - Processo POLO - Processo
Processo
Propriedades Unidades Balanceado Balanceado Balanceado
Balanceado
Filme transparente
selável em ambas as
Filme transparente termo
faces, com uma face Filme transparente
Filme transparente selável em encolhível de alto brilho
tratada para monocamada de
uma face, com a outra face com selagem e tratamento
CARACTERÍSTICAS tratada para impressão e/ou
impressão,
em uma mesma face, ou
alta rigidez, selável
apresentando ótimo em ambas as
laminação. em faces opostas para
desempenho em faces.
impressão.
equipamentos com
dobras laterais.
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Filmes de BOPP POLO
Características e Aplicações
FABRICANTE
POLO - Processo POLO - Processo POLO - Processo
POLO - Processo Balanceado
Propriedades Unidades Balanceado Tenter Tenter
Filme transparente
selável em ambas as
Filme transparente de lata rigidez e Filme opaco cavitado
faces, de alto Filme transparente
alto deslizamento, selável em ambas com aspecto branco,
deslizamento, selável em ambas as
as faces, apresentando ótimo
CARACTERÍSTICAS desempenho em equipamentos com
apresentando ótima faces, com uma face proporcionando alto
performance em tratada para rendimento das
dobras laterais e máquinas de
equipamentos de dobras metalização. estruturas.
enchimento vertical e horizontal.
laterais, enchimentos
verticais e horizontais.
23
Estruturas laminadas
para biscoitos,
Estruturas laminadas salgadinhos, barras
Embalagens internas de
para biscoitos, de cereais, sorvetes,
biscoitos tipo 3 em 1.
Embalagem direta não impresa para salgadinhos, chocolates, chocolates e
Embalagem direta não
alimentos. Sobre-embalagem de barras de cereais e ovos
impressa para alimentos, sabonetes.
APLICAÇÃO biscoitos, caixas de bombons, CD's.
caixas de bombons,
de Páscoa.
Embalagens internas de biscoitos tipo Aplicações decorativas, Aplicações
CD´s. Utilizado com decorativas. Rótulos
3 em 1. impressão e posterior
embalagem externa, monocamada e
metalização sobre
sobre papel ou cartão.
impressão laminados para
bebidas
carbonatadas.
Alongamento DT % 40 65 115 95
Haze % - - 1,5 -
Brilho % - - 88 -
EncolhimentoDM % 3 3 5,5 -
Encolhimento DT % 1 1 3,5 -
Força de Selagem g/25mm 350 390 400 - 430 440 470 500 550 470 570
Filme selável em
ambas as faces
próprio para
Filme opaco, cavitado com
Filme metalizado em uma embalagem
aspecto branco perolado, Filme transparente de alta rigidez e
face e outra termosselável. externa de
metalizado em uma das alto deslizamento, dimensionalmente
CARACTERÍSTICAS As propriedades de barreira agrupamentos de
faces, proporcionando alta estabilizado e selável em ambas as
são melhoradas com a carteiras de
barreira a luz e baixa faces.
aplicação de alumínio. cigarros, evitando
permeabilidade de gases.
aderência com a
embalagem
interna.
24
Estruturas monocamadas ou
em conjunto com outros
substratos, com aplicação em
embalagens laminadas para Sobreembalagem
Confecção de estruturas
biscoitos, salgadinhos,barras Sobre-envolturas de carteiras de para
laminadas para biscoitos,
APLICAÇÃO de cereais, sorvetes, cigarros. Sobre-envolturas dos agrupamentos de
chocolates e sabonetes. salgadinhos, barras de
agrupamentos de carteiras. carteiras de
Aplicações decorativas. chocolates e sorvetes.
cigarros.
Rótulos monocamadas e
laminadas para bebidas
carbon
Força de Selagem g/25mm 430 450 500 580 - 500 530 550
25
impressão em uma
face.
Embalagens de
sobre-envolturas de Fitas adesivas, Embalagens
carteiras de
carteiras de cigarros e embalagens para monocamadas ou
APLICAÇÃO cigarros com
agrupamentos de floricultura e para laminadas para
perfeito ajuste do
carteiras. presentes. alimentos refrigerados.
filme.
dinas/cm Ausente -
Tensão Superficial
Tração DM N/mm² 220
4110
Tração DT N/mm² 210
Alongamento DM % 100
28
Alongamento DT % 115
Haze % 2 -
Brilho % 88 -
EncolhimentoDM % 5
11
Encolhimento DT % 2,5
110 - 130 -
Range de Selagem g/25mm
TPVA gH2O/m²/24h 6,8 6,2 6 -
TPO2 cm³O2/m²/24h 2.100 2.050 1.800 -
Excelente resistência
Filme transparente
a tração e
coextrudado
tenacidade,
biodegradável
proporcionando uma
disponível nas versóes
abertura segura e
CARACTERÍSTICAS selável em ambas as
confiável. Disponível
faces e selável em uma
nas versões
face e tratado na outra
transparente e
para impressão ou
dourado e nos
laminação.
comprimentos
26
250.000 e 50.000
metros.
Estruturas
monocamadas ou Fitilho para abertura
APLICAÇÃO laminadas e aplicações de embalagem e
em sobreembalagens carteiras de cigarros.
diversas.
Espessura
Km m cm mm m in
1 km 1 103 105 106 109 39370
1m 10-3 1 102 103 106 39,37
1 cm 10-5 10-2 1 10 103 0,3937
1 mm 10-6 10-3 0,1 1 103 0,03937
1 m 10-9 10-6 10-5 10-3 1 0,00003937
1 in 2,54 x 10-5 2,54 x 10-2 2,54 25,4 25400 1
Comparativo de Espessuras
Micra Gauge Mils
15 60 0,60
18 70 0,70
20 80 0,80
25 100 1,00
30 120 1,20
35 140 1,40
40 160 1,60
50 200 2,00
Rendimento
m2/Kg in2/lb
1 m2/Kg 1 0,7029
1 in2/lb 1,419 1
Densidade
Kg/m3 g/cm3 lb/ft3 lb/in3
1 Kg/m3 1 0,001 6,243 x 10-2 3,613 x 10-5
1 g/cm3 1000 1 62,43 3,613 x 10-2
1 lb/ft3 16,02 1,602 x 10-2 1 5,787 x 10-4
1 b/in3 2,768 x 104 27,68 1,728 1
Tração
N/mm2 lb/in2 Kgf/ cm2
1 N/mm2 1 145,5 10,2
1 lb/in2 0,006842 1 0,0703
27
1 Kgf/ cm2 0,09807 14,2258 1
Área
m2 cm2 in2 ft2
1 m2 1 104 1,550 1,550
1 cm2 10-4 1 0,1550 0,1550
1 in2 6,452 x 10-4 6,452 1 6,944 x 10-3
1 ft2 9,290 x 10-2 929 1444 1
Força de Selagem
g/25mm ou g/in N/15mm
1 g/25mm ou g/in 1 5,88 x 10-3
1 N/15mm 169,9 1
Força
N lb gf Kgf
1 Newton 1 0,2248 102 0,1020
1 libra 4,448 1 453,6 0,4536
1 grama - força 9,807 x 10-3 2,205 x 10-3 1 0,001
1 quilograma - força 9,807 2,205 1000 1
Temperatura
ºC ºF
1 ºC 1 1.8 T (oC) + 32
1 ºF (°F - 32) / 1.8 1
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12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Salles, Cléia; Calcagno, Carmen. Apostila Conhecendo o Processo Produtivo BOPP. Setembro/2003.
Ensaios para Avaliação de Embalagens Plásticas Flexíveis; Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA.
Embalagens Plásticas Flexíveis –Principais Polímeros e avaliação de Propriedades; Centro de Tecnologia de Embalagem –
CETEA.
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