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Departamento de Engenharia Mecânica

2019/2020
Licenciatura em Eng. Mecânica

CIÊNCIA DOS MATERIAIS


GUIÃO DOS TRABALHOS LABORATORIAIS

Olga C. Paiva
GUIÃO DOS TRABALHOS LABORATORIAIS

TL1 - IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS E SUAS


PROPRIEDADES

1. Objetivos do trabalho

Os principais objectivos deste trabalho são:


 Observar e contactar com diferentes tipos de materiais;
 Analisar propriedades relativas de alguns tipos de materiais (esta análise será realizada por
simples observação e contacto com os materiais; propriedades como dureza, massa volúmica,
condutividade elétrica, …);
 Identificar diferentes tipos de materiais (metais, polímeros e cerâmicos);
 Realizar testes para identificação de termoplásticos e termoendurecíveis;
 Realizar testes simples de identificação de polímeros;
 Pesquisar propriedades e aplicações gerais dos materiais em análise.

2. Notas prévias necessárias para uma correta realização do trabalho

Antes de iniciar a realização do trabalho deve conhecer os procedimentos de segurança do


laboratório, pode consultá-lo em http://www.dem.isep.ipp.pt/index.php?page=apresentacao-
laboratorio-de-metalografia.

Para este trabalho existem vários conjuntos de amostras de diferentes materiais. A cada grupo de
trabalho será disponibilizado apenas um conjunto de amostras.

NÃO utilize as amostras do conjunto fornecido para realizar experiências que as poderão deteriorar
(experiências como, por exemplo, corte, aquecimento ou queima). Serão fornecidas outras
amostras, dos mesmos materiais em estudo, onde realizará estas experiências.

As experiências que envolvem queima das amostras são obrigatoriamente realizadas na hotte
química, e acompanhadas pelo docente ou técnica do Laboratório.

Deverá ter cuidado no manuseamento dos materiais e equipamentos (balança, x-acto, serra, ferro
de soldar, isqueiro ou outro queimador, …). Em caso de dúvida deve pedir ajuda ao docente ou à
técnica de laboratório.

Cada grupo de trabalho apenas vai analisar o conjunto de amostras identificado com o seu número
de grupo de trabalho.

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3. Registo dos resultados do trabalho

O registo dos resultados das várias experiências propostas durante a realização do trabalho deve ser
realizado de acordo com o layout disponibilizado no moodle com a designação “TL1 - Identificação
de materiais e suas propriedades” e que o deve acompanhar nas aulas laboratoriais.

4. Informação de apoio à realização do trabalho

São apresentados alguns textos de apoio à realização do trabalho que devem ser lidos antes da
realização do trabalho laboratorial.

A informação aqui fornecida deve ser complementada com outra pesquisada pelos estudantes
para completar e enriquecer o relatório.

__________________________________________________________________________________
4.1. Tipos de plásticos
A maior parte de materiais plásticos são feitos a partir de polímeros sintéticos, ou seja, produtos
desenvolvidos em laboratório e não existindo na natureza. São produtos com propriedades
extraordinárias e em muitos casos com excepcional apetência para a embalagem. A designação
"plástico" é aplicada a um largo conjunto de materiais com estrutura química e propriedades
diferentes.

Os plásticos sintéticos dividem-se em dois grandes grupos, a saber:

 Termoplásticos: amolecem quando aquecidos e endurecem de novo ao arrefecer. Este facto


permite moldá-los sucessivas vezes, pelo que são facilmente recicláveis.
 Termoendureciveis ou Termoestáveis: ganham a forma de produtos rígidos por acção do calor e
reacções químicas pelo que não são susceptíveis de serem moldados de novo por acção do calor.
São reciclados com mais dificuldade.

Mais de 80% dos plásticos utilizados em aplicações de uso comum pertencem à categoria dos
termoplásticos. Aparentemente são muito semelhantes e um mesmo tipo de plástico pode ser
ligeiramente modificado de forma a ter diversas aplicações, pelo que encontramos utilizações, para
uma mesma aplicação, de plásticos diferentes.

Dado o seu aspecto semelhante e sobreposição de aplicações, identificá-los por observação visual é,
em muitos casos, impossível. Um processo de fácil realização e que pode auxiliar a identificação dos
diferentes plásticos é a queima duma pequena amostra seguida de observação da chama e dos
fumos. Mas para tal é preciso adquirir prática, ensaiar com produtos bem conhecidos e não
esquecer que muitas vezes, uma só embalagem contém diversos tipos de plásticos (materiais
complexos).

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Por todas estas razões, em muitos países é prática comum os fabricantes de objectos em plástico
incorporarem um símbolo de identificação do material de que o objecto é feito. Em Portugal, essa
prática, por transposição da directiva comunitária, começa agora a ser seguida, pelo que se espera
que venha a tornar-se comum.

Os símbolos de identificação utilizados são:

1. PET Politereftalato de Etileno


2. PEAD Polietileno de Alta Densidade
3. PVC Policloreto de Vinilo
4. PEBD Polietileno de Baixa Densidade
5. PP Polipropileno
6. PS Poliestireno
7. EPS Poliestireno Expandido
8. PE Polietileno
9. ABS Poliacrilo/Butadieno/Estireno
10. PC Policarbonato
11. SBR Borracha de Butadieno/Estireno

4.2. Testes para identificação de plásticos


De seguida apresentamos uma série de testes simples de identificação de plásticos:
 Teste de corte para identificação de termoendurecíveis e termoplásticos;
 Teste de batimento;
 Teste de flutuação;
 Teste de queima para identificação de termoplásticos;
 Teste de risco para identificação do PP, PEBD e PEAD;
 Teste visual e tátil para identificação de objectos em plástico.

4.2.1. Teste de corte

Cortar uma pequena amostra, e durante o corte observar se:


a) HÁ formação de pó  termoendurecível.
b) NÃO HÁ formação de pó e a superfície de corte é lisa e macia  termoplástico.
Para confirmar o resultado do teste, aquecer uma vareta de vidro/ferro de soldar e fazer pressão na
amostra. Se a superfície do plástico se deformar e amolecer trata-se de um termoplástico.

4.2.2. Teste por batimento – Termoplásticos

Atire e/ou bata repetidamente a amostra contra uma superfície dura e tente perceber se resulta um
som “metálico” ou não:
a) som “metálico”: polímero à base de estireno como, por exemplo, o poliestireno,
Poliestireno e o Acrilonitrilo-Butadieno-Estireno (ABS).
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b) ausência de som metálico geralmente significa que o material não é à base de estireno.

4.2.3. Teste por flutuação – Termoplásticos

Corte uma pequena porção de material e coloque-a num recipiente com água. Verifique se flutua ou
não:
a) se flutua então o material é uma poliolefina (PP, PEAD ou PEBD);
b) se não flutua então o material não é uma poliolefina.

4.2.4. Teste por queima – Termoplásticos

Cortar uma pequena amostra e aproximar duma chama:


a) o material continua a arder, mesmo depois de retirar a chama; produção de um fumo negro
intenso com cheiro característico: PS - Poliestireno.
b) o material arde com chama amarela de extremidade esverdeada; liberta fumo com cheiro
desagradável e irritante para olhos e garganta: PVC - Policloreto de Vinilo ou outro plástico
contendo cloro.
c) queima lentamente com chama azulada de extremidade amarela; cheiro semelhante a
fumos diesel: PP - Polipropileno.
d) queima rapidamente fundindo e gotejando como cera; cheiro a cera: PE - Polietileno.
e) o material arde com uma chama amarela/laranja libertando fumo negro e continua a arder
depois de se retirar a chama; o fumo tem um cheiro ligeiramente adocicado: PET - Politereftalato
de Etileno.

Nota: para confirmação do resultado do teste, queimar um material do qual já se conhece a sua
composição e comparar os resultados. Este método é aconselhado particularmente para materiais
como o PET e o PS. A repetitividade deste tipo de testes permite, ao longo do tempo, um melhor
reconhecimento dos materiais em estudo.

4.2.5. Teste por risco - PP, PEBD e PEAD

Produtos plásticos rígidos apresentam níveis de resistência diferente ao serem riscados com uma
unha.
Quando riscados, o Polipropileno (PP), o Polietileno de Alta Densidade (PEAD) e o Polietileno de
Baixa Densidade (PEBD), respectivamente pela ordem indicada, sofrem as seguintes alterações:
- Risco aumenta
- Brilho superficial diminui

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4.3. Grelhas de apoio à identificação de materiais poliméricos

Tabela 1. Processos físicos e químicos para a a identificação de polímeros

IDENTIFICAÇÃO DE PLÁSTICOS

Processos físicos Processos químicos

Processos Processos
físicos químicos
Comparação da Cor da chama de
densidade com combustão,
a água, álcool análise por via
isopropílico e seca, reacção com
óleo de milho. a acetona a frio ou
a quente.

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Tabela 2. Tipo de comportamento versus tipo de polímero

TIPO DE COMPORTAMENTO
PLÁSTICO
Não flutua em água.
PET (ou PTE) A chama é amarela/laranja.
Não reage com acetona a frio.
PEAD (ou HDPE) Flutua em água.
Não flutua em álcool isopropílico.
PVC (ou PCV) Não flutua em água.
A chama é verde.
Não flutua em água.
PS A chama é amarela.
Dissolve-se e dilata em acetona.

TIPO DE COMPORTAMENTO
PLÁSTICO
Flutua em água.
PEBD (ou LDPE) Flutua em álcool isopropílico.
Não flutua em óleo de milho.
A chama é azul.
Flutua em água.
PP Flutua em álcool isopropílico.
Flutua em óleo de milho.
A chama é amarela.

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Figura 1. Fluxograma de testes para identificar termoplásticos e termoendurecíveis

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Figura 2. Fluxograma de testes para identificação de termoplásticos

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Tabela 3. Separação prática dos plásticos através da queima

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Tabela 4. Propriedades/aplicações de alguns termoplásticos de utilização mais corrente

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Tabela 5. Propriedades/aplicações de alguns polímeros de utilização corrente

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4. Aplicação de polímeros em embalagens


4.4.1. Aplicações em embalagens rígidas - objectos obtidos por injecção/sopro/termo-formação

PET: Politereftalato de Etileno

 Transparente, incolor ou colorido, brilhante, com um ponto de ponto de injecção no fundo.


Interior do gargalo liso.
 Aplicações principais: refrigerantes, detergentes, óleos, águas com ou sem gás.
 Marcação: 1 ou 01.

PVC: Policloreto de Vinilo

 Transparente, brilhante, normalmente de cor ligeira (azul pálido, amarelo), linha de


soldadura lateral ténue e mais forte no fundo. Interior do gargalo com relevo inverso ao
exterior.
 Aplicações principais: águas sem gás, óleos, lexivias, vinagre e outros produtos de limpeza.
 Marcação: 3 ou 03.

PEAD, HDPE: Polietileno de Alta Densidade

 Rijo, cor natural branco translúcido, muitas vezes colorido e opaco podendo ser impresso.
Linha de soldadura lateral e forte no fundo. Interior do gargalo com relevo inverso ao
exterior.
 Aplicações: produtos de higiene e limpeza, embalagem de álcool, de iogurte líquido, de
óleos minerais lubrificantes, depósitos vários de grande capacidade, barricas, etc.
 Marcação: 2 ou 02.

PEBD, LDPE: Polietileno de Baixa Densidade

 Material macio, translúcido quando natural, pode ser colorido e impresso, linha de
soldadura lateral e forte no fundo.
 Aplicações: frascaria diversa, garrafas de vinagre, etc. Não é intensamente aplicado neste
tipo de objectos.
 Marcação: 4 ou 04.
Normalmente estes dois plásticos - PEAD e PEBD - são triados em conjunto.

PP: Polipropileno

 Material bastante rígido, brilhante, podendo ser colorido e impresso.


 Aplicações: não é muito utilizado em embalagens rígidas, mas encontra-se em garrafas,
frascos de molhos, produtos de cosmética, shampoo, vinagre, manteigas, margarinas, muito
utilizado em caixas etc. Interior do gargalo com relevo inverso ao exterior.
 Marcação : 5 ou 05.

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PS: Poliestireno

 Pode apresentar aspectos muito diversos, desde rígido, transparente e quebradiço a opaco e
com alguma flexibilidade. Como exemplo, respectivamente, temos uma régua ou certos
candeeiros e embalagens de ovos, passando pela esferovite. Utilização frequente em
utensílios de uso único como louça descartável. Uso comum também em embalagens de
iogurte (embalagens de pequeno porte).
 Aplicações: não tem aplicações em corpos ocos.
 Marcação: 6 ou 06.

Caixas, Boiões e Tabuleiros

Trata-se de um grupo de embalagens em que a identificação por métodos visuais é praticamente


impossível. Contudo, estas embalagens são, regra geral, feitas num único determinado material e
poderão, portanto, ser identificadas com base nesse conhecimento. Alguns exemplos:
 PS: é utilizado em boiões de iogurte, embalagens de ovos, algumas margarinas, algumas
embalagens individuais de compota, copos descartáveis, etc.
 PET: caixas transparentes, muito brilhantes.
 PVC: alguns cosméticos, margarinas e afins, alguns medicamentos (cápsulas e comprimidos,
supositórios, etc).
 PP: margarinas, compotas, medicamentos, alguns cosméticos, etc.

4.4.2. Aplicações em embalagens flexíveis

PEBD
 Material translúcido ou colorido e opaco, flexível, macio.
 Aplicações: sacos industriais, película de envolvimento de papel higiénico, rolos de papel de
cozinha, guardanapos, sacos de lixo.

PEAD
 Material que se distingue facilmente do anterior por produzir um barulho característico
quando tocado.
 Aplicações: sacos de supermercado e sacaria diversa.

PP
 Material brilhante e um pouco rígido.
 Aplicações: embalagem de têxteis, confecções, batatas fritas, etc. Na forma de ráfia é
aplicado em sacos de fruta, batatas, etc.

PVC
 Material flexível, pouco brilhante.
 Aplicações: pouco aplicado em embalagens. Pode aparecer nos resíduos provenientes
doutros usos, como sejam cortinas de casa de banho, toalhas de mesa, etc.

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PET

Utilizado em película muito fina, aderente. Uma vez que esta película também pode ser de PE, PVC
ou de outros plásticos, não é possível a sua distinção. Deverão estas películas ser consideradas
"plásticos mistos", assim como todas as outras aplicações que fazem uso de diferentes plásticos em
várias camadas.

4.5. Massa volúmicas de diversos materiais

Tabela 6. Massas volúmicas de metais


(extraído de Chemistry, Molecules, Matter and Change, Atkins e Jones, 3a. ed., p.A18)

METAL DENSIDADE (g.cm-3)


Alumínio 2,70
Bário 3,59
Berílio 1,85
Bismuto 8,90
Cádmio 8,65
Cálcio 1,53
Césio 1,87
Crómio 7,19
Cobalto 8,80
Cobre 8,93
Gálio 5,91
Ouro 19,28
Ferro 7,87
Chumbo 11,34
Lítio 0,53
Magnésio 1,74
Manganês 7,47
Níquel 8,91
Estanho 7,29
Platina 21,45
Paládio 12,00
Mercúrio 13,55
Prata 10,50
Titânio 4,55
Tungstênio 19,30
Urânio 18,95
Zinco 7,14

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Tabela 7. Massas volúmicas aproximadas de algumas substâncias


Substância  (g cm-3) Substância  (g cm-3)
Aço* 7,86 Água 1,0 a 4ºC
Alumínio 2,7 Álcool 0,79
Cobre 8,9 Acetona 0,792
Latão 8,4 Etanol 0,791
Bronze 8,74 Benzeno 0,899
Vidro 2,6 Éter 0,736
Porcelana 2,4 Cortiça 220
*Massa volúmica aproximada do aço: 7860kg/m³ (ou 7,86g/cm³)

Tabela 8. Massas volúmicas dos elementos a 20°C

Elemento Símbolo ρ (kg/m3) Elemento Símbolo ρ (kg/m3)


Alumínio Al 2 700 Magnésio Mg 1 740
Antimônio Sb 6 600 Manganês Mn 7 400
Prata Ag 10 500 Mercúrio Hg 13 600 (liq.)
Bismuto Bi 9 800 Níquel Ni 8 800
Cádmio Cd 8 600 Ouro Au 19 300
Cálcio Ca 1 540 Platina Pt 21 400
Carbono (diamt) C 3 500 Potássio K 870
Carbono (grafita) C 2 270 Chumbo Pb 11 340
Césio Cs 1 870 Silício Si 2 400
Cobalto Co 8 700 Sódio Na 970
Cobre Cu 8 890 Enxofre S 2 000
Estanho Sn 7 300 Tântalo Ta 16 600
Ferro Fe 7 900 Tungsténio W 18 900
Germânio Ge 2 270 Zinco Zn 7 100

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Tabela 9. Massas volúmicas de substâncias comuns a 20°C

ρ (kg/m3) ρ (kg/m3)

Aço 7 830 Mercúrio 13 600


Bronze 8 740 Quartzo 2 670
Latão 8 600 Vidro comum 2 600
Invar 8 000 Glicerina 1 260
Mica 2 900 Acetona 792
Cortiça 220 Etanol 791
Parafina 900 Benzeno 899
Ébano 1 200 Clorofórmio 1 490
Celulóide 1 400 Água 1 000 a 4°C
Ebonite 1 150 Éter 736

Tabela 10. Massas volúmicas de gases comuns a 20°C e sob pressão atmosférica normal

d (g/l) d (g/l)

Ar 1,293 Hélio 0,179


Azoto 1,251 Metano 0,717
Hidrogénio 0,090 Metilpropano 2,673
Dióxido de carbono 1,977 Propano 2,009
Oxigénio 1,429

http://www.texloc.com/ztextonly/clplasticid.htm

http://www.plastval.pt/conteudo/industria/tipos.html

http://www.tangram.co.uk/TI-Polymer-Identification_of_plastics.html

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TL2 – PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES METÁLICAS E ANÁLISE


DAS SUAS MICROESTRUTURAS

1. Objetivos

Os principais objectivos da execução deste trabalho são:


 aprendizagem da técnica de preparação de superfícies metálicas para observação por
microscopia ótica;
 observação e identificação da estrutura metalográfica de um dado metal ou liga metálica
por microscopia ótica;
 relacionar as microestruturas observadas com os diagramas de fases.

2. Procedimento experimental

2.1. Fases da preparação metalográfica

Para que os sistemas ópticos possam captar imagens das superfícies de amostras metálicas, torna-se
necessário proceder à preparação cuidada destas tornando-as espelhadas, de forma a que a luz
possa ser reflectida nessas mesmas superfícies. A preparação das amostras para observação
microscópica da sua estrutura metalográfica consiste nas seguintes operações: seleção da amostra,
corte da amostra, montagem da amostra, lixamento da amostra, polimento da amostra e ataque
químico da amostra.

2.1.1. Seleção das amostras

Os materiais disponíveis para a realização do trabalho são os seguintes: diversos aços, ligas de cobre
– latões (Cu/Zn), ligas de prata (Ag-Cu), ligas de chumbo (Pb-Sn). Estes materiais podem existir sob a
forma de varão, chapa ou fazerem parte de uma peça.

2.1.2. Corte das amostras

O corte das amostras realiza-se na máquina de corte DISCOTOM-2 (consultar o procedimento


“Corte da Amostra”. O aparelho incorpora discos abrasivos, específicos para cada tipo de material.
Possui um sistema de lubrificação/arrefecimento que permite facilitar a ação de corte e evitar o
aquecimento exagerado do material, não alterando assim a estrutura do mesmo.

Após o corte, as amostras devem ser cuidadosamente lavadas primeiro, em água corrente, depois
em álcool e finalmente secas com ar comprimido.

2.1.3. Montagem das amostras


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Caso a dimensão e/ou forma da amostra não seja compatível com o seu manuseamento nos discos
de lixamento e polimento deve-se proceder à sua montagem. A montagem pode ser realizada por
dois métodos: na prensa de montagem a quente PREDOPRESS–STRUERS (consultar o
procedimento “Montagem de Amostras a Quente” ou montagem a frio com a resina EPOFIX
(consultar o procedimento “Montagem de Amostras a Frio”

Após montagem as amostras devem ser convenientemente identificadas recorrendo a um gravador


apropriado. Na gravação deverá ser usado um código (número único) fornecido pelo
docente/encarregada de trabalhos.

2.1.4. Lixamento das amostras


O lixamento das amostras realiza-se nas lixadeiras/polideiras metalográficas KNUTH-ROTOR-3 e
ROTOPOL-1. Na operação de lixamento utilizam-se discos abrasivos de partículas de carboneto de
silício (SiC), de granulometrias decrescentes (mesh – nº de grãos/polegada quadrada). Por exemplo,
a sequência recomendada de lixas para a preparação das amostras de aço é a seguinte: 220, 500 e
1000 mesh. O lixamento deve ser executado tendo em atenção os princípios
apresentados no procedimento “Lixamento”

2.1.5. Polimento das amostras


A fase final da preparação é realizada com o auxílio de discos revestidos com panos próprios para
polimento. Estes constituem uma base macia, sobre a qual se dispersa um elemento abrasivo à base
de pasta de diamante. A fase de polimento pode ser dada como concluída quando a superfície da
amostra apresentar um aspecto brilhante e espelhado. O polimento das amostras realiza-se nas
lixadeiras/polideiras metalográficas DAPU-2, KNUTH-ROTOR e ROTOPOL-2.

A sequência de pastas abrasivas (das granulometrias mais grossas para as mais finas) recomendada
para a preparação das amostras é a seguinte: 6 m  3 m  1 m. O polimento deverá ser
executado tendo após consulta do procedimento “Polimento”

2.1.6. Ataque químico das amostras

Após polimento, a superfície obtida irá refletir de uma forma homogénea a luz que sobre ela incidir.
Desta forma, uma observação com ampliação adequada apenas permitirá detectar fissuras, poros ou
inclusões. Para observar os constituintes metalográficos presentes no material, torna-se necessário
proceder a um ataque químico para a sua identificação.

O ataque químico deverá ser executado segundo o procedimento “Ataque Químico”.

Há uma enorme variedade de reagentes químicos para diferentes tipos de metais e situações. Em
geral, o ataque é feito por imersão da amostra, durante um período de aproximadamente 20
segundos, para que a microestrutura seja revelada.

Na revelação das microestruras de ligas ferrosas, um dos reagentes mais usados é o NITAL - ácido
nítrico em álcool etílico (solvente). Assim, 100 ml de NITAL a 3% é uma solução preparada com 97 ml
de alcóol etílico + 3 ml de ácido nítrico concentrado.

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Na revelação das microestruturas de ligas de cobre, por exemplo latões, é comum usar-se uma
solução de cloreto de ferro III, constituída por 5g de cloreto de ferro II + 30 ml de ácido clorídrico
concentrado + 100 ml de água destilada.

2.2. Observação das amostras por microscopia óptica e registo fotográfico

A observação é feita por microscopia óptica (consulta dos procedimentos “Observação da


Amostra”). Deve-se começar a observação das amostras partindo das menores para as maiores
ampliações (50x, 100x, 200x,...). As imagens mais relevantes das microestruturas observadas devem
ser fotografadas (consulta do procedimento “Registo Fotográfico”).

Os microscópios óticos, também designados por micrsocópios metalográficos, possuem baixo


campo focal, permitindo apenas a observação de superfícies perfeitamente planas e polidas. Por
este motivo a preparação metalográfica tem grande importância na qualidade de uma análise.

3. Registo do trabalho
Para registo da execução, observações e resultados deste trabalho pode ser usado o layout
disponibilizado no moodle com a designação “TL2 – Preparação de superfícies e análise de
microestruturas”.

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