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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS

GERAIS

DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA

Química Experimental
ENGENHARIAS

Prof. Aírton Rímulo


Profa. Cláudia V. Schayer Sabino
Profa. Heloísa Helena Vieira Machado

Revisão / Atualização: Prof. Carlos Roberto de Araújo


Profa. Heloísa Helena Vieira Machado

Julho – 2008
SUMÁRIO

ÍNDICE DE EXPERIMENTOS DE LABORATÓRIO PÁG.

Experimento 01: Informações gerais 02

Experimento 02: Medidas e erros 24

Experimento 03: Propriedades físicas dos materiais 44

Experimento 04: Reações eletroquímicas 56

Experimento 05: Pilhas galvânicas 65

Experimento 06: Células eletrolíticas (Eletrólise) 85

Experimento 07: Cinética Química I 99

Experimento 08: Cinética Química II 109

Experimento 09: Corrosão I - Corrosão química e atmosférica 120

Experimento 10: Corrosão II - Corrosão galvânica e aeração diferencial 130

Experimento 11: Corrosão III - Corrosão seletiva 143

Experimento 12: Corrosão IV - Corrosão eletrolítica e sob tensão 149

Experimento 13: Proteção catódica 160

Experimento 14: Preparo de soluções 169

Experimento 15: Volumetria de neutralização 177

Experimento 16: Propriedades das substâncias iônicas e moleculares 184

Experimento 17: Periodicidade química 192

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 200

APÊNDICES 203

1
EXPERIMENTO 01
INFORMAÇÕES GERAIS

1.1 Introdução

As atividades propostas para a parte experimental da disciplina Química Experimental


visam proporcionar ao aluno a oportunidade para trabalhar com autonomia e segurança
em um laboratório. Procurar-se-á, para isto, não apenas desenvolver a habilidade no
manuseio de reagentes e aparelhagens, mas também criar condições para uma avaliação
crítica dos experimentos realizados.

1.2 Dinâmica das aulas práticas

 Leitura com antecedência, pelos alunos, do assunto a ser abordado na aula;


 Discussão inicial, com o professor, de aspectos teóricos e práticos relevantes;
 Execução pelos alunos dos experimentos utilizando a apostila;
 Interpretação e discussão dos resultados juntamente com o professor;
 Apresentação dos resultados de cada experimento.

O aproveitamento de uma aula prática depende de maneira geral do cumprimento destas


etapas. Como trabalho complementar, os alunos são estimulados a responder aos
questionários referentes a cada um dos assuntos estudados, visando uma revisão dos
conhecimentos adquiridos e preparação para os testes programados para o curso.

1.3 Recomendações aos alunos

 O uso da apostila é imprescindível a partir da primeira aula.


 O aluno deverá tomar conhecimento, a partir da primeira aula, das
instalações do laboratório, bem como de suas normas de funcionamento.

2
 É recomendável, por razões de segurança, o uso de avental durante as aulas.
Não é permitido o uso de short, mini-saia, mini-blusa, camiseta tipo regata e
sandálias tipo havaiana.
 O material do laboratório deve ser usado sempre de maneira adequada e
somente aqueles reagentes e soluções especificadas.

Almofariz e Pistilo Erlenmeyer Balão de fundo chato

Balão de fundo redondo Béquer


Balão volumétrico

Tubo de ensaio Funil


Condensador para destilação

3
Vidro de relógio

Pipeta volumétrica Pipeta graduada

Funil de decantação ou Kitassato Cilindro graduado ou proveta


de separação

Dessecador
Funil de Büchner
Tubo de Thielle

4
0

10

20

30

40

50

Condensadores
Bureta Espátulas

Cadinho Manta aquecedora


Bico de Bunsen

Garra metálica
Pinça de madeira
Tela de amianto

5
Estante para tubos de ensaio
Piceta
Tripé

Pinça metálica

Balança analítica digital Suporte universal

 Não é permitido fumar, comer ou beber (Figura 1.1) nos laboratórios.

Figura 1.1

6
 Todo material usado deve ser lavado ao final de cada aula e organizado no
local apropriado (mesas, bancadas).
 A bancada de trabalho deve ser limpa.
 Após o uso, deixar os reagentes nos devidos lugares.
 O laboratório não é local para brincadeiras e conversas em voz alta,
principalmente sobre assuntos alheios à aula.
 As normas de segurança relacionadas no texto segurança no laboratório
devem ser lidas atentamente.

1.4 Segurança no laboratório

É muito importante que todas as pessoas que lidam num laboratório tenham uma noção
bastante clara dos riscos existentes e de como diminuí-los. Nunca é demais repetir que o
melhor combate aos acidentes é a sua prevenção. O descuido de uma única pessoa pode
por em risco todos os demais no laboratório (Figura 1.2).

Figura 1.2

Por esta razão, as normas de segurança descritas abaixo terão seu cumprimento exigido.
Acima disto, porém, espera-se que todos tomem consciência de se trabalhar em
segurança, do que só resultarão benefícios para todos.

7
 Será recomendado a todos os estudantes e professores o uso de avental ou
guarda-pó no laboratório. A falta do guarda-pó pode gerar roupas furadas por
agentes corrosivos, queimaduras, etc.

 Os alunos não devem tentar nenhuma reação não especificada pelo professor
(Figura 1.3). Reações desconhecidas podem causar resultados desagradáveis.

Figura 1.3

 É terminantemente proibido fumar em qualquer laboratório.

 É proibido trazer comida ou bebida para o laboratório, por razões óbvias. Da


mesma forma, não se deve provar qualquer substância do laboratório, mesmo
que inofensiva.

 Não se deve cheirar um reagente diretamente. Os vapores devem ser abanados


em direção ao nariz, enquanto se segura o frasco com a outra mão, conforme
Figura 1.4.

8
Figura 1.4

Observações e alertas!

1 - Para iniciar os trabalhos!

Ao realizar cada experiência leia antes as instruções


correspondentes. Consulte seu professor cada vez que ficar
em dúvida sobre uma atividade proposta.

9
2 - O laboratório não é lugar para brincadeiras!

O laboratório é sempre um lugar para se trabalhar com


responsabilidade. As brincadeiras devem ficar para outro
lugar adequado.

3 - Cuidado com as substâncias desconhecidas.

Nunca se deve trabalhar com substâncias químicas das quais


não se conheça as propriedades. Faça apenas as experiências
indicadas pelo seu professor.

4 - Nossa pele e produtos químicos, não combinam!

Não toque com os dedos nos produtos químicos. Caso


alguma substância cair na sua pele, lave imediatamente com
bastante água e avise seu professor.

5 - Seja observador!

É muito importante que você anote todas as observações e


conclusões durante a realização de uma atividade
experimental.

6 - Substâncias inflamáveis

As substâncias inflamáveis não devem ser aquecidas em fogo


direto. Pode-se fazer um aquecimento indireto com banho-
maria.

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7 - Mantenha limpo sua bancada de trabalho.

Conserve sempre limpo seu material e sua bancada de


trabalho. Evite derramarem líquidos ou deixar caírem sólidos
no chão ou na mesa, caso isto aconteça, lave imediatamente o
local com bastante água.

8 - Ao final do trabalho

Ao sair do laboratório, lave as mãos, verifique se os


aparelhos estão desligados (ventiladores, aparelhos elétricos.)
e se não há torneiras de (água ou gás) abertas.

9 - A sua segurança em primeiro lugar

Quando você trabalhar com substâncias corrosivas, use


sempre máscaras e luvas de borracha. Para tocar nestas
substâncias deve-se usar bastão de vidro ou pinças.

10 - Use sempre Guarda-pó

Use sempre guarda-pó nas aulas experimentais, e tenha


cuidado com os olhos e o rosto.

11 - Cada coisa no seu lugar!

Sobre sua bancada no laboratório deixe apenas o material em


uso, pastas e livros devem ficar em outro local apropriado.

11
12 - Refeição não combina com laboratório

As refeições devem ser feitas na lanchonete. Nunca fume,


coma ou beba no laboratório, pois pode ocorrer algum tipo de
contaminação, por substâncias tóxicas.

13 - Mistura-se A + B ou B + A?

Sempre que for necessário juntar ou misturar substâncias que


reajam violentamente, deve-se fazê-lo com cuidado,
verificando se é necessário fazer-se uma refrigeração e, o
mais importante, em que ordem essas substâncias devem ser
juntadas ou misturadas. Deve-se juntar ácido à água, nunca
água ao ácido.

14 - Não vá se intoxicar!

As substâncias tóxicas (perigosas) devem ser manipuladas na


capela ou próxima de uma janela e, se as mesmas forem
voláteis (que se evaporam), deve-se usar máscara adequada.

15 - Cuidado com material inflamável!

Toda vez que for necessário empregar fósforo, bico de


bunsen ou lamparina, deve-se verificar se nas proximidades
há algum frasco que contenha líquido inflamável. Se houver,
deve ser afastado o máximo possível. Pequenos incêndios
podem ser abafados com uma toalha.

16 - Cada frasco com sua tampa.

Para não contaminar os reagentes, você não deve trocar as


tampas dos recipientes. Nunca devolva ao frasco original um
reagente que de lá foi retirado ou utilizado numa reação.

12
17 - Olha a higiene. Resíduos no lixo.

Você não deve jogar nas pias ou no chão restos de reagentes,


fósforos ou pedaços de papel sujos. No laboratório existem
frascos ou cestos de lixo destinados a receberem estes
resíduos.

18 - Você é afobado?

Quando você aquecer material de vidro ou porcelana,


conserve o rosto afastado, a fim de evitar que, pela quebra
acidental, venha a ocorrer um grave acidente, principalmente
com os olhos. Lembre-se de que um vidro quente tem a
mesma aparência do vidro quando frio.

19 - Reagentes químicos são perigosos.

Nenhum reagente químico deve ser provado ou ingerido, a


fim de testar seu gosto, pois pode tratar-se de um veneno.

20 - Gases, o que fazer?

Nunca se deve aspirar gases ou vapores diretamente de um


recipiente, pois pode tratar-se de substância tóxica. Em vez
disso, com a mão traga um pouco do vapor ou gás até você.

Finalmente, lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos
acidentes. É muito importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente bem o que se
está fazendo.

13
1.5. Riscos em um laboratório de química

Um laboratório químico apresenta vários riscos aos seus usuários, tais como: máquinas,
manuseio de material de vidro, uso da eletricidade, incêndio, explosão e exposição a
substâncias químicas nocivas ao organismo humano.

Todo laboratório deve possuir uma capela, para operações que liberem vapores
prejudiciais à saúde, bem como chuveiro de emergência e lava-olhos para o caso de um
acidente. O laboratório deve ser mantido em perfeita ordem, tendo todos seus frascos
rotulados. Outro aspecto que deve ser de conhecimento dos usuários são os efeitos das
substâncias sobre o organismo, a forma correta de manuseio, e inclusive as medidas de
primeiro socorro.

A identificação dos produtos químicos comerciais é feita por meio de um rótulo, onde
são indicados, para além da marca do fabricante ou do vendedor, o nome químico,
símbolos e fases de aviso sobre as suas propriedades perigosas, o grau de pureza, a
fórmula molecular e outras especificações, como a densidade, o ponto de fusão, o ponto
de ebulição, listagem da percentagem de impurezas.

Todos aqueles cuja temperatura de inflamação, "flash point", é


inferior à temperatura ambiente. (acetona, ácido acético,
álcool etílico). Deve evitar-se o uso de recipientes de vidro
para guardá-los e devem ser colocados em armários metálicos
resistentes ao fogo e à explosão.

Todos os que oferecem elevados riscos de envenenamento, e


morte, por ingestão, inalação e/ou absorção cutânea.
(benzeno, mercúrio, tetracloreto de carbono). Devem ser
separados dos reagentes inflamáveis, ácidos e quaisquer
compostos em contacto com os quais formem substâncias
tóxicas. Reagentes que formem compostos tóxicos em
contacto com a humidade devem ser protegidos desta.

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Todos os que, devido ao choque, impacto ou à exposição ao
calor, faísca ou chama, podem explodir. (perclorato de
magnésio, dicromato de amônio, peróxidos). O
armazenamento destes reagentes deve ser feito em local
isolado.

Todos os que, por ingestão, inalação e/ou absorção cutânea,


podem causar a morte, afecções agudas ou crônicas.
Irritante

Todos os que podem iniciar uma reação de combustão.


(óxidos, peróxidos, nitratos, cloratos, percloratos,
cromatos, dicromatos, permanganatos). Não devem ser
armazenados junto de reagentes combustíveis.

Todos os que destroem os tecidos vivos. (a maior parte dos


ácidos, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio). Devem
ser armazenados em local fresco.

Todos os que, por ingestão, inalação e/ou absorção cutânea,


podem produzir defeitos genéticos hereditários, ou aumentar a
sua freqüência, bem como provocar o cancro, ou aumentar a
sua incidência.

A seguir, como exemplos, estão apresentados os riscos associados a alguns produtos


químicos regularmente utilizados em laboratórios. Outros exemplos são encontrados em
literatura especializada.

15
1.5.1. Ácido clorídrico(HCl)

O risco especial do ácido clorídrico é a sua alta ação corrosiva sobre a pele e mucosa,
podendo produzir queimaduras cuja gravidade dependerá da concentração da solução.

O contato do ácido com os olhos poderá provocar redução ou perda total da visão, se o
ácido não for removido imediatamente, através de irrigação de água. Os vapores do
ácido produzem efeito irritante sobre as vias respiratórias.

O ácido clorídrico, em si, não é um produto inflamável, mas quando em contato com
certos metais libera hidrogênio, formando uma mistura inflamável com o ar.

Este ácido não deve ser armazenado próximo de substâncias inflamáveis ou oxidantes,
como por exemplo, ácido nítrico ou cloretos, e nem próximo de metais.

As pessoas que lidam com o HCl devem lavar-se antes das refeições. Quando houver
contaminação ocular, devem-se irrigar os olhos com grande quantidade de água. Nos
casos de contaminação cutânea, deve-se lavar a área afetada com um pedaço de pano e
água abundante, tratando-se posteriormente com solução de trietanolamina a 5%.

1.5.2. Ácido sulfúrico (H2SO4)

O ácido sulfúrico é classificado como um irritante primário, têm ação corrosiva sobre a
pele, produz severa inflamação das mucosas dos olhos e das vias respiratórias
superiores e causa danos aos dentes. Produz também rápida destruição dos tecidos e
severas queimaduras, quando em contato com a pele. Repetidos contatos com soluções
diluídas podem ocasionar dermatites. O ácido em si não é inflamável, mas quando em
altas concentrações, pode causar ignição por contato com sólidos ou líquidos
combustíveis. Quando aquecido, emite fumos altamente tóxicos.

16
1.5.3. Álcool etílico absoluto (CH3CH2OH)

O álcool etílico, se comparado com o álcool metílico, é uma substância não tóxica. É
rapidamente oxidado no corpo para CO2 e H2O, e ao contrário do álcool metílico, não
produz efeitos cumulativos.

Exposição a concentrações acima de 1000ppm pode causar irritação dos olhos e


mucosas das vias respiratória superiores e, se as exposições forem repetidas,
ocasionarão lassidão, perda de apetite e falta de concentração. Concentrações ao redor
de 1000ppm, normalmente, não produzem sinais de intoxicação.

O álcool etílico tem risco de incêndio, quando em contato com calor ou faísca, podendo
reagir violentamente com materiais oxidantes.

1.5.4. Chumbo e seus compostos

O chumbo ocasiona uma das doenças profissionais mais comuns. Ele pode penetrar no
corpo: por inalação de poeiras, fumos neblinas; por ingestão traiçoeira pela via
respiratória superior, introduzido na boca através de comida, cigarro, dedos ou outros
objetos; através da pele (compostos inorgânicos praticamente não têm esta penetração).

Quando o chumbo é ingerido, a parte não absorvida é eliminada pelas fezes. Grande
porção de chumbo absorvido é eliminada pela bílis. Por isso, são necessárias grandes
quantidades para causar intoxicação e um grande período é necessário, para que os
sintomas apareçam. Tem ação cumulativa.

O chumbo produz uma fragilidade das células vermelhas do sangue, e devido a isso
estas células são destruídas mais rapidamente do que o normal, produzindo uma suave
anemia.

O chumbo metálico é menos tóxico que o carbonato, monóxido e sulfeto de chumbo.

17
Todos têm moderado risco de incêndio e explosão, na forma de poeiras, quando
expostos ao calor ou faísca.

Quando aquecido, o chumbo emite fumos altamente tóxicos. Pode reagir violentamente
com materiais oxidantes.

1.5.5. Cobre metálico e sais de cobre

Poeiras finas de cobre metálico ou sais de cobre inflamam espontaneamente. A inalação


do fumo, poeira ou neblina contendo sais de cobre causa irritação da via respiratória
superior, provoca náusea e possível pigmentação da pele e cabelo. Febre pode advir da
exposição ao fumo.

Inalação prolongada dos sais de cobre pode causar perfuração do septo nasal. O sulfato
de cobre, bem como o cloreto de cobre, é classificado como irritante da pele e
conjuntiva e podem ser alergênicos. O óxido de cobre é irritante para os lhos e vias
respiratórias.

A ingestão de 27 gamas de sulfato de cobre pode ser fatal ao indivíduo. Quando


ingeridos, os sais agem como irritantes, produzindo salivação, náusea, vômito, diarréia e
gastrite hemorrágica.

Prevenção e controle: ventilação adequada. Quando a concentração for superior ao


limite de tolerância, é necessário o uso de respirador com filtro mecânico.

1.5.6. Ferricianeto de potássio (K3Fe(CN)6)

Não é uma substância tóxica poderosa, como são os cianetos simples. Quando aquecido
ou em contato com ácidos ou fumos ácidos, emite fumos de cianeto, que são altamente
tóxicos. A toxicidade do cianeto está descrita nos cianetos de potássio e sódio.

18
1.5.7. Manganês e seus compostos: (permanganato de potássio, sulfato de manganês e
dióxido de manganês) A inalação de fumos ou poeiras contendo manganês pode causar
enfermidades profissionais, sendo o sistema nervoso central o local mais afetado.

Os sintomas iniciais da intoxicação crônica por Mn são languidez e sonolência,


seguidos de fraqueza nas pernas, voz lenta e ocasionalmente câimbra noturna nas
pernas.

O KMnO4 é um irritante muito forte, devido às suas propriedades oxidantes.

Prevenção e controle: ventilação adequada para conter a poeira, emprego de processos


úmidos sempre que possível respirador filtro mecânico, quando a concentração
ambiental for elevada, ao final da exposição, deve-se tomar banho completo, exame
médico semestral do pessoal exposto continuamente com atenção especial para as
alterações neurológicas, excluir da exposição repetida indivíduos com alterações
neurológicas e psicológicas.

1.5.8. Soda cáustica (NaOH)

Este material, tanto no estado sólido como em solução, tem uma ação corrosiva
marcante sobre todos os tecidos do corpo. Esta ação corrosiva pode causar queimaduras
e ulcerações profundas. Contatos prolongados com soluções diluídas têm efeito
destrutivo sobre os tecidos.

A ingestão da soda cáustica em solução ou em forma sólida causa danos graves às


mucosas e a outros tecidos com os quais o produto esteja em contato, podendo até
perfurá-los.

A inalação de poeira ou névoa concentrada pode lesar as vias respiratórias superiores e


os tecidos dos pulmões.

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Dependendo da severidade da exposição, os efeitos podem variar desde pequena
irritação até graves pneumonias. Pode causar, também, dermatite irritante.

1.5.9. Cloreto de mercúrio (sublimado corrosivo, HgCl2)

O mercúrio é classificado como um tóxico protoplasmático geral; após a absorção, ele


circula no sangue e é armazenado no fígado, rins, baço e espinha. O seu principal efeito
ocorre no sistema nervoso central, boca e gengiva. Quando aquecido, decompõe-se
produzindo fumos de mercúrio altamente tóxicos.

1.5.10. Sulfato de cobre

O sulfato de cobre tem ação local, como irritante da pele e conjuntiva. A ingestão de
grande quantidade de sulfato de cobre pode causar vômitos, vertigens, exaustão,
anemia, convulsões, choque, coma e morte. São-lhe atribuídos também danos no
sistema nervoso.

1.5.11. Sulfato ferroso

É usado como suplemento dietético alimentar. Quando ingerido ou inalado, tem efeito
tóxico local leve. É também um irritante local leve.

1.5.12. Sulfitos (bissulfito de sódio, hipossulfito de sódio, metabissulfito de sódio e


potássio e sulfito de sódio)

Grandes doses de sulfitos podem ser toleradas, já que eles são rapidamente oxidados em
sulfatos, mas irritações no estômago podem ser causadas pela liberação do ácido
sulfuroso. Deve-se evitar contato do sulfito de sódio com os olhos e pele, pois quando
em estado sólido ou em solução pode causar severas queimaduras nos olhos, irritação e
queimaduras na pele. Se ingerido, é irritante e tóxico.

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Quando aquecidos os sulfitos se decompõem, emitindo fumos de dióxidos de enxofre
altamente tóxicos.

Este gás, SO2, é perigoso para os olhos, podendo ocasionar irritação e inflamação da
conjuntiva. Ele tem um odor sufocante e é um material corrosivo. Concentrações de 6 a
12 ppm causam imediatamente irritação do nariz e garganta. Concentrações de 3 ppm já
têm um odor facilmente notável.

Ele afeta principalmente as vias respiratórias superiores e os brônquios. Pode causar


edema nos pulmões ou glote e pode produzir paralisação respiratória.

1.6. Modelo de Relatório

Os relatórios devem ser redigidos pelos alunos considerando que outras pessoas, além
do professor, estão interessadas em obter informações sobre os fatos observados. Estes
leitores não conhecem a priori o resultado previsto de cada experiência e precisam ser
convencidos da validade das conclusões tiradas. Desta forma, é importante que todas as
etapas do experimento sejam descritas e discutida de modo claro e conciso.

As anotações feitas no caderno de laboratório devem ser completas, claras e exatas.


Você deve se habituar a relatar todo procedimento técnico e nunca confiar na memória.
Escrever exatamente o que ocorreu e não o que deveria ocorrer. As anotações devem ser
feitas diretamente no caderno. Todos os cálculos devem ser indicados no relatório.

Um bom relatório deve ser curto, de linguagem correta e não prolixo ou ambíguo. As
idéias devem ser expressas de maneira clara, concisa e em bom estilo de linguagem.

O relatório deve conter os seguintes itens:

 IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO - Nome, turma, nome do professor e data.


 TÍTULO DA EXPERIÊNCIA

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 INTRODUÇÃO - Apresentação do assunto, procurando demonstrar sua
importância e interesse.
 OBJETIVOS - Descrição sucinta dos objetivos da experiência.
 PARTE EXPERIMENTAL - Reagentes e materiais - Procedimentos
 MODIFICAÇÕES DA PARTE EXPERIMENTAL - Quando pertinentes,
indicar as alterações de volume, massa, concentração, equipamentos,
substâncias, etc.
 RESULTADOS - Tratamento dos dados obtidos, construindo-se tabelas ou
gráficos, quando necessário. Os cálculos feitos devem ser incluídos. No caso de
sínteses de compostos, por exemplo, é preciso colocar sempre dados referentes
aos rendimentos teóricos e práticos. As mudanças macroscópicas observadas
(mudança de cor, evolução de gás e/ou formação de precipitado) devem ser
relatadas. As reações químicas devem ser descritas na forma de equações
químicas balanceadas, onde figurem os estados físicos dos reagentes e dos
produtos.
 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS - Os resultados quantitativos devem ser
analisados tanto em relação à precisão quanto à exatidão (peculiaridades do
sistema estudado, limitações do método empregado, erros operacionais,
qualidade dos aparelhos de medida, concordância com os valores teóricos ou
esperados, etc.). Os resultados qualitativos devem ser explicados baseando-se
nos conhecimentos teóricos (leis, propriedades físicas e químicas, equações
químicas, etc.).
 CONCLUSÕES - A conclusão deve ser uma apreciação global dos
experimentos, avaliando se os objetivos propostos foram alcançados.
 BIBLIOGRAFIA
 QUESTIONÁRIO - Resoluções dos problemas propostos na Apostila ou
formulados pelo Professor.

OBSERVAÇÕES: Este modelo de relatório é apenas uma sugestão, que deve ser
adaptada às necessidades de cada aula prática. Assim, quando o roteiro da aula descreve
detalhadamente o procedimento e relaciona os materiais e os reagentes usados, não é

22
necessário transcrever todos estes dados para o relatório, bastando mencionar a página
da Apostila onde eles podem ser encontrados.

Consultar o site <http://www.pucminas.br/biblioteca> para obter as normas técnicas


aplicáveis.

23
EXPERIMENTO 02
MEDIDAS E ERROS

2.1. Introdução

O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência


a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-
existentes. É iniciado com observações que podem ser qualitativas (pode-se observar,
por exemplo, que a cor da oxidação do ferro é simplesmente marrom avermelhada) ou
quantitativas (pode-se observar qual a massa obtida de um produto numa reação).

A síntese do método científico pode ser resumida como mostra o diagrama abaixo:

Nenhuma ciência pode progredir sem se valer de observações quantitativas; isto


significa que devemos fazer medidas. Um processo de medida envolve, geralmente, a
leitura de números em algum instrumento; em conseqüência, tem-se quase sempre
alguma limitação no número de dígitos que expressam um determinado valor
experimental.

Cada medida, não importando o grau de cuidado com qual ela é feita, está sujeita a erro
experimental. A magnitude desse erro pode ser expressa, de um modo simples, usando-
se algarismos significativos.

24
2.2 Grandezas

As grandezas físicas fundamentais são aquelas a partir das quais todas as outras
grandezas físicas são definidas. As grandezas derivadas são combinações das grandezas
fundamentais. O valor de qualquer medida física é expresso como a combinação de dois
fatores: a unidade e o número dessa unidade. Tempo e comprimento são tidos como
grandezas fundamentais. Velocidade: m/s é unidade derivada da razão entre as unidades
fundamentais metro e segundo.

Para o estabelecimento de um sistema de unidades é necessária uma terceira grandeza


fundamental, que pode ser a massa ou força. Aqueles sistemas, que apresentam a massa
como a terceira grandeza fundamental, são conhecidos como sistemas de unidade
absoluta, enquanto aqueles que têm a força como unidade fundamental, são chamados
sistemas de unidade técnicos. Existem também sistemas unitários usados na engenharia
que consideram comprimento, tempo, massa e força como grandezas fundamentais.

Tabela II.1

Grandezas Fundamentais - Unidades Básicas do SI

GRANDEZA NOME SÍMBOLO

Comprimento metro m

Massa quilograma kg

Tempo segundo s

Intensidade de corrente
ampère A
elétrica

Temperatura kelvin K

Quantidade de substância mol mol

Intensidade luminosa candela cd

Uma grandeza sempre pode ser considerada um produto de um valor numérico com
uma unidade:

25
Grandeza = número x unidade (2.1)

Exemplos: A massa m de um corpo é m=25,3 g, o volume de um balão volumétrico é 50


mL. Em química as principais grandezas são:

Tabela II.2 – Grandezas básicas em Química

Grandeza básica Unidade (SI)

Comprimento m

Massa kg

Volume L

Quantidade de substância Mol

2.3. Algarismos significativos e suas incertezas

Cada medida que realizamos envolve certo grau de incerteza ou erro. A dimensão desse
erro dependerá da natureza e da grandeza da medida, do tipo de instrumento de medida
e da nossa habilidade para usá-lo.

Para cada medida efetuada devemos indicar o grau de incerteza associado. Esta
informação é vital para realizar experimentos e julgar suas precisões.

Indica-se a precisão de uma medida em termos de seus algarismos significativos. Para


se conhecer quantos algarismos foram utilizados em uma determinada medida, são
considerados os seguintes itens:

26
 Zeros entre dígitos diferentes de zero são significativos;
 Zeros além do ponto decimal no final de um número são significativos;
 Zeros que precedem o 1° dígito diferente de zero não são significativos

Valor medido Algarismos significativos


8,80 3
8,08 3
8,008 4
800,80 5
0,008 1
0,00808 3
0,00800 3
8 x 10-3 1
8,12 x 10-2 3
8,00008 x 105 6
.
OBS 1.: Quando quantidades experimentais são adicionadas ou subtraídas, o número de
algarismos significativos após a vírgula decimal no resultado é igual ao da
quantidade com o menor número de algarismos significativos após a mesma.

23,0 + 13,3 = 36,3


23,0 + 13 = 36
15,07 - 3,21 = 11,86 = 11,9

OBS 2.: Quando grandezas experimentais são multiplicadas ou divididas, o total de


algarismos significativos no resultado é igual ao da grandeza com o menor
número de algarismos significativos.

2,00 x 3,00 = 6,00


2,00 x 3,0 = 6,0
6,000 / 2,00 = 3,00

27
Os números podem ser exatos ou aproximados. Números exatos são aqueles com
nenhuma incerteza (são as constantes físicas ou químicas), já os números aproximados
são mais comuns, resultam de medidas diretas ou indiretas e apresentam algum grau de
incerteza. Dois são os termos que descrevem a confiança de uma medida numérica: a
exatidão e a precisão.

É preciso e exato É preciso mas não é exato

Não é preciso mas é exato Não é preciso e não é exato

A exatidão é relativa ao verdadeiro valor da quantidade medida; e a precisão é relativa à


reprodutibilidade do número medido, isto é tem um desvio médio absoluto pequeno.

2.4 Formas de Medição

Os instrumentos comuns de medida de volume de líquido são de dois tipos: os que


medem volumes variáveis (e para tanto possuem uma escala graduada) e os que medem
volumes definidos (e para tanto possuem apenas um risco ou marca).

28
Tabela II.3 – Exemplos de instrumentos

Capacidade Precisão
Carga Desvio
Instrumento volumétrica (menor
máxima (g) avaliado
(mL) divisão)

Bureta 50 mL Não definida 0,1 0,05


Pipeta graduada 5 mL Não definida 0,1 0,05
Proveta graduada (1) 10 mL Não definida 0,1 0,05
Proveta graduada (2) 50 mL Não definida 0,5 0,25
Proveta graduada (3) 100 mL Não definida 1,0 0,5
Balão volumétrico 50 mL Não definida Definida Definida
Pipeta volumétrica 5 mL Não definida Definida Definida
Béquer 100 mL Não definida - -
Balança (MARTE) - 1610g 0,1 0,05

Precisão (menor divisão)


Desvio avaliado = (2.2)
2

Tabela II.4- Exemplos de instrumentos

Balões Volumétricos Pipetas Volumétricas


Capacidade
Limite de Erro Capacidade (ml) Limite de Erro
(ml)

25 0,05 2 0,006

50 0,10 5 0,01

100 0,15 10 0,02

200 0,20 25 0,03

300 0,25 50 0,05

500 0,30 100 0,08

1000 0,50 200 0,10

2000 1,00

29
A medida de volumes de líquidos, em qualquer um dos instrumentos mencionados,
implica numa comparação da altura do líquido com uma divisão da escala graduada ou
com a marca.

A altura do líquido é definida por um menisco, que geralmente é côncavo. E a leitura do


volume deve ser feita colocando-se o olho perpendicular ao menisco inferior na coluna
de líquido, como mostra a Figura 2.1.

Figura 2.1: Técnica de leitura de volume

A parte inferior do menisco deve ser usada como referência nas medidas de volume
(para soluções transparentes).

O regime de escoamento para qualquer dos instrumentos mencionados para medidas de


volume não é total, sobrando sempre líquido na ponta ou em suas laterais. Para obter
medições mais precisas, o que fica do volume nos instrumentos, não deve ser
transferido, pois essa quantidade já é levada em conta pelo fabricante.

No caso de pipetas, existem dois tipos disponíveis no mercado:

 Pipeta de um traço - é necessário soprar o volume residual;


 Pipeta de dois traços - não é necessário soprar o volume residual.

É de responsabilidade de o técnico conferir o tipo de pipeta que está sendo utilizado.

30
Quando medimos a massa, medimos a quantidade de matéria que a amostra contém.
Uma vez que a aceleração da gravidade é constante para um local determinado da

superfície terrestre, o peso é proporcional à massa  P = m  g  .

Figura 2.2: Instrumentos de medida de volume: (a) pipeta volumétrica, (b) pipeta
graduada, (c) balão volumétrico, (d) bureta e (e) proveta ou cilindro
graduado

Figura 2.3: Balança analítica de braço para laboratório

31
2.5 Erros

Erro é a diferença entre o valor encontrado em uma medida e o valor real desta medida.

Erro = Medida real – Medida experimental

O valor verdadeiro, entretanto nem sempre é conhecido. Existem alguns tipos de erros:

2.5.1. Erro grosseiro:

É aquele cometido por um engano grosseiro, como, por exemplo, ler 154 e registrar
145.

2.5.2. Erro sistemático:

É o tipo de erro devido a uma causa sistemática, como erro da calibração do


equipamento, ou erro do operador. Este erro é repetitivo e difícil de ser detectado. Uma
forma de encontrá-lo é medir uma amostra de valor conhecido e certificado,
denominada: material de referência ou padrão.

2.5.3. Erro aleatório:

São os erros que interferem na precisão de um experimento e fazem com que o


resultado flutue em torno da média (), conforme mostra a curva de distribuição de
Gauss (que reflete esta variação) da Figura 2.4.

32
Figura 2.4: Distribuição de probabilidade de Gauss (“curva na forma de sino”)

A expressão erro é comumente empregada como desvio, mas rigorosamente, considera-


se como erro a diferença entre o valor verdadeiro da medida de uma grandeza e a
medida obtida por medições. Para expressar os erros ou desvios, usamos de algumas
ferramentas estatísticas para determiná-los.

 Média Aritmética ou valor mais provável da medida de uma grandeza (M) –


Chamando de m1, m2, m3, ... , mn, as n medidas de uma grandeza, dignas de mesma
confiança.
m1  m2  m3  ....  mn
M (2.3)
n

 Desvio Absoluto (DA) – Em relação a média, cada uma das medidas possui um
desvio, (positivo, negativo ou nulo) chamado desvio absoluto(DA). O DA de cada
medida é dado por:

DA  medida  M (2.4)

33
 Desvio Relativo (DR) – O desvio relativo de cada medida é o seu desvio absoluto
dividido pela média:

DA
DR  (2.5)
M

 Desvio Percentual (DP) – A medida mais precisa é aquela que possui menor desvio
percentual

DP  DR  100 % (2.6)

 Desvio Médio Absoluto (DMA) – A média aritmética dos valores dos desvios
absolutos é chamado desvio médio absoluto (DMA). Devem-se considerar todos os
desvios, inclusive os nulos, e dividir pelo número de medições realizadas.

DA 1  DA 2    DA n
DMA  (2.7)
DA

 Desvio padrão (DP) – É uma medida da dispersão dos “n” resultados em relação ao
valor médio.

n  mi2   mi 
2

DP  n ≥ 50 (2.8)
n (n  1)
2
n
 n 
n .  n -   ni 
2

i=1
i
i=1 
DP = n < 50 (2.9)
(n -1)

 Expressão Correta (EC) – A maneira correta de expressarmos a medida é dada


por:

EC  M  k DP (2.10)

34
onde k é um parâmetro relacionado à confiabilidade do resultado.

Anotações:

35
2.6 Parte Experimental

“... Assim, uma moeda de prata, uma taça de prata e um eletrodo de prata diferem
somente em tamanho, forma, utilidade e sobre aspecto estético, mas sob o ponto de
vista da química são essencialmente o mesmo, por serem feitos do mesmo metal, a
prata. (Química General Moderna – Uma introducción ..., 1964)”

Materiais:

Provetas de 100 ml, 50 ml e 10 ml


Pipeta volumétrica de 5ml
Pipeta graduada de 5ml
Béquer de 100ml
Balão volumétrico de 50ml
Bureta de 50ml
Balança MARTE/ modelo 1001

1ª EXPERIÊNCIA: Comparação de volumes medidos com a proveta e com o balão


volumétrico

Meça cinquenta mililitros de água destilada em uma proveta adequada e transfira para
um balão volumétrico de cinquenta mililitros de capacidade. Anotar as medidas e
analisar a equivalência de volumes entre os dois instrumentos, no quadro II.1. Justificar
se houve ou não coincidência nas medidas:

(a) (b)
Figura 2.5: Técnica experimental – (a) Proveta, (b) Balão volumétrico
36
Quadro II.1

Volumes (mL) Justificativa

Proveta: ______________________

Balão Volumétrico: _____________

2ª EXPERIÊNCIA: Comparação de volumes medidos com a proveta e com a bureta

Recolha cinqüenta mililitros de água de uma bureta adequada, transporte para uma
proveta de 100 ml de capacidade e depois, para um béquer de 100 mL de capacidade.
Ver figura abaixo:

(a) (b) (c)


Figura 2.6: Técnica experimental – (a) Bureta sobre a proveta, (b) Posição da mão
e dos dedos ao abrir a bureta e (c) proveta

Anote corretamente os valores medidos, no quadro II.2, justificando se houve ou não


coincidência entre eles.

37
Quadro II.2

Volumes (mL) Justificativa

Bureta: ____________________

Proveta: ___________________

Béquer: ___________________

3ª EXPERIÊNCIA: Adição de volumes medidos em instrumentos diferentes

Em uma proveta de cinquenta mililitros de capacidade, adicione:

 Cinco mililitros de água medidos em uma pipeta volumétrica,


 Cinco mililitros de água medidos em uma pipeta graduada,
 Cinco mililitros de água medidos em uma bureta,
 Dez mililitros de água medidos em uma proveta.

Anotar corretamente o volume de água existente na proveta onde foram coletados os


líquidos, no quadro II.3.
Quadro II.3

Instrumento Medida (mL)

 Pipeta volumétrica

 Pipeta graduada

 Bureta

 Proveta

Total

38
Calcular e expressar o valor resultante da soma dos valores adicionados, considerando a
precisão de cada instrumento. Comparar o valor calculado com o valor observado no
quadro II.4.
Quadro II.4
Valor observado: ____________________________________
Valor calculado: ____________________________________

Justificativa:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4ª EXPERIÊNCIA: Treino de pesagem

Pese um béquer de cem mililitros de capacidade e determine a sua massa em gramas.


Adicione a este béquer cinquenta mililitros de água medidos em uma proveta e
determine a massa deste conjunto (Quadro II.5).

Figura 2.7: Técnica experimental – Diagrama esquemático da pesagem do béquer

0,1 g
Precisão da balança = = 0,05 g  ( m  0,05 ) g
2

39
Quadro II.5

Peso do béquer

Peso do béquer com água

Peso de água

Volume estimado de água

Comparar o valor do volume de água medido com o valor calculado (Quadro II.6).
Justificar se houve coincidência destes valores e as possíveis causas de erro (considerar
dH20 = 1,000 g/cm3)

Quadro II.6
Valor de água medido (cm3): ____________________________________
Valor de água calculado (cm3): ____________________________________

Justificativa:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

40
Questionário

1) Complete a tabela

Número de Arredondamento
Número (m) Notação científica
significativos (2 significativos)

26,31

20,000

0,206

0,00206

0,00000007320

134 mil

606

393,68

0,0000000007

2) Faça as operações aritméticas indicadas considerando que cada número é resultado de


uma medida experimental:

a) 351+2,982
b) 25,128-0,0042
c) 13,51+1,00754+0,214
d) 4,6254-10,1
e) 14,021+14
f) 126 x 2,51
g) 3,658 x 9,2
h) 68,1/38
i) (3,8 x 108) x (2,65 x 105)
j) (8,1 x 10-4)/(2,4587 x 10-5)

41
3) Converter as seguintes massas para gramas:

a) 3,89 x 10-6 kg
b) 1,8 x 104 mg
c) 6 g
d) 12 ng
e) 8 pg
f) 3,24 t

4) Converter 0,005 g/cm3 em:

a) g/mL
b) g/L
c) kg/mL
d) kg/L
e) kg/m3
f) g/m3
g) Considerando que é a concentração de uma substância diluída em água converter
em %.

5) De que depende a variabilidade dos resultados de uma medida?

6) (a) O que é sensibilidade de um aparelho? Que é desvio avaliado?


(b) Qual é a sensibilidade e o desvio avaliado de uma régua cuja menor divisão é 0,1
cm?

Diagrama esquemático (parcial) de uma régua plástica – Comprimento 5 cm

42
7) Dentre as seguintes medidas, qual é a mais precisa e a mais imprecisa?

a) (1,0 + ou – 0,1) ml
b) (2,00 + ou – 0,01 ) ml
c) (9,8 + ou – 0,5 ) ml

8) Quais aparelhos que você conheceu nesta prática que poderiam servir para medir:

a) 25,0 ml
b) 50,0 ml
c) 10,00 ml
d) 8,50 ml

9) Qual a diferença entre precisão e exatidão de uma medida?

43
EXPERIMENTO 03
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS

3.1 Introdução

Definem-se como propriedades físicas de uma substância aquelas que podem ser
medidas sem provocar mudanças em sua composição química. Em uma mudança física
a identidade de uma substância é preservada, mesmo que mudem seu estado físico,
tamanho ou forma.

As propriedades químicas permitem a classificação e a identificação de substâncias do


mundo da matéria. Substâncias simples e compostas são identificadas pelas
propriedades físicas, tais como: cor, odor, solubilidade, ponto de fusão, ponto de
ebulição, densidade, condutividade elétrica, viscosidade, maleabilidade, ductibilidade,
propriedades magnéticas, etc.

Tais propriedades fornecem a base para a separação de misturas. As misturas podem ser
homogêneas e heterogêneas.

Mistura homogênea é completamente uniforme no nível das partículas e consiste de


uma ou mais substâncias na mesma fase. Tais misturas são freqüentemente chamadas de
soluções. São exemplos: a mistura da água com álcool, o ar (composto de gases,
principalmente, O2 e N2), as ligas metálicas (latão, liga de cobre e zinco), onde torna-se
impossível distinguir uma substância da outra.

Uma mistura é dita heterogênea quando é possível distinguir visualmente os elementos


que a compõem, ou seja, apresenta duas ou mais fases. Esta mistura é caracterizada por
componentes que estão misturados, porém não dissolvidos. Exemplos: água + óleo +
areia (3 fases) ou água + areia (2 fases).

44
Alguns processos de separação e as propriedades físicas que os caracterizam são
descritos na Tabela III.1.

Tabela III.1 – Processos de separação

PROPRIEDADES
PROCESSOS EXEMPLO
FÍSICAS

Decantação Areia e água

Centrifugação Componentes do sangue

Sedimentação Densidade Tratamento de água

Ventilação Arroz e suas cascas

Levigação Areia e pepitas de ouro

Destilação Componentes do petróleo


Ponto de Ebulição
Vaporização Produção do açúcar

Concentração de minério de
Separação Magnética Magnetismo
ferro

Obtenção de óleos vegetais


Extração por Solvente Solubilidade (soja, mamona, girassol,
etc.)

Separação do ouro de suas


Fusão Fracionada Ponto de Fusão
ligas

Solubilidade, vaporização NaNO3 e NaCl dissolvidos


Cristalização Fracionada
ou evaporação em água

3.2 Cor

Algumas substâncias podem ser identificadas pelo método de tentativas, com base em
suas colorações. As colorações de gases e líquidos devem-se à absorção da luz visível,
onde a luz, dentro de certa faixa de comprimento de onda, está associada a uma
determinada cor.

45
Tabela III.2 - Cores das substâncias que absorvem luz na região visível

Faixa de comprimento de onda () Cor absorvida Cor transmitida

 400 nm Ultravioleta Incolor

400- 450 Violeta


Vermelho, laranja e
amarelo
450-490 Azul

490- 550 Verde


Roxa
550- 580 Amarelo

580- 650 Laranja


Azul e verde
650- 700 Vermelho

 700 nm Infravermelho Incolor

Por exemplo, o dióxido de nitrogênio gasoso possui cor castanha, o vapor de bromo é
vermelho e o vapor de iodo é violeta. Uma solução aquosa de sulfato de cobre é azul,
uma solução de permanganato de potássio é roxa e com base na cor transmitida
podemos identificar a faixa de comprimento de onda e, conseqüentemente, o elemento
ou substância química que caracteriza a absorção de cores no espectro visível de luz.

3.3 Odor

O estado de gases e vapores de uma substância, sem haver mudança de suas


propriedades químicas, tem uma característica própria para cada substância. Esta
característica está intrinsecamente ligada ao fator odoro ou inodoro.

Além disto, os gases e vapores podem ser classificados segundo a ação sobre o
organismo vivo como: irritante, anestésico ou asfixiante.

3.4 Solubilidade e Miscibilidade

Em sólidos iônicos, os íons com cargas positivas e negativas são mantidos juntos por
atração eletrostática. Em sólidos e líquidos moleculares, as forças entre as moléculas,
46
chamadas forças intermoleculares, são baseadas em várias atrações eletrostáticas que
são mais fracas do que as forças entre íons com cargas opostas.

As forças intermoleculares influenciam a química de muitas formas. Elas são


diretamente relacionadas às propriedades físicas, como ponto de fusão e de ebulição, e
importantes na determinação da solubilidade de gases, líquidos e sólidos em vários
solventes.

Dizemos que uma substância é solúvel em outra quando misturadas, formam um


sistema homogêneo. Quando se trata de líquidos eles se dizem miscíveis.

A solubilidade é uma propriedade específica de uma substância e depende do solvente


ao qual é misturada. Assim, uma substância pode ser muito solúvel em álcool e não o
ser em água. Da mesma forma não podemos afirmar que um determinado líquido é
miscível em outro líquido.

A solubilidade e a miscibilidade estão relacionadas com algumas propriedades das


substâncias que, por sua vez dependem da natureza da ligação entre os átomos. A forma
com que os átomos estão ligados fornece às substâncias certa geometria que determina
um grau de polaridade às moléculas.

Enquanto todos os gases são perfeitamente miscíveis entre si, esse não é o caso dos
líquidos. Considerando combinações entre dois líquidos (sistemas binários), os
componentes podem ser totalmente miscíveis, parcialmente miscíveis ou imiscíveis.
Exemplos bem conhecidos desse comportamento diferenciado são os sistemas
água/álcool (perfeitamente miscíveis) e água/óleo (imiscíveis).

A miscibilidade ou compatibilidade entre dois líquidos baseia-se na semelhança da


constituição das respectivas moléculas e, conseqüentemente, na semelhança dos tipos de
interações intermoleculares em cada substância. Assim o álcool etílico é miscível com
água em qualquer proporção, pois os componentes são constituídos por moléculas
pequenas caracterizadas por funções – OH (água: HOH, etanol: C2H5OH). À medida

47
que aumentamos a cadeia hidrocarbônica do álcool, a molécula perde gradualmente sua
semelhança estreita com a água. Assim o butanol (C4H9OH) é apenas parcialmente
miscível com água e o octanol (C8H17OH) é praticamente imiscível com água.

Os líquidos mais utilizados como solventes, no laboratório ou na indústria, podem ser


classificados de acordo com suas polaridades, conforme valores dos momentos de
dipolo moleculares ou das constantes dielétricas dos líquidos.

(A) Solventes de polaridade elevada (água, etilenoglicol, etc.).


(B) Solventes de polaridade média (metanol, etanol, acetona).
(C) Solventes de polaridade baixa (hidrocarbonetos tais como hexano, ciclohexano,
benzeno, tolueno, etc.; tetracloreto de carbono, clorofórmio, diclorometano, éter
etílico etc.).

Os solventes de um mesmo grupo são sempre miscíveis entre si. De um modo geral, os
do grupo (B) são miscíveis tanto com os do grupo (A) quanto com aqueles do grupo
(C). Os líquidos do grupo (A) não são miscíveis com aqueles do grupo (C).

A miscibilidade de um líquido com outro pode ser prevista qualitativamente, portanto,


pelo exame estrutural das moléculas que compõem as substâncias. Todavia,
quantitativamente, propriedades como o momento de dipolo e a constante dielétrica
podem ser levados em consideração.

A polaridade de uma molécula depende da presença de um momento de dipolo elétrico



(  ) permanente em sua estrutura, o qual se verifica quando o centro de carga (q)
positiva da molécula não coincide com o centro de carga (q’) negativa e estão, portanto,
 
separados de uma distância (r). Assim definimos   q  r , uma grandeza vetorial que é
descrita tanto por seu módulo como pela sua direção, em unidades de Debye (D).
 
Moléculas que possuem   0 são ditas “polares” e as que possuem   0 , “não
polares” ou “apolares”, como mostrado nos exemplos seguintes:

48
A constante dielétrica de um meio uniforme () é definida pela equação:

q  q'
F =
  r2 (3.1)

Onde F é a força de atração entre duas cargas q e q’ separadas por uma distância r.
Quanto maior  do meio, menor a força de atração entre as cargas, o que em outras
palavras significa que, um líquido com alta constante dielétrica é capaz de solvatar bem
íons, mantendo-os dissociados em solução. À água é um dos líquidos com maior
constante dielétrica (  78), enquanto os líquidos orgânicos mais comuns apresentam
constantes dielétricas entre 2 e 40, como mostra a tabela de momento e constantes
dielétricas no apêndice 03.

49
Uma observação qualitativa em solubilidade é que “semelhante dissolve semelhante”.
Isto significa que moléculas polares provavelmente dissolvem-se em solventes polares,
e moléculas apolares provavelmente dissolvem-se em solventes apolares.

Para que uma substância (soluto) se dissolva em outra substância (solvente) é necessário
que ocorra interação entre as moléculas soluto-solvente. Por exemplo, soluto formado
por moléculas apolares é facilmente dissolvido em solvente apolar, pois as forças de
interação entre as moléculas do soluto e do solvente apresentam intensidades próximas,
o que facilita a interação entre elas. Soluto apolar não é dissolvido em solvente formado
por moléculas que apresentam ligações de hidrogênio, pois entre as moléculas, soluto-
solvente não existe interação, e a tendência é que as moléculas do solvente fiquem
agrupadas formando uma fase de mistura.

A formação de sistema homogêneo evidencia a solubilidade e a miscibilidade. Um


sistema resultante turvo mostra uma solubilidade parcial e um sistema heterogêneo
identifica uma substância insolúvel ou imiscível no solvente em estudo.

3.5 Ponto de fusão e ebulição

O ponto de fusão de uma substância é a temperatura na qual a fase líquida e sólida


coexiste em equilíbrio, a uma determinada pressão. O ponto de ebulição, analogamente,
é a temperatura na qual a fase líquida e vapor coexistem em equilíbrio, a uma
determinada pressão.

Os pontos de fusão e de ebulição medidos em laboratório dependerão das variações na


pressão atmosférica.

3.6 Densidade

A densidade é uma propriedade física que pode ser usada para identificar uma
substância, uma vez que, raramente, diferentes substâncias têm a mesma densidade.

50
A densidade é uma grandeza física que relaciona a quantidade de massa de uma
substância em um dado volume:

Massa
Densidade 
Volume (3.2)

Em química se expressa a densidade de sólidos e líquidos em gramas por centímetro


cúbico (g/cm3) ou gramas por mL (g/mL).

No apêndice 03 encontra-se a tabela de propriedades físicas de algumas substâncias.

Anotações:

51
3.7 Parte Experimental

“ a primeira finalidade da química é averiguar como os materiais podem ser


identificados ou distintos entre si ... (Química General Moderna – Uma Introducción ...,
1964)”

Materiais: Reagentes:
Béquer de 100 ml Álcool etílico
Bureta de 50 ml Tetracloreto de carbono
Balança MARTE Modelo 1001 Acetona
Proveta de 100 ml Benzeno
Proveta de 50 ml NaCl sólido
Tarugo de alumínio e cobre Parafina sólida
Borracha

1ª EXPERIÊNCIA: Análise da solubilidade e miscibilidade

Preencha o quadro III.1 que se segue utilizando para estes testes pequenas quantidades
das substâncias em tubos de ensaio e simbologia abaixo:

S- Solúvel I- Insolúvel
M- Miscível NM- Não Miscível

Quadro III.1

Benzeno
Água
NaCl(S)
Parafina(S)
Álcool
Tetracloreto de
carbono
Acetona

52
2ª EXPERIÊNCIA: Determinação da densidade de um material pelo deslocamento

a) Determine a massa de cada um dos materiais colocados na bancada.

b) Adicione cada um dos materiais a uma proveta graduada contendo uma quantidade
definida de água. Anote os volumes inicial e final da água, quando cada material é
colocado na proveta:

VMaterial  Vfinal  Vinicial (3.3)

c) Complete o quadro III.2.

Quadro III.2

Objeto Material 1 Material 2 Material 3

Massa (g)

Volume Inicial (cm3)

Volume Final (cm3)

Volume do Material (cm3)

Densidade (g/cm3)

3ª EXPERIÊNCIA: Determinação da densidade da água

a) Pese um béquer de capacidade de 100 ml;

Massa do béquer:

b) Usando uma bureta, adicione exatamente vinte cinco mililitros de água destilada no
béquer (Sistema A). Anote a massa total do sistema ( m béquer  m H 2O );

53
c) Ao sistema A, adicione mais vinte cinco mililitros de água, anotando a massa total,
bem como o volume total de água (Sistema B);

d) Ao sistema B, adicione mais vinte cinco mililitros de água anotando a massa total e
o volume total de água (Sistema C).

Preencha o quadro III.3 a seguir, determinando as densidades dos sistemas, A, B e C e


os seus respectivos desvios.

Quadro III.3

Massa
Massa Vol. Desvio
total do d Desvio Desvio
Sistemas total de Total de Percentual
béquer c/ (g/ml) Absoluto relativo
água (g) água (ml) (%)
água

Densidade da água (Valor médio):

4ª EXPERIÊNCIA: Determinação da densidade da água por outras vidrarias.

a) Transcreva os dados do Sistema A, do quadro III.3, para o quadro III.4 abaixo:

Quadro III.4

Massa Total
Massa Total de Volume Total de
Sistemas do Béquer com Densidade (g/mL)
Água (g) H2O (mL)
Água (g)
A
D
E

54
b) Seque o béquer da experiência anterior. Meça vinte cinco mililitros de água em uma
proveta de 100 ml de capacidade e transfira o líquido para o béquer seco e determine
a massa total (Sistema D).

c) Seque o béquer da experiência anterior. Meça vinte cinco mililitros de água no


próprio béquer seco e determine a massa total (Sistema E).

d) Complete o quadro III.4.

Questionário

1) Explique se a sublimação e a cristalização são fenômenos físicos ou químicos.

2) Explique se a carbonização do açúcar e a dissolução do NaCl(s) são fenômenos físicos


ou químicos.

3) Cite outras propriedades físicas além das mencionadas na introdução da prática.

4) Explique porque as densidades da maioria dos líquidos diminuem com o aumento da


temperatura.

5) Um pedaço de prata metálica tem uma massa de 2,365 gramas. Calcule o volume da
prata sabendo-se que a densidade da prata é de 10,5 g/cm3.

6) A 25 ºC a densidade da água é 0,997 g/cm3, enquanto a densidade do gelo a -10 ºC é


0,917 g/cm3.

a) Se uma lata de refrigerante (volume = 250,0 mL) é totalmente cheia com água
pura e então resfriada até –10 ºC. Calcule o volume que o sólido ocupará.
b) Explique se o gelo pode estar contido dentro da lata.

55
EXPERIMENTO 04
REAÇÕES ELETROQUÍMICAS

4.1 Introdução

Uma solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias, onde uma
substância, o soluto está dissolvido em um meio considerado solvente.

Eletrólitos são substâncias (compostos iônicos) que se dissolvem (em solventes)


fornecendo íons à solução; processo no qual recebe o nome de dissociação química.
Não eletrólitos são substâncias que não liberam íons na solução à medida que se
dissolvem.

A dissolução de um sólido iônico implica na separação de cada íon dos íons de cargas
opostas que o rodeiam nos estado sólido. A água é um bom solvente para compostos
iônicos, porque cada molécula de água tem uma extremidade positivamente carregada e
outra negativamente carregada. Portanto, uma molécula de água pode atrair um íon
positivo (cátion) à sua extremidade negativa, ou pode atrair um íon negativo (ânion) à
sua extremidade positiva, como mostrado na Figura 4.1.

Figura 4.1: Dissolução iônica do NaCl em água


56
Os eletrólitos podem ser classificados como fortes ou fracos, dependendo do grau em
que estão dissociados. Um eletrólito forte (completamente dissociado) pode ser uma
substância iônica ou molecular. Um exemplo que se pode citar é o NaCl(aq), este ao se
dissociar forma íons Na+(aq.) e Cl-(aq.)

NaCl(aq) Na+(aq) + Cl-(aq)

O HCl(aq) é um exemplo de eletrólito forte molecular. A molécula de HCl(aq) é bastante


polar e como conseqüência dipolos de H2O são tão fortemente atraídos em cada
extremidade que ela se quebra, isto é, dissocia-se em H+(aq.) e Cl-(aq.) .

HCl(aq) H+(aq.) + Cl-(aq.)

Os eletrólitos fracos incluem os ácidos fracos como ácido acético (HC2H3O2) e o ácido
carbônico (H2CO3), as bases fracas como, por exemplo, hidróxido de amônio (NH4OH)
e o hidróxido taloso (TlOH) e certos sais como, cloreto de mercúrio (HgCl2) e sulfato de
cádmio (CdSO4) que não se dissociam totalmente em solução aquosa.

Na solução dessas substâncias há um equilíbrio entre as espécies não dissociadas e seus


íons correspondentes.

Os íons na solução estão envolvidos por moléculas de solvente. Quando o solvente é a


água, o fenômeno é conhecido como hidratação.

O processo da dissociação tem papel significativo nas propriedades das substâncias; em


soluções aquosas de eletrólito fortes apresentam, por exemplo, alta condutividade
elétrica.

OBS.: A dissociação pode ocorrer em muitos solventes, mas a água é o solvente mais
importante.

57
Tabela IV.1 - Classificação de Solutos (soluções diluídas)

Eletrólitos
Não eletrólitos Eletrólitos Fracos
Fortes

Partículas de soluto Moléculas Moléculas + íons Íons

Equilíbrio entre Não


Não Sim
partículas? (essencialmente)

Entre 0 e 100, mas


Percentagem de
0 freqüentemente ~100
dissociação
pequena.

Cloreto de
Fluoreto de
Etanol (C2H5OH) Hidrogênio
Hidrogênio (HF)
(HCl)

Ácido acético Cloreto de Sódio


Sacarose (C12H22O11)
Exemplo (para (HC2H3O2) (NaCl)
soluções aquosas)
Hidróxido Taloso Hidróxido de
Acetona [(CH3)2CO]
(TlOH) Sódio (NaOH)

Cloreto de Mercúrio Fluoreto de


Oxigênio (O2)
(HgCl2) Potássio (KF)

4.2 Oxidação e Redução

Numa reação de redox (oxidação e redução) uma substância ou espécie perde elétrons,
sofre oxidação; enquanto outra substância ou espécie ganha elétrons, sofre redução.

 Oxidação: é uma perda de elétrons


 Redução: é um ganho de elétrons

Exemplos:

a) Na(s) Na+(aq) + e-
Oxidação
b) 2Cl-(aq) Cl2(g) + 2 e-

58
c) Ca2+(aq) + 2 e- Ca(s)
Redução
d) 2 H+(aq) + 2 e- H2(g)

Em uma reação redox, a substância ou espécie que ganha elétrons é chamada agente
oxidante e aquela que perde elétrons é chamada de agente redutor.

Exemplo: Fe(S) + 2 H+(aq) Fe2+(aq) + H2(g)


0 +1 +2 0

Fe: aumenta o número de oxidação (de 0 para +2)


Perde elétrons (dois por átomo)
É oxidado pelo H+
É o agente redutor (reduz H+ a H2 )

H+: diminui o número de oxidação (de +1 para 0)


Ganha elétrons (um por íon)
É reduzido pelo Fe
É o agente oxidante (oxida Fe em Fe2+)

A oxidação pode ser definida como um aumento no número de oxidação e a redução


como uma diminuição no número de oxidação.

Oxidação

....... - 4 -3 - 2 -1 0 +1 +2 +3 +4 .......

Redução

A espécie que perde elétrons sofre oxidação. A outra espécie que ganha elétrons sofre
redução.

59
No processo abaixo:

Fe(s) + CuSO4(aq) FeSO4 (aq) + Cu(s) (4.1)

A substância ferro (Fe) perde elétrons, e teremos a seguinte meia - reação de oxidação:

Fe(s) Fe2+(aq.) + 2 e- (4.1.a)

Ou seja: a concentração de Fe2+ cresce na solução.

A espécie ionizada, íons cúpricos (Cu2+), ganham elétrons; a meia reação de redução
será:

Cu2+(aq.) + 2 e- Cu(s) (4.1.b)

A concentração de íons Cu2+ decresce na solução sendo depositada na placa de ferro sob
a forma reduzida de Cu(s) .

OBS. 1: A oxidação e a redução ocorrem ao mesmo tempo, na mesma reação; não se


pode ter uma sem a outra.

O número de elétrons permanece inalterado numa reação REDOX. Isto é, os elétrons


liberados na meia reação de oxidação são captados por outra espécie na meia reação de
redução.

O Fe(s) está em contato com a solução de CuSO4(aq); neste caso, os elétrons são
transferidos diretamente do agente redutor para o agente oxidante.

Numa reação REDOX, temos pelo menos dois reagentes: um deles é o agente oxidante;
o outro, o agente redutor.

60
OBS. 2: O agente oxidante é o responsável pela oxidação da outra espécie. Para que isto
ocorra, ele deve aceitar elétrons desta espécie. Portanto, o agente oxidante, ele
próprio, é reduzido na reação. Na semi-equação 4.1.(b), temos o Cu2+(aq) como
agente oxidante.

OBS. 3: O agente redutor é o responsável pela redução da outra espécie. Para que isto
ocorra, ele deve doar elétrons a esta espécie. Portanto, o agente redutor é ele
próprio, oxidado na reação. Na semi-equação 4.1.(a), temos o Fe(s) como
agente redutor.

OBS.4: A tabela de potencial padrão de redução dos eletrodos encontra-se no apêndice


04.

Todo processo eletroquímico deve envolver tanto a oxidação quanto a redução. Em


algumas reações de oxidação - redução os agentes oxidantes e os redutores podem estar
em contato direto um com o outro. Nessas reações os elétrons são transferidos
diretamente do agente redutor para o agente oxidante: reações eletroquímicas.

61
4.3 Parte Experimental

“A tabela de potenciais nos dá a possibilidade de uma reação processar-se, mas não


diz nada quanto à velocidade da reação. Algumas reações, possíveis pelos valores de
potenciais, não se realizam na prática. Esta contradição aparente deve estar
relacionada com o fato de a reação ser tão lenta que não é observada em pequeno
espaço de tempo.” (Vicente Gentil – Corrosão)

Materiais: Reagentes:
Béquers Solução aquosa de CuSO4 0,5 mol/L
Lâminas de: Cobre (Cu) Solução aquosa de FeSO4 0,5 mol/L
Ferro ( Fe ) Solução aquosa de ZnSO4 0,5 mol/L
Zinco (Zn) Solução aquosa de AgNO3 0,5 mol/L
Chumbo (Pb) Solução aquosa de Pb(NO3)2 0,5 mol/L
Lixas

1ª EXPERIÊNCIA: Construir uma pequena série eletroquímica para os metais:


cobre, chumbo, ferro, zinco e prata e comparar com a tabela de
potenciais de redução

a) Identifique e lixe as placas metálicas que estão em sua bancada.

OBS.: A PLACA DE ZINCO NÃO DEVE SER LIXADA.

b) Sobre uma folha de papel toalha, coloque as lâminas na seguinte ordem:

62
c) Na superfície de cada placa metálica adicione gotas das soluções aquosas conforme a
ordem do quadro acima.

d) Após alguns minutos, lavar com água de torneira, observe os resultados e escreva as
equações representativas das reações que ocorreram.

e) Preencha o quadro IV.1 abaixo com os resultados observados e construa a série


eletroquímica.

Quadro IV.1

Série eletroquímica: _____________________________________________

63
Questionário:

1) Escreva as equações químicas correspondentes às reações realizadas na 1ª


experiência e seus respectivos potenciais.

2) Sobre as reações feitas experimentalmente, verifique o melhor agente oxidante e o


melhor agente redutor, justificando.

3) Verifique a espontaneidade das reações abaixo:

a) Cu(s) + FeSO4(aq)  CuSO4(aq) +Fe(s)


b) Cu(s) + 2 AgNO3 (aq)  Cu(NO3)2(aq) +2 Ag(s)
c) Fe(s) + PbSO4(aq)  FeSO4 ( aq) +Pb(s)

4) Cite aplicações práticas das reações de redox.

5) Explique a afirmativa: “Certo elemento será deslocado de seus compostos por


qualquer metal que ocupe um lugar acima dele na tabela de potenciais de redução
(série eletroquímica)”.

6) Verifique se é possível armazenar solução de CuSO4 em um recipiente (caneco) de


alumínio, sem danificá-lo.

64
EXPERIMENTO 05
PILHAS GALVÂNICAS

5.1 Introdução

Numa pilha galvânica utiliza-se de uma reação espontânea de oxiredução como fonte de
energia. Nesse caso, as reações de oxiredução ocorrem quando os agentes oxidantes e
redutores não estão em contato direto; portanto, a pilha deve ser construída separando-
se fisicamente a reação global em duas semireações eletródicas, uma delas envolvendo a
oxidação e a outra a redução.

Os elétrons liberados no eletrodo onde há oxidação (ânodo) passam pelo circuito


externo (fio de cobre, por exemplo) para o eletrodo onde há redução (cátodo).
Por exemplo, a reação;

Mg(s) + 2 Ag+(aq) Mg2+(aq) + 2 Ag(s) (5.1)

Pode ser obtida pela adição das semireações eletródicas;

Ânodo (oxidação): Mg(s) Mg2+(aq) + 2 e- (5.1.a)


Cátodo (redução): Ag+(aq) + e- Ag(s) (5.1.b)

65
No ânodo (polo negativo), átomos de magnésio se dissolvem deixando elétrons no
metal, já que os mesmos não podem existir livres em solução e formando íons magnésio
que vão para a solução.

No cátodo (polo positivo), íons prata são removidos da solução à medida que recebem
elétrons e aí se depositam como átomos de prata. A neutralidade elétrica das soluções é
estabelecida pelo fluxo de íons através de uma ponte salina. O fluxo de elétrons do
ânodo para o cátodo pode ser detectado por um voltímetro que fornece a diferença de
potencial entre os eletrodos.

A tendência que possui um elemento para perder ou ganhar elétrons varia de acordo
com sua posição na série eletroquímica. O potencial normal de redução é uma
quantitativa desta tendência. Como não é possível medir o potencial absoluto de um
eletrodo, mede-se seu potencial relativo tomando como padrão o eletrodo normal de
hidrogênio, ao qual foi atribuído, arbitrariamente, o potencial 0,00 volts.

Atribui-se potenciais de redução negativos (-) aos eletrodos que perdem elétrons mais
facilmente que o hidrogênio; aos outros são atribuídos potenciais positivos (+). A série
eletroquímica é de grande valia para a previsão da espontaneidade das reações de
oxiredução.

As reações de oxiredução espontâneas têm sempre E positivo. A relação entre as


grandezas G (energia livre) e E (diferença de potencial) é dada pela equação:

G  - n.F.E (5.2)

Onde n é número de moles de elétrons transferidos entre o agente redutor e o agente


oxidante, na reação redox equilibrada e, F, é a constante de Faraday, que vale 9,65 x 104
C. O sinal negativo na equação (5.2) mostra que todas as reações espontâneas
(favoráveis aos produtos) de transferência de elétrons tem G negativo.

66
5.2 Eletrodos nas pilhas galvânicas

Os eletrodos em uma célula servem como dispositivos de remoção de elétrons do agente


redutor no ânodo e fonte de elétrons para o agente oxidante no cátodo. Qualquer
eletrodo pode funcionar como cátodo ou como ânodo.

Os tipos importantes de eletrodo são:

 Eletrodo metal-íon metálico;


 Eletrodo gás-íon;
 Eletrodo metal-ânion de sal insolúvel;
 Eletrodos de “óxido-redução” inertes;

 Eletrodo metal-íon metálico – O eletrodo metal-íon metálico consiste em um


metal em contato com seus íons presentes na solução. Um exemplo é uma peça
de prata imersa em solução de nitrato de prata.

 Eletrodo gás-íon – No eletrodo gás-íon é empregado um gás em contato com o


seu ânion, ou cátion, em solução. O gás é borbulhado na solução e o contato
elétrico é feito mediante um metal inerte, geralmente platina. Exemplo: H2(g) em
H+(aq).

 Eletrodo metal - ânion de sal insolúvel – Neste eletrodo, um metal se encontra


em contato com um dos seus sais insolúveis e, ao mesmo tempo, com uma
solução que contém o ânion do sal.

 Eletrodos inertes – Consistem em um pedaço de fio metálico inerte em contato


com uma solução de uma substância em dois estados de oxidação diferentes.
Este eletrodo caracteriza-se por não participar da reação, ele nem fornece íons
para a solução e tampouco reduz seus próprios íons. Neste eletrodo, ambos os
reagentes e produtos se encontram em solução: como exemplo tem-se Pt(s)
Fe2+(aq)/ Fe3+(aq).

67
5.3 Pilhas Galvânicas

Basicamente uma pilha galvânica apresenta os seguintes componentes:

a) Ânodo: eletrodo em que há oxidação (corrosão) e onde a corrente elétrica na


forma de íons metálicos positivos, entra no eletrólito;
b) Eletrólito: condutor (usualmente um líquido) contendo íons que transportam a
corrente elétrica do ânodo para o cátodo;
c) Cátodo: eletrodo onde a corrente elétrica sai do eletrólito ou o eletrodo no qual as
cargas negativas (elétrons) provocam reações de redução;
d) Circuito metálico: ligação metálica entre o ânodo e o cátodo por onde escoam os
elétrons, no sentido ânodo-cátodo.

A corrente elétrica convencional tem sentido contrário ao de elétrons. Considerando o


sentido convencional, o cátodo é o eletrodo negativo (-) e o ânodo positivo (+); no
sentido real os sinais são contrários, isto é, ânodo (-) e cátodo (+).

A pilha é caracterizada por uma diferença de potencial entre seus eletrodos, em circuito
aberto – é a sua força eletromotriz. Ela é, segundo a convenção de sinais usada pela
IUPAC, igual a:

E Pilha  E Cátodo - E Ânodo (5.3)

A diferença de potencial padrão (d. d. p) padrão, para uma reação numa pilha, é a d. d. p
medida quando todos os íons e moléculas em solução estão na concentração 1 mol/L e
todos os gases estão na pressão de 1 atm. Quando um voltímetro ou outro dispositivo de
medida de tensão é ligado a uma pilha ele indica uma diferença de potencial elétrico
(volts).

68
5.4 Efeito da concentração sobre a d. d. p. da pilha

Consideramos pilhas em que os reagentes e os produtos se encontram nos estados-


padrão. A tensão produzida por uma pilha depende das concentrações dos reagentes e
produtos, e esta relação pode ser prevista qualitativamente pelo princípio de Le
Chatelier.

Consideremos a pilha de Daniell,

Zns  / Zn2aq  // Cu 2aq  / Cu  s  (5.4)

Nesta equação, as barras verticais simples (/) identificam a interface metal – íon
metálico e, a dupla (//), identifica a presença de uma ponte salina (que fecha o circuito
interno dentro da solução eletrolítica), e a ligação entre os metais, através de um
condutor metálico, que corresponde ao circuito externo.

A 25 ºC, a tensão que a célula produz é 1,10 V. Se a concentração dos íons zinco for
reduzida abaixo de 1mol/L, poderemos supor, de acordo com o princípio de Le
Chatelier, que uma diminuição da [Zn2+] acarretará um aumento da tendência de ocorrer
a reação de oxidação e, assim, deveremos observar um aumento na tensão produzida
pela célula. Semelhantemente, com um decréscimo da [Cu2+] na pilha de Daniell,
decresce a tendência de ocorrer a reação de redução no cátodo e, igualmente, de ocorrer
a reação da célula; portanto, a tensão observada na célula é inferior ao valor 1,10 V.

A dependência da tensão da célula em relação às concentrações pode ser descrita


quantitativamente. Para tal dependência, usa-se a equação de Nernst. Seja a reação
redox, a 25 ºC:

aA  bB  cC  dD (5.5)

Onde A, B, C e D são espécies cujas concentrações podem ser alteradas. Então a


equação de Nernst pode ser escrita como:
69
o RT  [C]c  [D]d 
E Pilha = E - ln  b  (5.6)
 [A]  [B] 
Pilha a
nF

Nesta equação:

 Epilha é a voltagem da pilha a uma determinada concentração;


 Eopilha é a voltagem-padrão da pilha;
 n é o número de elétrons transferidos na reação;
 R é a constante da lei dos gases, 8,314 J/mol.K;
 T é a temperatura absoluta em K;
 F é a constante de Faraday, 96500 Coulomb/mol.

Substituindo as constantes e convertendo o logaritmo neperiano para a base 10 (Ln =


2,3026 Log), a equação de Nernst terá a seguinte forma, a 25°C:

o 0,0591  [C]c  [D]d 


E Pilha = E - log  b  (5.7)
 [A]  [B] 
Pilha a
n

Considerando as espécies em solução aquosa, elas serão expressas sob a forma de


molaridade, mol/L; concentrações de gases são expressas sob a forma de pressões
parciais, e sólidos ou líquidos puros não aparecem na equação.

Para a semireação seguinte (um eletrodo isolado):

n+
M (aq) + n e-  M (s) (Cátodo) (5.8)

À aplicação da equação de Nernst resulta em:

RT  1 
E Pilha = E oPilha - ln  n+  (5.9)
nF  [M ] 
70
Ou

RT
E Pilha = EoPilha + ln [M n+ ] (5.10)
nF

Analogamente, substituindo as constantes e convertendo o logaritmo neperiano para a


base 10 (Ln = 2,3026 Log), a equação de Nernst, para um eletrodo isolado, terá as
seguintes formas, a 25 °C:

0,0591  1 
E Pilha = E oPilha - log  n+  (5.11)
n  [M ] 

0,0591
Ou E Pilha = EoPilha + log [M n+ ] (5.12)
n

5.5 Tipos de pilhas

Pela equação de Nernst observa-se que aparece uma diferença de potencial entre dois
eletrodos quando:

1) Os eletrodos são constituídos de diferentes substâncias e possuem, portanto,


diferentes potenciais;

2) Os eletrodos são da mesma substância, mas as soluções contêm concentrações


diferentes;

3) Os eletrodos são da mesma substância e as soluções contêm concentrações


iguais, mas os eletrodos estão submetidos a diferentes pressões parciais de
substâncias gasosas;

4) Os eletrodos são da mesma substância e as soluções contêm concentrações


iguais, mas os eletrodos estão submetidos a diferentes temperaturas.

71
As pilhas eletroquímicas citadas anteriormente podem proporcionar diferenças de
potenciais úteis, mas estes potenciais caem rapidamente à medida que as concentrações
dos reagentes se alteram com a operação da pilha. Na prática, se busca projetos de
baterias e pilhas capazes de fornecerem corrente a um potencial constante.

Devido às necessidades atuais do uso de computadores portáteis, telefones celulares,


relógios digitais e de pulso, calculadoras, aparelhos para surdez e outros dispositivos
miniaturizados, mas também sistemas de fornecimento de tensões de emergência para
casas e prédios comerciais, redes de computadores, bancos de armazenagem de energia
para coletores solares e geradores eólicos, e como não desapareceu a esperança de se ter
um carro elétrico (pilhas de combustível), é cada vez mais importante que se possam ter
baterias leves e mais duradouras.

Existem três classes importantes de baterias: as baterias primárias, secundárias e pilhas


de combustível.

- Baterias primárias: são as baterias que não são facilmente recarregadas. Como
exemplos, citam-se: pilha seca de Leclanché, pilha alcalina, pilha de mercúrio.

- Baterias secundárias: são aquelas que podem ser recarregadas, também conhecidas
como acumuladoras. Citam-se: bateria de chumbo (automóvel), bateria de níquel-
cádmio, pilhas de íon de lítio;

- Pilhas de combustíveis: numa pilha de combustível os reagentes são proporcionados à


pilha por uma fonte externa, na medida das necessidades. A mais comum é a célula de
hidrogênio – oxigênio.

O sistema, como o de uma pilha eletroquímica, além de ser fonte de energia para
diversas aplicações industriais, é também um sistema de corrosão metálica, onde o
metal corroído funciona como anodo, sendo deteriorado pelo meio eletrolítico. Por
definição, corrosão é “deterioração de um material, geralmente metálico, por ação
química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos”.

72
De acordo com essas observações, pode-se dizer que nos processos de corrosão devem
ser destacados os principais tipos de pilhas eletroquímicas, nas quais se verifica que as
reações ocorridas espontaneamente, criam uma força eletromotriz.

Principais tipos de pilhas no estudo dos processos corrosivo:

a) Pilha de eletrodos metálicos diferentes

É o tipo de pilha que ocorre quando dois metais ou ligas metálicas diferentes estão em
contato e imersos num mesmo eletrólito, é a chamada pilha galvânica ou corrosão
galvânica, como mostra a Figura 5.1. Por observações práticas, sabe-se que o metal
mais ativo (menor potencial de redução) na tabela de potencial de eletrodo (veja
apêndice 04) é aquele que funciona como ânodo da pilha.

73
(a) (b)

(c) (d)

Figura 5.1: (a) Esquema de uma pilha galvânica e (b) Corrosão galvânica em
tubulação, (c) Lata fabricada com folha de flande (aço estanhado) e (d) Célula
galvânica Fe/Cu

Por exemplo, no caso do ferro em contato metálico com cobre e imersos em um


eletrólito, como água salgada, ocorre uma transferência de elétrons do ferro (ânodo)
para o cobre (cátodo).

b) Pilha de concentração

Existem casos em que se têm materiais metálicos de mesma natureza, mas que podem
originar uma diferença de potencial formando pilhas e, ocasionando processos de

74
corrosão. Isto ocorre quando se tem um mesmo material metálico em contato com
diferentes concentrações de um mesmo eletrólito ou em contato com o mesmo
eletrólito, porém em locais em que os teores de gases dissolvidos são diferentes.

b.1) Pilha de concentração iônica

Pilha formada por material metálico de mesma natureza, em contato com soluções de
diferentes concentrações.

Pode-se verificar que, diminuindo-se a concentração dos íons Mn+ aumenta-se a


tendência à perda de elétrons. Pode-se fixar, então, a natureza elétrica dos eletrodos:

- Ânodo: aquele que estiver imerso na solução mais diluída;


- Cátodo: aquele que estiver imerso na solução mais concentrada.

Figura 5.2: Pilha de concentração iônica em soluções de sulfato de cobre

b.2) Pilha de aeração diferencial

É a pilha constituída de eletrodos de um só material metálico em contato com um


mesmo eletrólito, mas apresentando regiões com diferentes teores de gases dissolvidos.
Como ocorre com mais freqüência em regiões diferentemente aeradas, é conhecida com
o nome de pilha de aeração diferencial ou de oxigenação diferencial. A diferença de
concentração do oxigênio origina uma diferença de potencial, funcionando o eletrodo
mais aerado como cátodo e o menos aerado como ânodo.
75
(a) (b)

(c)
Figura 5.3: Pilha de aeração diferencial – (a) Diagrama esquemático de uma pilha,
Casos reais de aeração diferencial indicados pela seta (b) Juntas rebitadas e (c)
Acúmulo de água em uma superfície

c) Pilha eletrolítica (Eletrólise)

No caso em que a diferença de potencial é proveniente de uma fonte de energia externa


temos a pilha eletrolítica, não sendo necessário que os eletrodos sejam diferentes em sua
natureza química.

O processo eletrolítico é um processo não espontâneo responsável pela decomposição


de uma substância por corrente elétrica.

Corrente
An+ Bn-  A+B (5.13)
Elétrica

An+ + n e-  A (5.13.a)
Bn-  B + n e- (5.13.b)

76
A pilha, ou célula eletrolítica, que tem importância no estudo de corrosão é aquela na
qual um dos eletrodos funciona como ânodo ativo, isto é, perdendo elétrons e, portanto,
oxidando-se.

Figura 5.4: Corrosão eletrolítica (corrente de fuga) em tubulação enterrada

77
(a)

(b)

(c)
Figura 5.5: Exemplos de usos de células eletrolíticas - (a) Célula Eletrolítica para
produção de detergente ecológico (b) Sistema de células eletrolíticas ligados em
série para eletrodeposição industrial de níquel, estanho, cromo, etc. e (c) Objetos
recobertos com níquel através da eletrólise
78
d) Pilha de gradientes térmicos

As pilhas de gradientes térmicos são constituídas de um mesmo material metálico,


estando os eletrodos em diferentes temperaturas, sendo chamada também de pilha
termogalvânica, responsável pela corrosão termogalvânica.

A pilha de gradiente térmico costuma ocorrer quando se tem o material metálico imerso
em eletrólito que apresenta áreas diferentemente aquecidas. O potencial de uma pilha de
gradiente térmico é dado, de forma aproximada, pela seguinte equação:

 E = -  f(T) dT
T2

T1
(5.14)

Onde f (T) é função da temperatura absoluta T, em K (Kelvin).

e) Pilha ativa - passiva

Alguns metais e ligas tendem a tornarem-se passivos


devido à formação de uma película fina e aderente de
óxido ou outro composto insolúvel nas suas superfícies.
Entre esses metais e ligas têm-se: alumínio, chumbo,
aço inoxidável, titânio, ferro e cromo. A passivação faz
com que esses materiais funcionem como áreas
catódicas. Quando, por exemplo, se tem aço inoxidável
em contato com água do mar, a destruição da
passividade pelo íon cloreto não ocorre em toda a extensão da película passivadora da
liga, e sim em pontos, talvez determinados por pequenas variações na estrutura e na
espessura da película.

A destruição da passividade também pode ocorrer por meio de riscos na camada de


óxido, expondo superfície metálica ativa que funcionaria como ânodo: caso de corrosão
em tubos de aço rosqueados.

79
Formam-se, então, pequenos pontos de metal ativo (ânodos) circundados por grandes
áreas de metal passivo (cátodos).

f) Pilha de ação local

Esta pilha é a mais freqüente na natureza, aparece em um


mesmo metal devido a heterogeneidades diversas, decorrentes
de composição química e estrutura do material, tensões
internas, dentre outras.

O zinco de alta pureza, por exemplo, resiste mais à ação de


ácido sulfúrico diluído que o zinco comercial. De modo
aparente, o ataque é feito uniformemente sobre toda a
superfície do zinco comercial, mas se observado sob um microscópio, verifica-se que o
desprendimento do hidrogênio gasoso ocorre somente em determinados pontos da
superfície do zinco. As impurezas (ferro, carbono, cobre) normalmente presentes no
zinco funcionavam como micro cátodos, funcionando o zinco como ânodo.

Figura 5.6: Pode-se verificar um estágio de corrosão avançado por pilha de ação
local devido à deposição de lixo e conseqüente retenção de umidade em aço
galvanizado (aço carbono revestido superficialmente com zinco)

80
As causas determinantes da pilha de ação local são:

- Inclusões, segregações, bolhas, trincas;


- Estados diferentes de tensões e deformações;
- Acabamento superficial da superfície;
- Diferença no tamanho e contornos de grão;
- Tratamentos térmicos diferentes;
- Materiais de diferentes épocas de fabricação;
- Gradiente de temperatura.

81
5.6 Parte Experimental

“... é interessante observar que o mesmo mecanismo ou processos eletroquímicos, que


gera energia nos diversos tipos de pilhas provoca a destruição de milhões de toneladas
de aço por ano.”
(Heloísa H. Vieira Machado)

Materiais: Reagentes:
Béquer de 100mL e de 250 mL CuSO4 0,001 mol/L e 1,0 mol/L
Pipeta de 10 mL FeSO4 1,0 mol/L
Tubo de vidro em U NaCl 3% (Ponte salina)
Voltímetro ZnSO4 1,0 mol/L
Placas de Cu, Fe, e Zn
Lixas

1ª EXPERIÊNCIA: Pilhas Galvânicas

a) Preencha totalmente o tubo em U com a solução de NaCl 3%. Após, feche as suas
extremidades com chumaços de algodão, e verifique se não há a formação de bolhas
na parte interna do tubo. Se ocorrer a formação de bolha, esvazie o tubo em U e faça
novamente o preenchimento do mesmo.

b) Monte as pilhas galvânicas abaixo (cada grupo de alunos monta uma pilha), faça a
leitura no voltímetro, identifique o ânodo e o cátodo. Calcule a diferença de potencial
das pilhas com os dados da série eletroquímica, comparando-os com valores obtidos
experimentalmente.

1) Zn(s)/ ZnSO4 (1 mol/L) // CuSO4 (1mol/L)/ Cu(s)


2) Fe(s) / FeSO4 (1mol/L) // CuSO4 (1mol/L) / Cu(s)
3) Zn(s) /ZnSO4 (1mol/L) // FeSO4 ( 1mol/L) / Fe(s)

Preencha o quadro V.1 abaixo:

82
Quadro V.1
Pilhas Anodo Catodo Potencial teórico Potencial prático

c) Acrescente água destilada ao ânodo da pilha 1 e verifique a variação do seu potencial.


Explique o resultado.

d) Verifique o que acontece quando se retira a ponte salina da pilha 1.

2ª EXPERIÊNCIA: Pilha eletroquímica de concentração iônica

a) Monte a pilha de concentração, representada abaixo. Faça leitura em um voltímetro


e verifique a polaridade em função das concentrações das cubas.

Cu(s)/ CuSO4 (0,001mol/L) // CuSO4 (1,0mol/L) / Cu(s)

Potencial da pilha (volts): ________________________


Polaridade: Cátodo ___________________________
Ânodo ___________________________

83
b) Posteriormente dilua a solução mais diluída com 50 mL de água destilada. Faça a
leitura do novo potencial.

Potencial da pilha (volts): __________________

84
Questionário

1) Desenhe as pilhas galvânicas montadas na 1ª experiência, identificando o ânodo,


cátodo, agente oxidante e o agente redutor.

2) Cite os principais fatores que causam erros nos potenciais medidos


experimentalmente.

3) Escreva uma equação química balanceada para a reação global na pilha representada
por:

a) Mg(s) / Mg2+(aq) // Fe2+(aq) / Fe(s)


b) Al(s) / Al3+(aq) // Zn2+(aq)/Zn(s)

4) Desenhe um diagrama para uma pilha galvânica representada por cada uma das
reações. Indique ânodo, cátodo e a direção do fluxo de elétrons no circuito.

a) 2Fe3+(aq) + Pb(s)  2 Fe2+(aq) + Pb2+(aq)


b) Ni(s) + Cu2+(aq)  Ni2+(aq) +Cu (s)

5) Calcule voltagens padrões para as pilhas do exercício 3.

6) Calcule as voltagens das pilhas sob as seguintes condições:

a) Fe(s) + Cu2+ (0,10mol/L)  Fe2+ (0,010 mol/L) + Cu(s)


b) Cd2+(0,020 mol/L) + Zn(s)  Zn2+ (0,50 mol/L) + Cd(s)

85
EXPERIMENTO 06
ELETROQUÍMICA - CÉLULAS ELETROLÍTICAS

6.1. Introdução

Uma reação de oxiredução é espontânea quando o valor de E da reação da célula for


positivo. Inversamente, se o valor de E da célula for negativo, a reação não poderá
ocorrer espontaneamente na direção em que está escrita, porque o desenvolvimento de
tal reação requereria a adição de energia elétrica. Se a energia elétrica requerida for
fornecida ao sistema, uma reação não espontânea poderá ocorrer; reações deste tipo são
chamadas REAÇÕES DE ELETRÓLISE.

6.2. Condutividade elétrica

Os elétrons envolvidos em uma ligação metálica são relativamente livres para mudar-se
de átomo em átomo; desse modo, se for aplicada uma diferença de potencial entre duas
partes de um metal esses elétrons da estrutura metálica migram na direção da região
carregada positivamente, deslocando-se sucessivamente dos orbitais de um átomo para
os seus vizinhos. Diz-se, então, que os metais conduzem a corrente elétrica
eletronicamente.

Os líquidos, em particular as soluções, podem ser classificados em dois grupos, em


função do seu comportamento sob o efeito de um campo elétrico:

 Líquidos que contêm apenas moléculas covalentes;


 Líquidos que contêm íons (esses íons podem estar na forma sólido iônico
original, ou podem ter resultado da reação de um soluto covalente com um
solvente polar).

86
Os líquidos que contêm íons podem sofrer um processo de eletrólise e são condutores
de corrente elétrica. Esses líquidos são designados eletrólitos; as soluções são,
comumente, chamadas eletrolíticas.

Por outro lado, os líquidos (soluções) que contêm apenas moléculas não sofrem
eletrólise e não são capazes de conduzir a corrente elétrica.

6.3. Reações eletrolíticas

Os processos eletrolíticos são de grande importância na indústria atual. É provável que


o mais simples dos processos eletrolíticos seja àquele em que duas lâminas de cobre,
ligadas a terminais opostos de uma fonte de voltagem, são mergulhadas em uma solução
aquosa de sulfato de cobre.

Na lâmina de cobre, ligada ao terminal negativo (cátodo), ocorre deposição de mais


cobre metálico, enquanto que no outro eletrodo, ligado ao terminal positivo (ânodo) o
2
cobre metálico é oxidado a Cu (aq)
(Figura 6.1).

Figura 6.1: Refino de cobre impuro

87
O eletrodo em que ocorre redução é sempre chamado cátodo, enquanto que o ânodo é
sempre o eletrodo no qual ocorre oxidação:

Cátodo: Cu 2aq   2e   Cu  s (6.1)

Ânodo: Cu  s  Cu 2aq   2e  (6.2)

Se o ânodo de uma célula deste tipo é feito de cobre impuro (99%), é possível depositar
no cátodo cobre de pureza (99,98%). Então, este e outros processos de refinação
eletrolítica encontram emprego considerável na preparação de grandes quantidades de
metais de elevada pureza.

Outro processo muito importante industrialmente, usando-se células eletrolíticas, é a


produção de alumínio primário pelo processo Hall-Heroult.

O alumínio primário é produzido em plantas de redução (ou “redutores”), onde o


alumínio puro é extraído da alumina (óxido de alumínio - Al2O3) por este processo. A
redução da alumina é feita em células eletrolíticas operando a cerca de 950 ºC em um
banho fluoretado sobre alta intensidade de corrente. A Figura 6.2 apresenta um
diagrama esquemático do processo Hall-Heroult.

Figura 6.2: Eletrólise de óxido de alumínio (Al2O3 - alumina) fundido


88
A produção de alumínio por este processo ocorre em larga escala e usa cubas
eletrolíticas (um container de aço carbono revestido com um refratário) que são
conectadas em série e alojadas em grandes galpões.

Identifica-se na Figura 6.2.:

A. Suspensos acima de cada cátodo tem-se vários blocos de carbono que servem como
ânodo (eletrodo positivo). Os ânodos são suspensos por hastes no banho eletrolítico
fundido, no qual a alumina é dissolvida.

B. Alimenta-se a célula eletrolítica com correntes da ordem de 315.000 àmper, que


passa através dos ânodos e reduzindo-se à alumina pelo processo de eletrólise,
dando como produtos alumínio (Al) e oxigênio (O2). O oxigênio é adsorvido pelo
ânodo de carbono, reagindo com este, formando-se CO2(g). O alumínio que é mais
pesado que o eletrólito será coletado na base da cuba eletrolítica. A equação da
reação básica é:

2 Al2O3 + 3 C  4 Al + 3 CO2

C. Cada célula eletrolítica é feita de uma vazo de aço revestido por tijolos refratários e
blocos de carbono, que servem como cátodo (eletrodo negativo).

D. A alumina fundida à temperatura de 950 ºC é dissolvida em criolita (fluoreto de


sódio e alumínio - Na3AlF6), constituinte predominante do eletrólito.

6.4 Eletrólise em soluções aquosas

Em uma célula eletrolítica, conforme Figura 6.3 e 6.4, uma solução aquosa de ácido
clorídrico (íons H+ e Cl-) é colocada entre dois eletrodos de grafite ligados por fios
metálicos aos terminais de uma bateria. O circuito é equipado com um interruptor e com
uma lâmpada.

89
Considere que, no princípio da experiência, o interruptor esteja aberto, de modo que só
um dos eletrodos esteja ligado à bateria. Nestas condições, nenhuma reação química é
observada em qualquer dos dois eletrodos.

Figura 6.3: Circuito com interruptor aberto

Após ser fechado o circuito, começará a se verificar mudanças importantes: formará


bolhas na superfície de cada um dos eletrodos e a lâmpada se acenderá. As bolhas
formadas no eletrodo que está ligado ao terminal negativo da bateria (eletrodo negativo
da pilha eletrolítica) consistem em hidrogênio gasoso, H2; as que se formam no eletrodo
que está ligado ao terminal positivo da bateria (eletrodo positivo da pilha) consistem em
cloro gasoso, Cl2. No circuito fechado, os elétrons passam da bateria para um dos
eletrodos de grafite, e, do outro eletrodo de grafite, de volta para a bateria, pois todas
essas partes do circuito consistem em condutores eletrônicos – fio metálico e placas de
grafite (o grafite é um condutor eletrônico).

Figura 6.4: Circuito com interruptor fechado


90
Verifica-se experimentalmente que, se deixarmos a corrente passar através do circuito
por certo período de tempo, o número de moles de H2(g) desprendidos no eletrodo
negativo é igual ao número de moles de Cl2(g) liberados no eletrodo positivo. Então, a
reação líquida que ocorre no sistema quando se faz passar corrente elétrica por ele pode
ser representada por:

2 H+(aq) + 2 Cl-(aq)  H2(g) + Cl 2 (g)


Energia elétrica
(6.5)

Quando o interruptor está aberto, os íons positivos H+(aq) e negativos Cl-(aq) presentes na
solução de ácido clorídrico estão em movimento contínuo aleatório. Logo que o
interruptor é fechado, o eletrodo de grafite ligado ao terminal negativo da bateria fica
carregado negativamente, e o eletrodo de grafite que está ligado ao terminal positivo da
bateria fica carregado positivamente; então, os íons positivos e negativos em solução
começam a ter deslocamento dirigido, por causa da atração dos eletrodos carregados. Os
íons hidrogênio hidratados carregados positivamente tendem a migrar para o eletrodo
negativo, os íons cloreto hidratados carregados negativamente tendem a migrar para o
eletrodo positivo. Esse movimento dirigido dos íons em direção aos eletrodos de carga
oposta é muito lento, porque a migração se opõe às colisões freqüentes com as
moléculas de água circundantes. Embora a migração dos íons em direção aos eletrodos
de carga oposta seja lenta, o número de íons existentes é muito elevado se a
concentração de solução HCl(aq) for 1mol/L de modo que o número de íons presentes na
vizinhança de cada eletrodo é suficiente para produzir uma reação perceptível, como a
evolução de bolhas de gás.

Quando 2 eletrodos são submersos em água pura não acontece nada. A água não é boa
condutora de eletricidade porque a concentração dos íons H+(aq) ou [H3O+(aq)] e OH-(aq) é
muito pequena: 1x10-7 mol/L. Quando se adiciona uma pequena quantidade de uma
substância iônica, como cloreto de sódio (NaCl), ocorrem as seguintes reações:

Cátodo: redução: 2 H2O(l) + 2 e-  H2(g) + 2 OH-(aq) (6.6)


Ânodo: oxidação: H2O(l)  ½O2(g) + 2 H+(aq) + 2 e- (6.7)

91
Quando se tem uma solução concentrada de NaCl (Figura 6.5) as reações passam a ser:

Cátodo: redução - 2 H2O(l) + 2 e-  H2(g) + 2 OH-(aq) (6.8)


Ânodo: oxidação - 2 Cl-(aq)  Cl2(g) + 2 e- (6.9)

A reação completa é:

2 NaCl(aq) + 2 H2O(l)   Cl2(g) + H2(g) + 2 NaOH(aq) (6.10)


Eletricidade

Figura 6.5: Eletrólise do NaCl aquoso

O quadro VI.1 apresenta três células eletrolíticas de NaCl, variando-se seu estado físico:

Quadro VI.1

Produto

Voltagem mínima
Material Estado Ânodo Cátodo
requerida (volts)

NaCl Fundido Cl2(g) Na(L) 4,07

NaCl Concentrado Cl2(g) H2(g) 2,19

NaCl Diluído O2(g) H2(g) 1,23

92
6.6. Leis de Faraday

Em 1832, Faraday descobriu duas leis de importância fundamental sobre a relação que
existem entre a quantidade de eletricidade que passa através de uma solução e a
quantidade de matéria gerada nos eletrodos.

A primeira lei de Faraday da eletrólise estabelece que “os pesos das substâncias
formadas nos eletrodos durante a eletrólise são diretamente proporcionais à quantidade
de eletricidade que passa através do eletrólito (solução ou massa fundida)”. Por
exemplo, se 1 mol de elétrons (6,02 x 1023 elétrons) depositam 107,88 g de prata (1
mol), 2 mol de elétrons (2 x 6,02x1023 elétrons) depositarão 2 x 107,88 g de prata (2
mol).

A Segunda lei de Faraday da eletrólise estabelece que “as massas das diversas
substâncias formadas pela passagem da mesma quantidade de eletricidade são
proporcionais aos pesos equivalentes de cada substância”.

Se uma dada quantidade de eletricidade provoca a formação de 22,99 g (1 equivalente)


de sódio metálico, Na, na eletrólise do Na+ Cl- fundido, esta mesma quantidade de
eletricidade provocará a formação de 63,54/2 = 31,77 g (1 equivalente) de cobre
metálico, Cu, a partir de uma solução que contenha íons Cu2+; ou, 26,98/3 = 8,99 g (1
equivalente) de alumínio metálico, Al, a partir de uma massa fundida de Al2O3 contendo
íons Al3+.

Faraday descobriu que íons de um metal são depositados no estado sólido quando uma
corrente elétrica circula através de uma solução iônica de um sal do metal. Cada elétron
que atravessa o circuito transporta uma carga igual a 1,6 x 10-19 C. Então, se X elétrons
atravessam o circuito metálico, eles transportarão uma carga de X  1,6 x 10-19 C. Logo,
para um mol de elétrons podemos escrever:

1 mol e - T   1,6 x 10 -19 C (carga de 1 elétron)


RANSPORT A

 ..X = 96.500 C..


6,023 x 10 23 mol e - T   X
RANSPORT A

93
Portanto, pode-se concluir:

A carga Q (em Coulomb, C) que atravessa o circuito poder ser calculada, multiplicando-
se a corrente (em ampère, A) que atravessa o circuito pelo tempo total (em segundos, s)
da operação de eletrólise. É a conhecida equação: Q=it (6.11)

94
6.7. Parte Experimental

“ ... Pesquisadores do Laboratório Nacional de Engenharia e Meio-ambiente de

Idaho, Estados Unidos, buscam viabilizar economicamente a geração de hidrogênio


por eletrólise em alta temperatura, cujo alto rendimento tornará o processo uma passo
importante rumo à geração em larga escala de hidrogênio a partir da água ...”
(O´BRIEN, 2004).

Materiais: Reagentes:

Béqueres de 250mL Solução de cloreto de sódio


Tubos de ensaio Solução alcoólica de fenolftaleína
Fonte de corrente contínua Solução de H2SO4 0,5mol/L
Placas de ferro Solução de CuSO4 0,5mol/L
Eletrodos de grafite Solução de KI 0,5mol/L
Fios e conectores Solução de amido
Lixas

1ª EXPERIÊNCIA: eletrólise de NaCl aquoso

a) Na cuba eletrolítica de acrílico adicione uma quantidade de solução de NaCl


suficiente para cobrir os eletrodos de grafite e o orifício da placa central,
adicionando-se 3 gotas de Fenolftaleína.

b) Faça as conexões elétricas dos eletrodos de grafite, previamente lixados, conforme


ilustrado na Figura 6.6.

95
Figura 6.6: Célula eletrolítica em solução de NaCl

c) Ligue os eletrodos nos pólos da fonte de corrente contínua e aplique


aproximadamente 3 volts.

d) Observe e preencha o quadro VI.2:

Quadro VI.2

Semi-reação Coloração Produto formado

Anodo

Catodo

Reação Global:

2ª EXPERIÊNCIA: eletrólise do H2SO4 em solução aquosa

a) Na cuba eletrolítica de acrílico adicione uma quantidade de solução de H2SO4 0,5


mol/L suficiente para cobrir os eletrodos de grafite e o orifício da placa central,
adicionando-se 3 gotas de Fenolftaleína.

b) Faça as conexões elétricas dos eletrodos de grafite, previamente lixados, conforme


ilustrado na Figura 6.7.

96
Figura 6.7: Célula eletrolítica em solução de H2SO4

c) Ligue os eletrodos nos pólos da fonte de corrente contínua, e aplique


aproximadamente 3 volts e complete o quadro VI.3:

Quadro VI.3

Reação anódica:

Reação catódica:

Reação global:

Observações:

3ª EXPERIÊNCIA: Montar duas células eletrolíticas com eletrodos em série

a) Na Figura 6.8 temos duas células eletrolíticas contendo respectivamente CuSO4 e KI


em soluções, ligadas em série e com eletrodos de grafite.

97
Figura 6.8: Eletrólise com eletrodos em série

b) Após ligar os eletrodos nos pólos da fonte de corrente contínua complete os quadros
VI.4 e VI.5:

Quadro VI.4

BÉQUER A
Reação anódica:
Reação catódica:
Reação global:
Observações:

Quadro VI.5

BÉQUER B
Reação anódica:
Reação catódica:
Reação global:
Observações:
Obs.: I2 + KI  KI3. O Iodo é solúvel em KI dando o KI3 de cor castanho avermelhado.

98
Questionário:

1) Na eletrólise aquosa de NaCl como se podem identificar os produtos formados.

2) Cite aplicações industriais para os 3 produtos formados na eletrólise aquosa do NaCl.

3) Indicar os produtos formados durante a eletrólise do Al2O3 fundido. Mostre como


esse processo é feito industrialmente.

4) Uma solução aquosa de sulfato de cobre (CuSO4) é eletrolisada, usando-se eletrodos


inertes:

a) Dê as semi-reações anódica, catódica e a reação global do processo.


b) Calcule quantos gramas de cobre metálico e de gás oxigênio são produzidos
quando a célula é atravessada por uma corrente de 5,0 A durante 1,5 horas.

5) Explique em que consiste o processo de galvanoplastia.

6) Explique o que ocorre com a concentração da solução de sulfato de cobre durante o


processo de cobreamento.

99
EXPERIMENTO 07
CINÉTICA QUÍMICA I

7.1. Introdução

Toda reação química leva certo tempo para se completar: Reagentes  Produtos.
Comparemos dois fatos relativamente comuns: um palito de fósforo que é aceso e uma
fruta que apodrece. Ambos envolvem reações químicas, mas estas reações químicas têm
uma característica que as distingue naturalmente, além de se relacionarem as
substâncias completamente diferentes, é que uma ocorre de forma explosiva e a outra,
muito lenta.

Dizemos que essas duas reações distinguem-se entre si pelas suas velocidades.
Enquanto a “explosão” do fósforo é caracterizada por uma velocidade alta, a
decomposição da fruta é uma reação de velocidade bem mais baixa. A corrosão dos
metais é uma reação lenta quando comparada com a neutralização de um ácido por uma
base. Reações diferentes podem ter velocidades diferentes, mas, uma mesma reação,
quando realizada em diferentes condições, pode apresentar também diferentes
velocidades.

7.2. Cinética química

Uma das finalidades da cinética química é o estudo das velocidades das reações
químicas e dos fatores que as modificam, entre os quais se destacam:

a) Propriedades químicas dos reagentes;


b) Concentração dos reagentes;
c) Temperatura;
d) Catalisadores;
e) Superfície de contato;
f) Pressão (para reagentes no estado gasoso).

100
O termo velocidade de reação é usado para expressar a maior ou menor rapidez com a
qual se processa uma reação química do tipo (A  P) e é medida pela quantidade de
substâncias transformadas ou formadas em um determinado intervalo de tempo.

A velocidade de uma reação é, geralmente, definida como a velocidade com que os


reagentes são transformados nos produtos em qualquer instante selecionado, sob um
dado conjunto de condições experimentais. Ou seja, a velocidade de uma reação é a
medida da rapidez com que os produtos são formados e os reagentes consumidos. A
unidade comum de velocidade de reação é o mol por litro por segundo, mol / L . s.
Matematicamente, escreve-se:

1 dna
ra = -  (7.1)
Va dt

Onde se tem que ra é taxa de conversão da espécie A em produto, em [mol.L-1.s-1], Va é

o volume ocupado pela espécie A, em [ L ] e ( dna/dt ) é a variação do número de moles


de A em função do tempo, dado em [mol.s-1].

Como regra geral, no caso de um sistema que reage à temperatura e pressão constantes,
a velocidade da reação não é constante em relação ao tempo. Na maioria dos casos, a
velocidade tem o seu valor máximo no início da reação, quando os reagentes acabaram
de ser misturados; depois, a velocidade decresce gradualmente e, finalmente, torna-se
constante quando o sistema atinge o estado de equilíbrio.

7.3. Efeito das propriedades químicas e superfície de contato dos reagentes

Muitas reações se completam em fração de segundo, enquanto outras levam meses


ou anos para se completarem.

Quando se junta solução aquosa de íon bário à solução aquosa de íon sulfato, o
precipitado se forma quase que instantaneamente [ Ba2+(aq) + SO42-(aq)  BaSO4(s) ].

101
Por outro lado as reações que acontecem no cimento durante a pega do concreto levam
anos para se completarem.

A velocidade de uma reação depende, entre outros fatores, das características ou


propriedades químicas dos reagentes e produtos, ou seja, da composição química das
moléculas ou dos íons envolvidos na reação.

Quando numa reação química um dos reagentes se encontra no estado sólido, o tamanho
das partículas (dado pela área superficial As) é um dos fatores que controla a velocidade
da reação, além da temperatura e da concentração dos reagentes gasosos ou líquidos. A
expressão da taxa de velocidade de reação química é dada por:

1 dn a
ra = -  (7.2)
A s dt

Uma vez que muitas partículas pequenas possuem uma área bem maior do que uma
partícula grande, de mesma massa total, diminuindo o tamanho da partícula, aumenta-se
a superfície de contato e consequentemente a velocidade da reação.

Por exemplo, cortando-se um tronco em pequenos pedaços de madeira, com uma grande
área superficial total, pode-se acender uma fogueira com maior facilidade.

7.4 Efeito do catalisador sobre a velocidade de uma reação

Pode-se acelerar uma reação química aumentando a freqüência das colisões e a fração
das moléculas cuja energia seja suficiente para reagir. Além disso, sabe-se que este
aumento da velocidade pode ser atingido através dos fatores, isoladamente ou em
conjunto: aumento da temperatura, aumento da concentração de um ou mais reagentes e
através do uso de um catalisador.

Uma reação química pode ser acelerada ao adicionar-lhe um catalisador – substância


que faz aumentar a velocidade da reação, embora não sofra uma transformação química
102
permanente, razão pela qual não aparece na equação da reação global e reduzindo a
energia de ativação, como mostra a Figura 7.1.

As moléculas para reagirem necessitam ter uma energia cinética mínima, que pode ser
considerada como uma barreira de energia que deve ser vencida pelos reagentes para
que a reação ocorra. A energia necessária para vencer esta barreira é denominada
“energia de ativação”. Pode-se dizer que a energia de ativação é quantidade de energia
que devemos dar aos reagentes para que eles se transformem em complexo ativado
(Figura 7.1).

Figura 7.1: Influência do catalisador na energia de ativação de uma reação


química

103
Como visto na Figura 7.1, o uso do catalisador diminui acentuadamente a energia de
ativação.

O processo pelo qual uma dessas substâncias (catalisadores), freqüentemente presente


em quantidade mínima, aumenta a velocidade da reação, chama-se catálise. Quando os
regentes, os produtos e o catalisador têm o mesmo estado físico – por exemplo, quando
são gases ou estão em solução aquosa – a catálise é homogênea. Mas, quando os
reagentes os produtos e o catalisador não pertencem, todos, à mesma fase física – por
exemplo, quando os reagentes e produtos são gases, mas o catalisador é um sólido – a
catálise é heterogênea.

104
7.5 Parte Experimental

“... a velocidade de uma reação é a velocidade com que os reagentes são


transformados nos produtos em qualquer instante selecionado, sob um dado conjunto
de condições experimentais.”
(Química – Quagliano)

Materiais: Reagentes:
Tubos de ensaio KMnO4 0,1 N
Estante para tubos H2SO4 4N
Cronômetro FeSO4 0,1N
Pipetas H2C2O4 0,1N
Béqueres Lâmina de zinco
Zinco em pó
HCl concentrado
Peróxido de Hidrogênio
MnO2 em pó

1ª EXPERIÊNCIA: Efeito da natureza dos reagentes na velocidade da reação

I ) Reação usando FeSO4 como um dos reagentes:

a) Em um tubo de ensaio (tubo 1), adicione 1mL da solução de KMnO4 0,1 N


b) Acrescente a esta solução 1 mL de H2SO4 4N e posteriormente 3 mL de FeSO4 ;
c) Observe e anote na tabela 1 o tempo gasto para que a solução de KmnO4 descore.

Reação:

Oxidante Redutor
2 KMnO4(aq) + 8 H2SO4(aq) + 10 FeSO4(aq)  2 MnSO4(aq) + 5 Fe2(SO4)3(aq) +
K2SO4(aq) + 8 H2O(l)

105
II) Reação usando H2C2O4 como um dos reagentes:

a) Em outro tubo de ensaio (tubo 2) adicione 1mL de KMnO4 0,1 N;


b) Adicione à solução anterior 1mL de H2SO4 4N e 3mL de H2C2O4 0,1N;
c) Novamente observe e anote no quadro VII.1 o tempo gasto para que a solução de
KMnO4 descore.

Oxidante Redutor
2 KMnO4(aq) + 3 H2SO4(aq) + 5 H2C2O4(aq)  2 MnSO4(aq) + K2SO4(aq) + 10 CO2(g) +
8 H2O(l)

A seqüência de redução do permanganato de potássio (KMnO4) é a seguinte:

Sendo lenta a velocidade, se podem observar diferentes tonalidades de cores.

Quadro VII.1

Tempo de
Tubo Análise dos resultados
reação

2ª EXPERIÊNCIA: Efeito da superfície de contato na velocidade da reação.

a) Coloque em um tubo de ensaio um pequena lâmina de zinco (tubo 1) e em outro


tubo (tubo 2) uma pequena quantidade de zinco em pó.

b) Adicione em cada tubo cerca de 2mL de HCl concentrado, como mostrado na Figura
7.1, tomando-se o cuidado na adição do ácido ao pó;

106
Figura 7.2: Representação esquemática dos tubos de ensaios

c) Observe o ocorrido, completando o quadro VII.2.

Quadro VII.2

Tubo Equação da reação Comparação entre as velocidades

3ªEXPERIÊNCIA: Efeito do catalisador na velocidade das reações

a) Em um tubo de ensaio (tubo 1) coloque 2 mL de H2O2 diluída a 10 volumes;

b) Em outro tubo (tubo 2) adicione uma pequena quantidade de MnO2(s) e 2 mL de


H2O2 diluída a 10 volumes, como mostrado na Figura 7.2, tomando-se o cuidado na
adição de H2O2 ao pó;

107
Figura 7.3: Representação esquemática dos tubos de ensaios

c) Coloque um “palito de fósforo” em brasa na boca do tubo que contém MnO2


d) Faça o mesmo com o tubo contendo somente H2O2 e complete o quadro VII.3, como
mostrado na Figura 7.3.

Figura 7.4: Representação esquemática dos tubos de ensaios com a chama de


fósforo

108
Quadro VII.3

Tubo Equação da reação Comparação entre as velocidades

Questionário:

1) Compare e explique os resultados obtidos nos tubos 1 e 2 da 1ª experiência e


explique as duas reações.

2) Explique o motivo do descoloramento da solução de KMnO4.

3) Explique em que observações você se baseou par estabelecer a comparação das


velocidades das reações nos tubos 1 e 2 da 2ª experiência.

4) O que você entende por H2O2 a 10 volumes?

5) Comente a afirmativa encontrada em textos antigos: “O catalisador é uma substância


que acelera uma reação química sem tomar parte na reação”.

6) Cite razões para que se use um catalisador como o Platina - ródio, extremamente
caro, na produção industrial do ácido nítrico.

7) Explique o que são enzimas.

8) Pesquise sobre os conversores catalíticos de automóveis: função, materiais usados e


reações catalisadas.

109
EXPERIMENTO 08
CINÉTICA QUÍMICA II

8.1. Introdução

A cinética química tem importância sob diversos aspectos. De uma parte ela é a fonte
mais útil de informação de como as reações químicas ocorrem – isto é, o mecanismo das
reações químicas – que é um dos problemas mais interessantes da química moderna. Por
outro lado, um conhecimento das velocidades das reações é essencial para o sucesso de
muitos processos químicos industriais; ele permite ao químico selecionar as condições
de uma reação de modo a obter a velocidade ótima nas condições mais econômicas.

Reações entre íons em solução são, em geral, extremamente rápidas. Um exemplo é a


neutralização de um ácido por uma base, que se dá segundo a rapidez com que as
soluções podem ser misturadas.

8.2. Efeito da temperatura na velocidade da reação

A velocidade de uma reação entre moléculas gasosas depende, além do efeito estérico
(efeito de orientação), da (1) freqüência das colisões moleculares e da (2) fração de
moléculas que colidem possuindo energia suficiente para reagir. Esses dois fatores são
diretamente afetados por uma das condições sob as quais a reação está se processando,
ou seja, a temperatura, conforme mostra a Figura 8.1.

110
Figura 8.1: Efeito da temperatura na cinética de reação química - Freqüência de
colisões – Distribuição de Boltzmann para a energia cinética das
moléculas, em temperaturas distintas, T1 e T2, onde T1 < T2

A elevação da temperatura aumenta a freqüência das colisões moleculares, e esta


contribui, em alguma extensão, para o aumento da velocidade de uma reação. Todo
aumento de temperatura provoca o aumento da energia cinética média das moléculas,
fazendo com que aumente o número de moléculas em condições de atingir o estado
correspondente ao complexo ativado, aumentando o número de colisões eficazes ou
efetivas e, portanto, provocando aumento na velocidade da reação. Podemos representar
graficamente a relação entre o número de moléculas de um sistema em função da
cinética destas moléculas (curva de Maxwell – Boltzmann – Figura 8.1).

Analogamente, se uma amostra é submetida a uma temperatura homogênea, nem todas


as suas moléculas possuirão a mesma energia cinética. A velocidade e, por conseguinte,
a energia cinética das moléculas modifica grandemente. A distribuição das energias
cinéticas das moléculas, para uma data temperatura, é descrita matematicamente pela
distribuição de Boltzmann. Na Figura 8.1 ilustra-se esta distribuição em função de duas
temperaturas, T1 e T2, onde T1 < T2.

Note que, numa temperatura T1, a quantidade de moléculas em condições de reagir


(com energia igual ou superior a Ea) é menor que numa temperatura maior T2. O
aumento na temperatura faz com que ocorra um aumento da energia cinética média das
111
moléculas, deslocando a curva para a direita, fazendo com que o número de moléculas
em condições de reagir aumente.

O número de colisões moleculares das moléculas que possuem energia suficiente para
superar a barreira imposta pela energia de ativação é diretamente proporcional à área
abaixo da curva de distribuição de Boltzmann, a direita da abscissa Ea, que representa a
energia de ativação. Na temperatura T1, esta área esta representada pela cor cinza
escuro. Por outro lado, a área correspondente a T2, superior a T1, é representada pela cor
cinza claro. Obviamente, como mostra o gráfico, o número de colisões necessárias para
romper a barreira de Ea é alto, em altas temperaturas. Como resultado, as taxas de
reação aumentam consideravelmente. Logo, um pequeno aumento na temperatura causa
um relativo aumento na taxa de reação.

Como exemplo de como a velocidade de uma reação aumenta com a elevação da


temperatura, temos a decomposição térmica do HI(g) em H2(g) e I2(g) (esse último em
equilíbrio com os átomos isolados I(g)). Verifica-se experimentalmente que, a 400°C, a
dissociação é cerca de 250 vezes mais rápida do que a 300°C, e que a 500°C, é cerca de
250.000 vezes mais rápida do que a 300°C.

A equação de Arrhenius fornece a base de relacionamento entre a energia de ativação e


a velocidade na qual a reação se processará. Da equação de Arrhenius, a energia de
ativação (Ea) pode ser expressa como:

 Ea 
k - 
E a  - R.T Ln    k  A e  R.T 
(8.1)
A

Onde k é a constante de velocidade de reação que depende da temperatura e da


concentração dos reagentes, A é o fator de freqüência para a reação, R é a constante
universal dos gases (8,314 J/mol.K), e T é a temperatura (em K). Quanto maior a
temperatura, mais facilmente a reação será capaz de sobrepujar a energia de ativação. A
é um fator espacial, o qual expressa a probabilidade das moléculas possuírem uma

112
orientação favorável e serem capazes de se estabelecer na colisão. Para que a reação
aconteça e ultrapasse a energia de ativação, a temperatura, orientação e energia das
moléculas devem ser substanciais; esta equação controla a soma de todas estas coisas.
Uma regra geral aproximada é que aumentando a temperatura em 10 graus irá dobrar a
velocidade da reação, na ausência de quaisquer outros efeitos dependentes da
temperatura, devido a um aumento do numero de moléculas que terá a energia de
ativação.

8.3. Efeito da concentração na velocidade da reação

Enquanto a temperatura de um dado sistema em


reação permanece constante, à proporção de
moléculas com energia suficiente para reagir
quimicamente permanecerá constante. Outro meio
de aumentar a velocidade de uma reação sem elevar
a temperatura ou introduzir um catalisador é alterar
a freqüência das colisões. A freqüência das colisões
entre as moléculas de um sistema depende do
número de moléculas presentes em um dado
volume, a velocidade de uma reação química deve
depender da concentração de uma ou mais espécies
moleculares reagentes.

8.4. Velocidade de corrosão

A velocidade de corrosão (ou de qualquer outra reação química) pode ser classificada
em velocidade média e velocidade instantânea.

Em cinética química, à distância percorrida por uma reação química é a variação da


concentração de um dos componentes da reação. Conseqüentemente, a velocidade de
uma reação química é a taxa de variação da concentração de reagentes e produtos (C),
em função da variação de tempo (t). Matematicamente, pode-se escrever:

113
Variação da concentração [ ]inicial - [ ]final
Velocidade média = r = - = - (8.2)
Intervalo de tempo t inicial - t final

Em termos da concentração de reagente ou de produto, tem-se:

 [reagente]  [produtos]
r = - ou r = (8.3)
t t

Por exemplo, a figura a seguir mostra a variação da concentração de peróxido de


hidrogênio (H2O2) aquoso em função do tempo.

Figura 8.3: Cinética de decomposição de peróxido de hidrogênio, em função do


tempo, para a seguinte reação química: 2 H2O2(aq)  2 H2O(l) + ½ O2(g)

Ao se analisar os valores das velocidades médias (V), mostrada na tabela, percebe-se


que eles não são constantes. Portanto, a velocidade média diminui de acordo com a
redução da concentração de H2O2; porém, com o passar do tempo, com pequenas
quantidades de reagente, este valor aproxima-se de um valor constante.

No entanto, a velocidade de reação não muda somente com a variação do tempo, mas
também muda de forma contínua. Isto quer dizer que os valores medidos mudam
instantaneamente. A fim de reduzir ao mínimo o erro provocado por estas medições,
parece adequado medir a velocidade de reação em intervalos de tempos pequenos, se
comparados aos intervalos maiores para a reação global terminar. Assim, pode-se
escolher um intervalo de variação de concentração tão pequeno (infinitesimal), dX,

114
onde X representa a variação de concentração em um intervalo de tempo dt; então,
podemos aproximar a velocidade média para a velocidade instantânea, segundo a
seguinte equação:

  [X] dX
ri = lim r = lim  -   ri = -
t  0  t 
t  0
(8.4)
dt

A equação (8.4) expressa a inclinação da reta tangente ao ponto (Xi, t).

Matematicamente, é a velocidade ri da reação é a derivada no ponto. Considere a figura

a seguir:

Figura 8.4: Cinética de decomposição de fenolftaleína em função do tempo

Pode-se calcular a velocidade de reação em qualquer tempo. Por exemplo, na Figura


8.4, tem-se: no ponto (A), a 90 s, X = 3x10-3, então:

3 x 10 -3 mol/L
ri  -  - 3,3 x 10 -5 mol/L.s
90 s

E, no ponto (B), para t  273 s, encontra-se X = C = 1,3x10-3 mol/L. Logo:

115
1,3 x 10 -3 mol/L
ri  -  - 4,81 x 10 -6 mol/L.s
273 s

Portanto, a velocidade de reação pode ser medida a qualquer tempo, desde que as
misturas dos reagentes alcancem o equilíbrio. Ademais, é fácil perceber que a
velocidade instantânea inicial da reação é àquela medida quando se misturam os
reagentes.

Ambas são de grande interesse no estudo de processos corrosivos. Com base na


velocidade média de corrosão, pode-se estimar o tempo de vida útil de uma determinada
estrutura. Com base na variação da velocidade instantânea, pode-se, por exemplo,
verificar a necessidade de aumentar ou diminuir a concentração de um inibidor num
dado momento.

Termômetro
A velocidade média de corrosão pode ser
obtida pela medida da diferença de peso
Fio de nylon
apresentada pelo material metálico ou
Rolha de borracha
pela determinação da concentração de
íons metálicos em solução durante
Célula eletroquímica intervalos de tempo de exposição ao
(solução eletrolítica) Amostra
meio corrosivo, é o chamado método de
perda de massa ou método gravimétrico.

116
8.5. Parte Experimental

“... A reação pode ocorrer, tendo-se em vista a estabilidade dos reagentes e produtos?
Sob que condições a velocidade, a velocidade da reação é suficientemente rápida para
que o método seja prático?...”
(Química Geral — Linus Pauling)

Materiais: Reagentes:
Tubos de ensaio Solução de IO-3 0,02 mol/L
Estante para tubos Solução de HSO-3 0,02%
Cronômetro
Béqueres
Pipetas

OBS.: Preparo da solução de HSO-3: 0,2g de HSO-3, 4g de amido, 5mL de H2SO4


1mol/L, diluindo até 1 litro de solução com água destilada.

1ª EXPERIÊNCIA: Efeito da variação da concentração na velocidade da reação

a) Em um suporte para tubo de ensaio, coloque 5 tubos de ensaio numerados de 1 a 5;

b) Ao tubo 1 adicione 10 mL de solução de IO-3 e a seguir, a cada um dos demais tubos


8, 6, 4 e 2 mL, respectivamente, na ordem crescente de suas numerações;

c) Coloque no tubo 2, 2 mL de água destilada; no tubo 3, 4 mL de água destilada


prosseguindo em ordem crescente de 2 mL de volume para cada tubo, até o número
5 que deve receber 8 mL de água destilada.

117
d) Agite cada tubo para homogeneizar a solução.

e) Coloque em cada tubo, 10 mL de solução de HSO-3 e, com o auxílio de um


cronômetro, marque o tempo, inclusive os segundos, desde o momento em que se
adicionou a solução de HSO-3 até o aparecimento de uma cor azul.

Equação da reação:

2 IO-3(aq) +2 H+(aq) +5 HSO-3(aq)  I2(ads) +5 HSO-4(aq) + H2O(l)

e) Anote os resultados no quadro VIII.1 abaixo:


Quadro VIII.1

Número do H2O Destilada Tempo


IO-3 (mL) HSO-3 (mL)
tubo (mL) marcado(s)

118
g) Analise e comente os resultados obtidos na experiência realizada baseados na teoria
cinética.

0,02  VIodato
f) Faça o gráfico experimental: concentração vs. tempo: C F 
VFinal  10,0

2ª EXPERIÊNCIA: Efeito da temperatura na velocidade de reação

a) Adicione em um tubo de ensaio 10 mL de solução de IO-3 e em outro tubo 10 mL de


solução de HSO-3;

b) Em um béquer contendo água com algumas pedras de gelo coloque os 2 tubos e


espere o tempo suficiente para que as soluções dos tubos atinjam a mesma
temperatura da água.

c) Com auxílio de um termômetro anote a temperatura da água;

119
d) Junte a solução de IO-3 à solução de HSO-3, agite para homogeneizar a solução, e
mantendo o tubo com a solução dentro do banho, marque o tempo para que a reação
se processe.

e) anote os resultados no quadro VIII.2 abaixo:

Quadro VIII.2
Tempo total de reação (s)
T (ºC) Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05
Reação no
banho de
gelo
Reação do
tubo (1) da
experiência
anterior

f) Compare os resultados e os explique.

Questionário

1) Nas duas experiências realizadas, explique porque ocorre o aparecimento da cor azul
nas reações entre IO-3 e HSO-3.

2) Explique em que conceito você se baseou na comparação dos resultados das duas
experiências.

3) Faça um gráfico: “avanço da reação x energia” para a reação de decomposição do


peróxido de hidrogênio sem catalisador e catalisada pelo dióxido de manganês.

4) Explique a afirmativa: “O aço queima com dificuldade no ar que tem apenas 20% de
O2, mas queima com chama branca e brilhante no oxigênio puro”.

5) Explique, com base na cinética química, porque os alimentos em um freezer se


conservam por mais tempo do que em uma geladeira.

120
EXPERIMENTO 09
CORROSÃO I - CORROSÃO QUÍMICA E
ATMOSFÉRICA

9.1. Introdução

Quase todos os metais são considerados termodinamicamente instáveis. Eles têm uma
tendência natural para sofrerem destruição, devido à reação com o meio ambiente,
atingindo um estado estável pela formação de um composto do metal.

Figura 9.1 Ciclo dos metais na atmosfera

O ferro, por exemplo, ocorre na natureza sob forma de óxidos estáveis, a partir dos
quais por redução térmica, se obtém ferro elementar. Mas, como este é
termodinamicamente instável, tende a voltar espontaneamente para sua condição de
maior estabilidade, oxidando-se e conseqüentemente sofrendo destruição, como mostra
a Figura 9.1. Esta é a causa básica da corrosão, isto é, a tendência espontânea que os
metais apresentam para retornar ao estado estável.

121
9.2. Atmosfera

A corrosão química ocorre quando há reação


entre o metal e um gás ou líquido que não seja
eletrólito ou em altas temperaturas, como, por
exemplo, no processo de laminação a quente
(Figura 9.2). As camadas de óxido formadas
no ar à temperatura ambiente são geralmente
bastante finas e invisíveis, mas as formadas a
altas temperaturas podem ser bastante
espessas, sobretudo se o aquecimento é
prolongado.

Enfatizar as características da oxidação e


corrosão em temperaturas elevadas se justifica
pelo grande emprego de materiais metálicos
em equipamentos que operam em altas
temperaturas.

Quando um material metálico é exposto a uma atmosfera oxidante, há a formação de


uma película. De acordo com as características dessa película (protetora ou não), há
possibilidade da oxidação do material prosseguir. O aumento da espessura da película
dar-se-á por difusão iônica e eletrônica através da mesma (Figura 9.3).

A corrosão atmosférica é devida ao efeito combinado da formação e quebra da camada


de óxido. A umidade relativa existente na atmosfera é responsável pela quebra da
camada de corrosão o que torna possível o ataque localizado.

Além dos gases constituintes da atmosfera, principalmente oxigênio e nitrogênio, outros


gases, encontrados em atmosferas de grandes centros urbanos e industriais, tais como
monóxido de carbono, CO2; ozônio, O3; dióxido de enxofre, SO2; trióxido de enxofre,
SO3; monóxido de nitrogênio, NO; dióxido de nitrogênio, NO2; gás sulfídrico, H2S;

122
amônia, NH3; cloreto de hidrogênio, HCl; fluoreto de hidrogênio, H2F2; e cloro, Cl2,
aceleram o processo de corrosão.

A influência da umidade na ação corrosiva da


atmosfera é acentuada, pois se sabe que o ferro
em atmosfera de baixa umidade relativa
praticamente não sofre corrosão: em umidade
relativa em torno de 60% o processo corrosivo é
lento, mas acima de 70% ele é acelerado, como
mostra a Figura 9.4, onde o teor de SO2 na
atmosfera é de 0,01%, para a corrosão do ferro
exposto durante 55 dias.

Quanto aos outros fatores que podem influenciar


a ação corrosiva da atmosfera, é preciso
considerar ainda:

 A temperatura – se for elevada, irá diminuir a possibilidade de condensação de


vapor dágua na superfície metálica e a adsorção de gases, minimizando a
possibilidade de corrosão;

 Tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica – é evidente


que, quanto menor esse tempo, menor a ação corrosiva da atmosfera. Os fatores
climáticos podem ter grande influência nesse caso; as chuvas podem ser
benéficas, solubilizando os sais presentes na superfície metálica e retirando-os
da mesma; mas, se houver frestas ou regiões de estagnação, as soluções dos sais
podem ficar depositadas e aumentam a condutividade do eletrólito, acelerando o
processo corrosivo;

123
 Os ventos – podem arrastar, para as superfícies metálicas, agentes poluentes e
névoa salina; dependendo da velocidade e da direção dos ventos, esses poluentes
podem atingir instalações posicionadas até em locais bem afastadas das fontes
emissoras;

 As variações cíclicas de temperatura e umidade – em função das estações do


ano, podem-se ter uma ação mais intensa desses fatores climáticos; em certos
países, aumenta muito o teor de SO2 durante o inverno, devido à maior queima
de carvão para alimentar os sistemas de aquecimento, ocasionando maiores taxas
de corrosão;

 Insolação (raios ultravioleta) – causa deterioração em películas de tintas à base


de resina epóxi e em PRFV (plástico reforçado com fibra de vidro, como
poliéster reforçado com fibra de vidro) e ocasiona ataque no material plástico.

124
9.3. Parte Experimental

“...A conhecida chuva ácida, responsável pela corrosão em estruturas


metálicas e em concreto, SOx, e óxidos de nitrogênio, NOx”
(CORROSÃO – Vicente Gentil)

Materiais

Caixa de fósforos
Pinça metálica
Placas de ferro (Fe) e cobre (Cu)
Fita de magnésio
Lixas
Tubos de ensaio
Suporte para os tubos
Lâminas de aço
Lã de aço (bombril)
Tubo de ensaio de boca larga
Béquer

Reagentes

Ácido clorídrico 1:1


Solução de HCl 6 mol/L
Solução de H2SO4 3 mol/L
Solução de NaCl 3%

125
1ª EXPERIÊNCIA: Corrosão dos metais Fe, Cu e Mg aquecidos no ar

a) Limpe uma placa de Fe com uma lixa, lave e seque com papel.

A seguir, com o auxílio de uma pinça, aqueça a extremidade da placa sob a


chama do bico de Bunsen por dois minutos.

b) Faça o mesmo com uma lâmina de cobre.

Figura 9.5: Técnica experimental para aquecimento das lâminas de Fe e Cu

c) Aqueça uma das extremidades de uma fita de magnésio, com cuidado.

Figura 9.6: Técnica experimental para queima da fita de magnésio

OBS.: Não olhe diretamente para a fita quando esta estiver queimando.

126
d) Anotar no quadro IX.1 abaixo os resultados:
Quadro IX.1

Aspectos das placas metálicas


Antes do Durante Após
Placas metálicas aquecimento aquecimento aquecimento

Fe
Cu

Mg

e) Anotar as equações das reações químicas ocorridas nas placas durante o aquecimento.

1) Reação no Ferro  Equações ___________________________________________


___________________________________________
___________________________________________

2) Reação no Cobre Equações: __________________________________________


___________________________________________

3) Reação no MagnésioEquação: _________________________________________

2ª EXPERIÊNCIA: Corrosão atmosférica do ferro

a) Coloque uma lâmina de ferro em um tubo de ensaio (conforme a Figura 9.7)


com as seguintes soluções:

I) Água de torneira.
II) Solução de ácido clorídrico 6 mol/L.
III) Solução de ácido sulfúrico 3 mol/L.
IV) Água salgada (NaCl 3%).
V) Lâmina testemunho em tubo vazio.

127
Figura 9.7: Placas de ferro e soluções diversas

b) Após 7 dias verifique os resultados obtidos, obedecendo à seqüência dada


anteriormente e preencha o quadro IX.2 abaixo:
Quadro IX.2
Meio Aspecto da Aspecto da
Equação química
Corrosivo solução placa

3ª EXPERIÊNCIA: Ação do ar atmosférico sobre o ferro (lâmina de aço)

a) Em um tubo de ensaio contendo um chumaço de lã de aço (Bom-bril) no


fundo, coloque água e o introduza em um béquer com água, de acordo com o
esquema abaixo.

Figura 9.8: Ação do ar sobre lã de aço

128
b) Assinale o nível de água no tubo de ensaio.

c) Após 7 dias verifique o resultado, explicando o ocorrido.

129
Questionário

1) Explicar a influência da temperatura no processo de corrosão;

2) Explicar a diferença de comportamento do Fe, Cu e Mg, em relação à corrosão, antes


e depois do aquecimento das placas.

3) Na 2ª experiência cite pelo menos dois meios que foram mais agressivos às placas.

4) Entre o HCl e o H2SO4 qual foi o que mais provocou corrosão na placa? Explique.

5) Quanto à 3ª experiência, o que ocorreu com o Bom-bril? Anote a reação.

6) Explique a alteração ocorrida com o nível dágua dentro da proveta.

7) Cite os fatores que afetam a corrosão atmosférica.

8) a) Cite alguns exemplos práticos de corrosão química;


b) Explique porque a beira-mar o processo de corrosão é bastante acentuado.

130
EXPERIMENTO 10
CORROSÃO II - CORROSÃO GALVÂNICA E
AERAÇÃO DIFERENCIAL

10.1. Introdução

Os variáveis fenômenos do processo de corrosão modificam o curso e a extensão das


reações eletroquímicas, resultando em diferentes tipos de ataque, que dão origem a
diferentes tipos de corrosão. Os mecanismos da corrosão eletroquímica estão associados
ao fluxo de corrente elétrica entre as áreas catódicas e anódicas. A reação anódica está
sempre associada com dissolução do metal e a formação dos íons correspondentes; a
reação catódica pode envolver dois processos diferentes, dependendo da natureza do
meio corrosivo: redução do íon hidrogênio (meio ácido) e redução do oxigênio (meio
neutro ou básico).

A corrosão galvânica ocorre quando dois metais diferentes são postos em contato um
com outro e expostos a um eletrólito. O metal menos nobre será o ânodo e por isso se
dissolverá enquanto o mais nobre agirá como cátodo (Figura 10.1). Dependendo da
natureza do meio corrosivo, as reações catódicas podem ocorrer pelos processos de
desprendimento de hidrogênio ou absorção de oxigênio.

131
A corrosão por aeração diferencial (Figura 10.2) ocorre quando um material metálico é
exposto a regiões diferentemente aeradas, sendo o ânodo a área menos aerada e o cátodo
a mais aerada.

10.2. Corrosão galvânica

Outra forma freqüente de corrosão galvânica é quando se tem um metal em contato com
soluções contendo íons, facilmente redutíveis, de um metal que seja catódico em relação
ao primeiro. Assim, tubulações de alumínio em presença de sais, por exemplo, de
Cu2+(aq) e Hg2+(aq), sofrem corrosão localizada, produzindo pites (pequenos orifícios).
Isto ocorre porque o alumínio reduz os íons Cu2+(aq) ou Hg2+(aq) para os metais
respectivos, sofrendo consequentemente oxidação.

2 Al (s)  3 Cu 2  ( aq)  2 Al 3 ( aq)  3 Cu (s) (10.1)

2 Al (s)  3 Hg 2 ( aq)  2 Al 3 ( aq)  3 Hg (L) (10.2)

132
Além desse ataque inicial o metal formado se deposita sobre a superfície de alumínio e
cria uma série de micropilhas galvânicas, nas quais o alumínio funciona como ânodo,
sofrendo corrosão acentuada, como mostra a Tabela X.1.

Tabela X.1 – Corrosão de ferro acoplado a outros metais, em solução aquosa de


NaCl 1%

Corrosão em miligramas
Segundo metal
Ferro Segundo metal

Magnésio 0,0 3104,3

Zinco 0,4 6880

Cádmio 0,4 307,9

Alumínio 9,8 105,9

Antimônio 153,1 13,8

Tungstênio 176,0 5,2

Chumbo 183,2 3,6

Estanho 171,1 2,5

Níquel 181,1 0,2

Cobre 183,1 0,0


Casos envolvendo este mecanismo são observados em:

133
 Trocadores ou permutadores de calor, com feixe de tubos de alumínio; à
presença de pequenas concentrações de Cu2+ na água de refrigeração
ocasiona, em pouco tempo, perfurações nos tubos;

Figura 10.3: Feixes de tubo de alumínio para trocador de calor, antes e após o
processo de corrosão

 Tubos de caldeiras onde ocorre, em alguns casos, depósitos de cobre ou


óxido de cobre. Isto porque a água de alimentação da caldeira pode conter
íons cobre, cobre metálico ou suas ligas;

(a) (b)
Figura 10.4: Caldeira – (a) Vista da tubulação, (b) Incrustação de compostos de
cobre em caldeira aquatubular

134
 Tanques de aço carbono ou de aço galvanizado. A corrosão galvânica é
ocasionada pela presença de cobre ou compostos originados pela ação
corrosiva ou erosiva da água sobre a tubulação de cobre que alimenta o
tanque. Por isso deve-se evitar, sempre que possível que um fluido circule
por um material metálico catódico antes de circular por um que lhe seja
anódico.

(a)

(b) (c)

Figura 10.5: Corrosão (a) Em tanque de combustível, (b) em transformador de


corrente elétrica e (c) nas aletas de refrigeração (as setas indicam os
pontos de vazamento do fluido refrigerante)

135
10.3. Corrosão por aeração diferencial

O tipo mais importante de célula de concentração é a aeração diferencial, que ocorre


quando uma parte do metal é exposta a diferentes concentrações de ar ou é imersa em
regiões do eletrólito diferentemente aerados (ou com outros gases dissolvidos); isto
provoca uma diferença de potencial entre as partes diferentemente aeradas. É um fato
experimental que áreas de uma superfície metálica onde a concentração de oxigênio é
alta, são catódicas.

Figura 10.6: Corrosão em anéis de reforço de estruturas metálicas, permitindo


observar a água estagnada capaz de gerar gradiente de concentração
de O2 dissolvido, na parte superior do anel.

Este tipo de corrosão é o que ocorre na “linha dágua das partes metálicas parcialmente
imersas em uma solução (Figura 10.6). Ao mergulhar uma peça de metal, zinco, por
exemplo, em uma solução diluída de um eletrólito qualquer, e a solução não é agitada,
as partes acima e adjacentes a linha dágua são mais fortemente aeradas devido a
facilidade de acesso do oxigênio a estas áreas que, portanto, tornar-se-ão catódicas. Na

136
parte imersa a maior profundidade, a concentração de oxigênio é menor, sendo esta, por
conseguinte, anódica.

Figura 10.7: Corrosão tipo “linha dágua” provocada pela água do mar, associada à
presença de microorganismos

Outro exemplo de corrosão por aeração diferencial tipo linha dágua, ocorre nas
estruturas, estacas, etc. mergulhadas parcialmente na água do mar (Figura 10.7).

De maneira análoga pode-se explicar a corrosão do ferro sob gotas de água ou de


solução salina (água do mar condensada da neblina) onde, nas áreas cobertas pela gota é
impedido o acesso do oxigênio do ar, e por isso tornam-se anódicas em relação às áreas
expostas ao oxigênio do ar, que se tornam catódicas.

Superfícies ásperas ou esmerilhadas são corroídas mais depressa do que as superfícies


lisas ou polidas, onde não se acumulam poeiras, óxidos, etc. As superfícies rugosas,
como sulcos ou fendas, onde o oxigênio não pode penetrar, são perigosamente corroídas
por aeração diferencial provocando cavidades (pite). Esta corrosão aumenta com o
tempo, pois os produtos da corrosão acumulam-se em torno da área anódica, impedindo
ainda mais qualquer acesso de oxigênio.

137
10.4. Parte Experimental

“...Quando materiais metálicos de potenciais elétricos diversos estão em


contato, a corrosão do material metálico que funciona como anodo é muito
mais acentuada que a corrosão isolada desse material sob a ação do
mesmo meio corrosivo...”
(CORROSÃO – Vicente Gentil)

Materiais

Béquer 100 mL
Tubo de ensaio de boca larga
Suporte para tubos de ensaio
Lâminas de ferro, alumínio e cobre
Fio de cobre
Lixas

Reagentes

Água de torneira
Água salgada (3% de NaCl)
Ácido clorídrico 1N
Ácido clorídrico concentrado
Ácido sulfúrico 1N
Ácido sulfúrico concentrado
Lâmina testemunho em tubo vazio
Solução de NaOH 0,1N
Solução de HCl 0,5N
Solução de ferricianeto de potássio [K3Fe(CN)6] 1N
Solução de fenolftaleína (1%)

138
1ª EXPERIÊNCIA: Corrosão do ferro em soluções diversas

a) Coloque as placas de ferro, previamente lixadas com lixa dágua, imersas nas
soluções relacionadas acima, dentro de tubos de ensaio rotulados. Após 7 (sete) dias
verifique os resultados.

I. Água de torneira.
II. Água salgada (3% de NaCl)
III. Ácido clorídrico 1 mol/L
IV. Ácido clorídrico concentrado
V. Ácido sulfúrico 0,5 mol/L
VI. Ácido sulfúrico concentrado
VII. Lâmina testemunho em um tubo vazio

b) Após 7 dias verifique os resultados obtidos, obedecendo à seqüência dada


anteriormente e preencha a quadro X.1:

Quadro X.1

Meio Aspecto da Aspecto da


Equação química
Corrosivo solução placa

II

III

IV

VI

139
2ª EXPERIÊNCIA: Corrosão galvânica I

b) Monte uma célula galvânica para cada par de metais e coloque-as nas respectivas
soluções.

Figura 10.8: Pares galvânicos e soluções aquosas

b) Após uma semana, verifique como estão as placas de cada um dos pares, indicando
em cada par qual metal funcionou como anodo, usando a solução de ferricianeto de
potássio para indicar a presença ou não dos íons de Fe nos eletrólitos.

c) Preencha o quadro X.2:


Quadro X.2

Semi-reação Semi-reação
Par Anodo Reação global
anódica catódica

II

III

3ª EXPERIÊNCIA: Corrosão galvânica II

a) Em um béquer de 100 mL, adicione 50mL de solução de cloreto de sódio, 3 gotas de


solução de fenolftaleína e aproximadamente 1 mL de solução de ferricianeto de
potássio.
140
b) Imerge dois eletrodos metálicos em contato, sendo um de cobre e outro de ferro,
imobilizando-os dentro da solução.

Figura 10.9: Par galvânico em solução de NaCl 3% + indicadores

c) Após alguns minutos, observe o ocorrido, preenchendo o quadro X.3:

Quadro X.3

Par Fe Cu

Cor observada

Eletrodo

Semi-reações
ocorridas

Função dos
indicadores

4ª EXPERIÊNCIA: Corrosão por aeração diferencial

a) Coloque em uma placa de ferro, limpa, 2 gotas de solução de cloreto de sódio e sobre
estas gotas acrescente 1 gota de solução de ferricianeto de potássio e 1 gota de
solução de fenolftaleína.

141
Figura 10.10: Aeração diferencial

b) Decorridos alguns minutos observe o aspecto da placa e faça um desenho ilustrativo


do fenômeno ocorrido, indicando área anódica, área catódica, com suas respectivas
cores.

142
Questionário

1) Na 1ª experiência, a chapa de ferro foi parcialmente mergulhada em soluções


diversas.

a) Cite os dois meios mais agressivos e dois menos agressivos às placas.


b) A corrosão da chapa variou em relação às soluções? Por quê?
c) Explique porque o H2SO4 concentrado não atacou o metal.
d) Explique porque a corrosão na linha dágua é tão intensa?

2) Na 2ª experiência, metais dissimilares estão em contato e na presença de algum


eletrólito.

a) Explique porque um determinado metal poderá ser anodo em relação a um


eletrólito e ser catodo em relação a outro.
b) Cite exemplos práticos (3) da corrosão galvânica.
c) Comente porque se tem uma única tabela de “Potencial de Redução Padrão” e
várias tabelas “Galvânicas ou Práticas”.

3. Na 3ª experiência, se tem um exemplo de corrosão galvânica.

a) Qual a diferença fundamental desta corrosão em relação a da 4ª experiência, se as


reações químicas são as mesmas?
b) Explicar o que aconteceria se fosse usado no lugar da placa de cobre uma fita de
magnésio ou uma placa de zinco.

4) Na 4ª experiência, se tem exemplo de corrosão por “aeração diferencial”.

a) Cite outros exemplos práticos deste tipo de corrosão


b) Qual é a função, na experiência, dos reagentes ferricianeto de potássio e
fenolftaleína.
c) Explique como se pode demonstrar teoricamente que a região mais aerada é
catódica e a menos aerada é anódica.

143
EXPERIMENTO 11
CORROSÃO III - CORROSÃO SELETIVA E
DO ALUMÍNIO

11.1. Introdução

A corrosão seletiva é um dos processos de


corrosão que algumas ligas metálicas
sofrem com ataque preferencial em um dos
seus componentes e em determinados meios
corrosivos. Os exemplos mais comuns são:
a remoção do zinco (dezincificação, Figura
11.1) em ligas que o contém como nos
latões (Zn e Cu) e a remoção do ferro
(grafitização) nos ferros fundidos cinzentos. Na corrosão grafítica o ferro sofre
corrosão, deixando a grafite intacta. Os latões utilizados em trocadores de calor,
resfriadores, condensadores, tubulações para água salgada, etc., sofrem este tipo de
corrosão que resulta na destruição do zinco (mais anódico) restando o cobre e produtos
de corrosão.

Alguns metais, como o


alumínio, podem apresentar
comportamento diferente do
que seria previsto pelas suas
posições na tabela de
potenciais, exibindo uma
resistência à corrosão muito
maior do que a que era de se
esperar. O alumínio quando exposto ao ar, forma uma película de Al2O3, dura, aderente,
protetora e transparente. O seu potencial de redução vai de – 1,66 V para cerca de
144
+0,60V, tornando-se muito mais nobre. Alguns meios corrosivos, como o HgCl2
aquoso, podem impedir a formação do Al2O3 protetor (Figura 11.2), causando intensa
corrosão no alumínio, pela ação catalítica do mercúrio.

11.2. Dezincificação

A dezincificação é um processo corrosivo que ocorre com freqüência em latões (ligas de


Cu-Zn), principalmente em soluções salinas e com maior intensidade em meio ácido. O
zinco se oxida preferencialmente (região escura, Figura 11.1), deixando um resíduo de
cobre e produtos de corrosão. A corrosão pode-se dar em pequenas áreas, sob a forma
de alvéolos, ou uniformemente, em maiores áreas; observa-se nas áreas dezincificadas o
aparecimento de resíduo branco ou de coloração avermelhada contrastando com a
coloração amarelada da liga. O resíduo branco é o produto de oxidação do zinco.
Abaixo desse resíduo, observa-se a característica coloração avermelhada do cobre
(Figura 11.1).

No caso de dezincificação uniforme em tubo para circulação de água salgada o mesmo


pode despedaçar-se (porque ocorre a perda da maleabilidade), com o aumento de
pressão (aríete hidráulico). No caso de dezincificação localizada pode ocorrer
perfuração em determinados pontos: este tipo de corrosão ocorre freqüentemente nos
trocadores de calor, condensadores e em tubulações de latão que conduzem água do
mar.

A dezincificação é observada em latões ou ligas de cobre cujos teores de zinco são


elevados. Assim, os seguintes materiais sofrem dezincificação: metal Muntz (60% Cu e
40% Zn), latão de alumínio não-inibido (76% Cu, 22% Zn e 2% Al) e latão amarelo
(67% Cu e 33% Zn).

Podem-se admitir, para explicar a dezincificação, os seguintes processos:

a) Corrosão preferencial do zinco deixando uma estrutura de cobre porosa;


b) Corrosão de liga com redeposição do cobre.

145
Como o zinco é mais redutor que o cobre pode-se supor que a imersão do latão em um
eletrólito ocasiona a corrosão do zinco, permanecendo o cobre em estado metálico, de
acordo com as reações (meio neutro ou básico aerado):

Na área anódica tem-se: Zn  Zn 2  2e  (11.1)


Na área catódica tem-se: H 2 O  12 O2  2e   2OH  (11.2)

As medidas mais usuais de proteção contra a dezincificação são:

 Emprego de latões, ou ligas de cobre, com teores não elevados de zinco;

 Adicionar à liga certos elementos como estanho, arsênico, antimônio e


fósforo, que agem como inibidores de dezincificação.

146
11.3. Parte Experimental

“Algumas ligas sofrem uma deterioração que se realiza preferencialmente


e um dos seus componentes, permanecendo intactos os restantes...”
(CORROSÃO – Vicente Gentil)

Materiais

Placas de latão
Béquer
Lâmina de alumínio
Lixa dágua
Pipeta

Reagente

Solução de HgCl2 0,05 mol/L

1ª EXPERIÊNCIA: Dezincificação dos latões

a) Adicione solução de HgCl2 em um béquer e introduza parcialmente uma placa de


latão.

b) Após cerca de 5 minutos retire a placa da solução e limpe com papel toalha a
superfície da mesma.

c) Dobre a placa de latão nas duas partes (parte imersa na solução e parte não imersa).
Observe o ocorrido.

147
d) Escreva a equação química representativa do processo corrosivo ocorrido.

2ª EXPERIÊNCIA: Corrosão do alumínio

a) Sobre uma chapa de alumínio, previamente lixada, coloque 2 gotas de solução de


HgCl2. Observe e dê a equação química da reação.

Observações:

Equação química:

b) Deixe agir por alguns minutos, lave a placa com água, seque-a com papel toalha e
exponha ao ar. Observe o que irá acontecer.

Observações:

Equação química:

148
Questionário

1) Na 1ª experiência comprovamos a perda da resistência mecânica dos materiais


metálicos.

a) Explique a causa da perda da resistência mecânica do latão.


b) Cite outras ligas metálicas que podem sofrer a corrosão seletiva.
c) Indique alguns métodos de prevenção para este tipo de corrosão.

2) Na 2ª experiência, verificamos a corrosão do alumínio.

a) Explique a função do Hg no processo corrosivo.


b) Quando uma chapa de alumínio é exposta ao ar atmosférico forma-se uma
película de Al2O3. Compare esta película com a camada formada durante a
experiência.

149
EXPERIMENTO 12
CORROSÃO ELETROLÍTICA E SOB
TENSÃO

12.1. Introdução

No início do século passado o estudo


da fratura de objetos de latão sugeriu
uma relação entre tensão e corrosão.
A fratura de estojos de munição foi
um problema sério que exigiu um
meticuloso estudo do problema.
Desde então centenas de ocorrências
foram registradas: casos clássicos de
quebra de objetos de latão, de aço inoxidável e fratura de tubos de caldeiras e,
recentemente, quebra de componentes de aviões, foguetes e reatores nucleares. A
corrosão sob tensão é também uma das limitações materiais mais sérias que o
engenheiro de transportes supersônicos e de veículos espaciais e submarinos deve
enfrentar.

As correntes elétricas de interferência que abandonam o seu circuito normal para fluir
pelo solo ou pela água, atingem instalações metálicas enterradas, podendo assim
ocasionar corrosão em tubulações enterradas, como oleodutos, gasodutos, adutoras,
minerodutos e cabos telefônicos com revestimento metálico (chumbo).

Esse tipo de corrosão é chamado de corrosão por eletrólise ou eletrolítica, e pode-se


defini-la como a deterioração da superfície externa de um metal forçado a funcionar
como ânodo ativo de uma célula ou pilha eletrolítica.

150
Figura 12.2: Diagrama esquemático do processo de corrosão eletrolítica por
corrente de fuga

12.2. Corrosão sob Tensão

A corrosão sob tensão descreve o efeito combinado das tensões mecânicas e do meio
corrosivo que leva o material metálico à fratura a uma tensão muito inferior a que o
metal resistirá em meio não corrosivo.

As tensões que provocam o fenômeno podem ser residuais ou atuantes. As residuais são
geralmente provenientes de operações de soldagem e deformação a frio, como
estampagem e dobramento, e as tensões atuantes resultam da aplicação de esforços
sobre a peça (tração, torção, etc.). Uma característica importante da corrosão sob tensão
é que não se observa praticamente perda da massa do material que permanece com bom
aspecto até que ocorra a fratura, que pode ser intergranular (Figura 12.3) ou
transgranular (Figura 12.4).

151
O tempo necessário para ocorrer corrosão sob tensão fraturante de um dado material
metálico depende da tensão, da concentração ou natureza do meio corrosivo, da
temperatura, da estrutura cristalina e da composição do material. Geralmente o material
com grãos menores é mais resistente à corrosão sob tensão fraturante do que o mesmo
material com grãos maiores.

A estrutura cristalina também influencia a corrosão sob tensão fraturante: assim o aço
inoxidável férrico (cúbica de corpo centrado) é muito mais resistente à corrosão sob
tensão fraturante quando exposto às soluções aquosas de cloreto do que o aço
inoxidável austenítico (cúbica de face centrada). Metais puros são geralmente imunes à
corrosão sob tensão fraturante, mas no caso de cobre a presença de traços de impurezas
podem torná-lo susceptível à corrosão sob tensão. Por exemplo, pequena quantidade de
fósforo, usado para limpar o cobre, pode torná-lo susceptível à corrosão sob tensão
fraturante.

152
12.3. Corrosão Eletrolítica

Denomina-se corrosão eletrolítica aos processos corrosivos de natureza eletroquímica


que ocorrem em estruturas enterradas ou submersas, devido às correntes elétricas de
interferência (também chamadas correntes de fuga) que abandonam o seu circuito
normal para fluir pelo solo ou pela água. Quando elas atingem instalações metálicas
enterradas ou submersas, podem ocasionar intensa corrosão localizada nas áreas onde
abandonam essas instalações para retornar ao circuito original.

Geralmente, as áreas corroídas se apresentam com produto de corrosão de baixa


aderência, ou mesmo livre dele. Como é uma forma de corrosão localizada, em pouco
tempo ocorre à perfuração da parede metálica, causando vazamentos. As correntes de
fuga que produzem maiores danos são as de correntes contínuas ou as de correntes
alternadas de baixa freqüência.

A taxa de corrosão resultante das correntes de interferência depende principalmente dos


fatores:

- Intensidade e densidade da corrente;


- Distância entre as estruturas interferente e interferida, e a localização da
fonte de corrente interferente;
- Existência ou não de revestimento e qualidade deste;
- Localização de juntas isolantes;
- Resistividade elétrica do meio.

Como a resistência dos metais é muito menor que a resistência do solo ou água, as
estruturas metálicas enterradas ou imersas constituem um novo circuito por onde
passam as correntes de fuga. Como em todos os processos de corrosão eletroquímica, a
localização das áreas anódicas e catódicas no processo de corrosão ocasionado por
correntes de fuga provêm de uma diferença de potencial.

153
Através de mecanismo semelhante pode-se obter o refino eletrolítico de metais, como o
refino do cobre, em que se coloca o cobre impuro como ânodo ativo da cuba eletrolítica,
o cobre puro como cátodo e a solução de sulfato de cobre como eletrólito, como
esquematiza a Figura 12.5.

Figura 12.5: Corrosão eletrolítica

No decorrer do processo verifica-se que o ânodo vai sendo consumido e, portanto,


perdendo massa, enquanto no cátodo deposita-se cobre puro. Para o caso de um material
metálico sujeito à corrosão eletrolítica pode-se admitir que na região onde a corrente
elétrica convencional abandona a estrutura e entra no eletrólito, tem-se área anódica.

A reação para um metal M qualquer é:

M (s)  M (aq)
n+
+ n e- (12.1)

Na região onde a corrente elétrica convencional abandona o eletrólito e entra na


estrutura, tem-se área catódica; portanto, pode ocorrer qualquer uma das reações a
seguir, dependendo do meio corrosivo:

154
1
H 2O(L) + O + 2 e-  2 OH -(aq) (meio neutro aerado) (12.2)
2 2(g)
2 H 2 O(L) + 2 e-  H 2(g) + 2 OH -(aq) (meio neutro não aerado) (12.3)

1
+
2 H (aq) + O2(g) + 2 e-  H 2O(L) (meio ácido aerado) (12.4)
2
+
2 H (aq) + 2 e-  H 2(g) (meio ácido não aerado) (12.5)

155
12.4. Parte Experimental

“...corrosão sob tensão, definida como fratura de certos materiais,


quando tencionados em certos ambientes, sob condições tais que nem a
solicitação mecânica nem a corrosão ambiente isoladamente conduziram à
fratura.”
(CORROSÃO – Vicente Gentil)

Materiais

Béquer de 25 mL
Placas de aço
Fonte de corrente contínua
Tubo de ensaio
Placa de Petri
Lã de aço
Pregos de aço

Reagentes

Solução de HCl 3,0 mol/L


Ágar (100 ml de água destilada em ebulição de 1,5 g de ágar)
Fenolftaleína (1%)
Ferricianeto de potássio
Cloreto de sódio
Solução de NaCl 3%

156
1ª EXPERIÊNCIA: Corrosão sob tensão

a) Adicione ácido clorídrico 3,0 mol.L-1 num tubo de ensaio e nele introduza um prego.

Figura 12.6: Corrosão sob tensão do prego de ferro

b) Prepare o gel de ágar (100 mL), adicionando 1,0 g de NaCl, 0,15 g de ferricianeto de
potássio e 1,0 mL de solução de fenolftaleína, agitando para solubilizar. Passe a
solução para uma placa de Petri, ocupando metade de sua altura e coloque um prego
limpo, recobrindo-o com mais dispersão.

Figura 12.7: Placa de Petri contendo o gel ágar e prego

157
c) Após alguns minutos observe o resultado e preencha o quadro XII.1

Quadro XII.1

Região do Cor Indicação das áreas


Semi-reações
prego observada anódicas e catódicas

Ponta

Corpo

Cabeça

2ª EXPERIÊNCIA: Corrosão eletrolítica I

a) Adicione a uma cuba solução de NaCl 3% e algumas gotas de fenolftaleína e


ferricianeto de potássio.

b) Imergir dois eletrodos de ferro, ligando-os respectivamente ao pólo positivo e ao pólo


negativo da fonte da corrente contínua (bateria ou retificador ligado a uma corrente
elétrica alternada).

Figura 12.8: Célula eletrolítica de eletrodos de ferro


158
c) Observe as colorações formadas nos dois eletrodos e suas semi-reações químicas
correspondentes e preencha o quadro XII.2.

Quadro XII.2
Colorações observadas Semi-reações químicas

Anodo

Catodo

d) Repita a experiência, sem adicionar os indicadores: fenolftaleína e ferricianeto de


potássio, mantendo os eletrodos de ferro ligados à fonte por alguns minutos.

e) Desligue os eletrodos, agite a solução da cuba e observe o ocorrido, escrevendo o


produto final.

3ª EXPERIÊNCIA: Corrosão eletrolítica II

a) Adicione a uma cuba solução de NaCl 3% e algumas gotas de fenolftaleína e


ferricianeto de potássio.

b) Imergir dois eletrodos, um de cobre ligado ao polo positivo e um de ferro ligado ao


polo negativo da fonte de alimentação.

Figura 12.9: Célula eletrolítica de eletrodos de ferro (-) e cobre (+)

159
c) Observe as cores formadas, indicando o eletrodo anodo e o catodo.

Questionário

1) Na 1ª experiência, introduziram-se os pregos no gel de ágar.

a) Explicar o motivo da existência de áreas anódicas e catódicas no prego.

b) Explique, considerando a estrutura do material, porque áreas sob tensão são áreas
de corrosão.

c) Cite os tipos de tensões que provocam corrosão fornecendo alguns exemplos


práticos.

2) Na 2ª experiência, imergiram-se dois eletrodos de ferro em solução de NaCl.

a) Monte através de um circuito elétrico as áreas anódicas e catódicas em um


exemplo de corrosão eletrolítica (tubulação enterrada, por exemplo).

b) Cite alguns exemplos de corrosão eletrolítica.

c) Explique porque a densidade da corrente de corrosão é muito elevada na corrosão


eletrolítica e a conseqüência deste fato.

160
EXPERIMENTO 13
PROTEÇÃO CATÓDICA

13.1. Introdução

A proteção catódica é um método de controle de corrosão que consiste em transformar a


estrutura a proteger no cátodo de uma célula eletroquímica ou eletrolítica. É uma técnica
amplamente usada, com sucesso, para prevenir a corrosão das instalações metálicas
enterradas, submersas e em contato com eletrólitos diversos. Oleodutos, gasodutos,
minerodutos, adutoras, tubulações que transportam produtos químicos e derivados de
petróleo, plataformas submarinas de prospecção e produção de petróleo, navios e
embarcações, tanques de armazenamento, cabos telefônicos com revestimentos
metálicos, torres de eletrificação e muitas outras instalações, são exemplos de
aplicações de proteção catódica. O emprego de proteção catódica em estruturas de
concreto enterradas ou submersas é ainda pouco freqüente devido a dificuldades, tais
como necessidade de se interligar toda a armadura do concreto.

A proteção catódica não pode ser usada em estruturas aéreas em face da necessidade de
um eletrólito contínuo, o que não se consegue
na atmosfera.

13.2. Proteção catódica galvânica

O sistema de proteção catódica galvânica ou


por ânodo de sacrifício é aquele que utiliza
uma força eletromotriz de natureza galvânica
para imprimir a corrente necessária à proteção
da estrutura considerada. Esta força
eletromotriz resulta da diferença entre o
potencial natural do ânodo e o potencial da

161
estrutura que se deseja proteger (Figura 13.2). É uma grandeza que depende das
características do ânodo, do material que compõe a estrutura que se deseja proteger e, de
certa forma, do próprio eletrólito.

Figura 13.2: Proteção catódica de tubulação de aço carbono com ânodo de


magnésio

Como a diferença de potencial conseguido nesse sistema é relativamente pequena, ele é


aplicado somente a meios de resistividade elétrica da ordem de no máximo 6000
ohm.cm. É usual o emprego deste sistema em instalações marítimas (Figura 13.1), já
que a baixa resistividade da água do mar possibilita uma baixa resistência no circuito de
proteção catódica, permitindo a injeção, no sistema, de uma corrente de maior
intensidade.

162
Os materiais tradicionalmente utilizados
como ânodos galvânicos (Figura 13.3) são:

 Ligas de magnésio;
 Ligas de alumínio;
 Ligas de zinco.

Outros materiais podem ser eventualmente,


utilizados como ânodos galvânicos, em
sistemas particulares. Como exemplo, cita-se o uso de chapas de aço carbono para
proteção de peças de bronze, latão ou cobre, em serviço na água do mar.

Ao fazer a ligação do ânodo com a estrutura, estando ambos em contato simultâneo com
o eletrólito, forma-se uma pilha na qual a corrente que circula resulta da dissolução
eletroquímica do ânodo.

À luz deste fenômeno, é fácil concluir-se que, em última análise, o ânodo galvânico
representa certa quantidade de energia acumulada, a qual será liberada paulatinamente,
proporcionando uma corrente elétrica que exercerá uma ação protetora sobre a
superfície da estrutura (cátodo).

A circulação desta corrente no sistema dá origem a um processo de polarização, fazendo


com que os potenciais de ambos os componentes, ânodo e cátodo, se desloquem em
sentidos convergentes. Assim, o ânodo sofrerá uma polarização anódica, a qual, por
princípio, deve ser muito pequena, e a estrutura (cátodo) sofrerá uma acentuada
polarização catódica, de modo a atingir o potencial de imunidade, ou de estabilidade
termodinâmica do metal, ou liga, no meio considerado.

163
13.3. Proteção catódica por corrente impressa

O sistema de proteção catódica


por corrente impressa é aquele
que utiliza uma força
eletromotriz, proveniente de uma
fonte de corrente contínua, para
imprimir a corrente necessária à
proteção da estrutura considerada.
Esta força eletromotriz pode
provir de baterias convencionais,
baterias solares, termogeradores,
conjuntos motor-gerador ou
retificadores de corrente. Os retificadores (Figura 13.4) constituem a fonte mais
freqüentemente utilizada, e através deles retifica-se uma corrente alternada, obtendo-se
uma corrente contínua que é injetada no circuito de proteção.

Como a diferença de potência de saída da fonte pode ser estipulada em valores baixos
ou elevados, a proteção catódica por corrente impressa aplica-se a estruturas situadas
em eletrólitos de baixa, média e alta resistividade. Também ela é aplicada onde se exige
maiores correntes; portanto, em estruturas de média para grande porte, o que não
impede o seu uso em estruturas pequenas, quando houver conveniência. Os
equipamentos e materiais comumente empregados nos sistemas por corrente impressa
são:

- Os retificadores, que podem ser de silício ou selênio, refrigeradores a ar ou a óleo,


com alimentação monofásica ou trifásica;

- Como alternativas aos retificadores, podem ser usadas baterias solares,


termogeradores, baterias convencionais, empregada onde não haja energia elétrica
em corrente alternada. Esses geradores, em geral, são de baixa potência, sendo,
portanto, restritos a locais de pouca exigência de corrente.

164
- Os ânodos mais empregados são os de grafite, ferro-silício, ferro-silício-cromo,
chumbo-antimônio-prata, titânio platinizado, nióbio platinizado e magnetita. Os
ânodos de grafite, ferro-silício e magnetita são geralmente usados em solos e os
demais usados em água do mar.

- Os cabos para interligação dos ânodos e ligação na estrutura devem ser cabos de cobre
com capacidade de condução adequada ao sistema e com isolamento de boa
qualidade, em geral de polietileno de alta densidade e alto peso molecular.

13.4. Aplicações práticas de proteção catódica

Os permutadores de calor usados em navios – condensadores e resfriadores –


geralmente são construídos em aço carbono, tendo tubos de cobre ou de suas ligas. É
comum vêem-se carretéis, tampos e espelhos em aço carbono e tubos em latão de
alumínio. Estes materiais, juntos, em contato com a água do mar, formam um par
galvânico e dão origem a um processo de corrosão galvânica em que o aço é atacado.
Assim, é indispensável o emprego de proteção catódica para eliminar esta ação
corrosiva. Para isto, tanto se podem usar ânodos de liga de zinco como ânodos de liga
de alumínio. Os cabos de transmissão de energia e cabos de telecomunicações
enterrados estão sujeitos a problemas de corrosão no revestimento metálico de chumbo,
embora muitas vezes esta chapa de chumbo seja protegida por um revestimento
adicional de PVC ou de polietileno.

165
13.5 Parte Experimental

“...à luz deste fenômeno, é fácil concluir-se que, em última análise, o ânodo galvânico
representa uma certa quantidade de energia acumulada, a qual será liberada
paulatinamente, proporcionando uma corrente elétrica que exercerá uma ação
protetora sobre a superfície da estrutura.”
(Proteção Catódica – Aldo Cordeiro Dutra &Laerce de Paula Nunes)

Materiais: Reagentes:

Béqueres de 100 mL e de 400 mL Solução de cloreto de sódio


Pregos de ferro e/ou placas de ferro, limpos Solução alcoólica de fenolftaleína
Placas de cobre Solução de ferricianeto de potássio
Placas de zinco ou aço galvanizado
Fitas de magnésio
Eletrodos de grafite
Fios de cobre
Fonte de corrente contínua

1ª EXPERIÊNCIA: proteção catódica galvânica (ânodos de sacrifício)

a) Em seis béqueres (A, B, C, D, E e F) de 100 mL adicione 80 mL de solução de NaCl.

b) Acrescente aos béqueres

A- um chapa de ferro
B- um chapa de ferro ligado a uma placa de cobre
C- um chapa de ferro ligado a uma placa de zinco
D- um chapa de ferro envolvido com uma fita de magnésio
E- um chapa de ferro ligado a placas de cobre e zinco
F- um chapa de ferro envolvido com uma fita de magnésio e ligado a uma placa de
cobre
c) Após uma semana preencha o quadro XIII.1 abaixo com suas observações

166
Quadro XIII.1

d) Anote o (s) béquer (es) onde o ferro foi protegido catodicamente.

2ª EXPERIÊNCIA: Proteção catódica por corrente impressa

a) Em uma cuba adicione 250 mL de solução aquosa de NaCl, 10 gotas de solução


alcoólica de fenolftaleína e 20 gotas de ferricianeto de potássio.
b) Imerge dois eletrodos, um de ferro e outro de grafite, ligando-os respectivamente aos
pólos negativo e positivo de uma fonte de corrente contínua.
c) Observe o ocorrido e preencha o quadro XIII.2 baixo.

Quadro XIII.2

167
3ª EXPERIÊNCIA:

a) Em uma cuba adicione 250 mL de solução aquosa de NaCl, 10 gotas de solução


alcoólica de fenolftaleína e 20 gotas de ferricianeto de potássio.

b) Imerge dois eletrodos, um de ferro e outro de cobre, ligados por um fio de cobre,
imobilizando-os dentro da solução.

c) Imerge após algum tempo um eletrodo de grafite e ligue-o ao pólo positivo da mesma
fonte de corrente contínua, ligando o ferro e o cobre ao pólo negativo da mesma fonte.

d) Preencha o quadro XIII.3.

OBS.: Se a solução já estiver muito turva é conveniente, para melhor observação,


substituí-la por outra.

Quadro XIII.3

Eletrodos Pólos Reações químicas Cores formadas

Ferro e cobre

Grafite

168
Questionário:

1) Indique em qual béquer o prego sofreu maior corrosão, explicando.

2) Dê as equações químicas das reações ocorridas nos 6 béqueres.

3) Informe os tipos principais de corrosão que ocorrem em cada béquer.

4) Faça um desenho ilustrativo do processo ocorrido.

5) Explique se poderia ser usado corrente da rede elétrica sem passar pelo retificador.

6) Explique como o ferro pode ser protegido catodicamente

7) Explique as conseqüências de operar a proteção catódica com excesso de corrente.

8) Explique a função do eletrodo de grafite nas montagens.

9) Explique o tipo de corrosão que ocorre na montagem inicial (Fe, Cu em NaCl (aq)),
indicando ânodo, cátodo e as respectivas reações.

169
EXPERIMENTO 14
PREPARO DE SOLUÇÕES

14.1. Introdução

As soluções são definidas como misturas homogêneas de duas ou mais substâncias. Elas
são encontradas em qualquer um dos três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso.

Todas as misturas gasosas são soluções porque qualquer mistura de gases é homogênea.
Soluções sólidas, como certas ligas metálicas, são comuns. A grande maioria das
soluções, entretanto, existe no estado líquido. Soluções líquidas são formadas pela
dissolução de um gás, líquido ou sólido em um líquido. Se o líquido é a água, a solução
é chamada de solução aquosa.

14.2. Soluções

Geralmente uma solução é constituída por um componente em maior quantidade, o


solvente e, um ou mais componentes denominados solutos.

OBS.: Em toda solução com participação da água, esta é considerada como solvente,
esteja ou não em maior quantidade.

Solução = Soluto + Solvente

170
Tabela XIV.1 – Tipos de soluções segundo o estado físico do soluto e do solvente

Solvente Soluto Solução Exemplo

Gás Gás Gasosa Atmosfera

Líquido Gás Líquida Água-amônia

Líquido Líquido Líquida Água-etanol

Sólido Líquido Sólida Zinco-mercúrio (amálgama)

Líquido Sólido Líquida Água-sal

Sólido Gás Sólida Paládio-hidrogênio

Sólido Sólido Sólida Zinco-cobre (latão)

A maior parte da terra é constituída por soluções aquosas – os oceanos. Vivemos na


dependência completa de duas espécies de soluções: uma gasosa – a atmosfera e a outra
aquosa.

Para estudo das soluções três aspectos devem ser considerados: quantidade, composição
e concentração. A quantidade da solução envolvida em um processo pode ser medida
em massa e volume.

A composição de uma solução é a soma total de todos os ingredientes que a compõem, e


a concentração de uma solução são as quantidades relativas destes vários componentes.

Quando adicionamos 1 grama de NaCl em 1 litro de água, observamos que todo sal se
dissolve facilmente. Esta solução, assim obtida, conterá pequena quantidade do soluto
(sal de cozinha) em relação à quantidade do solvente (água) usada e será chamada
solução diluída.

 Solução diluída contém pouco soluto em relação à quantidade do solvente.


 Solução concentrada contém muito soluto em relação à quantidade de solvente.

171
Ao acrescentarmos mais soluto a solução anterior (solução diluída), estamos
transformando uma solução diluída em concentrada. Quando a quantidade do soluto for
grande em relação a quantidade do solvente, obteremos uma solução concentrada.
Assim, uma solução que contenha 300 gamas de NaCl em 1 litro de água é uma solução
concentrada. Não há limite para considerarmos uma solução, diluída ou concentrada,
sem um termo de comparação. Uma solução é definida em função da outra. Assim, se
têm duas soluções:

I) 10 gramas de sal em 500 gramas de água.


II) 2 gramas de sal em 500 gramas de água.

Dizemos que a solução I é concentrada em relação à solução II, e que a solução II é


mais diluída em relação a solução I.

As cores de uma solução de tinta ou a doçura de uma solução de açúcar dependem da


quantidade do soluto contida em determinada quantidade da solução (soluto + solvente).
Esta relação é denominada de concentração de uma solução.

Tabela XIV.2 – Sistemas para designar a concentração das soluções

Sistemas Notação Soluções Aplicações

Partes por 100 (p/p; p/v; v/p;


Percentual % Geral
v/v)

n (nmoles ) soluto
Molaridade mol/L Química
V ( L) solução

N eq. g ( soluto)
Normalidade eq./L Química
V ( L) solução

n (nmoles )componente
Fração Molar X Física/química
nº total (moles )componentes

OBS.: Outro sistema comum de expressar concentração é: gramas por litro (g/l) que é a
relação entre a massa do soluto em gramas e o volume da solução em litros.

172
14.3. Propriedades coligativas de eletrólitos

As propriedades coligativas de soluções diluídas são diretamente proporcionais à


concentração de partículas de soluto. Quando 1 mol de um não-eletrólito, como glucose,
se dissolve em água, 1 mol de moléculas de soluto é obtido. Por outro lado, 1 mol de
eletrólito NaCl resulta em moles de íons. Com cloreto de cálcio. CaCl2, 3 moles de íons
(1 Ca+, 2 Cl-) são produzidos por mol de soluto.

Por exemplo, comparemos as pressões de vapor de soluções 1M de glucose, cloreto de


sódio e cloreto de cálcio. Descobre-se que o abaixamento da pressão de vapor (pv) é o
menor para a glucose e o maior para o cloreto de cálcio. Em outras palavras,

pv água pura > pv solução glucose > pv solução NaCl > pv solução CaCl2

Muitos eletrólitos formam soluções aquosas saturadas cujas pressões de vapor são tão
baixas que os sólidos absorvem água (deliqüescem) quando expostos ao ar úmido. Isto
ocorre com o cloreto de cálcio, cuja solução saturada tem uma pressão de vapor de
apenas 20% em relação à da água. Se CaCl2 seco é exposto ao ar no qual a umidade
relativa é maior que 20%, ele absorve água e forma uma solução saturada. A
deliqüescência continua até a pressão de vapor da solução se tornar igual à da água no
ar.

173
14.4. Parte Experimental

“Uma solução é uma mistura homogênea de um soluto(substância sendo dissolvida) em


um solvente(substância que efetua a dissolução)...”
(Princípios de Química- Masterton, Slowinski & Stanitski)

Materiais: Reagentes:

Balança Cloreto de sódio (NaCl)


Béquer de 100mL Hidróxido de sódio (NaOH)
Bastão de vidro Ácido sulfúrico (H2SO4)
Garrafa lavadeira Água destilada
Balão volumétrico de 100 mL Solução de fenolftaleína
Espátula de porcelana Papel Tornassol azul e vermelho
Funil
Estante com tubos de ensaio

1ª EXPERIÊNCIA: Preparar 100 mL de solução aquosa de NaOH de concentração


aproximadamente 0,5 mol/L.

a) Pese 2 g de NaOH em um béquer de 100 mL

OBS. 1: A balança é um aparelho delicado que deve ser manuseado com CUIDADO !

M: Molaridade
n
M  1 n1: nº de moles de soluto
V ( L)
V(L): Volume da solução em litros
n1: nº de moles do soluto
m
n1  1 m1: massa do soluto
PM1
PM1: Peso molecular do soluto

OBS.2: O índice 1 se refere ao soluto, o índice 2 se refere ao solvente e ausência de


índice indica dados da solução.

174
b) Acrescente ao béquer uma quantidade de água destilada, aproximadamente 30 mL,
suficiente para dissolver o soluto.

OBS.3: A dissolução do NaOH é exotérmica

c) Transfira esta solução para um balão volumétrico de 100 mL, com auxílio de um
funil. Lave o béquer e o funil, com água destilada e transfira as águas de lavagem
também para o balão.

d) Complete o volume do balão, enchendo-o com água destilada até o traço de


referência. O balão deve ser arrolhado e agitado para homogeneização.

e) Guarde a solução em frasco rotulado (NaOH  0,5 mol/L).

2ª EXPERIÊNCIA: Preparar 100 mL de solução aquosa H2SO4 (ácido sulfúrico) de


concentração 0,5 mol/L

a) Meça 2,7 mL de H2SO4 – 98% através de uma bureta contendo o referido ácido, em
um béquer de 100 mL, contendo aproximadamente 20 mL de H2O destilada.

b) Transfira vagarosamente o H2SO4 para um balão volumétrico de 100 mL, utilizando


um funil. Lave o béquer e o funil, com água destilada e transfira as águas de
lavagem também para o balão.

c) Complete o volume do balão com água destilada até o traço de referência. Arrolhar o
balão e agitá-lo para homogeneização.

d) Guarde a solução em frasco rotulado (H2SO4  0,5 mol/L)

175
3ª EXPERIÊNCIA: Preparar 100 mL de solução aquosa de NaCl (cloreto de sódio)
de concentração 0,5 mol/L.

a) Faça os cálculos necessários e proceda como na experiência 1.

Cálculos

4ª EXPERIÊNCIA: Identificar algumas propriedades funcionais dos ácidos e bases.

a) Em uma estante coloque três tubos de ensaio. Adicione (aproximadamente) 2 mL de


ácido sulfúrico 0,5 mol/L, 2 mL de hidróxido de sódio 0,5 mol/L e 2 mL de cloreto
de sódio 0,5 mol/L a cada um dos tubos, respectivamente.

b) Molhe a ponta de um papel tornassol azul em cada uma das soluções contidas nos
tubos. Observe e anote a cor.

c) Proceda do modo anterior com um papel tornassol vermelho. Observe e anote a cor.

d) Adicione duas gotas de solução de fenolftaleína a cada um dos três tubos. Agite,
observe e anote as cores.

d) Adicione, gota a gota, a solução diluída de hidróxido de sódio no tubo contendo


ácido. Observe o aparecimento da cor vermelha e comente o ocorrido.

176
Tabela XIV.3

Indicador Solução de H2SO4 Solução de NaOH Solução de NaCl

Tornassol azul

Tornassol
vermelho

Fenolftaleína

Questionário:

1) As soluções preparadas nesta prática poderão ser usadas como padrão? Justifique sua
resposta.

2) Por que se deve usar balão volumétrico para preparar uma solução?

3) A dissolução do NaOH em H2O é exotérmica e do NaCl não é. Explique porque.

4) Dez gramas de ácido ascórbico (vitamina C), C6H8O6, são dissolvidos em água
suficiente para preparar 125 mL de solução. Qual é a molaridade do ácido
ascórbico?

5) Qual a normalidade de uma solução 0,9 molar de hidróxido de alumínio?

177
EXPERIMENTO 15
VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO
(TITULAÇÃO)

15.1. Introdução

O conceito de ácido - base é de grande importância, não só no estudo do equilíbrio


químico, como também na resolução de problemas práticos. Uma das suas mais
importantes aplicações é a determinação da quantidade de uma substância presente em
uma solução, por meio de soluções reagentes adequadas cujas concentrações são
exatamente conhecidas (padrões). Esta técnica é denominada de Volumetria de
Neutralização (titulação), porque a reação que se verifica é denominada de
neutralização.

H 3 O  (aq)  OH  (aq)  2 H 2 O (L) ou H  (aq)  OH  (aq)  H 2 O (L)

H 2 SO 4 (aq)  2 NaOH (aq)  Na 2 SO 4 (aq)  2 H 2 O (L)


Ácido Base Sal Água

Na reação de neutralização um mol de ácido reage com 2 mol de base para formar sal e
água. A Volumetria de Neutralização compreende:

a) Acidimetria: que é a determinação da concentração de soluções ácidas por


meio de soluções padrões de bases.

b) Alcalimetria: que é a determinação da concentração de soluções básicas por


meio de soluções padrões de ácidos.

178
A solução reagente é adicionada até o ponto em que a quantidade de reagente
adicionada seja equivalente à quantidade de substância que se analisa; este ponto
denomina-se ponto de equivalência. A localização do ponto de equivalência é o
problema fundamental de uma titulação. Esta localização é feita usando instrumentos
apropriados ou, mais freqüentes indicadores visual e neste caso a titulação é chamada
volumétrica.

Os indicadores usados nestas titulações são conhecidos como indicador ácido - base.
São substâncias ácidas ou básicas fracas, que na forma molecular apresentam coloração
diferente daquela que tem na forma iônica. A viragem de um indicador se dá em um
intervalo de pH característico para cada substância usada como indicador.

Numa titulação é necessário escolher um indicador que tenha o ponto de viragem mais
próximo possível do pH da solução quando alcançado o ponto de equivalência. Por
exemplo, quando se titula um ácido fraco, o pH da solução no ponto de equivalência,
situa-se na região básica, sendo, portanto necessário escolher um indicador que se
apresente uma viragem da cor nessa região (fenolftaleína). Ao contrário, titulando-se
uma base fraca obter-se-á uma solução cujo pH, no ponto de equivalência, é ácido,
sendo necessário escolher um indicador cuja cor varie na região ácida da escala de pH
(o vermelho de metila, por exemplo, cujo intervalo de pH é de 4,2 a 6,2).

No caso da titulação de um ácido forte com uma base forte, onde o salto de pH no ponto
de equivalência seja bastante extenso, a escolha do indicador será menos crítica.

A escolha adequada do indicador a ser usado na titulação de um ácido ou de uma base é


grandemente facilitada pelo condicionamento da curva de titulação do ácido ou da base,
que fornece o pH da solução em função do volume de base ou ácido adicionado. A
curva de titulação pode ser obtida:

a) Teoricamente, calculando o pH da solução para sucessivas adições do titulante,


através de desenvolvimento de expressões matemáticas rigorosas.

179
b) A partir de dados experimentais.

O estudo das curvas de titulação revela as melhores condições para a titulação indicando
o erro que se comete se usar um indicador que não vira nas proximidades do ponto de
equivalência. Os indicadores usados nestas titulações são conhecidos como indicador
ácido - base. São substâncias ácidas ou básicas fracas, que na forma molecular
apresentam coloração diferente daquela que tem na forma iônica. A viragem de um
indicador se dá em um intervalo de pH característico para cada substância usada como
indicador.

Tabela XV.1 - Intervalo de pH para alguns indicadores ácido- base

Indicador Fenolftaleína Intervalo de pH Cor básica

Fenolftaleína incolor 8,2 a 10,0 Vermelho

Azul de bromotimol amarelo 6,0 a 7,7 Azul

Metilorange Vermelho 3,1 a 4,4 Amarelo

Vermelho congo Azul 3,0 a 5,0 Vermelho

Violeta de metila amarelo 0,2 a 2,0 Violeta - azulado

180
15.2. Parte Experimental

“... Se a espécie é uma base, titulamos com uma “solução padrão” de um ácido forte,...
...Por outro lado, para determinarmos a concentração de uma espécie ácida, titulamos
com uma solução de uma base forte,...
( Princípios da Química- Masterton, Slowinki & Stanitski)

Materiais: Reagentes:
Bureta de 50 mL NaOH
Suporte para bureta H2SO4
Erlenmeyer Solução alcoólica de fenolftaleína
Funil Solução padronizada de H2SO4
Béquer de 100 mL Vinagre (CH3COOH)
Pipeta de volumétrica adequada
Pipeta de 10 mL

1ª EXPERIÊNCIA: Determinar a concentração de uma solução de hidróxido de


sódio (NaOH) usando uma solução padrão de ácido sulfúrico.

a) Encha a bureta (com auxílio de um funil) um pouco acima do traço que indica zero
mL. Deixe escoar a solução até que o menisco inferior coincida com a referência do
zero mL.

OBS: Não deixar bolhas de ar aderidas às paredes da bureta.

b) Coloque em um béquer de 100 mL uma pequena porção de solução de H2SO4 0,5 M


(padrão) e com esta solução lave o béquer e uma pipeta volumétrica. Despreze a
solução de lavagem. Pipete 10 mL da solução padrão e a coloque em um erlenmeyer
adicionando três gotas de solução alcoólica de fenolftaleína. Agite.

181
c) Deixe escoar lentamente (gota a gota) a solução da bureta sobre a solução do
erlenmeyer, agitando sempre, até que persista uma coloração levemente rósea.
Anote o volume de NaOH gasto na tabela abaixo.

d) Repita a titulação e anote na tabela os novos dados. Tire a média dos volumes de
NaOH consumidos nas reações.

OBS.: Os volumes de NaOH não devem diferir de mais de 0,1 ml. Se as diferenças
forem maiores, repita a titulação e preencha o quadro XV.1.

Quadro XV.1
1ª Titulação 2ª Titulação

Volume gasto da base


Volume do ácido

Normalidade do ácido

Volume médio da base: _________________________________

e) Com os dados obtidos, calcule a normalidade exata da solução de NaOH, usando a


expressão:

Na.Va = Nb.Vb

Onde :

Va e Na são, respectivamente, o volume e a normalidade do ácido


Vb e Nb são o volume e a normalidade da base

182
2ª EXPERIÊNCIA: Determinar a acidez do vinagre (CH3COOH), usando como
padrão a solução de NaOH da experiência anterior.

a) Proceda de modo análogo à experiência anterior, utilizando 5 L de vinagre para as


duas titulações. Complete o quadro XV.2 abaixo:

Quadro XV.2

1ª Titulação 2ª Titulação

Volume gasto da base


Volume de ácido

Normalidade da base

Volume médio da base: ___________________________________

b) Com os dados obtidos, calcule a molaridade (M, mol/L) do vinagre usando a


expressão:

VaMa = VbMb

183
Questionário:

1) Numa titulação quais são os erros que podem interferir nos resultados?

2) Cite algumas aplicações industriais da titulação.

3) Na neutralização de 200 mL do resíduo de decapagem feita com HNO3 em uma


fábrica de chapas de latão foi consumido 370 mL de Ca(OH)2 0,5 N. Pede-se a
concentração em molaridade, e a massa do HNO3 no resíduo.

4) Titulou-se o ácido acético contido em 2 mL de um vinagre comercial com NaOH


0,153 N. Foram necessários 53,3 mL da base para a neutralização completa do
ácido. Calcule a % do ácido acético no vinagre comercial.

184
EXPERIMENTO 16
PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS
IÔNICAS E MOLECULARES

16.1. Introdução

As propriedades das substâncias estão relacionadas com o tipo e força de suas ligações
químicas. Elementos e compostos reagem quimicamente para formar substâncias que
podem ser iônicas ou moleculares.

Nas substâncias iônicas (como NaCl) os íons (Na+ e Cl-) são mantidos unidos por fortes
forças eletrostáticas denominadas ligações iônicas.

As substâncias moleculares (como H2O) consistem em moléculas nas quais, um grupo


de átomos estão unidos por ligações covalentes.

Compostos iônicos têm altos pontos de fusão e ebulição devido a forte atração entre
íons de cargas opostas. São bons condutores de eletricidade quando em solução ou no
estado de fusão.

Moléculas que consistem de átomos covalentemente ligados formam substâncias


moleculares que tem baixos pontos de fusão e ebulição. Estas moléculas também
exibem baixa condutância elétrica.

16.2. Caráter iônico ou covalente de ligação

A predominância do caráter iônico ou covalente de uma ligação é determinada pela


eletronegatividade dos elementos na substância. Eletronegatividade é a medida da
atração que um átomo tem por elétrons envolvidos na ligação entre dois átomos.
Quando a diferença na eletronegatividade (E) é maior que 1,7, a ligação formada é
185
considerada predominantemente iônica. Se esta diferença é menor que 1,7, a ligação é
considerada covalente. A Figura 16.1, abaixo, mostra os valores da eletronegatividade
para alguns elementos comuns.

Figura 16.1: Eletronegatividade para os elementos mais comuns

16.3. Propriedades dos compostos iônicos

As substâncias iônicas são tipicamente de alto ponto de fusão; têm calores de fusão e
vaporização muito altos, freqüentemente se dissolvem em água (mas raramente em
outros solventes comuns), e são más condutoras de eletricidade no estado sólido, mas se
tornam bons condutores quando fundidos ou dissolvidos em água. Todas estas
propriedades estão relacionadas à alta energia requerida para deslocar os íons de suas
posições muito estáveis no campo eletrostático gerado pelos íons circundantes de carga
oposta.

186
Tabela XVI.1 – Alguns compostos iônicos

Composto Descrição

Usado em filme fotográfico. O brometo de prata, ativado pela


luz é seletivamente reduzido a prata livre no processo de
AgBr
revelação, aparecendo como o “preto”, no negativo branco e
preto.

Na 2 B 4 O 7 .10H 2 O Bórax, usado em preparados de limpeza, fabricação do vidro e


na preparação de artefatos à prova de fogo.

Ca HSO 3 2 Na indústria do papel, usado para dissolver a lignina da


madeira, deixando fibras de celulose.

NaOH Lixívia, usada em certos tipos de limpadores de esgotos.

NaHCO 3 Fermento de pão, também usado em extintores de incêndio de


pó seco e “úmido”

Na 2 SiO 3 Metassilicato de sódio, usado com ou como substituto de


aditivos fosfatados em detergentes

Um componente das baterias de níquel-cádmio de


NiO 2
“flash”(recarregável).

PbO2 Reagente catódico da bateria de automóvel.

Pb 3 O 4 Zarcão. Primeira mão na pintura de ferro e aço.

ZnS Emissor de luz em tubos fluorescentes.

16.4. Propriedades de compostos moleculares

As ligações são geralmente (mas não sempre) mais fortes que as ligações iônicas. A
ligação iônica pura é descrita como uma simples atração eletrostática entre íons de carga
oposta, enquanto que a ligação covalente envolve o compartilhamento de elétrons nos
campos positivos de dois ou mais núcleos.

É importante lembrar que a fusão e ebulição de substâncias tais como o silício envolve o
rompimento de ligações covalentes. Em substâncias moleculares, tais como o
tetracloreto de carbono, a fusão e a ebulição não quebram as ligações covalentes das
187
moléculas individuais, mas apenas as forças muito mais fracas entre as moléculas
vizinhas.

Tabela XVI.2 - Alguns compostos moleculares

Composto Descrição

Formado pela decomposição elétrica da água, ou pela ação de


ácidos (ou água) sobre metais apropriados. Misturas adequadas
H2 com oxigênio são altamente explosivas. Acidentes com tais
explosões são comuns entre os motoristas que vão verificar à
noite, com um fósforo, o nível da água da bateria ou do radiador.

Um gás venenoso formado durante a combustão incompleta de


hidrocarbonetos usados como combustíveis. Um processo
industrial em grande escala para a preparação de níquel puro usa
CO a reação:

Ni  4CO g   NiCO4 g  CALOR


 Ni  4CO g 

PURO

Em soluções aquosas, usado como “amoníaco doméstico” para


NH 3 fins de limpeza. Amônia e seus compostos são produtos
“agroquímicos” importantes para adição de nitrogênio aos solos.

FREON  12
Gás atóxico, usado em refrigeração e sistema de ar condicionado.
(CF2 Cl 2 )

188
16.5. Parte Experimental

“...Passe um pente por seu cabelo diversas vezes. Use o pente carregado para levantar
um pequeno pedaço de papel. Esta atração eletrostática simula uma ligação iônica
“pura”. Agora verifique quanta força você tem que fazer para puxar o papel do
pente.Compare esta força com a requerida para arrancar um selo bem colado de um
envelope. Esta última situação simula uma ligação covalente “pura”...”
(Rod O’Connor – INTRODUÇÃO À QUÍMICA)

Materiais: Reagentes:
Tubos de ensaio Cloreto de sódio (sólido)
Suporte par tubos Cloreto de sódio 1 mol/L
Béquer Clorato de sódio (sólido)
Buretas Àcido Clorídrico 3 mol/L e 1 mol/L
Bastão de borracha Hexano
Am perímetro Tetracloreto de carbono
Àlcool metílico
Álcool etílico
Iodo metálico

1ª EXPERIÊNCIA: Condutividade elétrica das substâncias iônicas e moleculares

1. Adicione aos béqueres as seguintes substâncias:

A - Água destilada B - Cloreto de sódio sólido (NaCl)


C - NaCl 1 M D - Clorato de sódio sólido (NaClO3)
E - NaClO3 em estado de fusão F - Ácido clorídrico 3 M (HCl)
G - HCl 0,1 M H – Hexano (C6H14)

2. Usando a montagem mostrada na Figura 16.2, teste a condutividade elétrica das


substâncias relacionadas, pelo contato dos eletrodos com as mesmas.

189
Figura 16.2: Circuito elétrico

OBS: Não tocar nos eletrodos

Lave os eletrodos com água destilada antes de usá-los novamente.

Anote suas observações no quadro XVI.1, abaixo, atribuindo (0) para o não condutor,
(1) para baixa e média condutividade e (2) para alta condutividade. O brilho do bulbo da
lâmpada indicará a taxa de condutividade.

Quadro XVI.1

Substância Taxa de condutividade

A – Água destilada

B – NaCl sólido

C – NaCl 1 mol/L

D – NaClO3 sólido

E – NaClO3 em estado de fusão

HCl 3 mol/L

HCl 0,1 mol/L

Hexano (C6H14)

190
2ª EXPERIÊNCIA: Polaridade das moléculas

a) Adicione, aproximadamente, 30 mL de água destilada em uma bureta. Ajuste a


torneira da bureta de modo a obter um fluxo contínuo e lento de água.

b) Atrite com um pedaço de flanela um bastão de borracha (pente ou régua),


aproximando-o do fluxo de água da bureta. Observe.

c) Repita o procedimento anterior usando hexano (C6H14) ou tetracloreto de carbono


(CCl4)

d) Complete o quadro XVI.2, abaixo:

Quadro XVI.2

Observações

Água

Hexano

3ª EXPERIÊNCIA: Solubilidade do iodo no sistema H2O/ C6H14

a) Em tubo de ensaio adicione 5 mL de água (H2O) e 5 mL de hexano (C6H14). Adicione


alguns cristais de iodo (I2), agitando o tubo. Observe o ocorrido.

Observação:

191
Questionário

1) Explique os resultados obtidos na 1ª experiência, dando enfoque a estrutura


eletrônica dos átomos de tungstênio (W), encontrados no filamento da lâmpada, ao
receberem uma diferença de potencial em suas extremidades.

2) Explique a diferença de comportamento do hexano ( ou tetracloreto de carbono) e da


água em relação ao bastão de borracha atritado em relação a polaridade das
moléculas das duas substâncias.

3) Como você classificaria o iodo em termos de sua polaridade. Explique o porquê da


classificação.

4) Certa substância é um líquido à temperatura ambiente e é insolúvel em água. Sugira


qual os tipos básicos de unidades estruturais (íons, moléculas, átomos ) está presente
na substância e indique um experimento adicional que pode ser executado para
confirmar sua previsão.

5) Dê a fórmula de um sólido contendo carbono que é:

a) molécula c) estrutura covalente


b) iônico d) metálico

192
EXPERIMENTO 17
PERIODICIDADE QUÍMICA

17.1. Introdução

A primeira tentativa para organizar os elementos em tabelas de acordo com suas


propriedades física e química foi baseada na ordem crescente dos pesos atômicos.

Henry Moseley, em 1914, constatou que os elementos emitiam RAIOS – X, com


freqüências distintas e relacionadas com um número, denominado número atômico
(número de prótons nos núcleo). Esta descoberta levou ao estabelecimento da lei
conhecida como lei periódica que afirma que “as propriedades dos elementos químicos
não são arbitrárias, mas que dependem da estrutura do átomo e variam, de maneira
sistemática, com o número atômico”.

17.2. Periodicidade nas configurações eletrônicas, nas propriedades físicas e nas


propriedades químicas.

Os elementos são classificados como metais, não metais e metalóides (semimetais).


Suas localizações são mostradas na tabela periódica (apêndice 01). O hidrogênio é
classificado como um não-metal; sua localização é devido à sua estrutura eletrônica.

Dos elementos conhecidos até hoje cerca de 80 são metais. Estes são maleáveis, dúcteis,
bons condutores de calor e eletricidade, apresentam brilho e geralmente pontos de fusão
elevados. Não-metais são pobres condutores de calor e eletricidade, quebradiços,
sólidos e fracos refletores de luz. Os metalóides são elementos que exibem propriedades
intermediárias entre os metais e os não metais, por exemplo, eles são usados como
semicondutores de eletricidade.

193
As filas horizontais da tabela periódica se chamam períodos; eles são: um período muito
curto (que contém o hidrogênio e o hélio), dois curtos de 8 elementos, dois grandes de
18, um muito grande de 32 e um incompleto. As propriedades dos elementos variam de
maneira sistemática ao longo do período.

As colunas verticais da tabela periódica se chamam grupos. Os elementos de um grupo


têm propriedades químicas e físicas intimamente relacionadas. Por exemplo, os metais
do primeiro grupo (1 A) – lítio, sódio, potássio, rubídio e césio – são metais de grande
atividade em química.

É óbvio que deve haver um relacionamento entre as propriedades físicas e químicas


semelhantes e a análoga estrutura eletrônica desses elementos de um mesmo grupo. Em
geral, a configuração eletrônica dos elementos varia gradual e regularmente ao longo de
cada série periódica, com cada elétron adicionado entrando no orbital de energia mais
baixa que esteja disponível de acordo com o princípio da construção, a regra de Hund e
o princípio de exclusão de Pauli. Essa mudança gradual na configuração eletrônica deve
ser responsável pela mudança gradual que se observa nas propriedades físicas e
químicas dos elementos de uma série periódica.

Esse critério de colocação de elétrons nos orbitais constitui a Regra de Hund, que pode
ser enunciada por: “Em dado subnível, a ordem de preenchimento dos orbitais deve
permitir que se tenha o maior número possível de orbitais semi preenchidos. Os
elétrons individuais nestes orbitais semi preenchidos possuem spins paralelos e
contrários”, e a aplicação do princípio da incerteza de Pauli conduz à observação que só
se consegue colocar dois elétrons em cada orbital.

O primeiro elétron introduzido em um orbital, por convenção, apresentará numero


quântico spin ms positivo e o primeiro orbital a ser preenchido será o que possui menor
numero quântico magnético mℓ.

194
Linus Pauling, químico norte-americano duas vezes laureado com o Premio Nobel (de
Química, em 1954, e da Paz, em 1963), elaborou um diagrama que permite, de maneira
simplificada, fazer-se a colocação dos elétrons nos diversos orbitais.

Figura 17. 1: Diagrama de distribuição eletrônica de Pauling, mostrando-se os


níveis e subníveis nos orbitais atômicos

195
17.3. Parte Experimental

“...A lei periódica e a organização da tabela periódica são conseqüências da


configuração eletrônica dos elementos, resultante da hierarquia mecânico – quântica
dos orbitais, subcamadas e camadas. A periodicidade eletrônica é a causa fundamental
da periodicidade observada nas propriedades atômicas, físicas e químicas.”
(Química Geral (I)- John B. Russel)

Materiais: Reagentes:

Bico de busen Sódio, Potássio, Magnésio


Béqueres Enxofre em pó
Tubos de ensaio Óxido de Cálcio
Tripé Ácido Clorídrico 1N
Suporte e garras Solução de NaOH 1 mol/L e 0,1 mol/L
Tubo de vidro Solução alcoólica de fenolftaleína
Rolha Bicarbonato de sódio
Colher de deflagração
Pinça metálica
Papel alumínio

1ª EXPERIÊNCIA: Reações dos metais ativos (coluna 1 A) com água.

OBS.: O professor deve demonstrar a parte a e b.

a) Adicione um pequeno pedaço de sódio (Na) a um béquer de 250 mL contendo três


quartos de sua capacidade de água.

Observe: - Quando a reação terminar, adicione algumas gotas de fenolftaleína.


- Verifique o que acontece.

196
Equação da reação:

Observações:

b) Repita o procedimento anterior usando potássio (K) metálico:

Equação química da reação:

Observações:

c) Lixe uma fita de magnésio até que apareça brilho em sua superfície.

Coloque a fita em béquer contendo 25 mL de água e a aqueça até ebulição, adicionando


algumas gotas de fenolftaleína.

Equação química da reação:

Observações:

197
2ª EXPERIÊNCIA: Reações dos óxidos metálicos (coluna 2 A) e água.

a) Prepare o óxido de magnésio (MgO) pelo aquecimento de uma fita de magnésio,


recolhendo o óxido formado em um béquer.

Equação química da reação:

Observações:

Adicione água e algumas gotas de fenolftaleína. Agite

Equação química da reação:

Observações:

b) Repita o procedimento do item a usando o óxido de cálcio (CaO).

Equação química da reação:

Observações:

198
3ª EXPERIÊNCIA: Reações dos óxidos não metálicos (coluna 4 A e 6 A) com água.

a) Em um erlenmeyer de 125 mL, coloque uma pequena quantidade de solução de


hidróxido de sódio 0,01 mol/L e três gotas de fenolftaleína. Observe a cor.

Prepare o gás de dióxido de enxofre (SO2), colocando uma pequena quantidade de


enxofre(S) em pó em uma colher de deflagração e aquecendo em um bico de Bunsen até
o aparecimento de uma chama azul.

Coloque a colher dentro do erlenmeyer, sem encostar-se à solução. Tampe o erlenmeyer


com papel aluminizado para evitar a saída do gás. Verifique a formação do gás dentro
do erlenmeyer, retire a colher e agite a solução para permitir a dissolução do gás.
Observe o ocorrido.

Equações químicas das reações:

Observações:

b) Repita a experiência usando CO2 (dióxido de carbono) como fonte de gás. Observe o
ocorrido.

Equação química da reação:

Observações:

199
Questionário:

1) Que produtos podem-se prever que se formariam pela adição de Lítio em água?

2) Qual a diferença do comportamento do sódio e do magnésio em água?

3) Que produtos podem-se prever que se formariam pela adição de óxido de bário em
água?

4) Organize os seguintes átomos na ordem da distância crescente entre a camada


eletrônica com n = 3 e o núcleo : K, Mg, P, Rh e Ti.

5) Explique o que quer dizer óxido ácido e óxido básico? Dê exemplos

6) Escreva as equações equilibradas das seguintes reações:

a) Entre o trióxido de enxofre e a água.


b) Entre o óxido de lítio e água
c) Entre o dióxido de carbono e hidróxido de sódio em solução aquosa.
d) Entre o bário e a água.

7) Explique porque o Césio é mais reativo, com água, do que o Lítio.

200
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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203
APÊNDICES

204
APÊNDICE 01

TABELAS PERIÓDICAS
DOS ELEMENTOS
QUÍMICOS

205
206
207
APÊNDICE 02

SISTEMAS DE
UNIDADES E FATORES
DE CONVERSÃO

208
209
210
211
APÊNDICE 03

PROPRIEDADES FÍSICAS
E QUÍMICAS DE
SUBSTÂNCIAS E
ELEMENTOS QUÍMICOS

212
TABELA A.3.1 - MOMENTOS DE DIPOLO E CONSTANTES DIELÉTRICAS
DE ALGUNS SOLVENTES

NOME FÓRMULA  

n-hexano C6H14 0 1,89

ciclohexano C6H12 0 2,02

tetracloreto de carbono CCl4 0 2,24

benzeno C6H6 0 2,28

tolueno C6H5CH3 0,36 2,38

clorofórmio CHCl3 1,01 4,81

dietiléter C2H5OC2H5 1,15 4,34

diclorometano CH2Cl2 1,60 9,08

1-butanol C4H9OH 1,66 17,1

1-propanol C3H7OH 1,68 20,1

etanol C2H5OH 1,69 24,3

metanol CH3OH 1,70 32,6

etilenoglicol HOCH2CH2OH 2,28 37,5

acetona CH3COCH3 2,88 20,7

acetonitrila CH3CN 3,92 37,5

nitrobenzeno C6H5CN 4,22 34,8

água H2O 1,85 78,5

213
TABELA A.3.2 – PROPRIEDADES FÍSICAS DAS SUBSTÂNCIAS
Substância / Densidade Solubilidade
PF(°C) PE(°C) Cor
Elementos (g/cm3)* (g/100g água)*
Alumínio(s) 2,70 660 2450 0 Cinza claro

Bromo(L) 3,12 -7 59 3,3 Vermelho

Verde –
Cloro(g) 0,00292 -101 -34 0,59
amarelado

Cobre(s) 8,94 1083 2567 ~0 Vermelho

Ferro(s) 7,87 1535 2750 ~0 Cinza

Magnésio(s) 1,74 650 1120 ~0 Cinza


Compostos
0,879 5 80 0,13 Incolor
Benzeno(L)

Álcool etílico(L) 0,785 -112 78 Infinita Incolor

Nitrato de potássio(s) 2,11 334 - 40 Branco

Cloreto de sódio(s) 2,16 808 1473 36 Branco

Água(L) 1,00 0 100 - Incolor



*A 25°C, 1 atm. Considerada como tal; na realidade seu valor é de 0,997 g/cm3

TABELA A.3. 3-DENSIDADE DA ÁGUA


Temperatura (º C) Densidade (g/ml)
16- 21 0,998

22- 25 0,997

26- 28 0,996

29- 32 0,995

33- 35 0,994

A densidade expressa a quantidade de matéria presente em uma dada unidade de


volume. Por exemplo, quando dizemos que o chumbo tem maior densidade do que o
alumínio, isto significa que num dado volume de chumbo há mais matéria que no
mesmo volume de alumínio.
214
APÊNDICE 04

POTENCIAIS PADRÃO
DE REDUÇÃO, A 25 ºC,
EM RELAÇÃO AO
ELETRODO PADRÃO DE
HIDROGÊNIO

215
216
217

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