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FUNDAÇÃO DE ASSISTÊNCIA E EDUCAÇÃO – FAESA

FACULDADES INTEGRADAS ESPÍRITO-SANTENSES


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

CAROLINA GALON MAIN


GIULIA NUNES DE OLIVEIRA
KAÍQUE FRIGINI CALIMAN
NATHÁLIA COSTA AMARAL TORRES

EXPERIMENTO 07: ISOTERMA DE ADSORÇÃO

VITÓRIA
2019
CAROLINA GALON MAIN
KAÍQUE FRIGINI CALIMAN
GIULIA NUNES DE OLIVEIRA
NATHÁLIA COSTA AMARAL TORRES

EXPERIMENTO 07: ISOTERMA DE ADSORÇÃO

Trabalho Acadêmico do curso de Engenharia


Química apresentado às Faculdades
Integradas Espírito-santenses, como parte
das exigências da disciplina Laboratório de
Engenharia Química sob orientação da
professora Msc. Flora Gomes Machado.

VITÓRIA
2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................2
2. OBJETIVOS...........................................................................................................3
2.1. OBJETIVOS GERAL.................................................................................................3
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................3
3. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................4
3.1. ADSORÇÃO............................................................................................................. 4
3.1.1. Adsorção Física.......................................................................................4
3.1.2. Quimissorção............................................................................................4
3.2. EFEITO DA TEMPERATURA...................................................................................5
3.2.1. Isoterma de Langmuir.............................................................................5
3.3. EFEITO DO PH........................................................................................................6
3.4. MATERIAIS ADSORVENTES...................................................................................6
3.4.1. Carvão Ativado........................................................................................6
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL....................................................................9
4.1. MATERIAIS..............................................................................................................9
4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL........................................................................9
4.2.1. Parte 1.......................................................................................................9
4.2.2. Parte 2.......................................................................................................9
4.2.3. Parte 3.....................................................................................................10
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE........................................11
5.1. PARTE 1: ADSORÇÃO DE ACORDO COM A TEMPERATURA............................11
5.1.1. Modelo de isoterma de Langmuir........................................................13
5.1.2. Modelo de isoterma de Freundlich......................................................14
5.2. PARTE 2: ADSORÇÃO DE ACORDO COM O PH.................................................16
5.3. PARTE 3: DADOS DA CURVA DE CALIBRAÇÃO.................................................17
6. CONCLUSÃO......................................................................................................19
7. REFERÊNCIAS...................................................................................................20
2

1. INTRODUÇÃO

Efluentes e corpos hídricos contendo corantes são uma das grandes preocupações
ambientais atualmente. A presença desses corantes na água afeta sua coloração
resultando uma redução na penetração da luz, diminuindo assim a eficiência da
fotossíntese das plantas aquáticas e, portanto, gerando um efeito adverso em seu
crescimento. E esses corantes são difíceis de remover dos efluentes por serem
estáveis a luz, ao calor e biologicamente não-degradáveis (MARIN; BORBA;
MÓDENES; OLIVEIRA; PASSAIA; FIGUEIREDO, 2015).

As indústrias têxteis são as principais responsáveis pela presença de corante no


meio ambiente, sendo que 60% da produção mundial é destinada para o
beneficiamento têxtil e, deste total, mais da metade é perdida como consequência
do processo e acaba sendo despejada nos efluentes da indústria (MARIN; BORBA;
MÓDENES; OLIVEIRA; PASSAIA; FIGUEIREDO, 2015).

A implementação da ISO 14000 (International Organization of Standardization) tem


como objetivo a conservação do meio ambiente, impondo um compromisso com a
proteção ambiental por partes dos produtores, resultando no desenvolvimento de
técnicas de tratamento destes efluentes. Os métodos mais utilizados para remoção
dos corantes englobam três categorias: métodos químicos, físicos e biológicos.
Dentre eles a adsorção em que se utilizam carvões ativados tem se mostrado um
método eficiente e de baixo custo (SCHIMMEL, 2008).

O carvão ativado é um material carbonáceo de origem natural cuja estrutura contém


uma grande quantidade de poros de diversos tamanhos que lhe conferem uma
elevada área superficial e consequentemente alta capacidade de retenção de
contaminantes dissolvidos (CLAUDINO, 2003).

Considerando a variabilidade dos efluentes têxteis no que tange parâmetros físico-


químicos, tais como temperatura e pH, este estudo teve como objetivo a avaliação
do efeito do pH da solução, da temperatura do sistema e da quantidade de carvão
ativado usado na remoção do corante aplicado no caso estudado.
3

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVOS GERAL

- Analisar a adsorção de azul de metileno, por carvão ativado, em diferentes meios


(ácido, básico, neutro), concentrações e temperaturas.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Desenvolver curva de calibração do Azul de Metileno no espectrofotômetro;


- Analisar a adsorção do azul de metileno em meio ácido, básico e neutro;
- Analisar a adsorção de azul de metileno em diferentes temperaturas;
- Analisar as soluções filtradas no espectrofotômetro.
4

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. ADSORÇÃO

Adsorção é uma operação unitária que representa a separação de componentes de


um meio para outro, por meio de transferência de massa, que acontece pela
afinidade que os componentes têm um com a outro. Essa transferência ocorre pela
migração do componente (adsorbato) da mistura para superfície do material
adsorvente (MATOS, 2015).

Os tipos de adsorção irão variar e serão classificados por meio da técnica utilizada,
podendo ser física, química ou por troca iônica. Apesar da variedade de tipos de
adsorção ela só é feita quando processos como cristalização, destilação,
evaporação, extração não possibilitam a separação das substancias desejadas
(MATOS, 2015).

3.1.1. Adsorção Física

Esse tipo de adsorção, também conhecida como fisissorção, é quando a adsorção


acontece pelas interações físicas entre o adsorbato e o adsorvente, em que o
primeiro se adere à superfície do segundo. Isso acontece através de forças de Van
der Waals, que por serem muito fracas são incapazes de formarem ligações
químicas (MATOS, 2015).

3.1.2. Quimissorção

Neste tipo de adsorção, diferente da fisissorção, formam-se ligações químicas entre


as partículas que serão adsorvidas e a superfície do adsorvente, geralmente
ligações covalentes (MATOS, 2015).
5

3.2. EFEITO DA TEMPERATURA

A temperatura é uma variável importante no processo de adsorção, visto que


temperaturas mais baixas em geral favorecem a adsorção física, enquanto as mais
altas beneficiar a adsorção química (TADINI; TELIS; MEIRELLES; FILHO, 2019).

Independentemente do tipo de adsorção, as concentrações de soluto nas duas fases


dependerão da temperatura. A curva que representará essa dependência será uma
isoterma. Isotermas de adsorção são equações matemáticas usadas para
representar, quantitativamente, a adsorção de soluto por sólidos a temperatura
constante (ALLEONI; CAMARGO; CASAGRANDE, 1998).

3.2.1. Isoterma de Langmuir

A isoterma de adsorção de Langmuir representa o equilíbrio entre a superfície da


solução e uma reação química reversível. A superfície adsorvente tem sítios
individuais fixos onde as moléculas de adsorbato podem fazer ligações químicas
(HOWE; HAND; CRITTENDEN; TRUSSELL; TCHOBANOGLOUS, 2016).

A derivação da isoterma de Langmuir supõe que cada lugar da adsorção possui a


mesma variação de energia livre e que só pode se ligar a uma molécula de
adsorbato, o que significa que permite o acumulo até a uma monocamada (HOWE;
HAND; CRITTENDEN; TRUSSELL; TCHOBANOGLOUS, 2016).

A expressão que representa essa isoterma é:

Qm × KL × Ce
Qe =
1+ Ce × Qm

Onde:
KL: constante de Langmuir que dá a capacidade de adsorção teórica na
monocamada (L.g-1);
Qm: constante relacionada com a energia de adsorção (L.mg -1);
Ce: concentração de adsorbato no equilíbrio (mg.L -1);
6

Qe: quantidade adsorvido por grama de adsorvente (mg.g -1).

3.3. EFEITO DO PH

Variações no pH podem afetar o processo de adsorção através da dissociação de


grupos funcionais presentes nos sítios ativos do adsorvente. A melhor condição de
pH para um mesmo tipo de absorbato dependerá do tipo de adsorvente utilizado
(MARIN; BORBA; MÓDENES; OLIVEIRA; PASSAIA; FIGUEIREDO, 2015).

3.4. MATERIAIS ADSORVENTES

Materiais adsorventes são aqueles que tem a função de ser a área de interação na
qual ocorre o acúmulo de substâncias. Essa interface pode ser do tipo gás-sólido,
solução-sólido, solução-gás e solução-solução (MATOS, 2015).

A vantagem de uma superfície sólido é que ela retém maio quantidade de


substâncias, mais ainda se possuírem alta porosidade. Os materiais adsorventes
mais utilizados são a alumina ativada, as argilas, a bauxita ativada, o carvão ativado,
o gel de sílica, as pastilhas deliquescentes, a peneira molecular e as resinas
(MATOS, 2015).

3.4.1. Carvão Ativado

O carvão ativado é um material que possui alta porosidade, é carbonoso e apresenta


forma microcristalina. É obtido a partir da queima de matérias orgânicas, geralmente
de certas madeiras, carvões minerais e cascas de coco (CLAUDINO, 2003).
7

Figura 1: Carvão ativado.

FONTE: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-801368910-carvo-ativado-po-origem-
vegetal-casca-de-coco-1kg-_JM

A queima é feita com pouco oxigênio e em temperaturas altas, porém, essa


temperatura não deve causar a queima total do material, a fim de que não perca a
sua porosidade interna e sim, aumente-a. A oxidação dos átomos de carbono pode
levar a porosidade do carvão de 10 m2/g para mais de 800 m2/g (CLAUDINO, 2003).

O carvão ativado pode ser utilizado em indústrias químicas, farmacêuticas e


alimentícias, na filtração no tratamento de águas ou gases, na medicina, dentre
outros locais (CLAUDINO, 2003). Ocorre em 2 etapas:

- CARBONIZAÇÃO PELA PIRÓLISE

A carbonização pela pirólise é a primeira etapa para a produção de carvão ativado,


onde ocorre tratamento térmico do material em temperaturas acima de 200ºC e em
atmosfera inerte, removendo gases leves e componentes voláteis, resultando em
uma massa contendo carbonos fixos e uma estrutura porosa primária. A taxa de
aquecimento, a temperatura final, o fluxo de gás de arraste e a natureza da matéria
prima são os fatores que determinam o rendimento e a qualidade do material
carbonizado (CLAUDINO, 2003).
8

- ATIVAÇÃO

Nesta etapa há o aumento da área superficial do material carbonizado através de


reações secundárias (CLAUDINO, 2003). Pode ser feita de 2 modos:

 Ativação Química

Nesse tipo de ativação, agentes desidratantes como ácido fosfórico, hidróxido de


potássio e cloreto de zinco são colocados no material antes de haver a
carbonização. Depois de serem carbonizados a temperaturas acima de 400ºC,
esses agentes são removidos por meio da extração, obtendo o carvão ativado
(CLAUDINO, 2003).

 Ativação Física

Nessa ativação, há a reação do carvão carbonizado com gases que contenham


oxigênio combinado com comportamento de agentes oxidantes na temperatura de
800 a 1000ºC (CLAUDINO, 2003).
9

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.1. MATERIAIS

- Espectrofotômetro: Absorção de Azul de Metileno (AM): 661nm;


- Solução de Azul de metileno 0,1 g.L-1;
- Solução de Azul de metileno 50 mg.L-1;
-
Solução de Azul de metileno 200 mg.L-1;
- Solução de ácido clorídrico (HCl) 1,0 mol.L-1;
- Solução de hidróxido de sódio (NaOH) 1,0 mol.L -1;
- Carvão ativado (CA) em pó;
- Banhos atmosféricos (30°C e 40°C);

4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

4.2.1. Parte 1

1. Pesou-se dois grupos de 100, 150 e 200 mg de carvão ativado e colocou-se em


cada frasco Erlenmeyer,
2. Cada grupo pesado foi colocado em banho atmosférico na temperatura de 30°C e
40°C;
3. Adicionou-se, simultaneamente, 50 mL de azul de metileno 200 mg.L -1 em cada
Erlenmeyer contendo carvão ativado.
4. Transferiu-se a suspensão para uma proveta de 1000 mL;
5. Cronometrou-se o tempo após a adição da solução
6. Adicionou-se 3 a 4 gotas de HCl 1,0 mol.L-1 em cada um dos frascos;
7. Tampou-se os Erlenmeyer com filme plástico e deixou-os no banho térmica
especificado por 30 minutos;
8. Depois dos 30 minutos filtrou-se as soluções, separadamente, e analisou-as no
espectrofotômetro;

4.2.2. Parte 2

1. Pesou-se 100 mg de carvão ativado e colocou-se em um Erlenmeyer;


10

2. Fez-se a triplicata;
3. Adicionou-se 50 mL solução de azul de metileno 50 mg.L -1 em cada um dos 3
frascos
4. Ajustou-se o pH em um dos fracos para 3~4 e no outro para 11~12;
5. Agitou-se os 3 frascos, simultaneamente, e observou-se o fenômeno de adsorção.

4.2.3. Parte 3

1. Preparou-se soluções de azul de metileno nas concentrações de 0; 2,5; 5,0; 10,0;


20,0; 30,0; 40,0; 50,0 mg.L-1.
2. Desenvolveu-se a curva de calibração do azul de metileno no espectrofotômetro;
11

5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISE

5.1. PARTE 1: ADSORÇÃO DE ACORDO COM A TEMPERATURA

As massas de carvão ativado em suas respectivas quantidades juntamente com o


volume de azul de metileno especificado no experimento foram adicionadas em cada
Erlenmeyer. Em seguida, 3 gotas de HCl (ácido clorídrico) foram adicionadas em
cada frasco e as soluções foram aquecidas em 2 temperaturas diferentes,
resultando em 6 análises, 3 em cada temperatura.

Primeiro foi feito o experimento na temperatura de 40ºC. Metade da massa de


carvão ativado, especificada na Tabela 1, foi colocado no Erlenmeyer com o azul de
metileno e o ácido clorídrico e foram aquecidos, porém, o tempo estava ficando
extenso para que a adsorção do azul de metileno pudesse ser enxergada, passando
dos 35 minutos, portanto, a mesma quantidade de massa foi adicionada ao
experimento, obtendo, assim, uma adsorção em um tempo menor.

Com o experimento da primeira temperatura concluído iniciou-se outro para a


temperatura de 30ºC em que, a massa foi adicionada por inteiro no início do ensaio,
obtendo um tempo em torno de 3 a 4 minutos para a adsorção do azul de metileno
da solução.

Após essa etapa, as soluções dos frascos foram filtradas e levadas para o
espectrofotômetro para análise de cor. De acordo com o comprimento de onda de
absorção do azul de metileno, λ = 661 nm, os filtrados foram analisados para
identificar a concentração de azul de metileno ainda presente na solução, para
depois avaliar em qual temperatura foi mais eficiente.

No espectrofotômetro, as amostras de cada filtrado foram analisadas e obteve-se,


então, o valor da concentração de azul de metileno em cada amostra, como mostra
a Tabela 1.
12

Tabela 1: Dados do experimento de adsorção para cada temperatura e massa de carvão de


ativado.
T (ºC) mCA (g) CAM (g× mL-1)
0,1031 15,88
40 0,1502 2,44
0,2015 0,27
0,1002 29,28
30 0,1519 20,18
0,2093 1,0

De acordo com os resultados obtidos na Tabela 1, pode-se observar que na


temperatura de 40ºC houve maior eficiência de adsorção devido a concentração de
azul de metileno na solução ter apresentado um valor inferior comparado à
temperatura de 30ºC.

Pode-se observar também que, o tempo em que foi deixado o carvão ativado em
contado com o azul de metileno foi pequeno, e, mesmo assim, boa parte do azul foi
adsorvido, concluindo, com isso, que com um maior tempo a quantidade adsorvida
seria maior.

Além disso, a quantidade de carvão ativado é outro fator relevante que afeta a
eficiência de adsorção. Com a adequação feita no experimento em que, foi
adicionado mais carvão ativado para diminuir o tempo de adsorção, pôde-se inferir
que quanto maior a quantidade de adsorvente mais adsorbato será adsorvido,
devido a maior área superficial disponível.

Para analisar e verificar qual modelo melhor se encaixa nesse experimento, foi
necessário calcular a quantidade que foi adsorvida. Esse cálculo é feito de acordo
com a Equação 1.

C0 - Ce
qe = ×V (1)
m

Onde:
q e: quantidade adsorvida por quantidade do adsorvente (kg.kg -1);
13

C0: concentração do adsorbato no início (kg.m -3);


Ce: concentração do adsorbato no final (kg.m -3);
m: massa de carvão ativado (kg);
V: volume de solução (m3).

Tabela 2: Dados experimentais juntamente com o valor de qe calculado.


mCA CAM (inicial) ( CAM (final) ( V qe
T (ºC)
(mg) mg× L-1) mg× L-1) (L) (g × g -1)
103,1 15,88 0,08929
40 150,2 2,44 65,7656
201,5 0,27 49,5608
200 0,050
100,2 29,28 85,1896
30 151,9 20,18 59,1903
209,3 1,0 47,5394

5.1.1. Modelo de isoterma de Langmuir

O modelo de Langmuir é descrito pela Equação 2.

qmáx × k L
qe = (2)
1+ ( k L × Ce )

Linearizando a Equação 2, obtêm-se a Equação 3.

Ce Ce 1
= + (3 ¿
q e q máx q máx × k L

Onde:
q máx: constante relacionada com a energia de adsorção (L.mg -1);
k L : constante de Langmuir que dá a capacidade de adsorção teórica na
monocamada (L.g-1).
14

Figura 2: Gráfico da isoterma de Langmuir para a temperatura de 40ºC.


200
180
160 f(x) = 12.04 x − 15.32
R² = 0.98
140
Ce/qe 120
100
80
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Ce

Figura 3: Gráfico da isoterma de Langmuir para a temperatura de 30ºC.


0.4
f(x) = 0.01 x + 0.03
0.35 R² = 0.91
0.3

0.25
Ce/qe

0.2

0.15

0.1

0.05

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Ce

5.1.2. Modelo de isoterma de Freundlich

O modelo de Freundlich é descrito pela Equação 4.

1
n
q e = k F × Ce (4)

Linearizando a Equação 4, obtêm-se a Equação 5.

ln q e = ln k F + (1n × ln C ) e (5)
15

Onde:
k F : constante de Freundlich que dá a capacidade de adsorção teórica na
monocamada (L.g-1).

Figura 4: Gráfico da isoterma de Freundlich para a temperatura de 40ºC.


5
f(x) = − 1.5 x + 3.07
R² = 0.67 4

2
ln qe

0
-2 -1 0 1 2 3 4
-1

-2

-3
ln Ce

Figura 5: Gráfico da isoterma de Freundlich para a temperatura de 30ºC.


4.5
4.4
4.3
f(x) = 0.13 x + 3.84
4.2 R² = 0.71
4.1
ln qe

4
3.9
3.8
3.7
3.6
3.5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4
ln Ce

Com os valores encontrados na Tabela 2 foi possível plotar os gráficos


representados pelas Figuras 1, 2, 3 e 4, em que foram traçadas suas respectivas
linhas de tendência. O coeficiente de linearidade (R²) indica o quanto a curva plotada
se encaixa no modelo analisado. Com isso, é possível constatar que o modelo de
isoterma de Langmuir é o melhor que descreve o experimento feito em ambas as
16

temperaturas. Obtêm-se, assim, a Equação 6 que representa esse modelo para a


temperatura de 40ºC e a Equação 7 para a temperatura de 30ºC.

y=12,041×x-15,32

-0,06527
qe = (6)
1-0,7859× Ce

y=0,0122×x+0,0296

33,7838
qe = (7 )
1+0,4122× Ce

5.2. PARTE 2: ADSORÇÃO DE ACORDO COM O PH

Nessa parte do experimento, foi feita a análise de qual meio favorece a adsorção, o
meio neutro, ácido ou básico. Em um dos frascos foi adicionado ácido clorídrico
(HCl), sendo o meio ácido, e no outro hidróxido de sódio (NaOH), sendo o meio
básico. No meio neutro nada foi adicionado. Em seguida, os 3 frascos foram
agitados, obtendo as observações da Tabela 2.

Tabela 3: Observações da adsorção com os diferentes meios.


pH Observações
Ácido Maior eficiência
Neutr
Eficiente
o
Básic
Menor eficiência
o

O meio ácido foi o meio mais eficiente, ou seja, foi o que adsorveu maior quantidade
de azul de metileno no mesmo intervalo de tempo e a uma mesma temperatura.
Esses resultados foram analisados apenas de forma visual.
17

5.3. PARTE 3: DADOS DA CURVA DE CALIBRAÇÃO

Essa parte do experimento plota a curva de calibração do azul de metileno que será
utilizada para encontrar as concentrações dessa substância nas soluções onde
ocorreu adsorção. Foram preparadas diferentes concentrações de azul de metileno,
como mostra a Tabela 3. No espectrofotômetro, a absorbância de cada uma delas
foi medida, no comprimento de onda ideal para ela, ou seja, λ = 661 nm.

Tabela 4: Dados para confecção da curva de calibração.


Absorbânci
CAM (mg× L-1)
a
1 - -
2 2,4 0,273
3 5 0,547
4 10 1,114
5 20 2,012
6 30 2,811
7 40 3,243
8 50 5,564

Plotando um gráfico com os valores da Tabela 4, obtêm-se a Figura 6, a curva de


calibração do azul de metileno.

Figura 6: Curva das concentrações de azul de metileno.


6

5
f(x) = 0.1 x − 0
R² = 0.96
4
Absorbância

0
0 10 20 30 40 50 60
Concentração (mol/L)

Observa-se que os dados para as duas últimas concentrações destoaram um pouco


da reta, devido a Lei de Beer ter suas limitações em altas concentrações, portanto,
18

os dois últimos pontos foram eliminados, obtendo a Figura 7, com um coeficiente de


determinação (R2) mais satisfatório.

Figura 7: Curva das concentrações de azul de metileno eliminando os dois últimos pontos.
3
f(x) = 0.09 x + 0.07
2.5 R² = 1

2
AbsorbÂncia

1.5

0.5

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Concentração (mol/L)

Com a equação linear para a solução de azul de metileno é possível calcular as


absorbâncias ou concentrações de uma determinada amostra.
19

6. CONCLUSÃO

Neste trabalho avaliou-se o efeito do pH da solução e da temperatura do sistema na


remoção de azul de metileno por meio do carvão ativado. Também, foi analisado
qual modelo de isoterma melhor representa os resultados obtidos.

Os gráficos dos modelos de isoterma de adsorção foram plotados apenas com três
pontos, o que não fornece uma análise adequada para o experimento, portanto, os
resultados obtidos para os modelos analisados não podem ser conclusivos. Porém,
considerando o maior coeficiente de correlação (R 2), o modelo de Langmuir é o que
melhor descreve os resultados experimentais.

Em relação ao efeito da temperatura na adsorção, conclui-se que temperaturas


elevadas favorecem a adsorção química, aumentando a capacidade de adsorção do
carvão ativado, assim como afirma a literatura. Quanto ao pH, conclui-se que o meio
ácido, para essa escolha de adsorvente e adsorbato, foi o meio que proporcionou
maior eficiência de adsorção.

Com os resultados obtidos nos experimentos pode-se concluir que, a adsorção de


azul de metileno com o uso do carvão ativado foi bastante eficiente, pois,
visualmente, as amostras apresentaram uma cor azulada fraca e pela análise feita, a
concentração dessa substância teve uma grande redução. Dessa forma, sugere-se
que tal adsorvente pode ser utilizado com alta eficiência na remoção de azul de
metileno em soluções.
20

7. REFERÊNCIAS

ALLEONI, L. R. F.; CAMARGO, O. A.; CASAGRANDE, J. C.. Isotermas de


Langmuir e de Freundlich na descrição da adsorção de boro em solos
altamente intemperizados. Acesso em 15 de maio de 2019. Disponível em
<https://www.researchgate.net/profile/Luis_Alleoni/publication/26365035_Isotermas_
de_langmuir_e_de_freundlich_na_descricao_da_adsorcao_de_boro_em_solos_alta
mente_intemperizados/links/5a8dc05ca6fdcc808c0f091f/Isotermas-de-langmuir-e-
de-freundlich-na-descricao-da-adsorcao-de-boro-em-solos-altamente-
intemperizados.pdf>

CLAUDINO, Andréia. Preparação de carvão ativado a partir de turfa e sua


utilização na remoção de poluentes. Acesso em 15 de maio de 2019. Disponível
em <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/86346/192226.pdf?
sequence=1&isAllowed=y>

HOWE, Kerry J.; HAND, David W.; CRITTENDEN, John C.; TRUSSELL R. Rhodes;
TCHOBANOGLOUS, George. Princípios de tratamento de água. São Paulo:
Cengage, 2016.

MARIN, Pricila; BORBA, Carlos Eduardo; MÓDENES, Aparecido Nivaldo; OLIVEIRA


Silvia Priscila Dias de; PASSAIA, Nathalia; FIGUEIREDO, Lucas S.. Avaliação do
efeito da temperatura, pH e granulometria do adsorvente na adsorção do
corante azul reativo 5G. Acesso em 15 de maio de 2019. Disponível em
<periodicos.uff.br/engevista/article/download/9006/6476>

MATOS, Simon Pires de. Operações unitárias: fundamentos, transformações e


aplicações dos fenômenos físicos e químicos. 1ª ed. São Paulo: Érica, 2015.

SCHIMMEL, Daiana. Adsorção dos corantes reativos azul 5G e azul turquesa


QG em carvão ativado comercial. Acesso em 15 de maio de 2019. Disponível em
<http://tede.unioeste.br/bitstream/tede/1879/1/Daiana%20Schimmel.pdf>
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TADINI, Carmen Cecilia; TELIS, Vânia Regina Nicoletti; MEIRELLES, Antonio José
de Almeida; FILHO, Pedro de Alcântara Pessoa. Operações unitárias na indústria
de alimentos. Rio de Janeiro: LTC, 2019.

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