Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COORDENAÇÃO DE QUÍMICA
RELATÓRIO
"RECRISTALIZAÇÃO DO ACIDO SALICILICO E DETERMINAÇÃO DO
PONTO DE FUSÃO DA AMOSTRA RECRISTALIZADA”
08.05.2022
SALVADOR - BAHIA
Página 1 de 14
SUMÁRIO
1. Objetivos..............................................................................................................pág. 4
1.1. Objetivos Gerais................................................................................................pág. 4
1.2. Objetivos Específicos........................................................................................pág. 4
2. Introdução Teórica................................................................................................pág. 4
2.1. Recristalização...................................................................................................pág. 4
2.2. Solvente Ideal....................................................................................................pág. 5
2.3. Impurezas e Carvão Ativo..................................................................................pág. 5
2.4. Cristais...............................................................................................................pág. 6
2.5. Ponto de Fusão..................................................................................................pág. 6
3. Parte Experimental...............................................................................................pág. 7
3.1. Matérias e Vidrarias...........................................................................................pág. 7
3.2. Reagentes...........................................................................................................pág. 7
3.3. Metodologia.......................................................................................................pág. 8
3.4. Procedimento.....................................................................................................pág. 8
3.4.1. Ensaio de Solubilidade...................................................................................pág. 8
3.4.2. Recristalização................................................................................................pág. 8
3.4.3. Determinação do Ponto de Fusão do Ácido Salicílico....................................pág. 9
3.5. Resultados e Discussão......................................................................................pág. 9
3.5.1. Escolha do Solvente........................................................................................pág. 9
3.5.2. Determinação do Rendimento.........................................................................pág. 12
3.5.3. Determinação do Grau de Pureza da Amostra Recristalizada..........................pág. 13
4. Conclusão...............................................................................................................pág. 13
5. Referências.............................................................................................................pág. 14
Página 2 de 14
APRESENTAÇÃO
Este relatório descreve a visita técnica feita pelo aluno(a) Ana Beatriz Rocha de Oliveira,
aluno do curso de química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia,
no âmbito da parte experimental da disciplina de Química Orgânica Prática durante a 1ª
unidade do ano de 2023 I.
Página 3 de 14
1. Objetivos
1.1. Objetivos Gerais
- Purificar o Ácido Salicílico pelo método de recristalização.
2. Introdução Teórica
2.1. Recristalização
Muitas sínteses orgânicas produzem sólidos como produtos finais, que muitas vezes são
contaminados por subprodutos ou resíduos de reagentes. A purificação desses sólidos
orgânicos é realizada principalmente por recristalização, que é o método mais utilizado em
laboratório e na indústria. (DIAS, Ayres Guimarães. Guia Prático De Química Orgânica. Rio
de Janeiro: Interciência, 2004. 1 v. 43 p.)
A recristalização é baseada em diferenças na solubilidade de sólidos em um solvente ou
mistura de solventes. A recristalização envolve a cristalização de um sólido com base em sua
solubilidade em um determinado solvente.
As técnicas de purificação mais comuns são extração, recristalização, destilação e
cromatografia. As técnicas comumente usadas para purificar sólidos em larga escala são:
recristalização, extração e sublimação. As técnicas cromatográficas também são muito
eficazes, porém, o primeiro método tentado é a recristalização devido ao seu baixo custo e
simplicidade. (FORTES, Carlos Camiza. Manual de Química Experimental. Brasil: Universa,
2003. 90 p.)
Normalmente, na purificação de sólidos, a propriedade mais comumente explorada é a
solubilidade, mas outras propriedades físicas, como densidade, ponto de fusão e propriedades
magnéticas, também podem ser usadas.
É bem conhecido que a maioria das substâncias sólidas são solúveis em pelo menos um
líquido, e muitas delas são solúveis em vários solventes. Embora nenhuma substância seja
completamente insolúvel em relação a qualquer líquido, algumas substâncias são praticamente
insolúveis.
Essa propriedade de como um composto se dissolve, seja mais fácil ou mais difícil de
dissolver, é chamada de coeficiente de solubilidade. Devido a esse comportamento pelo qual
diferentes substâncias podem existir em relação ao mesmo solvente, várias substâncias
presentes em uma mistura podem ser separadas por um método de purificação por
recristalização.
Página 4 de 14
2.2. Solvente Ideal
A etapa mais importante no processo de recristalização é a escolha do solvente. Certas
propriedades deste solvente levarão ao sucesso desta técnica. Entre elas, a primeira é que o
composto deve ser pouco solúvel ou quase insolúvel no solvente quando está frio, mas é
extremamente solúvel quando está quente. (DIAS, Ayres Guimarães. Guia Prático De
Química Orgânica. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. 1 v. 43 p.)
Isso é necessário para que, após o aquecimento da solução, quando o líquido esfria, se
formem cristais que, de outra forma, não seriam capazes de recristalizar. O segundo requisito
é que o solvente não possa reagir com o soluto, caso contrário, o produto será perdido.
O terceiro requisito é que as impurezas sejam frias ou insolúveis para que o produto final seja
o mais puro possível. Outro ponto importante é que o ponto de ebulição deve ser inferior ao
ponto de fusão do sólido a ser purificado. Além disso, deve ser facilmente removido dos
cristais isolados em busca de maiores rendimentos de produtos recristalizados.
Entre outras coisas, deve ter baixa toxicidade, baixo custo e, preferencialmente, não ser
inflamável. Se não for conhecido um solvente adequado para a recristalização do sólido, será
necessário um teste de solubilidade do solvente de recristalização. O procedimento é realizado
colocando aproximadamente 0,1 g de sólido em um tubo de ensaio e adicionando 1 mL de
solvente à temperatura ambiente.
Se os sólidos estiverem solubilizando, o solvente não é adequado. Se o sólido não se dissolver
no solvente, o tubo deve ser aquecido com agitação constante. Uma vez que a dissolução
tenha ocorrido, este solvente é suficiente para a recristalização. Finalmente, um solvente é
considerado ideal se o tubo for resfriado a 5°C e ocorrer cristalização. (FORTES, Carlos
Camiza. Manual de Química Experimental. Brasil: Universa, 2003. 91 p.)
Vale ressaltar que em muitos casos o solvente sozinho não é suficiente para a recristalização.
Neste caso, podem ser utilizadas misturas de solventes miscíveis. Esses solventes mistos são
usados principalmente quando uma substância tem alta solubilidade em um dos solventes e
baixa solubilidade no outro.
2.3. Impurezas e Carvão Ativo
A presença de impurezas em um sólido branco pode ser indicada por sua cor, embora nem
sempre seja esse o caso. Entretanto, a coloração escura de um produto possivelmente está
relacionada à presença de uma impureza. Em geral, essas impurezas coloridas, bem como
substâncias resinosas ou outras indesejáveis, podem ser removidas pelo tratamento da
substâncias sub-recristalização com carvão ativo. (DIAS, Ayres Guimarães. Guia Prático De
Química Orgânica. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. 1 v. 47 p.)
A superfície do carvão ativado é projetada para absorver as impurezas. Isso se deve às
inúmeras ligações múltiplas e heteroátomos presentes, sendo a maioria dos últimos átomos de
oxigênio. Esses átomos existem na forma de grupos hidroxila, permitindo que eles interajam
com as impurezas criando ligações de hidrogênio.
Para evitar qualquer projeção da mistura, é importante adicionar carvão ativo logo no início
da recristalização. Adicioná-lo à solução quente pode resultar em resultados indesejados. A
quantidade de carvão ativo empregada deve ser 1% da massa do peso dos cristais, pois o uso
Página 5 de 14
excessivo desse material pode levar ao seu agregamento no produto fazendo com que os olhos
brancos ou amarelos possuam a cor acinzentada.
2.4. Cristais
Ao utilizar um solvente apropriado com baixa temperatura, o material a ser dissolvido tem
solubilidade reduzida, permitindo o crescimento de cristais. Esse acúmulo gradual de
camadas produz um produto final puro, com quaisquer impurezas permanecendo em solução.
Se o processo de resfriamento for acelerado, no entanto, os cristais resultantes serão
pequenos, amorfos e impuros. (DIAS, Ayres Guimarães. Guia Prático De Química Orgânica.
Rio de Janeiro: Interciência, 2004. 1 V. 94p.)
As impurezas se infiltram na estrutura cristalina através da adsorção da solução, resultando
em impureza cristalina. Cristais puros, bem definidos e grandes podem ser obtidos por
resfriamento lento. No entanto, a recristalização lenta raramente é usada na prática. Em vez
disso, recomenda-se realizar várias recristalizações para atingir o nível de pureza desejado.
Para alcançar a purificação ideal, várias recristalizações podem ser necessárias. Embora esse
processo aumente a pureza do produto final, ele pode levar a uma diminuição no rendimento.
Durante o processo de recristalização, às vezes não se forma um sólido cristalino, mas resulta
em duas fases líquidas separadas, incluindo um líquido oleoso. Este fenômeno é mais
provável de ocorrer com substâncias que têm um baixo ponto de fusão. (DIAS, Ayres
Guimarães. Guia Prático De Química Orgânica. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. 1 V. 92 p.)
Para remediar esse problema e estimular a recristalização, uma pequena quantidade de
solvente adicional pode ser adicionada à mistura e aquecida antes de permitir que esfrie
espontaneamente. Quando as gotas de óleo se formam novamente, a mistura é misturada
vigorosamente para dispersar o óleo na solução, levando à formação de cristais ao longo do
tempo. (DIAS, Ayres Guimarães. Guia Prático De Química Orgânica. Rio de Janeiro:
Interciência, 2004. 1 v. 94 p.)
Página 6 de 14
As impurezas no arranjo cristalino dos sólidos são frequentemente vistas como causadoras de
uma diminuição no ponto de fusão de uma substância devido a uma deficiência nas forças de
interações entre as moléculas, essa característica pode ser empregada para avaliar o grau de
pureza de uma substância, ou se duas substâncias com o mesmo ponto de fusão são o mesmo
composto. (FORTES, Carlos Camiza. Manual de Química Experimental. Brasil: Universa,
2003. 60 p.)
3. Parte Experimental
3.1. Matérias e Vidrarias
Tabela 1 – Matérias e Vidrarias utilizados na prática de recristalização do Ácido Salicílico.
Matérias e Vidrarias Quantidade Capacidade (mL)
Tubo de ensaio 6 -
Balança analítica 1 -
Funil de buncher 1 -
Erlenmeyer 2 250
Kitassato 1 -
Vidro de relógio 1 -
Estufa 1 -
Placa de aquecimento 1 -
Suporte universal 1 -
Bomba de vácuo 1 -
Espátula 1 -
Barra magnética 1 -
Conta-gotas 1 -
Proveta 1 100
Funil 1 -
Papel de filtro pregado 1 -
Béquer 1 50
Fonte: Autor.
Página 7 de 14
3.2. Reagentes
Tabela 3 – Regentes utilizados na prática de recristalização do Ácido Salicílico.
Reagente Quantidade Concentração (%)
Ácido Salicílico - C7H603 1,982 g 99
Acetona - C3H6O 1,00 mL 99,5
Etanol - C2H6O 1,00 mL 99,5
Hexano - C6H14 1,00 mL 85
Acetato de Etila - C4H8O2 1,00 mL 99,5
Diclorometano - CH2Cl2 1,00 mL 99,9
Álcool Isopropílico - 1,00 mL 98,8
C3H8O
Água Destilada - H2O 101,00 mL -
Fonte: Autor.
3.3. Metodologia
Com o objetivo geral de purificar o ácido salicílico para obter o melhor rendimento possível, a
técnica utilizada foi a recristalização. Este método é baseado na diferença de solubilidade
entre o produto puro e as impurezas, assumindo que a solubilidade da maioria das substâncias
aumenta com o aumento da temperatura. O solvente considerado ideal com base em
experimentos comparativos e suas propriedades foi a água. A solução foi submetida a
mudanças de temperatura até a formação de cristais. A filtração a vácuo foi realizada para
remover os cristais.
3.4. Procedimento
3.4.1. Ensaio de Solubilidade
Uma pequena quantidade de cerca de 0,1 g de ácido salicílico sólido foi colocada em um total
de 6 tubos de ensaio, e 1 ml de solvente foi adicionado a cada um e agitado. Os solventes
usados foram hexano, acetato de etila, acetona, diclorometano, álcool isopropílico e água.
Para solventes que não dissolverem o soluto a frio, o comportamento dos sólidos em solventes
quentes deve ser observado aquecendo suavemente o tubo até a ebulição em banho-maria. Se
a substância permanecer insolúvel ou parcialmente solúvel, adicionar até 3 mL de solvente e
observar os resultados. O único solvente que dissolver a substância ao aquecer e quase não
dissolver, ao resfriar foi resfriado lentamente e observou-se a formação de cristais.
Página 8 de 14
3.4.2. Recristalização
1,9820 g de material a ser purificado foram colocados em um Erlenmeyer de 250 mL.
Acrescentou-se 100 mL do solvente escolhido e à barra magnética. A mistura foi aquecida em
uma placa de aquecimento até que o solvente fervesse e a amostra se dissolvesse. Enquanto
isso, aqueceu-se também um funil apoiado no béquer para a filtração a quente. Um papel de
filtro pregueado foi feito de acordo com as instruções do professor.
Com o sistema totalmente montado, a solução em ebulição foi despejada rapidamente no
centro do papel de filtro. O filtrado foi colocado em um béquer pré-aquecido e coberto com
um vidro de relógio até esfriar. Os cristais foram filtrados e secos por cerca de 1 semana.
Depois de secos, os cristais foram pesados e o rendimento do processo foi calculado.
Página 9 de 14
Fonte: Autor.
Página 10 de 14
um lado polar, sendo então possível a formação de ligações de hidrogênio com o acetato de
etila e a acetona.
Já para o álcool isopropílico (Imagem 1) que possui o grupo hidroxila (O-H), faz ser possível
a formação de ligações de hidrogênio com o grupo carbonila (C=O) do ácido salicílico.
Imagem 1 – Ensaio de solubilidade do Ácido Salicílico com o Solvente Álcool Isopropílico.
Fonte: Autor.
Página 11 de 14
formação de interações intermoleculares, resultando da insolubilidade do solvente. O ácido
salicílico apesar de conseguir formar ligações de hidrogênio, por conta de sua grande cadeia
se tornar grande parte da molécula. As forças de dispersão de London que mantém as
moléculas unidas aumentam com o crescimento do tamanho da molécula, o que leva,
geralmente a um decréscimo na solubilidade. Por isso a energia necessária para romper a
ligação solvente-solvente, ocasionando a insolubilidade.
Página 12 de 14
Fonte: Autor.
O peso do papel de filtro utilizado na filtração à vácuo foi de 2,210 g, após a filtração dos
cristais o papel foi pesado novamente para calcular o rendimento. Obtendo-se 1,480 g da
amostra ao final da recristalização.
1 158°C - 160
2 157°C - 160
Fonte: Autor.
4. Conclusão
Todos os objetos foram alcançados ao final da prática, o Ácido Salicílico foi purificado pelo
método de recristalização. O solvente ideal para a recristalização do ácido também foi
escolhido a partir de critérios como interação intermoleculares, solubilidade, polaridade e
estrutura do solvente.
Tanto a pureza, quanto o rendimento da amostra foram satisfatórios, já que a partir do ponto
de fusão foi possível concluir que amostra tinha um certo grau de pureza e ao final foi obtido
um rendimento considerável bom.
5. Referências
BROWN, Theodore L.. Química a Ciência Central. 13. Ed. .: Pearson & Artmed, 2016.
CHANG, Raymond. Química Geral: Conceitos Essenciais. 4. Ed. São Paulo: AMGH, 2010.
DIAS, Ayres Guimarães. Guia Prático De Química Orgânica. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. 1 v.
LEE, John David. Química Inorgânica: Um novo texto conciso. 3. Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 1980.
LOPES, Edeilza. Manual de Laboratório: Química Orgânica- Prática Parte 1. Salvador: IFBA, 2023. P. 12-17.
Página 14 de 14