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OXIGÊNIO E NITROGÊNIO
Considerações gerais
O oxigênio e nitrogênio são os primeiros elementos do grupo 16 e 15 da tabela periódica,
respectivamente. Ambos, na sua forma elementar, apresentam-se como moléculas diatômicas com
fórmula O2 e N2. Em condições normais de pressão e temperatura, ambos, são gases incolores,
inodoros e insípidos. O oxigênio, tanto em estado líquido como em estado sólido, tem uma
coloração ligeiramente azulada e, em ambos os estados, é paramagnético, ou seja, é atraído por um
ímã. O nitrogênio é incolor e diamagnético.
O gás oxigênio e nitrogênio são os principais constituintes do ar atmosférico. Retirando-se
do ar os gases nobres, o gás carbônico e a água nele contida, cerca de 78% do volume restante
cabem ao nitrogênio e 21% ao oxigênio. Apesar de serem utilizados desde muito tempo, uma vez
que são de grande importância para vida, somente no século XVIII que químicos e outros cientistas
aprenderam a capturar e armazenarem os gases. Com o domínio dessas técnicas, tornou-se possível
isolar vários gases e estudar suas propriedades químicas e físicas. Foi nesse período que os gases
oxigênio e nitrogênio foram descobertos. O gás oxigênio foi descoberto pelo farmacêutico sueco
Carl Wilhelm Scheele em 1772, por meios do aquecendo do óxido de mercúrio (1) e diferentes
sais de nitrato. Em um experimento semelhante em 1774 o britânico Joseph Priestley, focando a
luz solar num tubo contendo óxido de mercúrio encontrou um gás que aumentava o brilho da luz
de uma vela.
HgO Hg + ½ O2 (1)
Estrutura molecular do O2 e do N2
O modelo de ligação que melhor explica as propriedades das moléculas de oxigênio e
nitrogênio é descrito pela teoria dos orbitais moleculares (TOM). Nessa teoria, os orbitais
moleculares são formados pela sobreposição dos orbitais atômicos com energia e simetria
apropriadas e são representados por diagramas de energias que fornecem informações como:
estabilidade termodinâmica, propriedades magnéticas e espectroscopia. Para as moléculas de O2 e
N2 o diagrama de energia dos orbitais moleculares pode ser representado como na figura 2.3.1. A
energia relativa dos orbitais permite escrever a configuração do estado fundamental para o N 2,
(1)2(2*)2(1)4(3)2, que consiste com a observação diamagnética da molécula.
O modelo prediz que a molécula de nitrogênio (N2) tem três ligações, sendo uma e duas
, o que é confirmado pela sua elevada energia de ligação 942 kJ mol-1 e curta distância de ligação
de 1,10 Ǻ. A estrutura de Lewis de N2 (2) é descrita com três ligações e dois pares isolados, que
em termos da TOM os dois pares isolados correspondem às configurações (1 e 2*) e as três
ligações corresponde a dois orbitais , (1), e um orbital (3).
O3 O2 + O
Outro alótropo bem mais raro do oxigênio é o tetroxigênio, O4, que já tinha sua existência
sugerida desde 1900, mas só foi identificado em 2001 pela equipe do Professor F. Cacace da
Universidade de Roma [1]. A estrutura do O4 não foi resolvida, mas a equipe sugere duas
moléculas de O2 fracamente ligadas por forças de dispersão de dipolo induzido, na forma de dois
halteres alinhados, formando um quadrado (figura 2.3.3).
Papel biológico do O2 e N2
Tanto o O2 quanto o N2 têm associações imprescindíveis a vida na Terra. Ambos participam
em diferentes processos biológicos: na respiração, na estrutura, na composição e em reações das
mais várias. O nitrogênio é removido da atmosfera e depositado na superfície da Terra,
principalmente, por bactérias fixadoras de nitrogênio especializadas, e por meio de descargas
elétricas provocadas pelas tempestadas e precipitando na forma de óxido de nitrogênio. O oxigênio
é trocado entre a atmosfera e a vida através dos processos de fotossíntese e respiração. Toda essa
dinâmica é observada no ciclo do O2 e do N2.
Ciclo do O2
A concentração elevada de gás oxigênio na atmosfera da Terra é o resultado do ciclo do
oxigênio. Este ciclo biogeoquímico descreve a circulação de oxigênio no interior e entre os seus
três principais reservatórios da Terra: a atmosfera (os gases que envolvem a superfície da Terra),
a biosfera (os organismos vivos e o seu ambiente próximo) e a litosfera (a parte sólida exterior da
terra). As três principais fontes não vivas de átomos de oxigênio para os seres vivos são, portanto,
gás oxigênio (O2), gás carbônico (CO2) e água (H2O). As três moléculas estão constantemente
trocando átomos de oxigênio entre si, durante os processos metabólicos da biosfera.
O O2 é utilizado na respiração aeróbica das plantas e animais. Nesse processo, átomo de
oxigênio combina-se com átomos de hidrogênio, formando moléculas de água. A água formada
na respiração, chamada água metabólica é, em parte, eliminada para o ambiente através da
transpiração e da excreção. Dessa forma, seu átomo de oxigênio acaba incorporado à matéria
orgânica e podem voltar à atmosfera pela respiração e pela decomposição do organismo, que
produzem água e gás carbônico.
O CO2 atmosférico (também chamado de gás carbônico) é utilizado no processo de
fotossíntese. O carbono e o oxigênio presentes no gás carbônico passam a fazer parte da matéria
orgânica do vegetal, e tanto a respiração como a decomposição dessa matéria orgânica restituirão
o oxigênio à atmosfera, na forma de água e gás carbônico. A água utilizada pelas plantas na
fotossíntese é quebrada, e seus átomos de oxigênio são liberados para a atmosfera na forma de O 2.
Ciclo do N2
O nitrogênio da atmosfera não pode ser usado diretamente por plantas ou animais e deve
ser convertido para um estado de oxidação reduzido, a fim de ser útil para as plantas superiores e
animais. Precipitação de chuva geralmente contém quantidades substanciais de sulfato e nitrato de
amônio, produto da reação do nitrogênio com componentes do atmosférico pela ação de raios e
outros fenômenos elétricos. No entanto, a maior concentração de nitrogênio disponível para as
plantas é produzida por bactérias específicas (por exemplo, Trifolium Rhizobium), que possuem
enzimas nitrogenase que podem fixar o nitrogênio atmosférico formando íon amônio, que é
quimicamente útil para os organismos superiores. A maioria das plantas obtém o nitrogênio
necessário ao seu crescimento através do nitrato, que é obtido pela oxidação da amônia num
processo conhecido com nitrificação. Os animais recebem o nitrogênio que necessitam através das
plantas e de outra matéria orgânica, tal como outros animais (vivos ou mortos)
Referências
1. F. Cacace, G. de Petris, A. Troiani, Experimental Detection of Tetraoxygen, Angew. Chem.
Int. Ed. 2001, 40, 4062-4065.