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Prof.

Nunes

Universidade Federal do Ceará


Centro de Ciências
Departamento de Química Orgânica e Inorgânica
Química Geral e Orgânica

Soluções Químicas

Prof. Dr. José Nunes da Silva Jr.


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nunes.ufc@gmail.com
DQOI - UFC
Solução
Prof. Nunes

O que é uma solução?

Líquido em que estão diluídas substâncias solúveis

Líquido no qual estão dissolvidos sais, extratos e outras substâncias solúveis

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Mistura x Solução
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 Uma mistura tem duas características definidoras:


1) sua composição é variável, e
2) mantém algumas propriedades de seus componentes.

Nesta unidade, vamos nos concentrar nas soluções, o tipo mais comum de
mistura, a solução
solução.

 A solução é uma mistura homogênea


homogênea, onde não há fronteiras separando seus
componentes. Em outras palavras, uma solução existe como uma única fase.

 A mistura heterogênea tem duas ou mais fases.

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Mistura x Solução
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 Quase todos os gases, líquidos e sólidos que formam nosso mundo são
misturas - duas ou mais substâncias fisicamente misturadas
misturadas, mas não
quimicamente combinadas.

 Misturas sintéticas
sintéticas, como o vidro e
sabão, geralmente contêm relativamente
sabão
poucos componentes
componentes,

 Enquanto que misturas naturais


naturais, como
água do mar e do solo solo, são mais
complexas, muitas vezes com mais ais de
50 substâncias diferentes
diferentes.

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Mistura x Solução
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 Misturas vivas, tais como árvores e alunos


alunos, são as mais complexas, até
mesmo uma simples célula bacteriana contém bem mais de 5000 diferentes
compostos.
compostos

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Solução
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As soluções podem existir em qualquer dos 3 estados da matéria:


matéria

Gasoso: ar atmosférico

Líquido: água com gás


Líquido

Sólido: ouro 24 quilates


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Componentes da Solução
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As soluções são compostas de soluto e solvente


solvente.

Soluto
 é o gás ou sólido, no caso de um gás ou sólido dissolvido em um
líquido;
 é o componente em menor quantidade nos demais casos.

Solvente
 é o líquido, no caso de um gás ou sólido dissolvido em um líquido;
 é o componente em maior quantidade nos demais casos.

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Preparação de Soluções
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Quais são os motivos práticos para se preparar soluções???

 maior mobilidade das espécies em reações químicas;


 mensurar pequenas quantidades de massas;
 entre outros tantos....

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Soluções Gasosas
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Em geral, gases e vapores que não reagem entre si misturam-se em todas


as proporções para formar soluções gasosas.
gasosas

O ar atmosférico é um exemplo:

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Soluções Líquidas
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Podem ser preparadas pela dissolução de


de:

 um gás em um líquido:
líquido CO2 + água = água com gás

 um líquido em outro líquido: água + álcool absoluto = álcool 70%

 um sólido em um líquido: NaCl + água = salmora

É também possível se obter uma solução líquida pela mistura de 2 sólidos:


sólidos
 liga K-Na:
Na: com % de sódio de 10-50%.

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Soluções Sólidas
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Podem ser preparadas pela dissolução de


de:
a) um gás em um sólido: H2 + níquel

b) um líquido em um sólido: amálgama de prata (Hg em Ag)

c) um sólido em um sólido: Cu + Zn (bronze)

a) b) c)

Níquel de Raney

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Solubilidade
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Solubilidade:: é a quantidade de substância que se dissolve numa


Solubilidade
determinada quantidade de solvente, a uma determinada temperatura, para
formar uma solução saturada.

Exemplo::
Exemplo NaCl(s) + H2O  Na+(aq) + Cl-(aq)) S NaCl (20oC) = 36g/
36g/100
100mL
mL

menos que 36 g 40g

100 ml
20 oC
4g

insaturada saturada
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Solução Saturada
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Exemplo::
Exemplo NaCl(s) + H2O  Na+(aq) + Cl-(aq)) S NaCl (20oC) = 36g/
36g/100
100mL
mL

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Soluções Super-
Super-saturadas
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Em condições especiais é possível solubilizar uma quantidade superior ao


determinado pela solubilidade do composto. Neste caso, obtemos uma
solução super
super--saturada
saturada.
) = 36g/100mL

45g

Trata-se de uma situação instável, onde uma pequena perturbação


provoca a imediata precipitação do soluto.
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Concentrações de Soluções
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A concentração de uma solução é a quantidade de soluto dissolvida numa


certa quantidade de solvente ou solução
solução.

As concentrações mais utilizadas são:


 Molaridade: M = número de moles / litros de solução

 % ponderal do soluto: (massa do soluto/massa da solução)*100

 Molalidade
Molalidade:: W = moles do soluto / Kg do solvente

 gramas/Litro

 partes por milhão (ppm


(ppm)) e partes por bilhão (ppb
(ppb)
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Molalidade
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Molalidade:: W = moles do soluto


Molalidade
Kg do solvente

Exercício: Qual é a molalidade de uma solução que contém 128 g de CH3OH


em 108 g de água?

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Molalidade
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Exercício: Quantos gramas de H2O devem ser utilizados para dissolver 50,0 g
de sacarose para preparar uma solução de sacarose, C12H22O11, 1,25 molal?

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Fração Molar
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Exercício: Quais são as frações molares de CH3OH e H2O na solução que


contém 128 gramas de CH3OH e 108 gramas de H2O.

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Fatores que Explicam a Solubilidade
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As solubilidades das substâncias


substâncias, umas nas outras, variam
amplamente. Por exemplo, é possível que uma substância seja muito
amplamente
solúvel num solvente e insóluvel em outro.

Questionamentos::
Questionamentos
 Por que substâncias semelhantes se dissolvem mutuamente em
maiores proporções do que substâncias diferentes???

 Que fatores estão envolvidos na solubilidade???

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Fatores que Explicam a Solubilidade
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A solubilidade pode ser explicada com base em dois fatores:


fatores:

 Tendência natural das substâncias se misturarem.

 Forças intermoleculares entre:


 soluto-soluto
 solvente-solvente
 soluto-solvente

Em resumo, a solubilidade de um soluto num solvente depende do


equilíbrio entre a tendência natural à misturação e a tendência de um
sistema ter a menor energia possível
possível.
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Forças Intermoleculares
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As forças de ligação (intramoleculares


intramoleculares e intermoleculares
intermoleculares) surgem de
atrações eletrostáticas entre cargas opostas
opostas.

 ligação iônica:
iônica: atração entre cátions e ânions
 ligações covalentes:
covalentes: núcleos e pares de elétrons
 ligação metálica
metálica:: cátions metálicos e elétrons de valência deslocalizados

As forças intermoleculares
intermoleculares, por outro lado, são devido à:
 atração entre as moléculas com cargas parciais
atração entre íons e moléculas.

Os dois tipos de forças diferem em magnitude


magnitude, e a lei de Coulomb explica
por quê.
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Forças Intermoleculares
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 As forças de ligação são relativamente fortes


fortes, porque envolvem cargas
maiores que estão mais próximas.

 As forças intermoleculares são relativamente fracas, porque elas


normalmente envolvem cargas menores que são mais distantes

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Forças Intermoleculares
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 A que distância estão as cargas em diferentes moléculas para aumentar as


forças intermoleculares entre elas?

 Considere a molécula de Cl2 como um exemplo. Quando medimos as


distâncias entre dois núcleos de Cl em uma amostra de Cl2 sólido, obtêm-se
dois diferentes valores.

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Forças Intermoleculares
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van der Waals

Dois diferentes valores de distância entre 2 átomos de cloro


cloro:
 entre dois núcleos de duas moléculas distintas (maior)
 entre dois núcleos da mesma molécula (raio covalente)

Chamada de distância de van der Waals (Essa distância é a


mais próxima que uma molécula de Cl2 pode se aproximar de outra, o
ponto em que as atrações intermoleculares estão em equilíbrio com as
repulsões da nuvem de elétrons)

24 Raio de van der Waals ~ distância de van der Waals


Waals//2 DQOI - UFC
Forças Intermoleculares
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van der Waals

Raios covalentes
Raios de van der Waals

Chamada de distância de van der Waals

Raio de van der Waals

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Forças Intermoleculares
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Existem vários tipos de forças intermoleculares:


 ion-dipolo
 dipolo-dipolo
 ligação de hidrogênio
 dipolo-dipolo induzido
 forças de dispersão

com forças bem distintas


distintas..

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Forças de Ligação
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Forças Intermoleculares
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Forças Intermoleculares – Íon
Íon--Dipolo
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 Força atrativa entre um íon e uma molécula polar vizinha.

 O exemplo mais importante ocorre quando um composto iônico


se dissolve na água.

 Os íons se separam porque as atrações entre os íons e os pólos de carga


oposta das moléculas de H2O superaram as atrações entre os íons.

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Forças Intermoleculares – Dipolo
Dipolo--Dipolo
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Quando moléculas polares estão próximos


umas das outras, como em líquidos e
sólidos, suas cargas parciais agem como
sólidos
minúsculos campos elétricos que as
orientam e dão origem a forças dipolo
dipolo--
dipolo, onde o pólo positivo de uma
dipolo
molécula atrai o pólo negativo da outra.
outra

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Forças Intermoleculares – Dipolo
Dipolo--Dipolo
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Essas forças são responsáveis pelo fato de compostos polares terem maiores pontos
de ebulição que compostos apolares com massas molares semelhantes.
semelhantes

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Forças Intermoleculares – Ligação de Hidrogênio
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 Um tipo especial de força dipolo


dipolo--dipolo surge entre as moléculas que têm
um átomo de hidrogênio (δ+) ligado a um pequeno átomo altamente
eletronegativo (A) com pares de elétrons isolados (:B).
B)

 Os átomos (A) mais importantes que se encaixam nessa descrição são N, O


e F.

As ligações H-N, H-O e H-F são muito polares, e a densidade de elétrons é


retirada das proximidades do átomo de H. Como resultado, o H parcialmente
positivo (δ+) de uma molécula é atraído pela parte negativa de outra molécula
(:B) e uma ligação de hidrogênio se forma.

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Polarizabilidade – Ion
Ion--Dipolo Induzido
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A distorção da nuvem eletrônica em:


 molécula apolar - cria um momento de dipolo induzido temporário
temporário.

 molécula polar - aumenta o momento de dipolo já está presente


presente.

A fonte do campo elétrico pode ser o eletrodos de uma bateria, a carga de


um íon
íon, ou a cargas parciais de uma molécula polar.

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Polarizabilidade – Ion
Ion--Dipolo Induzido
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 A facilidade com que a nuvem eletrônica de uma partícula pode ser


distorcida é chamado de sua polarizabilidade
polarizabilidade.

 Átomos menores (ou íons) são menos polarizados do que os maiores


porque os seus elétrons estão mais próximos ao núcleo e, portanto, são
mantidos mais firmemente presos.

 Assim, observam-se as tendências


tendências:

polarizabilidade
+

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Forças de Dispersão de London
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Fritz London

 A polarizabilidade desempenha um papel central na mais universal força


intermolecular.

 Até este ponto, nós discutimos as forças que dependem da existênica de


carga, seja em um íon ou em uma molécula polar
uma carga polar.

 Mas por que as substâncias apolares como o cloro, octano, e argônio


podem condensar e solidificar?

 A principal força intermolecular responsável para os estados


condensados de substâncias apolares é a força de dispersão (ou força de
dispersão de London)
London), nomeado por Fritz London.
London

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Forças de Dispersão de London
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Fritz London

 As forças de dispersão são causadas por oscilações momentâneas de


carga do elétron em átomos e, portanto, estão presentes entre todas as
partículas (átomos, íons e moléculas).

 Observando-se um átomo em uma amostra de gás argônio


argônio, vemos que na
média ao longo do tempo, os 18 elétrons estão distribuídos uniformemente
ao redor do núcleo, de modo que o átomo é apolar
apolar.

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Forças de Dispersão de London
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 Mas em qualquer instante


instante, pode haver
mais elétrons de um lado do núcleo
que por outro
outro, de modo que o átomo
tem um dipolo instantâneo.
instantâneo

 Longe (situação
situação A), dois átomos de
argônio não se influenciam, mas se
eles se aproximarem (situação
situação B), se
influenciarão mutuamente.
 um dipolo instantâneo induz
um dipolo em seu vizinho
vizinho.

 O resultado é um movimento
sincronizado dos elétrons nos dois
átomos (situação C),
C) que provoca
uma atração entre eles
eles.

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DQOI - UFC
Forças Intermoleculares – Sistemas Biológicos
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Forças Intermoleculares - Sumário
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Soluções Moleculares
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Em soluções gasosas:

 Forças intermoleculares são desprezíveis


 Predomina a tendência natural à misturação

O2 O2 O2 N2 N2
O2 N2
O2 O2 O N2
2 N2
O2 O2 N2 N2
O2 O O N2 N N
2 2 2 2

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Soluções Moleculares
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Em soluções gasosas:

 Forças intermoleculares são desprezíveis


 Predomina a tendência natural à misturação

N2 O2 N2 O2 N2
O2 N2
N2 N2 O O2
2 O2
O2 O2 N2 N2
N2 O N O2 O N
2 2 2 2

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Soluções Moleculares
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Um soluto molecular irá se solubilizar em um solvente somente se as novas


interações soluto
soluto--solvente forem tão estáveis (ou mais) que as interações
antes existentes entre soluto
soluto--soluto e solvente
solvente--solvente
solvente.

soluto

solvente
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Soluções Moleculares
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 Mistura de hexano
hexano--octano:
octano: Solúveis entre si, pois as forças
intermoleculares nos três sistemas são equivalentes
equivalentes..

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Soluções Moleculares
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 Mistura de octano
octano--água:
água Insolúveis entre si
si,, pois as
forças intermoleculares são muito distintas no três
sistemas..
sistemas

44 O sistema optará pelas interações mais fortes que estabilizarão o sistema.


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Soluções Moleculares
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 Mistura de água-
água-metanol

Forças intermoleculares semelhantes – são solúveis um no outro

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Processo de Solubilização Molecular
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 Dissolução do metanol em água

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Soluções Iônicas
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As substâncias iônicas apresentam solubilidades muito diferentes em água:

 S NaCl (20oC) = 36g


36g/100 mL

 SCa3(PO4)2 (20oC) = 0,002g


0,002g/100 mL

Diferenças de solubilidades podem ser explicadas em termos da:


 atração entre íons no cristal (energia da rede)
 atração entre os íons e a água (energia de hidratação)

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Processo de Solubilização do NaCl
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Processo de Solubilização Iônica
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 Dissolução do NaCl em água

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Processo de Solubilização
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O NaCl é um composto cristalino que, quando colocado em água, libera


íons Na+ e Cl- para a solução, vindos da superfície do cristal.

H2O + -
NaCl(s) Na (aq) + Cl (aq)

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Processo de Solubilização
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Estes íons podem movimentar-se livremente na água...

... ou podem colidir com a superfície do cristal...


... incorporando-se a ele.
H2O
Na+(aq) + Cl-(aq) NaCl(s)

Depois de algum tempo...


... um equilíbrio é atingido.

no equilíbrio NaCl(s) Na+(aq) + Cl-(aq)

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velocidades iguais
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Produto de Solubilidade - KPs
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A solubilidade de um composto pode ser quantificada através de sua


constante de solubilidade – KPs.

A 2 B (s ) 2 A + (a q ) + B - - (a q )
H 2O

KPs = [A+]2 x [B-2]

Composto KPs (em água a 25oC)


Cloreto de chumbo(II) (PbCl2) 1,17 ×10–5
Cloreto de prata (AgCl) 1,77 ×10–10
Hidróxido de ferro(II),Fe(OH)2 4,87 ×10–18
Sulfureto de prata (I) (Ag2S) 6,0 ×10–30

Fonte: CRC Handbook of Chemistry and Physics, 76th edition, CRC Press, INC, 1996

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Produto de Solubilidade - KPs
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Composto KPs (em água a 25oC)

Mg(OH)2 1,8 x 10-11 (0,009 g/L)

Ca(OH)2 7,9 x 10-6 (1,85 g/L)

Sr(OH)2 1,5 x 10-4 (4,1 g/L)

Ba(OH)2 5,0 x 10-3 (56 g/L)

Composto KPs (em água a 25oC)

MgSO4 4,67 (260 g/L)

CaSO4 2,4 x 10-5 (3 g/L)

SrSO4 3,2 x 10-7 (0,1 g/L)

BaSO4 1,1 x 10-10 (0,0022 g/L)

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Entalpia de Solução
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É o calor liberado ou absorvido


absorvido, por mol,
mol quando uma sustância dissolve
a pressão constante para formar uma solução muito diluída.

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Entalpia de Solução
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Entalpias de Solução a 25 oC (KJ/mol)

F- OH- SO4-2
Li+ + 4,9 - 23,6 - 29,8
Na+ + 1,9 - 44,5 - 2,4
K+ - 17,7 - 57,1 + 23,8
Ag+ - 22,5 + 17,8
Ca+2 + 11,5 - 16,7 - 18,0

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Entalpia de Solução
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http://www.chem.iastate.edu/group/Greenbowe/sections/projectfolder/simDownload/index4.html#thermoChem

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Energia da Rede
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A energia da rede age contra a dissolução.


dissolução
 inversamente proporcional a solubilidade de um sólido iônico;
 depende da carga dos íons e da distância que os separa.
separa

Mg(OH)2

Ca(OH)2 Raio Iônico En. da Rede Solubilidade

Sr(OH)2

Ba(OH)2

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Energia da Hidratação
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A energia de hidratação também depende dos raios iônicos.


 inversamente proporcional a raio iônico.

Mg(OH)2

Ca(OH)2 Raio Iônico En. Hidratação Solubilidade

Sr(OH)2

Ba(OH)2

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Energia da Hidratação
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A energia de hidratação também depende dos raios iônicos.


 inversamente proporcional ao raio iônico.

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Energia da Rede x Energia de Hidratação
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Composto KPs (em água a 25oC)

Mg(OH)2 1,8 x 10-11 (0,009 g/L)

Ca(OH)2 7,9 x 10-6 (1,85 g/L)

Sr(OH)2 1,5 x 10-4 (4,1 g/L)

Ba(OH)2 5,0 x 10-3 (56 g/L)

En. da Rede
Mg(OH)2

Ca(OH)2 Raio Iônico Solubilidade

Sr(OH)2
En. Hidratação
Ba(OH)2
60 DQOI - UFC
Energia da Rede x Energia de Hidratação
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Composto KPs (em água a 25oC)


A tendência das solubilidades se inverte quando
MgSO4 4,67 (260 g/L)
a energia de hidratação diminui muito
CaSO4 2,4 x 10-5 (3 g/L)
rapidamente, mais que a energia da rede
rapidamente rede, de
SrSO4 3,2 x 10-7 (0,1 g/L)
modo a se tornar o fator determinante
determinante.
BaSO4 1,1 x 10-10 (0,0022 g/L)

En. da Rede
MgSO4

CaSO4
Raio Iônico Solubilidade
SrSO4

BaSO4 En. Hidratação


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Temperatura x Solubilidade
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Sólidos Iônicos:
Iônicos: Solubilidade α 1/T ou
Solubilidade α T
 ficam mais ou menos solúveis em água em temperaturas mais
elevadas..
elevadas

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Entalpia de Solução
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 Como explicar o aumento da solubilidade com o


aquecimento ou resfriamento das soluções?

 A resposta foi dada por Le Chatelier


Chatelier,

Le Chatelier

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Entalpia de Solução
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 O Princípio Le Chatelier afirma que, quando uma perturbação é


aplicada a um sistema em equilíbrio, o sistema responde de uma
perturbação, deslocando o equilíbrio do sistema.
maneira a aliviar a perturbação

Processo exotérmico: reagentes produtos + calor

Processo endotérmico: calor + reagentes produtos

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Entalpia de Solução
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DQOI - UFC
Temperatura x Solubilidade
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Acetato de cálcio, Ca(CH3COO)2, é mais solúvel em água fria do que em


água quente.
quente

Ca(CH3COO)2(s) Ca2+(aq -
aq)) + calor
aq)) + 2 CH3COO (aq

calor

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Pressão x Solubilidade
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Líquidos
Solubilidade sofre pouca influência da Pressão
Sólidos

Gases Solubilidade muito influenciada pela Pressão

67
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Temperatura x Solubilidade
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Gases: Solubilidade α 1/T


 ficam menos solúveis em água em temperaturas mais
elevadas

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Pressão x Solubilidade
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Equilíbrio: CO2(g) CO2(aq)

Aumento da Pressão: CO2(g) ⇒ CO2(aq)


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Pressão x Solubilidade
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Equilíbrio: CO2(g) CO2(aq)

Lei de Henry
S = KH . P

Aumento da Pressão: CO2(g) ⇒ CO2(aq)


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Efeitos Coligativos
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H2O

Congelamento = 0oC Ebulição = 100oC

Quando adicionamos um sólido não-


não-volátil à água,
água o soluto altera as
propriedades físicas da água.

Estas alterações das propriedades físicas da água devido à adição do


soluto são denominadas como efeitos coligativos
coligativos.
71
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Propriedades Coligativas das Soluções
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Para cada propriedade física que é modificada, temos uma propriedade


coligativa que estuda o efeito coligativo.
coligativo

Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Pressão de vapor Tonoscopia
Ponto de ebulição Ebuloscopia
Ponto de congelamento Crioscopia
Pressão osmótica Osmoscopia

72
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Propriedades Coligativas das Soluções
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Os efeitos coligativos são diretamente proporcionais ao número de


partículas do soluto dissolvidas.

Em 1878, o químico francês François Raoult afirmou


que o efeito coligativo era diretamente proporcional à
molalidade da solução (W) – Lei de Raoult.
Raoult

Efeito Coligativo = K . W

KT = constante tonoscópica molal


KC = constante crioscópica molal
1830 - 1901
KE = constante ebuloscópica molal
KO = constante osmoscópica molal
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Pressão de Vapor
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Pressão de vapor é aquela exercida pelas moléculas (de maior energia)


do solvente contra a interface para passar ao estado de vapor
vapor.

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Pressão de Vapor
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75
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Pressão de Vapor
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Pressão de vapor é aquela exercida pelas moléculas (de maior energia)


do solvente contra a interface para passar ao estado de vapor
vapor.

interface líquido/vapor

Pvapor

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Pressão de Vapor
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Pressão de vapor é aquela exercida pelas moléculas (de maior energia)


do solvente contra a interface para passar ao estado de vapor
vapor.

interface
líquido/vapor

Pvapor

Com a adição de partículas de soluto (íons ou moléculas) intensificam-se


as forças atrativas moleculares e diminui a pressão de vapor do solvente.
solvente

Pvapor

soluto
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Pressão de Vapor
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Tonoscopia e Ebuloscopia
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79
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Tonoscopia
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Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Pressão de vapor Tonoscopia

A fórmula para o cálculo da Tonoscopia segue abaixo:


∆p = P2 – P, onde:
P = pressão de vapor da solução
P2 = pressão de vapor do solvente

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Tonoscopia
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Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Pressão de vapor Tonoscopia

Lei de Raoult
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Usando a Lei de Raoult
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Calcule o abaixamento da pressão de vapor


vapor, P, quando 10.0 mL of glicerol
(C3H8O3) são adicionados 500 mL de água a 50°C. Nesta temperatura, a pressão
de vapor da água pura é 92.5 torr sua densidade é 0.988 g/mL. A densidade do
glicerol é 1.26 g/mL.

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Exercitando
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A sacarose é um soluto não volátil e não ionizável. Determine a diminuição da


pressão de 25°
25°C, de uma solução de sacarose 1.25 m. Assuma que a solução
comporta-se como uma solução ideal. A pressão de vapor da água pura a 25°C é
23.8 torr.

83
DQOI - UFC
Exercitando
Prof. Nunes

A 40°C, a pressão de vapor do heptano puro é 92,0 torr e a pressão de vapor do


octano puro é 31,0 torr. Considere uma solução que contenha 1 mol de heptano e
4 moles de octano. Calcule a pressão de vapor de cada componente e a pressão
de vapor da solução resultante
resultante.

84
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Ebuloscopia
Prof. Nunes

Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Ponto de ebulição Ebuloscopia

Ocorre o aumento da intensidade das forças interativas,


interativas pela presença
das partículas do soluto.

85
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Ebuloscopia
Prof. Nunes

Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Ponto de ebulição Ebuloscopia

86
DQOI - UFC
Ebuloscopia
Prof. Nunes

 Como o abaixamento da pressão de vapor, a magnitude da elevação do


ponto de ebulição é proporcional a concentração das partículas do
soluto.
soluto

 A Molalidade é a unidade de concentração usada porque ela é relacionada à


molar, e assim às particulas do soluto
fração molar soluto.

 Ela também envolve massa ao invés de volume do solvente, então ela não é
afetada por variações de temperatura.

 A constante Kb tem unidade oC/molal e é específica para um cada solvente.


87
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Constantes Ebuloscópicas
Prof. Nunes

 A constante Kb tem unidade oC/molal e é específica para um cada solvente.

88
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Crioscopia
Prof. Nunes

Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Ponto de Congelamento Crioscopia

Iguais quantidades de diferentes solutos moleculares não-voláteis,


dissolvidos numa mesma quantidade de solvente, à mesma temperatura,
causa o mesmo abaixamento na temperatura de congelamento desse
solvente na solução.

89
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Crioscopia
Prof. Nunes

90
DQOI - UFC
Crioscopia
Prof. Nunes

Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Ponto de Congelamento Crioscopia

91
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Crioscopia
Prof. Nunes

 A magnitude do abaixamento do ponto de congelamento é proporcional a


concentração das partículas do soluto.
soluto

 A constante Kf tem unidade oC/molal


molal..

 Kf água = 1,86 oC/molal

 1M glicose
 0,5 M de NaCl 1 mol de partículas ∆Tf = -1,86 oC
 0,33 M K2SO4

92
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Propriedades Coligativas e Dissociação Iônica
Prof. Nunes

 Como enfatizado, as propriedades coligativas dependem do número de


partículas de soluto em uma determinada massa de solvente.

 Uma solução aquosa 0,10 molal de um composto covalente que não se


ioniza promove uma diminuição do ponto de congelamento de 0,186 ° C
(Kf = 1,86 oC/M).

 Se a dissociação for completa, uma solução de KBr 0,100 100M


M teria um
molalidade eficaz de 0,200
200MM (ou seja, 0,100 M K+ + 0,100M de Br-?)

 Assim, deveríamos prever que uma solução 0,100M deste eletrólito forte
teria uma diminuição do ponto de congelamento de 2 x 0,186
186°°C (0,372
°C)

 Na verdade, a diminuição observada é apenas 0,349 °C. Este valor para


∆Tf é cerca de 6% menor do que esperaríamos para uma molaridade
efetiva de 0,200M.

93
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Propriedades Coligativas e Dissociação Iônica
Prof. Nunes

Concentração DTf esperada (oC) DTf observada(oC) Variação %


0,1 molal 2 x 0,186 = 0,372 0,349 6
1,0 molal 2 x 1,86 = 3,72 3,29 11

Kf água = 1,86 oC/molal

94
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Fator van Hoff
Prof. Nunes

 Uma medida do grau de dissociação (ou ionização) de um eletrólito em água é


o fator de van't Hoff,
Hoff, i, para a solução.

 É a razão da propriedade coligativa real com o valor que seria observado se


não ocorresse dissociação.

 O valor ideal, ou limite, de i para uma solução de KBr seria 2, e o valor para
eletrólitos 2:1, como Na2SO4 seria 3. Esses valores se aplicam a soluções
infinitamente diluídas em que nenhuma associação de íons ocorre de modo
apreciável.
apreciável

 Para soluções KBr 0,10M e 1,0 m, i é inferior a 2.

95
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Fator van Hoff
Prof. Nunes

96
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Exercitando
Prof. Nunes

Você adicionou 1,00 Kg do anticongelante etileno glicol (C2H6O2) ao


radiador de seu carro, que contém 4450 g de água. Quais os
pontos de ebulição e congelamento da solução resultante?
50,512 oC/M
Dados:: Kb = 50,
Dados

97
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Exercitando
Prof. Nunes

Você adicionou 1,00 Kg do anticongelante etileno glicol (C2H6O2) ao radiador de


seu carro, que contém 4450 g de água. Quais os pontos de ebulição e
congelamento da solução resultante?
Dados:: Kf = 1,86 oC/M
Dados

98
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Exercitando
Prof. Nunes

Quando 15g de álcool etílico, C2H5OH, é dissolvido em 750g de ácido fórmico, o


ponto de congelamento da solução é 7,2 oC. Sabendo-se que o ponto de
congelamento do ácido fórmico puro é 8,4 oC, determine o valor de Kf para o
ácido fórmico
fórmico.

99
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Osmoscopia
Prof. Nunes

Efeito Coligativo Propriedade Coligativa


Pressão Osmótica Osmoscopia

Osmoscopia é a medida do aumento da pressão osmótica decorrente do


acréscimo de soluto
soluto.

100
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Osmose
Prof. Nunes

Osmose é a passagem de um solvente para o interior de uma solução,


feita desse mesmo solvente, através de uma membrana semipermeável
(MSP), que permite a passagem do solvente e impede a passagem do
(MSP)
soluto.
soluto
soluto solvente

mesma
concentração
diluída concentrada

APÓS CERTO
TEMPO

OSMOSE

m.s.p m.s.p
101
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Osmose
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102
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Osmose
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103
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Osmose
Prof. Nunes

 Quando uma cenoura é embebida em


uma solução salina concentrada, a água
flui para fora das células da planta por
osmose.
osmose

 Uma cenoura, após uma noite, embebida


em solução salina (à esquerda) perdeu
muita água e tornou-se mole.

 A cenoura embebido, após uma noite, em


água pura (à direita) é pouco afetada.

H2O NaCl(aq)

104
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Pressão Osmótica
Prof. Nunes

A pressão osmótica (π) é a pressão que deveria aplicar sobre a solução


para impedir a passagem do solvente através da membrana
semipermeável. π = MRT

soluto solvente

diluída concentrada

OSMOSE

m.s.p
105
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Determinando a Massar Molar de um Soluto
Prof. Nunes

Os bioquímicos descobriram mais de 400 variedades mutantes de hemoglobina,


a proteína do sangue que carrega o oxigênio através do corpo. Alguns físicos,
estudando uma variedade associada com uma doença fatal, foram os primeiros a
encontrar sua massa molar.

Eles dissolveram 21,5 mg da proteína em água a 5,0 oC e prepararm 1,5mL de


uma solução e, a seguir, mediram a pressão osmótica da mesma (3,61 torr). Qual
a massa molar desta variedade de hemoglobina? Dado atm..L.mol-1.K-1
Dado:: R = 0,082 atm

106
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Osmose e Células Sanguíneas
Prof. Nunes

(a) Célula em solução hipotônica


hipotônica. Há um fluxo de água para dentro da célula,
causando o inchamento da célula.
(b) Célula em solução isotônica
isotônica. Nada ocorre
ocorre.
(c) Célula em solução hipertônica
hipertônica. Há um fluxo de água para fora da célula, causando
sua desidratação e morte.

107
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Sugestão de Leitura
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108
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109
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110
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