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1. OBJETIVOS
- Definir e classificar as soluções.
- Definir os tipos mais comuns de unidade de concentração de soluções e realizar cálculos
envolvendo estas unidades.
- Preparar soluções e determinar a concentração de uma dada solução.
2. INTRODUÇÃO
Uma solução pode ser definida como uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias.
Na verdade, as soluções verdadeiras se constituem uma das três grandes classes das dispersões
juntamente com as suspensões e os sistemas coloidais. Um dos critérios de distinção entre essas
classes é o tamanho das partículas; as partículas de uma suspensão têm tamanho grosseiro, de
modo que podem ser vistas a olho nu. Uma solução verdadeira tem partículas com tamanho da
ordem de íons ou moléculas e um sistema coloidal possui partículas com dimensões intermediárias
entre as suspensões e as soluções verdadeiras. Desse modo, cada uma dessas classes apresenta
fenômenos próprios que as particularizam. Nas soluções verdadeiras não ocorre deposição de
partículas como nas suspensões, nem dispersão da luz (efeito Tyndall) como nos sistemas coloidais.
Os maiores e melhores exemplos de soluções são a águas do mar (isenta de partículas), o
ar (livre de fuligem e outros poluentes) e os fluídos biológicos como o plasma sanguíneo. Desta
forma, há a necessidade, pela utilidade e importância de se estudar as soluções verdadeiras.
Quaisquer associações dos três tipos de estado da matéria podem constituir uma solução verdadeira.
Para melhor compreensão do sistema, costuma-se dividir uma solução em soluto e solvente;
entretanto, não existe rigor na designação de qual substância é o soluto e qual é o solvente, uma
vez que ambos estão dispersos entre si. É comum aceitar que o componente de maior quantidade é
o solvente. O quadro a seguir mostra o exemplo de cada um dos nove tipos possíveis de soluções
binárias (2 componentes):
Como o preparo de uma solução envolve sempre a dissolução de uma substância em outra,
é conveniente compreender alguns aspectos do processo e das forças que nele ocorrem. A dispersão
(mistura) de uma substância em outra altera a organização dos íons ou das moléculas que constituem
o soluto e o solvente porque modifica as forças que mantém coesas as partículas. A dissolução é um
fenômeno que resulta do equilíbrio de forças soluto-solvente comparativamente às forças soluto-
solvente e solvente-soluto. Disso resulta a regra geral “semelhante dissolve semelhante”, isto é, um
solvente dissolverá um soluto se eles tiverem estruturas que apresentem o mesmo tipo de interação
entre os íons ou moléculas. Solventes polares dissolvem solutos polares, enquanto que solventes
não polares dissolvem solutos não polares. Como em toda regra, observam-se exceções a essa
afirmação, o que demonstra que durante a dissolução outros fatores interferem decisivamente, tais
como forças intermoleculares resultantes de pontes de hidrogênio, momento dipolar, constante
dielétrica entre outras.
A solubilidade de um soluto em um certo solvente é definida como a concentração daquele
soluto em sua solução saturada. Uma solução é dita saturada quando está em equilíbrio com excesso
de soluto, ou seja, não é possível dissolver mais soluto naquela quantidade de solvente sem mudar
as condições de temperatura e pressão. A partir da solução saturada é possível definir solução não
saturada que é aquela que tem concentração do soluto menor que uma solução saturada; solução
supersaturada é aquela que tem concentração do soluto maior que uma solução saturada.
As proporções relativas em que às substâncias se dissolvem uma nas outras são abordados
de diversos modos chamados “unidades de concentrações” e as mais comuns são:
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
2.1. Percentagem: É a relação que expressa uma certa quantidade de soluto para 100 partes de
uma solução. Existem 3 tipos de percentagem:
a) Percentagem peso/volume: É o número de gramas do soluto existentes em 100mL de solução.
Por exemplo: uma solução aquosa de NaOH a 10% p/v contém 10g de soluto (NaOH) para cada
100mL de solução (NaOH + H2O).
b) Percentagem peso/peso: É o número de gramas de soluto existentes em 100g da solução. Por
exemplo: para preparar uma solução aquosa de glicose a 5% p/p é necessário 5g de soluto para
95g de H2O.
c) Percentagem volume/volume: É a quantidade de mililitros do soluto existente em 100mL de
solução. Por exemplo: o álcool a 96% é uma solução que contém 96mL de álcool para cada
100mL de solução ou 96mL de álcool em 4mL de H2O.
2.2. Título: Entende-se que “solução titular” é toda solução de concentração conhecida.
Entretanto, existe o hábito de chamar “título”, a concentração quando expressa em gramas do
soluto por litro de solução, assim:
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 (𝑒𝑚 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠)
𝑇í𝑡𝑢𝑙𝑜 =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 (𝑒𝑚 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠)
Obs. A percentagem e o título são chamados “unidades físicas” porque independem da natureza do
soluto.
2.3. Fração Molar: É a relação entre o número de moles de um componente pelo número de
moles total da mistura. O valor de um mol é o peso molecular da substância expresso em
gramas e o número de moles é obtido dividindo-se a massa da substância em questão pelo
valor de seu respectivo mol. Por exemplo: seja uma solução formada por 500g de benzeno e
500g de tolueno; neste caso, 1mol de C6H6 (benzeno) é 78g e 1mol de C7H8 (tolueno) é 92g,
logo existem na solução:
500
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑏𝑒𝑛𝑧𝑒𝑛𝑜 = = 6,41 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠
78
500
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑜 = = 5,43 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠
92
6,41
𝐹𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑛𝑧𝑒𝑛𝑜 = 𝑋 = = 0,541
6,41 + 5,43
5,43
𝐹𝑟𝑎çã𝑜 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑡𝑜𝑙𝑢𝑒𝑛𝑜 = 𝑋 = = 0,459
6,41 + 5,43
2.4. Molaridade: É a relação que expressa o número de moles do soluto existente em 1 litro de
solução.
𝑛° 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑚=
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝐾𝑔)
Após conhecer as principais características das soluções e as unidades de concentrações, é
necessário que o aluno saiba prepará-las. Por isso, a parte experimental será a oportunidade de
manusear as fórmulas aqui apresentadas e os passos que levam ao preparo de algumas soluções.
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3. PARTE EXPERIMENTAL
O preparo de soluções constitui uma das etapas preliminares do trabalho em laboratório,
dele dependem as evoluções de umas análises e as precisões dos resultados, sendo assim, é
necessário atentar para as pesagens e aferições sem negligenciar sobre a simplicidade do processo.
1. Com auxílio de uma pipeta graduada medir 8,3 mL da solução P.A. (d=1,19 e P=37%) e
transferir para um Becker de 100 mL contendo 50 mL de água destilada. Em seguida transferir o
volume do Becker para um balão volumétrico de 100 mL e completar até a marca com água destilada.
2. Proceda a diluição atentando para os cuidados necessários: transferir, com auxílio do funil,
o volume de ácido sobre certo volume de água até a marca de aferição. Homogeneizar a solução.
Obs. Armazenar em um frasco adequado a solução de HCl preparada e lavar a vidraria utilizada.