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Química Geral e

Experimental II
Material Teórico
Conceitos Logísticos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Conceitos Logísticos

• Introdução;
• Misturas Homogêneas;
• Misturas Heterogêneas;
• Separação de Misturas.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Compreender as alterações propostas na Portaria 25;
· Identificar na Legislação as alterações;
· Refletir sobre as alterações e definições da Portaria.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Conceitos Logísticos

Introdução
Explor

Caro aluno, você conhece misturas e soluções no seu dia a dia?

A maioria das substâncias que utilizamos na vida cotidiana são misturas. Existem
misturas sólido/sólido; sólido/líquida; líquida/líquida; sólido/gasosa; líquido/gaso-
so e gasoso/gasoso. As misturas também podem ser homogêneas, em que seus
componentes estão intimamente misturados e uniformes, que apresentam uma
única fase.

Misturas Homogêneas
As misturas homogêneas são chamadas de “soluções” e estas podem ser sóli-
das, líquidas e gasosas, formadas por soluto e solvente. Soluto é o componente
em menor quantidade e o solvente aquele que dissolve o soluto, ou seja, está em
maior quantidade.

As soluções estão representadas nas Figuras a seguir. A Figura 1, ilustra uma


solução de água (solvente) e uma colher de NaCL (cloreto de sódio-sal de cozinha-
-soluto), sendo uma mistura homogênea, portanto, solução.

SOLUTO

SOLVENTE SOLUÇÃO

Figura 1 – Solução
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

A Figura 2 ilustra tipos de soluções e os respectivos exemplos.

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Figura 2 – Tipos de soluções
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

A Tabela 1 exemplifica os diferentes tipos de soluções, estado do solvente, esta-


do do soluto e exemplo.

Você pode se inteirar mais sobre a reação do metal paládio e hidrogênio no link:
Explor

https://goo.gl/jWhcfA

Tabela 1 – Exemplos de soluções


Estado da solução Estado do solvente Estado do soluto Exemplo
Gás Gás Gás Ar
Líquido Líquido Gás Oxigênio na água
Líquido Líquido Líquido Álcool na água
Líquido Líquido Sólido Sal na água
Sólido Sólido Gás Hidrogênio no paládio
Sólido Sólido Líquido Mercúrio na prata
Sólido Sólido Sólido Prata no ouro
Fonte: Brown (2014)

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UNIDADE Conceitos Logísticos

Exemplos de soluções estão ilustrada a seguir.

Tabela 2 – Ar
Composição da Atmosfera
N2 78,09% CH4 0,00012%
O2 20,94% Kr 0,00010%
Ar 0,93% NOx 0,00005% Composição do ar
CO2 0,0315% H2 0,00005% limpo em volume
Ne 0,0018% Xe 0,000008%
He 0,00052% Vapores Orgânicos 0,000002%

Oxigênio na água Álcool na água


Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images

Sal na água Hidrogênio (H) no paládio (Pd)


Fonte: iStock/Getty Images Fonte: Wikimedia Commons

Mercúrio (Hg) na prata Prata (Hg) no ouro (Au)


Fonte: iStock/Getty Images Fonte: iStock/Getty Images

Soluções Saturadas e Solubilidade


Quando um soluto sólido, por exemplo (NaCL), começa a se dissolver em um
solvente (H2O), a concentração do soluto em solução aumenta e, ao contrário,
quando as partículas do soluto se reagrupem ao soluto, ocorre um processo de
cristalização. Veja a equação a seguir.

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A Figura 3, ilustra a dissolução de sal em água e a cristalização do sal na água.

Figura 3 – Cristalização e dissolução de NaCL em água


Fonte: Wikimedia Commons

São consideradas soluções saturadas aquelas em que a quantidade de soluto


chegou ao limite de solubilidade, ou seja, a solução em equilíbrio com o soluto. Se
adicionar mais soluto à solução, esta ficará supersaturada.

A solubilidade de cada sal em 100 g de água é definida a uma dada temperatu-


ra, veja Figura 4. Por exemplo, 28 g de NH4CL (cloreto de amônia), se solubiliza
totalmente em 100 g de água a 0°C.

Se adicionarmos 30 g do cloreto de amônia em 100 g de água a 0°C, a solução


ficará acima da curva de solubilidade. Se ao contrário, colocarmos 20 g do sal em
100 g de água a 0 C, a solução será insaturada (estável), ou seja, foi adicionado uma
quantidade de soluto (sal) inferior à condição de saturar a solução. Veja a Figura 9,
que demostra que acima da curva de solubilidade a solução é supersaturada (instá-
veis) e abaixo da curva, insaturada.

Fatores que afetam a Solubilidade


1. Interação soluto-solvente: quanto maior a in-
teração de um soluto com o solvente, maior é
a solubilidade, ou seja, líquidos polares (exem-
plo: H2O), tendem a dissolver-se rapidamente
em solventes polares (exemplo: C3H6O aceto-
na), veja, a Figura 4, que água e acetona são
completamente miscíveis.

Quando as substâncias são imiscíveis, caso de ga-


solina (apolar) + H2O (polar), a atração entre as
moléculas não é forte o bastante para permitir a
formação de uma solução (única fase), veja o link Figura 4 - Água + acetona
a seguir, que ilustra as duas fases: água e gasolina. Fonte: pontociencia.org.br

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UNIDADE Conceitos Logísticos

Explor
Água + gasolina: https://goo.gl/QMeFhQ

2. Efeito da pressão: a solubilidade de sólidos e líquidos não são muito afeta-


das pela pressão. Entretanto, a solubilidade de um gás em qualquer solvente
aumenta à medida que a pressão sobre o solvente aumenta. A equação que
expressa esta relação é chamada de Lei de Henry:

P=K.X

onde:
X= fração molar de equilíbrio do gás em solução (sua solubilidade);

P= pressão parcial na fase gasosa;

K= constante de proporcionalidade, ou constante da lei de Henry


(William Henry).

Veja a Figura 5, pois mostra que aumentando a pressão, aumenta a solubilidade


do gás e, na Tabela 3, tem-se as solubilidades dos gases, carbônico e oxigênio, que
aumentam com o aumento da pressão.

Figura 5 – Aumento de pressão

Tabela 3 - Solubilidade de gases com o aumento da pressão


P (atm) Solubilidade do CO2 (g/100 g H2O) Solubilidade do O2 (g/100 g H2O)
0 0,0 0,00
10 1,6 0,15
20 3,2 0,30
30 4,8 0,45
40 6,4 0,60
50 8,0 0,75

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3. Efeito da temperatura: a temperatura é um fator que altera a solubilidade
de solutos em solventes. A maioria dos solutos sólidos na água aumenta ↑ à
medida que a temperatura da solução aumenta ↑. A exceção é o Ce2(SO4)3
que a solubilidade decresce com o aumento da Temperatura. Observe
a Figura 6.

Figura 6 – Curva de solubilidade de sais


Fonte: Brown, 2014

O gráfico da Figura 8 mostra na seta azul que a solubilidade do sulfato


de césio a 0° C é de aproximadamente 23 g em 100 g de água, com o aumento
da temperatura a partir de 5 °C, vai diminuindo, até chegar a 60 ° C, a 2 g para o
volume de 100 g de água.

A solubilidade do KCL a 0° C é 28 g/100 g de água e com o aumento


de temperatura, aumenta a solubilidade até o limite de 58 g/100g de água à
temperatura de 100 °C.

No caso do NaNO3 a solubilidade também aumenta com o aumento


da temperatura. E o soluto KI tem alta solubilidade a 0 °C e não aumenta
como os demais solutos, como o aumento de temperatura, que chega no limite
de 27° C.

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UNIDADE Conceitos Logísticos

260
240
220
região das soluções
200 supersaturadas
(g de KNO, / 100g de água) 180 (instáveis)

160
140
120
100
80
região das soluções
60 não-supersaturadas (ou
insaturadas) (estáveis)
40
20
20 40 60 80 100
Temperatura (ºC)
Figura 7 - Gráfico de solubilidade

Misturas Heterogêneas
Para se conceituar misturas heterogêneas, é necessário considerar os fatores
que interferem a solubilidade das substâncias, porém, vamos nos ater apenas às
misturas que são consideradas heterogêneas (mais de uma fase) em nossos es-
tudos. Veja a Tabela 4 que ilustra as misturas heterogêneas e exemplifica com
mudança de cor.

Tabela 4 – Misturas heterogêneas


Misturas Exemplo Ilustração

Sólido + sólido Ferro (Fe) + Carbono (C) = aço

Fonte: iStock/Getty Images

Tubo de ensaio
1. AgCL (cloreto de prata).
2. AgCL em presença de luz, escurece.
Sólido + líquido 3. ZnCL2 (Cloreto de zinco).
4. Cu (OH)2 (sulfato de cobre)
5. Fe (SO4)2 (sulfato de ferro II).
6. Fe2(OH)3 (hidróxido de ferro III) Fonte: iStock/Getty Images

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ar puro
Sólido + gás Câmara de poeira
ar+poeira

Líquido + líquido Água + querosene

Fonte: iStock/Getty Images

Separação de Misturas
Como a maioria das substâncias que fazem parte de nossa vida, não são encon-
tradas em seu estado natural no planeta, as misturas homogêneas e heterogêneas
fazem parte de inúmeros processos industriais e laboratoriais. Apresentaremos, a
seguir, alguns exemplos de separação de misturas com experimentos em laborató-
rio e em escala industrial, como ilustra a figuras a seguir.

Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

Processo de separação em laboratório – Evaporando água com sal:


Explor

https://youtu.be/0JtQd5Krx2o

Fonte: Adaptado de ima.mg.gov.br e ueg.br


Explor

Misturas sólido/líquido – Destilação: https://youtu.be/oFrnY3aRllo

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UNIDADE Conceitos Logísticos

Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons e iStock/Getty Images


Explor

Misturas sólido/líquido – Destilação: https://youtu.be/v5fdSPVzbBA

Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons

No link a seguir, observe o método de separação de resíduos da água bruta:


Explor

https://goo.gl/888Fdp

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Os processos de separação de misturas são muito importantes para a maioria
das indústrias. Na produção de inúmeros produtos, a matéria prima tem que ser
extremamente purificada, caso, dos remédios. Nos dias em que os três Rs, são tão
importantes, a todo instante é necessário, reutilizar embalagens, reciclar materiais
diversos e reduzir a produção de lixo e resíduos. A separação de misturas ganha
um significado de “sobrevivência”, portanto pratique os Rs utilizando no seu dia
a separação de misturas e os demais Rs. A Figura 12, representa um resumo dos
principais processos de separação de misturas.

Figura 12 – Separação de misturas


Fonte: Adaptado pelo conteudista

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UNIDADE Conceitos Logísticos

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Entalpia de Decomposição do Peróxido de Hidrogênio: Uma Experiência
Simples de Calorimetria com Material de Baixo Custo e Fácil Aquisição
BRAATHEN, P.C. et al. Entalpia de decomposição do peróxido de hidrogênio:
uma experiência simples de calorimetria com material de baixo custo e fácil aquisição.
Química Nova na Escola, n. 29, p. 42-44, 2008.
Química Total
COVRE, Geraldo José. Química total. São Paulo: FDT, 2001. 664 p.
Ensinar Ciências por Investigação: Um Desafio para os Formadores
LIMA, M.E.C.C.; DAVID, M.A. e MAGALHÃES, W.F. Ensinar ciências por investiga-
ção: um desafio para os formadores. Química Nova na Escola, n. 29, p. 24-29, 2008.
Química na abordagem do Cotidiano
PERUZZO, Francisco Miragaia; CANTO, Eduardo Leite do. Química na abordagem
do cotidiano. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2010. Vol. 1.
Efeito Crioscópico
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Efeito Crioscópico. 47 Vol. 35, N° 1, p. 41-47,
fevereiro de 2013.

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Referências
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e
o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BROWN, LeMay, Bursten. Química a Ciência Central. São Paulo: Pearson, 2014.

MAHAN, B.H.; MEYERS, R.J. Química: um curso universitário. 2.ed. São Paulo:
Edgard Blücher, 1990.

MASTERTON, W.L.; SLOWINSKI, E.J.; STANITSKI, C.L. Princípios de Química.


6.ed. Rio de Janeiro: LTC- Editora, 1990.

RUSSEL, J.B. Química Geral. 2.ed. São Paulo: Makron Books, 1994.

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Você também pode gostar