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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Faculdade de Engenharia de São João da Boa Vista


Curso de Graduação em Engenharia Eletrônica e de
Telecomunicações

Grupo (Turma T2): Arthur Fernandes, Leticia Dias, Ian Monteiro, Giovanne Polo

EXPERIMENTO 7 – MEDIDAS ELÉTRICAS

Laboratório de Física 3 – Professor Dr Luiz


Alberto de Paula

São João da Boa Vista, SP


17 DE MAIO DE 2023
SUMÁRIO

1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 3

1.2 INTRODUÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 3

1.3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 5

• PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .................................................................. 5

1.4 RESULTADOS E ANÁLISE ................................................................................. 7

1.5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 9

1.6 REFERÊNCIAS BLIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 10

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1.1 OBJETIVOS

O objetivo desse presente relatório é estudar observar experimentalmente os efeitos da lei de


Ohm dentro de um circuito elétrico, em específico os efeitos da resistência elétrica em dois tipos
distintos de resistores (ôhmicos e não ôhmicos). Além de também iniciar as atividades práticas
relacionadas a montagem de um circuito elétrico dentro do laboratório de física.

1.2 INTRODUÇÃO TEÓRICA

Inicialmente, a Lei de Ohm é objeto fundamental no estudo da física elétrica, relacionando os


conceitos da diferencia de potencial (∆𝑉 ou 𝑈), a resistência do resistor (𝑅) e a corrente elétrica (𝑖).
E tendo duas variáveis quaisquer é possível encontrar sempre a terceira, seja elas quais forem. A lei
de Ohm, pode ser encontrada da forma demonstrada na Equação (1) abaixo.

∆𝑉
𝑅= (𝟏)
𝑖

Ou também em alguns autores como:

𝑈 = 𝑅. 𝐼

Além disso, como resultado da lei de Ohm, podemos calcular também a potência elétrica
dissipada por um resistor, dada pela Equação (2) abaixo.

𝑃 = 𝑖. ∆𝑉 (𝟐)

A equação acima é fundamental para se dimensionar se é seguro ou não ligarmos a fonte de


energia a depender dos resistores que estão sendo utilizados se o resistor suportará a potência que
será dissipada por ele, além também de ter uma ideia do quanto de calor será gerado pelo resistor
no sistema, através do efeito joule, que nada mais é que a transformação da energia elétrica em
energia térmica.
Entretanto, nem todos os resistores seguem a lei de Ohm, dependendo do material em que é
feito o resistor ele pode não ser um resistor chamado de ôhmico, como por exemplo um diodo
semicondutor. Um resistor que é ôhmico pode ser definindo graficamente como uma reta de taxa de
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variação constante da corrente elétrica em relação a diferença de potencial aplicada (Figura 1). Já
para o caso contrário, essa taxa de variação não é constante e assume valores não lineares da corrente
em função da diferença de potencial (Figura 2).

Figura 1- Gráfico da resistência de um resistor ôhmico.

Fonte: HALLIDAY, D; RESNICK, R; WALKER, J. Fundamentos de Física; 10 Ed; Rio de Janeiro;


LTC, 2022, Vol 3.

Figura 2- Gráfico da resistência de um resistor não ôhmico.

Fonte: HALLIDAY, D; RESNICK, R; WALKER, J. Fundamentos de Física; 10 Ed; Rio de


Janeiro; LTC, 2022, Vol 3.

Porém, mesmo quando se trata de resistores não ôhmicos, pode-se aplicar a relação da Equação
(1) para determinar qualquer um de seus termos. Pois quando é analisado de maneira mais teórica
um componente ôhmico é aquele que o valor de sua resistência é constante para, dentro de um certo
limite, qualquer valor de diferença de potência ou corrente é aplicada sobre ele.
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1.3 MATERIAIS E MÉTODOS

1. Multímetro Minipa modelo: ET-1110 DMM;


2. Placa protoboard Hikari modelo: HK-P400;
3. Fonte reguladora DC Politerm modelo: POL-16A;
4. Resistor de 470 ± 5% Ohms;
5. Lâmpada de filamento;
6. Jumpers diversos.

Figura 3- Ligação do circuito na protoboard

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 4- Bancada do experimento

Fonte: Elaborado pelo autor.

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• PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Inicialmente foi medido experimentalmente com auxílio do multímetro a resistência do
resistor fornecido para o experimento (471 ± 1 ohms) e foi comparado com o valor teórico do
mesmo obtido pela tabela de cores (470 ± 5%) e por fim, realizado através da Equação (1) o cálculo
da corrente elétrica teórica, tomando como base uma diferença de potencial de 9 Volts como
demonstrado abaixo:
∆𝑉 ∆𝑉
𝑅= ↔ 𝑖=
𝑖 𝑅

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𝑖= = 0,019 [𝐴] = 19 [𝑚𝐴]
470

Cálculo do desvio teórico de i:

1 2 𝑈 2
𝛿𝑖 = √( ) 𝛿𝑢 ² + ( ) 𝛿𝑟 ² (𝟑)
𝑅 𝑅²

1 2 9 2
𝛿𝑖 = √( 2
) 0,1 + ( ) 23,52
19 4702

𝛿𝑖 = 5,3495. 10−3 = 0,005 [𝑚𝐴]


Portanto:
𝑖𝑡 = 19,000 ± 0,005 [𝑚𝐴]
Em seguida, feito as medidas experimentais dos mesmos termos com o circuito ligado, registrados
na Tabela 1 abaixo:
Tabela 1- Tabela de dados teóricos e experimentais do circuito com o resistor

Teórico Experimental
Corrente (i) 019,000 ± 0,005 [𝑚𝐴] 018,800 ± 0,100 [𝑚𝐴]

Diferença de potencial (∆𝑽) 009,000 ± 0,100 [𝑉] 008,730 ± 0,010 [𝑉]


Resistência (𝛀) 470,000 ± 5% [Ω] 471,000 ± 1,000 [Ω]
Fonte: Elaborado pelo autor.

A segunda parte do experimento consistiu em realizar medidas de corrente elétrica no


circuito montado com o resistor inicialmente e com lâmpada de filamento posteriormente (que
também faz papel de resistor no sistema), variando a diferença de potencial de 10V até 1V em
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intervalos de 1V. Os resultados estão organizados na Tabela 2 abaixo:

Tabela 2- Corrente elétrica em função da DDP e do tipo de resistor


Diferença de potencial (∆𝑽) Corrente com o Corrente com a
Resistor [𝒎𝑨] Lâmpada [𝒎𝑨]
10 [V] 21,2 [𝑚𝐴] 48,7 [𝑚𝐴]
09 [V] 19,1 [𝑚𝐴] 45,6 [𝑚𝐴]
08 [V] 17,0 [𝑚𝐴] 42,4 [𝑚𝐴]
07 [V] 14,6 [𝑚𝐴] 39,1 [𝑚𝐴]
06 [V] 12,6 [𝑚𝐴] 35,7 [𝑚𝐴]
05 [V] 10,5 [𝑚𝐴] 32,1 [𝑚𝐴]
04 [V] 08,3 [𝑚𝐴] 27,9 [𝑚𝐴]
03 [V] 06,2 [𝑚𝐴] 23,7 [𝑚𝐴]
02 [V] 04,1 [𝑚𝐴] 18,4 [𝑚𝐴]
01 [V] 02,1 [𝑚𝐴] 12,6 [𝑚𝐴]
Fonte: Elaborado pelo autor.
Obs: Todas as medidas da corrente elétrica e diferença de potencial possuem uma incerteza associada de
± 0,1 [𝑚𝐴] e ± 0,1 [𝑉] respectivamente, por limitações técnicas do equipamento de medição.

1.4 RESULTADOS E ANÁLISE

A partir dos dados coletados na Tabela 1 é calculado, a partir da Equação 4, os respectivos


erros percentuais para as medidas experimentais e teóricas de corrente, diferença de potencial e
resistência elétrica, os resultados estão demonstrados abaixo:

|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 |


𝐸% = . 100 (𝟒)
|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜|

Para a corrente elétrica (i):

|19,00 − 18,80|
𝐸% 𝒊 = . 100 = 1,05%
|19,000|
Para a diferença de potencial (∆𝑉):

|9,00 − 8,73|
𝐸% ∆𝑽 = . 100 = 3,00%
|9,00|

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Para a resistência elétrica (Ω):

|470,00 − 471,00|
𝐸% Ω = . 100 = 0,21%
|470,00|

A partir dos resultados observados acima, é possível concluir que as medidas teóricas e
experimentais para nenhuma das medidas não são idênticas. Isso ocorre por conta de diversos
motivos, como por exemplo a precisão do equipamento de medida (multímetro), a resistência elétrica
dos cabos dos terminais do mesmo e o mau contado deles, que foi uma das dificuldades encontradas
durante o procedimento experimental, além de também a própria faixa de imprecisão do resistor,
que é especificado pelo fabricante como ± 5% para a sua resistência interna, o que pela relação da
∆𝑉
primeira lei de Ohm ( 𝑅 = 𝑖
) também pode alterar os valores práticos de diferença de potencial e

corrente elétrica.

Entretanto, observe que o erro percentual da resistência elétrica (0,21%) respeita a faixa de
tolerância máxima do capacitor fornecida pelo fabricante (± 5%) o que comprova, mesmo com as
diferenças experimental-teórico, a precisão e veracidade das medidas realizadas em laboratório.

Do mesmo modo, pela Tabela 2, são montados os Gráficos 1 (Diferença de potencial x


Corrente elétrica do resistor) e do Gráfico 2 (Diferença de potencial x Corrente elétrica da
lâmpada) representados abaixo:

Gráfico 1- Diferença de potencial x Corrente elétrica do Resistor

12

10
DIFERENÇA DE POTENCIAL (V)

0
0 5 10 15 20 25
CORRENTE ELÉTRICA (MA)

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Gráfico 2- Diferença de potencial x Corrente elétrica do Lâmpada

12

DIFERENÇA DE POTENCIAL (V) 10

0
0 10 20 30 40 50 60
CORRENTE ELÉTRICA (MA)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Como pode ser observado dos Gráficos 1 e 2 possuem uma diferença considerável com relação
a suas respectivas linhas de dispersão, sendo o Gráfico 2 claramente tendendo a um pequeno
crescimento exponencial, o que não acontece com o Gráfico 1, que respeita muito mais sua linha de
dispersão, tendendo a uma reta. Essa sútil diferença ocorre por conta dos dois diferentes tipos de
resistores que a lâmpada e o resistor são, sendo o primeiro um resistor não ôhmico com um valor de
resistência variável e o segundo um resistor ôhmico que possui uma resistência constante
(coeficiente angular da reta) e segue todos os princípios das leis de Ohm, detalhadas de maneira
mais abrangente no Tópico 1.1.

1.5 CONCLUSÃO

Em conclusão, o relatório sobre medições elétricas destaca a importância crítica dessas


medições na análise e controle de sistemas elétricos. Ao longo deste relatório, examinamos vários
conceitos e instrumentos básicos usados para fazer medições elétricas precisas e confiáveis.
Observamos a Lei de Ohm e a atuação real de um circuito com um resistor ôhmico e não ôhmico de
maneira prática.
Ao longo do relatório, vemos que as medições elétricas desempenham um papel importante
em diversas aplicações, desde o monitoramento de grandes redes elétricas até a avaliação de
pequenos dispositivos eletrônicos. Eles fornecem informações vitais para garantir o bom
funcionamento dos sistemas elétricos, bem como a segurança e a eficiência energética.
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Também discutimos diferentes tipos de medição de grandezas elétricas, como tensão,
corrente, resistência, potência e frequência. Entendemos a importância de selecionar o instrumento
correto para medir cada grandeza, levando em consideração sua faixa de operação, precisão e
características específicas.
Por fim, é importante destacar a contínua evolução tecnológica no campo das medidas
elétricas, com o desenvolvimento de instrumentos mais avançados como osciloscópios digitais,
multímetros de alta precisão e sistemas de aquisição de dados. Essas técnicas permitem medições
mais rápidas, precisas e automatizadas, contribuindo para grandes avanços em diversas áreas,
incluindo eletrônica, energia, telecomunicações e automação.

1.6 REFERÊNCIAS BLIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, D; RESNICK, R; WALKER, J. Fundamentos de Física; 10 Ed; Rio de Janeiro; Livros
Técnicos Científicos Ltda, 2022, Vol 3.
[2] RAMALHO, F; NICOLAU, G; TOLEDO, P. Os Fundamentos da Física, 6 Ed; São Paulo; Moderna
Ltda, 2007, Vol 3.

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