Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Exatas

Departamento de Física
Física Experimental III - 5274

Princípios de Kirchhoff

Acadêmicos: Enzo Vaz Bonancin RA:131127

Gabriel Ribas Schadt RA:118102
Luana Camargo de Paula Trindade RA:131130
Ana Lara Da Rocha Silva RA:135676

Turma:
Professora: Aline Alves Oliveira

Maringá, 6 de setembro de 2023.

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Resumo

Este relatório explora as Leis de Kirchhoff aplicadas ao circuito em rede estudado. Por meio da
utilização de duas fontes de tensão ligadas a um circuito elétrico com três resistores, foram
estudadas a lei das correntes, que estabelece que a soma das correntes que entram em um nó
de um circuito é igual à soma das correntes que saem desse nó, baseando-se no princípio de
conservação de carga elétrica. Também foi estudada a lei das tensões, que afirma que a soma
das quedas de tensão ao longo de um caminho fechado em um circuito é igual à soma das
tensões aplicadas nesse caminho fechado. Essa lei é uma aplicação do princípio da conservação
de energia. O relatório oferece um estudo experimental sobre as leis citadas.

Objetivos

● Aplicar as leis de Kirchhoff à resolução de circuitos em rede.

● Determinar experimentalmente a f.e.m. de uma fonte.

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1. Fundamentação Teórica
Quando consideramos circuitos elétricos, podemos ter configurações tão complexas
quanto possível, se assemelhando a redes (Figura 1). Cada circuito poligonal fechado é
denominado malha.

Figura 1: Esquema com três malhas.

Os pontos de intersecção entre as malhas de uma rede recebem o nome de nó. O trecho
do circuito entre dois nós é um ramo. Nos circuitos em rede cada ramo é percorrido por uma
corrente. Para a determinação das correntes que passam por esses ramos utilizasse os
princípios ou Leis de Kirchhoff. As duas leis são:

● Princípio das correntes.

● Princípio das tensões.

Esses princípios dizem respeito a conservação de energia e de carga elétrica no contexto

de circuitos elétricos.

1.1. Princípio das correntes

O princípio das correntes estabelece que a soma algébrica das correntes instantâneas
em um só nó é nula. Aplicando esse conceito ao nó A da Figura 1, podemos escrever:

𝑖2 + 𝑖3 − 𝑖1 − 𝑖4 = 0,

ou

𝑖2 + 𝑖3 = 𝑖1 + 𝑖4. (1)

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1.2. Princípio das tensões

A soma algébrica das tensões instantâneas em uma malha é nula.

Aplicando este princípio à malha A B C D A da Figura 1, podemos escrever:

𝑖2𝑅 − ε − 𝑖3(2𝑅) = 0 (2)

onde ε é a força eletromotriz (f.e.m.) da fonte.

A força eletromotriz (f.e.m) de um gerador ou fonte de energia elétrica está associada à

sua capacidade de mover cargas positivas do polo negativo para o polo positivo. Essa grandeza é
definida quantitativamente por:

𝑑𝑊
ε= 𝑑𝑞
(3)

onde (dW) é o trabalho realizado sobre uma carga (dq) que atravessa o gerador.

A f.e.m. (ε) e a d.d.p. (V) entre os terminais de uma fonte são duas grandezas
homogêneas , relacionadas através da equação

𝑉 = ε − 𝑟𝑖 (4)

onde (r) é a resistência interna da fonte. Quando a fonte é de boa qualidade, r é desprezível, e
podemos considerar ε ≃ V. Em um circuito aberta (i = 0), V = ε.

Ao estabelecer a Equação 2 algumas convenções são usadas, baseadas na conservação

das energias:

1) Quando percorremos uma malha e atravessamos uma fonte no sentido da força

eletromotriz (do polo negativo para o polo positivo), ocorre um aumento de potencial (ε
> 0). No sentido oposto, há uma diminuição de potencial (ε < 0).
2) Quando percorremos uma malha e atravessamos um resistor na mesma direção da
corrente elétrica, ocorre uma queda de potencial (iR < 0). No sentido oposto à corrente,
há um aumento de potencial (iR > 0).

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2. Descrição do Experimento
2.1. Materiais Utilizados

● Fontes de tensão;
● multímetro;
● resistores;
● cabos;
● pontas de prova;
● jacarés;
● placa de bornes.

2.2. Montagem Experimental

Para a realização do experimento o arranjo utilizado foi:

Figura 2: Circuito de duas malhas.

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 Figura 3: montagem do sistema na placa de bornes.

2.3. Descrição do Experimento

No início do experimento foram selecionados 3 resistores que seriam utilizados no

circuito, suas potências nominais eram 820, 1000 e 2200 Ω.

1) As potências experimentais dos resistores foram medidas e anotadas na tabela 1.

2) O circuito foi montado como indicado na figura 2, onde foi considerado ε𝐴 > ε𝐵.
3) A fonte de tensão ε𝐴 foi programada para 14V e ε𝐵 foi programada para 10V.
4) Com o amperímetro foram medidas as correntes em cada ramo e anotadas na tabela 1.
5) Com o voltímetro foram feitas as medidas de queda de tensão em cada resistor, que
também foram anotados na tabela 1.
6) Ao final as fontes foram zeradas.

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2.4. Dados Obtidos Experimentalmente

Tabela 1 - Valores calculados e experimentais para o circuito da Figura 1, utilizando εA = 14 V e

εB = 10 V.

𝑅±∆𝑅 𝐼±∆𝐼 𝑉±∆𝑉 𝑃𝑐𝑎𝑙±∆𝑃

(Ω) (𝑚𝐴) (𝑉) (𝑊)

𝑅1 815±41 14,50 11,69 169,505

𝑅2 2180±109 1,43 3,06 4,3758

𝑅3 992±50 12,98 12,87 167,0526

Tabela 2 – Corrente no resistor 𝑅2 para diferentes tensões na fonte A.

ε𝐴±∆ε𝐴 𝐼2±∆𝐼2

(𝑉) (𝑚𝐴)

15,1 1,45

10,4 0,478

4,0 -0,814

2,2 -1,181

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3. Análise dos Resultados

1) Aplicando os princípios de Kirchhoff ao circuito montado (mostrado na figura abaixo),

mostre que o sistema de equações associado a este circuito pode ser escrito como:

Pela lei dos nós:

𝑖2 + 𝑖3 − 𝑖1 = 0, ou seja; 1, 43 + 12, 98 − 14, 5 = 0, 09𝑚𝐴

Através da lei das malhas:

− ε𝐴 + 𝑖2. 𝑅2 + 𝑖1. 𝑅1 = 0, ou seja;

− 14 + (0, 00143 · 2180) + (0, 0145 · 815) = 0, 92

− ε𝐵 + 𝑖3. 𝑅3 − 𝑖2. 𝑅2 = 0, ou seja;

− 10 + (0, 01298 · 992) − (0, 00143 · 2180) = 0, 24

2) Mostre que as soluções para as correntes elétricas do circuito do item 1 são dadas por:

14·(2180+992)+10·2180 66208
𝑖1 = (815·2180+815·992+2180·992)
→ 4747740
→ 𝑖1 = 0, 0140 𝐴 𝑜𝑢 14 𝑚𝐴 (2)

14·992 −10·815 5738

𝑖2 = (815·2180+815·992+2180·992)
→ 4747740
→ 𝑖2 = 0, 00121 𝐴 𝑜𝑢 1, 21 𝑚𝐴 (3)

14·2180+10·(815+2180) 60470
𝑖3 = (815·2180+815·992+2180·992)
→ 4747740
→ 𝑖3 = 0, 0127 𝐴 𝑜𝑢 12, 7 𝑚𝐴 (4)

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3) Compare os valores medidos de corrente em cada resistor com os calculados pelos
princípios de Kirchhoff.

𝐼𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 𝐼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜

(%)
(𝑚𝐴) (𝑚𝐴)

𝑅1 14,50 14 3,57

𝑅2 1,43 1,21 18,18

𝑅3 12,98 12,7 2,20

↓ 𝑖2

4) Desenhe o circuito montado e identifique o sentido convencional da corrente 𝐼2 para as

quatro diferentes de tensão ε𝐴.

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5) O que acontece com a corrente em 𝑅2 quando a tensão em ε𝐴 de é alterada?

A corrente em um resistor é diretamente proporcional à tensão da fonte de acordo com

a Lei de Ohm, sendo uma relação entre tensão(V), corrente(I) e a resistência (R).
Caso haja um aumento da tensão, mais elétrons fluirão no resistor e mais ele irá dissipar
energia em forma de calor, isso se o resistor não queimar.
Em outra situação onde a tensão seja reduzida, a corrente no resistor irá diminuir junto
com a quantia de elétrons que flui pelo resistor, consequentemente, dissipando menos energia
em forma de calor . Pode-se concluir que o aumento da corrente elétrica ou a redução da
mesma afeta diferentemente o resistor de acordo com a variação do mesmo.

4. Conclusões
Por meio da realização do relatório foi possível verificar a utilidade das Leis de Kirchhoff
para a análise de circuitos elétricos em rede e a precisão das medidas experimentais em relação
à teoria.
Portanto, os objetivos iniciais do relatório foram concluídos com êxito e o experimento
se mostrou condizente com a teoria estudada em sala.

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5. Referência Bibliográfica
[1] Nilsson, J. W., & Riedel, S. A. (2019). Electric Circuits (11th ed.). Pearson.
[2] Dorf, R. C., & Svoboda, J. A. (2016). Introduction to Electric Circuits (9th ed.). Wiley.

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