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Apenas com o conhecimento dos elementos que constituem um circuito eléctrico e respectivas
equações características, não é possível determinar a totalidade das correntes e tensões presentes
num circuito. É ainda necessário o conhecimento de duas importantes leis, conhecidas como Leis
de Kirchhoff.
A primeira Lei de Kichhoff ou Lei dos Nós determina que, em qualquer instante, é nula a soma
algébrica das correntes que entram num qualquer nó.
(3.1)
De acordo com as correntes representadas na Figura 3.1, a lei dos nós permite obter a equação:
(3.2)
Note-se que se considerou o simétrico das correntes i1 e i3 uma vez que o seu sentido de referência
representado é o de saída do nó. Obter-se-ia uma equação equivalente se, no enunciado da lei dos
nós, a palavra “entram” fosse ser substituída pela palavra “saem”.
Se, em algum instante, a soma das correntes que entram no nó não fosse nula, isso quereria dizer
que o nó estava a acumular carga (pois corrente, é um deslocamento de cargas). Contudo, um nó
é um condutor perfeito e, portanto, não pode armazenar carga.
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Relativamente ao circuito representado na figura seguinte, a aplicação da Lei dos nós conduz a:
No nó A: 𝑖𝐹 − 𝑖1 = 0 (3.3)
No nó B: 𝑖1 − 𝑖2 − 𝑖3 = 0 (3.4)
No nó C: −𝑖𝐹 + 𝑖2 + 𝑖3 = 0 (3.5)
∑𝑛𝑖=0 𝑉𝑖 = 0 (3.6)
Para a aplicação da lei das tensões de Kirchhoff, faz-se necessário adoptar alguns procedimentos
que são descritos a seguir:
a) atribuir sentidos arbitrários para as correntes em todos os ramos;
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b) polarizar as fontes da f.e.m. com positivo sempre na placa maior da fonte;
De acordo com o circuito apresentado na Figura 3.6, ao se aplicar a lei das tensões de Kirchhoff às
malhas ABDFEA, obtem-se as equações indicadas abaixo.
Fig. 3.6: Circuito eléctrico para a aplicacão da Lei das Tensões de Kirchhoff.
Malha ABDFEA:
𝑅1𝐼1+𝐸2−𝑅2𝐼2+𝑅4𝐼1+𝐸1 = 0 (3.7)
Malha BCGFDB:
−𝐸3+𝑅3𝐼3+𝐸4+𝑅2𝐼2−𝐸2 = 0 (3.8)
No circuito da Figura 3.6, existe ainda mais uma malha (a malha externa ABCGFEA). Nesta
malha poderia ser aplicada também a Lei das tensões de Kirchhoff. Entretanto, como no caso da
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lei das correntes, a equação resultante seria dependente das duas já obtidas. Portanto, esta equação
seria inútil.
Supondo-se que, no circuito da Figura 3.6, são conhecidos os valores de todas as f.e.m. das fontes
de tensão e todas as resistências, restariam como incógnitas as três correntes.
Para resolver um sistema de equações lineares com três incógnitas são necessárias três equações.
Uma equação já foi obtida com a aplicação da lei das correntes de Kirchhoff. Portanto, são
necessárias mais duas, que podem ser obtidas pela aplicação da lei das tensões de Kirchhoff.
Em síntese, pode-se concluir que, em um circuito eléctrico com r ramos e n nós, tem-se r
correntes, uma em cada ramo. A lei das correntes de Kirchhoff fornece,
Ne1 = n – 1 equações
e, portanto, a lei das tensões de Kirchhoff deve fornecer,
Ne2 = r – n + 1 equações
para que o problema possa ser resolvido.
Por exemplo, no circuito da Figura 3.6, tem-se r = 3 e n = 2. Se r = 3, o número de correntes é 3.
O número de equações fornecidas pela lei das correntes é Ne1 = 2 – 1 = 1 e o número de equações
fornecidas pela lei das tensões é Ne2 = 3 – 2 + 1 = 2, conforme discutido anteriormente.
2.°) atribuir, arbitrariamente, para cada ramo do circuito um sentido para a corrente eléctrica;
4.°) polarizar as quedas de tensão nos resistores de acordo com o sentido adotado para a corrente;
6.°) se o número de equações ainda não for suficiente para resolver o circuito, aplicar a 2.ª Lei de
Kirchhoff, onde o número de equações independente é dado por Ne2 = (r – n + 1);
7.°) escolher um ponto de partida e adoptar um sentido de percurso para analisar a(s) malha(s).
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Problemas Resolvidos
9.𝐼 = −9
𝐼 = −1 𝐴
O sinal negativo que aparece para o valor da corrente I significa que o sentido escolhido para ela
está invertido. Neste exemplo, o sentido correcto da corrente eléctrica I é para baixo na figura 3.7
e não para cima como foi arbitrado no início da resolução.
2. Calcule os valores da 𝐼1, 𝐼2 𝑒 𝐼3 a partir dos valores das f.e.m. e das resistências eléctricas
usando obrigatoriamente as leis de Kirchhoff.
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Fig. 3.8: Esquema eléctrico do problema 2.
Dados:
𝑅1 = 4 𝛺; 𝑅2 = 3,3 𝛺; 𝑅3 = 2,7 𝛺
𝐸1 = 36 𝑉; 𝐸2 = 12 𝑉
Resolução:
c) aplicando a lei das correntes de Kirchhoff tem-se apenas uma equação obtida em relação aos
nós, pois: Ne1 = n – 1;
(1): I3 - I1 - I2 = 0
d) aplicando a 2.a Lei das Tensões de Kirchhoff, tem-se duas equações obtidas para malhas,
pois:
Ne2 = r - n + 1 = 3 – 2 + 1 = 2
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1.ª) Malha ACDA:
(1): I3 - I1 - I2 = 0
I3 = I1 + I2
(2): +I1.4 Ω + 12 V – 36 V = 0
(3): +I2.3,3 Ω + I2.2,7 Ω – I1.4 Ω = 0
g) usando um dos métodos de resolução de sistema de equação chega-se a resposta. Neste caso,
foi usado o método da substituição.
- 24 + I2.6 = 0 I2 = 24/6 = 4 A