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Prática 1: Leis de Kirchhoff

Esta é a primeira prática experimental da disciplina de eletricidade, referente às leis


de Kirchhoff. Cada grupo deve realizar o experimento e montar o relatório para ser
entregue no dia da primeira avaliação, 03/10/2022. Além deste, cada grupo deve fazer
mais um relatório, da prática do circuito RC, e a média simples de ambos os relatório
será a nota da primeira atividade avaliativa, ou seja, A1 = (R1 + R2)/2. O dia 28/09,
data marcada no planejamento como a primeira atividade avaliativa, será utilizada
para tirar as dúvidas dos grupos em relação aos relatórios.
1. Introdução:
Trabalharemos agora com resistores ligados à fontes de tensão: os terminais de uma fonte, positivo
ou negativo, fornece uma diferença de potencial dada em volts (V). Quando fechamos um circuito
com esta fonte, uma corrente estacionária se forma neste circuito, e diferentes componentes reagem
a esta corrente de acordo com as propriedades: um resistor por exemplo, produzirá uma queda de
pontencial produzindo uma oposição a esta corrente; um capacitor armazenará a energia elétrica
por meio das cargas e do campo; uma lâmpada de filamento aquecerá e emitirá luz, etc. Podemos,
então, aplicar os princı́pios de conservação de energia e da carga à fonte e aos componentes [1].
Para chegarmos a estes princı́pios, precisamos de três definições importantes:
ˆ Nó: Um ponto de conexão entre dois ou mais componentes do circuito;
ˆ Laço ou malha: qualquer caminho fechado do circuito no qual nenhum nó seja encontrado
mais de uma vez;
ˆ Ramo: Região do circuito que contém apenas um único componente e os nós de cada uma
das extremidades.
Os circuitos a seguir representam os números de nós, laços e ramos de cada um.

Agora vamos estabelecer as chamadas Leis de Kirchhoff [1]:


Lei de Kirchhoff das correntes ou lei dos nós: A soma algébrica das correntes
em qualquer nó é nula.


n
Ij = 0 (lei dos nós)
j=1

Consideremos o segundo desenho da figura acima e presteamos atenção ao nó b. Suponha que
uma corrente I1 saia da fonte e, quando chega em b, ela se subdivide em duas, por exemplo, I2 e
I3 . Pela lei de Kirchhoff das correntes, convencionamos que, quando uma corrente chega em um
nó, o sinal dela é positivo; quando ela parte de um nó, o sinal é negativo, de modo tal que


3
Ij = I1 − I2 − I3 = 0 ⇔ I1 = I2 + I3
j=1

A ilustração abaixo nos ajuda a entender o que acontece no nó b.

Note que uma relação semelhante pode ser obtida no nó e: neste caso, I2 e I3 estão chegando em
e (sinais positivos) e I1 está saindo de e (sinal negativo), de modo tal que a relação I1 = I2 + I3
permanece válida.
A lei de Kirchhoff das correntes se baseia no princı́pio de conservação de carga [1]. A
quantidade de cargas em movimento que passam por um nı́ não se altera. Um nó não armazena
cargas.
Vamos agora estabelecer a segunda lei de Kirchhoff.
Lei de Kirchhoff das tensões ou lei das malhas: A soma algébrica das tensões
ao logo de qualquer laço (ou malha) é nula.


n
Vj = 0 (lei das malhas)
j=1

Para aplicarmos a lei das malhas, precisamos convencionar um sentido para percorrer a malha
[2]. Vamos considerar a primeira figura acima, e vamos supor que a lâmpada (sı́mbolo ⊗) tem
uma resistência R0 . Se percorrermos a malha no sentido horário, a → b → c → a, temos o
mesmo sentido que o da corrente I fornecida pela fonte. Neste caso, quando passamos pela fonte
do polo negativo para o polo positivo, somamos a tensão da fonte; já os resistores e a lâmpanda,
neste sentido, promovem uma queda de tensão devida à oposição à corrente I que componentes
resistivos fornecem. Neste caso, então, pela lei das malhas, temos


3
Vj = Vca + Vab + Vbc
j=1
= V0 − VR1 − VR0
= V0 − IR1 − IR0 = 0;

na primeira linha, escrevemos as tensões em termos dos ramos. Por exemplo, o ramo c − a é onde
a fonte V0 se encontra, por isso chamamos a tensão de Vca .
Considere agora o laço a → b → e → a do segundo circuito da figura, mas vamos percorrê-lo no
sentido anti-horário, ou seja a → e → b → a. Sabemos que a corrente I1 que percorre o circuito em
V0 tem o “sentido horário” até o nó b. Neste caso, a lei de Kirhhoff das tensões nos fornece

Vj = Vae + Veb + Vba = −V0 + I3 R3 + I1 R1 = 0;
j
temos uma equação e duas incógnitas, a saber I1 e I3 . Vamos agora percorrer o laço b → e → d →
c → b também no sentido anti-horário; estamos percorrendo o sentido contrário ao da corrente,
logo, todas as tensões nos resistores devem aparecer com o sinal positivo:

Vj = Vbe + Ved + Vdc + Vcb = I3 R3 + I2 R5 + I2 R4 + I2 R2 = 0.
j

Por fim, consideremos a malha a → e → d → d → c → b → a no sentido anti-horário. Pela lei de


Kirchhoff das tensões

Vj = Vae + Ved + Vdc + Vcb + Vab
j
= −V0 + I2 R5 + I2 R4 + I2 R2 + I1 R1 = 0

Agora, temos um sistema com três equações e três incógnitas – as três equações acima, para
as correntes I1 , I2 e I3 . Porém, este é um sistema possı́vel e indeterminado, ou seja, admite
infinitas soluções [3]. E isto acontece porque, na realidade, como uma das correntes é escrita em
termos das outras, não podemos encontrá-las de maneira separada. Resolver esta inconsistência é
simples. Consideramos todas as associações de resistores possı́veis e, neste caso, com a resistência
equivalente, conseguimos determinar qual a corrente que sai da fonte, I0 , já que é ela que alimenta
todo o circuito. Para encontrar I2 e I3 , utilizamos outro fato importante da lei de Kirchhoff das
tensões: a tensão entre os terminais Vbe é a mesma, independentemente do caminho que você
escolher para sair de b até e [3]. Assim,

Vbe = Vba + Vae = Vbc + Vcd + Vde .

Desta forma, conhecendo I0 , podemos encontrar I2 sabendo que I2 R3 = V0 − I0 R1 ; também


podemos encnotrar I1 sabendo que I1 (R2 + R4 + R5 ) = I2 R3 .
Com base nestes exemplos, oriundos das Refs. [1,3,4], podemos trabalhar com as leis de Kirchoff
para encontrar as correntes e as quedas de tensão de dois circuitos diferentes.

2. Objetivos:
ˆ Mostrar a validade da lei de Kirchhoff das correntes ou lei dos nós;
ˆ Mostrar a validade da lei de Kirchhoff das tensões ou lei das malhas;
ˆ Caracterizar circuitos elétricos por completo, encontrando todas as correntes e tensões.

3. Materiais utilizados:
ˆ Resistores diversos;
ˆ Quadro eletrônico vertical;
ˆ Multı́metros;
ˆ Fontes de alimentação com tensão constante;
ˆ Conectores com pontes elétricas e cabos.
4. Descrição do experimento:
Para esta prática, montaremos dois circuitos diferentes, ilustrados a seguir.

Meça as resistências R1 , R2 e R3 do primeiro circuito pelo ohmı́metro e pelo código de cores. A


segunda medida será usada para encontrar os valores de tensões e correntes pela teoria das leis de
Kirchhoff. Monte o curcuito no quadro eletrônico. As tensões das fontes são V1 = 4, 2 V, V2 = 3, 0
V e V3 = 6, 0 V. Meça as tensões nos ramos indicados na figura e as correntes em cada parte do
circuito. Monte duas tabelas diferentes: uma com os valores encontrados para todas as tensões
e outra para todas as correntes. Resolva o circuito 1 pelas leis de Kirchhoff e encontre todas as
correntes e quedas de tensão sobre o circuito.
Repita o mesmo procedimento para o segundo circuito: meça as resistências R1 , . . . , R5 pelo
ohmı́metro e pelo código de cores. Monte o circuito no quadro eletrônico. As tensões das fontes
devem ser V1 = 2, 5 V e V2 = 5 V. Meça as tensões em cada ramo e as correntes que passa pelo
segundo circuito e monte duas tabelas com os valores de tensão e correntes. Resolva o circuito 2
pelas leis de Kirchhoff e encontre todas as correntes e quedas de tensão sobre o circuito.
Compare os valores teóricos e experimentais das tensões e correntes de ambos os circuitos.
5. Resultados obtidos:
Mostre como os circuitos foram montados e como os resultados foram obtidos. É aqui que as
tabelas com os valores de corrente e tensão devem ser apresentados.

6. Análise dos resultados:


A melhor maneira de comparar os resultados obtidos é com os valores teóricos encontrados. Resolva
ambos os circuitos. É importante que alguns passos apareçam no relatório para que não pareça
nada perdido. Compare os valores teóricos com os experimentais pelo desvio percentual.

7. Conclusões:
Conclua o relatório com base nos objetivos e nos resultados obtidos.

Referências bibliográficas:
[1] IRWIN, J. D.; NELMS, R. M., Análise básica para circuitos para engenharia, 10a.
Edição. São Paulo: LTC. Disponı́vel em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-216-2320-5/pageid/0.
Último acesso: 04/05/2022
[2] YOUNG, H. D.; FRIEDMAN, R. A., Fı́sica 3, Sears e Zemansky: eletromagne-
tismo, 14a. Edição, São Paulo: Pearson Educacional, 2015.
[3] CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de eletricidade e eletrônica:
teoria e prática, 24a. Edição, São Paulo: Érica - Saraiva, 2007. Disponı́vel em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536519777/pageid/0

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