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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – CAMPUS SOBRAL

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


DISCIPLINA: CIRCUITOS ELÉTRICOS I
PROFESSORES: ACÉLIO LUNA MESQUITA E CARLOS ELMANO

PRÁTICA Nº 03:
ANÁLISE DE MALHA E DE NÓ

ALUNOS MATRÍCULA
Bruno Israel Machado de Sousa 499949
José Darlyson Fontinele do Nascimento 429912
Raimundo Luan da Silva Moraes 482243
Kossi Sedjro Mawuli Dominique 422707

Sobral – CE
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................2
1.1 Análise de Nós.........................................................................................................2
1.2 Análise de Malhas..................................................................................................4
2 OBJETIVOS...........................................................................................................7
3 MATERIAIS UTILIZADOS.................................................................................8
4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL...............................................................9
5 QUESTIONÁRIO................................................................................................14
6 CONCLUSÃO......................................................................................................17
REFERÊNCIAS...................................................................................................18
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1 INTRODUÇÃO

Podemos entender que a análise de um circuito consiste em encontrarmos um


conjunto de equações ou valores que demonstram as características de funcionamento entre
todos os componentes integrantes. Essa análise é importante para que se possa simplificar um
circuito com a finalidade de descrevermos e observarmos como o circuito se comporta. A
seguir, temos dois métodos de análise de um circuito que serão explicados com a finalidade de
deixar claro as vantagens de cada um.

1.1 Análise de Nós

Na análise de nós temos uma série de passos que é baseado na Lei de Kirchhoff
para corrente. Com isso, para analisar os circuitos é conveniente usar as tensões de nó em vez
das tensões de elementos, pois dessa forma dá para se obter menos equações a serem
resolvidas posteriormente.
Dessa forma, temos os seguintes procedimentos para encontrar as tensões nos nós,
em um circuito formado por n nós e sem fontes de tensão.
1. Selecionar um nó como referência
2. Atribua tensões v1, v2, … , vn–1 aos n – 1 nós restantes. Todas as tensões
são medidas em relação ao nó de referência;
3. Aplique a LKC a cada um dos n – 1 nós que não são o de referência. Para
expressar as correntes nos ramos, em termos de tensões nodais, use a lei de Ohm
4. Resolva as equações resultantes para obter as tensões nodais.
Seguindo a série de etapas, a primeira coisa a ser definida é o nó de
referência. O nó de referência é chamado de terra e isso acontece devido ele
assumir que o seu potencial tem valor zero. Podemos usar dois símbolos para a
representação do nó de referência, como pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 - Símbolos usados para


indicar nó de referência ou terra.

Fonte: ALEXANDER.
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Na Figura 2 temos um exemplo de representação de um circuito sem


fonte que será resolvido por meio da análise de nós. O nó de referência será o nó da
parte inferior do circuito e sua tensão terá valor nulo.

Figura 2 - Circuito para entender a análise


nodal.

Fonte: ALEXANDER.

Na segunda etapa, aplicamos V1 e V2 aos seus nós onde essas tensões são
definidas em relação ao nó de referência de potencial nulo que já foi mencionado. Na terceira
etapa é onde aplicamos a LKC(Lei de Kirchhoff das Correntes) a cada um dos nós
referenciados no circuito na figura

Figura 3 - Circuito avaliado.

Fonte: ALEXANDER.

Ao aplicar o LKC nos nós temos as seguintes equações:


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I 1 =i3 +i 4 + I 2
i 5=i 4 + I 2
Dessa maneira, tem uma lei muito importante a ser mencionada que é a Lei de
Ohm onde sera buscada a expressão das correntes que estão sem valor(i3, i4 e i5) em termos
de tensoes nodais. Como sabemos, nos resistores a corrente tem um fluxo de potencial que
vem do potencial mais elevado para um potencial menos elevado que pode ser expresso por:
v maior −v menor
i=
R
Portanto, temos:
v 1−0
i 3=
R1
v 1−v 2
i 4=
R2
v 2−0
i 5=
R3

Substituindo nas equações de LKC temos:

E por fim, o último passo para encontrar as tensões de nós é por meio de métodos
como da substituição, eliminação, regra de Cramer ou inversão de matrizes.

1.2 Análise de Malhas

Esse tipo de análise de um circuito por meio de malhas é uma outra alternativa
para estudar um circuito, e assim utilizar as correntes da malha como variáveis sendo uma
forma estratégica melhor de resolução em relação a usar as correntes dos elementos como
variáveis, o que geraria muito mais equações. A análise de malhas é baseada na da Lei de
Kirchoff para Tensão (LKT).
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Um dos primeiros passos é entender a diferença entre laço e malha. Um laço é um


caminho fechado formado por componentes, mas que não passa mais de uma vez pelo mesmo
nó. Já a malha é um laço particular que não possui componentes no seu interior.
Podemos observar essa diferença na figura 1 de exemplo. O caminho
ABEF é uma malha, isso porque o caminho nomeado I1 não possui nenhum
componente no seu interior. Da mesma forma ocorre no caminho BCED. Já o
caminho ABCDEF é um laço, isso porque no seu interior há os componentes que
formam o circuito.

Figura 4 - Circuito exemplo.

Fonte: ALEXANDER.

Vamos considerar um circuito que não possui fontes de corrente e tem somente
fontes de tensão. Para encontrarmos as correntes das malhas, em um circuito com n malhas
sem fontes de corrente, realiza-se os seguintes passos.
1. Atribuindo correntes I1, I2, …, In as n malhas;
2. Aplicar a LKT a cada uma das n malhas. Para expressar as tensões em
termos de correntes de malha usando a lei de Ohm;
3. Resolvendo as equações resultantes para obter as correntes de malha.
Para aplicar cada uma das etapas, considere a Figura 1. Foram identificadas duas
malhas, então temos as correntes I1 e I2.Convencionalmente adotamos o sentido horário para
percorrer a malha, mas pode ser adotado o anti-horário que o resultado será o mesmo. Outra
convenção adotada é que a corrente percorre do sentido positivo para o negativo.
Assim, na segunda etapa aplicamos a LKT a cada malha. Ao aplicar a LKT à
malha 1, obtemos:
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Observe que apesar de ter sido percorrida somente a malha 1, I2 também


apareceu na equação. Isso aconteceu devido a R3 ser um elemento comum às duas
malhas. Por causa disso i1 é a soma das resistências na primeira malha, já o
coeficiente de i2 é o negativo da resistência comum às duas malhas (R3). Ao aplicar
a LKT à malha 2, obtemos:

Em posse das equações, a última etapa é determinar as correntes de malha. 

Como na análise nodal é possível resolver essas equações pelos métodos da


substituição, da eliminação, a regra de Cramer ou a inversão de matrizes.
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2 OBJETIVOS

A prática proposta tem como objetivo montar o circuito proposto e realizar as


medições de tensão e corrente e verificar os valores obtidos calculando os mesmos usando as
leis dos nós e de malhas.
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3 MATERIAIS UTILIZADOS

Os materiais necessários para a realização dessa prática foram equipamentos


disponibilizados no laboratório de eletrônica analógica, sendo eles:
 Protoboard;
 Jumpers;
 Resistores;
 Fonte CC;
 Multímetro digital.
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4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

A partir do conhecimento que foi obtido nas aulas teóricas, com as instruções do
professor na aula prática e os recursos ofertados pelo laboratório, a prática foi iniciada com a
escolha do grupo 6 de resistores da tabela 1 do roteiro. Os valores presentes nesse grupo são:
R1=680 Ω, R2=330 Ω , R3=180 Ω , R 4=100 Ω e R5=470 Ω. Além dos valores de resistência,
também são dados os valores de duas fontes de tensão: V 1=9 V e V 2=7 V .
Após a procura foram encontrados os resistores de 680Ω Figura - 5(a), de 330Ω e
o de 180Ω Figura 5(b). Os resistores de 100Ω e 470Ω não foram encontrados, então para
substitui-los foi feita a associação em paralelo de dois resistores de 180Ω obtendo uma
resistência equivalente de 90Ω Figura 5(c) e também foi feita a associação em série de dois
resistores de 910Ω obtendo a equivalência de 455Ω Figura 5(d).
Figura 5 - Medição de alguns resistores.

(a) (b)

(c) (d)

Fonte: Autoria própria.


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Todos os valores nominais e medidos de resistência podem ser observados na


Tabela 1, assim como a diferença entre eles em porcentagem.
Logo depois foi feito o teste de continuidade em todos os jumpers utilizados
para garantir que não houvesse nenhuma interferência no circuito por conta de fios rompidos.
O teste pode ser visto na Figura 6.

Figura 6 - Teste de continuidade

Fonte: autoria própria.

Com todos os resistores em mãos, foi possível realizar a montagem do circuito


proposto no roteiro, mostrado na Figura 7(a). A montagem feita na protoboard foi feita usando
todas as associações relatadas anteriormente e o circuito pronto pode ser observado na Figura
7(b).

Figura 7 - (a)Circuito elétrico, (b)Circuito elétrico na protoboard.

(a) (b)
Fonte: Autoria própria.
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O próximo passo depois de ter o circuito com os resistores posicionados


conforme a Figura 7(a) consistiu na alimentação do circuito fazendo o uso de uma fonte CC,
como é mostrado também na figura. Antes disso, seguindo as orientações do roteiro, foi
preciso ajustar a corrente fornecida da fonte CC. O procedimento foi feito causando um curto-
circuito nos terminais de saída da fonte, liberando assim o acesso a alteração da corrente, a
configuração para 0,5A pode ser vista na Figura 8.

Figura 8 - Alteração da corrente na fonte CC.

Fonte: Autoria própria.

Após todas as configurações na fonte CC e todas as orientações do roteiro


serem realizadas finalmente o circuito foi alimentado de acordo com a Figura 7. O circuito
pronto é mostrado na Figura 9.

Figura 9 - Circuito finalizado.

Fonte: Autoria própria.


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Com o circuito alimentado foi possível realizar a medição da queda de tensão


em cada uma das resistências, cujo os resultados obtidos foram: V R 1=5,79 V , V R 2=1,86 V ,
V R 3=2,55 V , V R 4=2,65V e V R 5 0,78 V e todas essas medições podem ser observadas nas
Figuras 10(a, b, c, e d).

Figura 10 - Medições dos valores de tensão (a)5,79V, (b)1,86V, (c)2,55V, (d)2,65V.


(a) (b)

(c) (d)

Fonte: Autoria própria.

não foi possível medir as correntes nos ramos pois os multímetros disponíveis
no laboratório não estavam em bom estado para essa função. Sendo assim a prática foi
realizada com sucesso e todos os valores obtidos através das análises estão presentes na
Tabela 1.
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Tabela 1 - Valores teóricos e medidos


R1 R2 R3 R4 R5

Teórico 680Ω 330Ω 180Ω 90Ω 455Ω - - -

Medido 657Ω 327Ω 175Ω 91,2Ω 462Ω - - -

Erro 3,38% 0,91% 2,78% 1,33% 1,54% - - -

I1 I2 I3 V R1 V R2 V R3 V R4 V R5

Medido - - - 5,79V 1,86V 2,55V 2,65V 0,78V

Fonte: Autoria própria.


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5 QUESTIONÁRIO

Questão 1. Para o grupo escolhido da tabela 1 e considerando o circuito da figura 4,


calcule, usando LCK ou LTK, os valores de I1, I2 e I3, calcule as quedas de tensão em
R1, R2, R3, R4 e R5. Coloque os cálculos no relatório.
Inicialmente faremos um LKC no nó superior
i 1=i2 +i 3
Em seguida, iremos aplicar LKT nas malhas
−V 1+ R1⋅i 1+ R3⋅i3 + R5⋅i 1=0
−9+680 i 1+ 180i 3 +455 i 1=0
1140i 1 +180 i 3=9

V 2−R1⋅i 3 + R1⋅i 2+ R 1⋅i2=0


7−180 i 3 +330 i2 +90 i 2=0
−180 i3 +123 i 2=−7

i 1 = 3,15 A
i 2 = 1,46 A
i 3 = 1,63 A
Usaremos a lei de ohm para determinar as tensões

V R 1 = 2142 𝑉
V R 2 = 481,8 𝑉
V R 3 = 293,4 𝑉
V R 4 = 131,4 𝑉
V R 5 = 1433,25 𝑉
2. Simule o circuito, coloque no relatório a simulação, comente sobre ela e preencha a
tabela 3.
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Figura 11 - Simulação do circuito no Proteus.

Fonte: Autoria própria

Tabela 2 - Valores calculados e simulados.


Valores i1 i2 i2 VR1 VR2 VR3 VR4 VR5
Teórico(calculado) 3,15A 1,46A 1,63A 214,2V 481,8V 293,4A 131,4V 1433,25V
Simulado 0,00A 0,01A 0,01A 3,72V 3,31V 2,79V 0,9V 2,29V
Fonte: Autoria própria.

3. Compare os valores de tensão e corrente das tabelas 2 e 3 e comente sobre as


diferenças nos valores de corrente e tensão e os motivos disso.

Questão 4: Com base no grupo escolhido, analise o circuito da figura 05 e calcule os


valores de I1, I2 e I3. Calcule as quedas de tensão em R1, R2, R3, R4 e R5. Todos os
cálculos devem estar no relatório.
Como foi dado o valor das resistências e foi ultilizado o multímetro para obter as
tensões, aplica-se a lei de Ohm para encontrar os valores das correntes i1, i2e i3, a partir da
equação (1).
U
i= (1)
R
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Os valores de I1, I 2 e I3, respectivamente, são:

U 5,8
i 2= = =8,5 mA
R 680

U 1,86
i 2= = =5,6 mA
R 330

U 2,55
i 3= = =14 mA
R 180

Os valores de tensões medidas,


V R 1 = 5,8 𝑉
V R 2 = 1,86 𝑉
V R 3 = 2,55 𝑉
V R 4 = 2,65 𝑉
V R 5 = 0,78 𝑉
Questão 5: Comente a influência da fonte de 5 V nos resultados do cálculo das tensões
das malhas da figura 4 e 5:
Só existe corrente entre fontes se os valores de tensão entre elas são diferentes,
com essa nova fonte a diferença de tensão entre os 3 fica muito próximo o que diminui a
corrente que percorre entre eles, fazendo com que a tensão dissipada entre os resistores fique
bem pequenos.

Questão 6: Com essa nova fonte, ficou mais fácil ou difícil de analisar os dados?
Comente as dificuldades.
Uma nova fonte dificulta o cálculo já que inclui um novo aumento. Fora isso, não
tivemos como fazer a medição na prática em questão por conta que nosso multímetro não
media corrente.
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6 CONCLUSÃO

Ao serem realizadas as resoluções das questões e as simulações referente ao


conteúdo abordado na prática, no que diz respeito aos metodos de analise de circuito e seu
funcionamento, foi possível perceber na prática o que foi estudado na teoria em sala onde
podemos simplificar os circuitos e encontrar valores de tensão e corrente. Dessa forma,
também foi interessante a observação e importância do funcionamento do resistor dentro do
sistema em um conjunto sistemático que gera tensão e corrente.
Com isso, no laboratório foi possível montar e observar um circuito que tem um
comportamento específico com duas fontes de tensões em cada lado de seu circuito. Ao ligar
o circuito na tensão foi tomado um cuidado para que as medições fossem feitas corretamente
em relação aos sentidos da tensão e das correntes.
Podemos perceber ao realizar as práticas que tanto a análise nodal como a análise
de malhas entregam uma maneira sistemática de análise de circuitos e a busca do melhor
método é relacionada a alguns fatores. O primeiro fator é a natureza do circuito e que nesse
caso, um circuito que contém vários elementos conectados em série, fontes de tensão ou super
malhas são mais adequadas para análise de malhas, enquanto circuitos com elementos em
paralelo, fontes de corrente ou super nós são mais adequadas para uma análise nodal.
Outro fator que podemos perceber em circuitos são as informações desejadas. Se
as tensões nodais forem imprescindíveis, pode ser conveniente aplicar a análise nodal. No
entanto, se as correntes de malha ou de ramo forem necessárias, é melhor empregar a análise
de malhas. Conhecer os métodos é muito importante, pois isso ajuda a verificar os resultados
de um método utilizando o outro e com isso contornar as limitações de um método utilizando
o outro.
Com tudo isso, foi possível ao realizar as práticas no laboratório, ser feita a
análise dos valores medidos e mostrados em sala em cada medição que ia sendo feita. Dessa
forma, percebe-se a grande importância de entender o uso e funcionamento dos equipamentos
laboratoriais e suas vantagens.
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REFERÊNCIAS

ALEXANDER, Charles K.. Fundamentos de circuitos elétricos. Porto Alegre: Amgh, 2013.

JOHNSON, David E.; HILBURN, John L.; JOHNSON, Johnson R. Fundamentos de


Análise de Circuitos Elétricos. 4.ed. Rio de Janeiro.

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