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Circuitos Elétricos I

Caderno Nº 3
Guilherme da Silva Lima

Curso Técnico em
Eletroeletrônica
Guilherme da Silva Lima

Circuitos Elétricos I
Edição utilizada na pandemia da Covid-19

Ribeirão das Neves


Instituto Federal de Minas Gerais
2021
Apresentação do módulo da disciplina

Este módulo é constituído por 48 aulas, cujos conteúdo de cada uma são apresentados,
a seguir. Este módulo se constituí parte da estratégica pedagógica do IFMG campus
Ribeirão das Neves para o fornecimento do ensino remoto emergencial devido à
Covid-19.

Aula 1 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.


Aula 2 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 3 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 4 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 5 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 6 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 7 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 8 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 9 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 10 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 11 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 12 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 13 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 14 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 15 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 16 Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.
Aula 17 Teorema de Thévenin.
Aula 18 Teorema de Thévenin.
Aula 19 Teorema de Thévenin.
Aula 20 Teorema de Thévenin.
Aula 21 Teorema de Thévenin.
Aula 22 Teorema de Thévenin.
Aula 23 Teorema de Thévenin.
Aula 24 Teorema de Thévenin.
Aula 25 Teorema de Thévenin.
Aula 26 Teorema de Thévenin.
Aula 27 Teorema de Thévenin.
Aula 28 Teorema de Thévenin.
Aula 29 Teorema de Thévenin.
Aula 30 Teorema de Thévenin.
Aula 31 Teorema de Thévenin.
Aula 32 Teorema de Thévenin.
Aula 33 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 34 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 35 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 36 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 37 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 38 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 39 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 40 Teorema da máxima transferência de potência.
Aula 41 Teorema de Norton.
Aula 42 Teorema de Norton.
Aula 43 Teorema de Norton.
Aula 44 Teorema de Norton.
Aula 45 Teorema de Norton.
Aula 46 Teorema de Norton.
Aula 47 Teorema de Norton.
Aula 48 Teorema de Norton.

Carga horária: 48 horas/aulas.


Estudo proposto: 3 horas/aulas diárias.
Aulas de 1 a 15 - Análise de circuitos elétricos em corrente contínua.

Escolhendo o método de análise de circuitos

Aprendemos até o momento duas técnicas de análise de circuitos elétricos que são válidas para
todos os circuitos de interesse desta disciplina: análise de malha e análise nodal. Aprendemos
também, técnicas de simplificação de circuitos elétricos (associação de resistores, associação de
fontes, transformação de fontes...) que ajudam a deixar o circuito mais fácil de ser analisado. Dessa
forma, já temos várias ferramentas que podem nos auxiliar a resolver problemas com circuitos
elétricos. O conhecimento de todas as técnicas é fundamental para podermos escolher a mais
adequada para o circuito em análise. Inicialmente, iremos resolver alguns circuitos elétricos
utilizando a análise de malha e a análise nodal, isso para irmos ganhando experiência e confiança na
aplicação dessas técnicas. Assim, em breve, será possível escolher com tranquilidade qual a técnica
mais simples para ser aplicada em uma situação problema.

Exemplo 1

Dado o circuito da Figura 1, calcule a diferença de potencial sobre o resistor de 6 Ω.

Figura 1 - Circuito do exemplo 1. Fonte: Autor.

Para encontrar a diferença de potencial desejada podemos utilizar tanto a análise de malha
quando a análise nodal. Utilizaremos as duas para efeito comparativo.
Método da Análise de Malha
Vamos seguir o passo a passo apresentado anteriormente (segundo guia didático da disciplina).
Em caso de alguma dúvida, maiores detalhes podem ser encontrados no segundo guia didático.
Primeiro passo: escolher o sentido de circulação da corrente de malha, conforme Figura 2.
Lembre-se que na malha M1 passa a corrente de malha 𝐼1 e na malha M2, a corrente de malha 𝐼2 .

M1 M2

Figura 2 – Aplicação da análise de malha no circuito do exemplo 1. Fonte: Autor.

Segundo passo: Escolha um sentido arbitrário para as correntes dos ramos, conforme Figura 3.
M1 M2

Figura 3 – Aplicação da análise de malha no circuito do exemplo 1. Fonte: Autor.

Terceiro passo: De posse das correntes dos ramos, determina-se a polaridade da diferença de
potencial em cada elemento de circuito, conforme apresentado na Figura 4.

+ -

+ + +

- - -
M1 M2

Figura 4 – Aplicação da análise de malha no circuito do exemplo 1. Fonte: Autor.

Quarto passo: Aplique a lei de Kirchhoff das tensões (LKT) para obter uma equação para cada
malha do circuito.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {𝑣1 = 𝑣2 + 𝑣3
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {𝑣3 = 𝑣4
Quinto passo: Escreva as diferenças de potenciais associadas aos resistores em função das
correntes dos ramos, aplicando para isso a lei de Ohm.
𝑣2 = 5𝑖𝑎
𝑣3 = 6𝑖𝑏
Sexto passo: Volte as equações de malha encontradas no quarto passo e substitua as expressões
encontradas no quinto passo.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {𝑣1 = 5𝑖𝑎 + 6𝑖𝑏
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {6𝑖𝑏 = 𝑣4
Sétimo passo: Substitua os valores das diferenças de potenciais que já são conhecidas.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {10 = 5𝑖𝑎 + 6𝑖𝑏
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {6𝑖𝑏 = 𝑣4
Importante: Observe que ainda não conhecemos o valor de 𝑣4 , pois este valor está associado à
fonte de corrente e lembre-se que para fontes de corrente, conhecemos o valor da corrente que passa
por ela e não a sua diferença de potencial.
Oitavo passo: Substitua nas equações de malha as correntes dos ramos pelas correntes de malha.
𝑖𝑎 = 𝐼1
𝑖𝑏 = (𝐼1 −𝐼2 )
𝑖𝑐 = 𝐼2
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {10 = 5𝐼1 + 6(𝐼1 −𝐼2 )
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {6(𝐼1 −𝐼2 ) = 𝑣4
Importante: Observe que já conhecemos o valor de 𝑖𝑐 (que é igual a 𝐼2 ), pois o ramo que passa a
corrente 𝑖𝑐 tem uma fonte de corrente, e a fonte de corrente determina o valor da corrente no ramo.
Dessa forma,
𝑖𝑐 = 𝐼2 = −2
Substituindo nas equações de malha temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {10 = 5𝐼1 + 6(𝐼1 − (−2))
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {6(𝐼1 − (−2)) = 𝑣4
Observe que podemos utilizar somente a equação da Malha 1 para encontrar o valor da corrente
de malha 𝐼1 . Agrupando os termos da primeira equação, temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {11𝐼1 = −2
Resolvendo esta equação temos que 𝐼1 = −0,18 𝐴 (confira as contas).
Para descobrimos a diferença de potencial sobre o resistor de 6 Ω, primeiro precisamos saber o
valor da corrente que passa por ele. A corrente que passa por ele é 𝑖𝑏 , como 𝑖𝑏 = (𝐼1 −𝐼2 ), temos que
𝑖𝑏 = (−0,18 − (−2)) = 1,82 𝐴.
Por fim, para determinar a diferença de potencial desejada é só aplicar a lei de Ohm no resistor
de 6 Ω.
𝑉6𝛺 = 6 ∗ 1,82 = 10,92 𝑉
A diferença de potencial desejada é de 10,92 V.
Método da Análise Nodal
Iremos resolver novamente o exemplo 1, só que agora utilizando o método da análise nodal. Para
isso iremos seguir o passo a passo apresentado anteriormente no segundo guia didático da disciplina.
Primeiro passo: identifique todos os nós presentes no circuito e dê nomes a eles, conforme
mostrado na Figura 5. Para cada nó temos um potencial, ou seja, para o nó A temos o potencial 𝑉𝐴 ,
para o nó B, o potencial 𝑉𝐵 e para o nó C, o potencial 𝑉𝐶 .

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 5 - Aplicação da análise nodal no circuito do exemplo 1. Fonte: Autor.


Segundo passo: escolha um nó de referência, conforme Figura 6. Com a escolha do nó de
referência, que sempre tem o potencial zero, conhecemos o potencial no Nó A, ou seja, 𝑉𝐴 = 0 𝑉.
Observe na Figura 6, que existe uma fonte de tensão que é ligada pelos Nós A e B. Dessa forma, a
diferença de potencial na fonte é dada por
10 = 𝑉𝐵 − 𝑉𝐴
Como 𝑉𝐴 = 0 𝑉, implica que 𝑉𝐵 = 10 𝑉.

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 6 - Aplicação da análise nodal no circuito do exemplo 1. Fonte: Autor.

Terceiro passo: dar nome para todas as correntes dos ramos do circuito, mostrado na Figura 7.

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 7 - Aplicação da análise nodal no circuito do exemplo 1. Fonte: Autor.

Quarto passo: aplique a lei de Kirchhoff das correntes (LKC) nos Nós em que o potencial não é
conhecida. O potencial ainda não é conhecido somente no Nó C, então temos
𝑁ó 𝐶 {𝑖𝑎 = 𝑖𝑏 + 𝑖𝑐
Quinto passo: observar no circuito se alguma das correntes de ramo são conhecidas. Já
conhecemos a corrente 𝑖𝑐 que vale -2 A. Logo temos,
𝑁ó 𝐶 {𝑖𝑎 = 𝑖𝑏 − 2
Sexto passo: escrever as correntes dos ramos que tem seus valores desconhecidos em função das
tensões nodais, para isso deve-se utilizar a lei de Ohm.
𝑉𝐵 − 𝑉𝐶
𝑖𝑎 =
5
𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
𝑖𝑏 =
6
Sétimo passo: substituir nas equações nodais obtidas no quinto passo as correntes dos ramos
obtidas no sexto passo.
𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
𝑁ó 𝐶 { = −2
5 6
Substituímos os valores conhecidos, temos
10 − 𝑉𝐶 𝑉𝐶
𝑁ó 𝐶 { = −2
5 6
Resolvendo a equação acima, podemos encontrar o valor de 𝑉𝐶 = 10,91 𝑉.
A diferença de potencial sobre o resistor de 6 Ω é 𝑉𝐶 − 𝑉𝐴 , como 𝑉𝐴 = 0 𝑉 implica que a
diferença de potencial no resistor de 6 Ω é de 10,91 V.
Comparando o resultado obtido com o método da análise de malha (10,92 V) e o resultado obtido
com o método da análise nodal (10,91), percebemos que a diferença observada está no
arredondamento. Se tivéssemos utilizados mais casas decimais no arredondamento os resultados
seriam ainda mais parecidos.
Considerações
Para o circuito avaliado, os dois métodos de análise foram bem simples de serem aplicados,
porque tinham um circuito com duas malhas e três nós, sendo que já conhecíamos uma corrente de
malha e o potencial elétrico de dois nós.

Exemplo 2

Dado o circuito da Figura 8, calcule a corrente que passa pelo resistor de 5 Ω.

Figura 8 - Circuito do exemplo 2. Fonte: Autor.

Para encontrar a corrente desejada podemos novamente utilizar tanto a análise de malha quando a
análise nodal. Utilizaremos as duas para efeito comparativo.
Método da Análise de Malha
Vamos seguir o passo a passo apresentado anteriormente, mostrado detalhadamente no guia
didático da segunda etapa.
Primeiro passo: escolher o sentido de circulação da corrente de malha, conforme Figura 9. Na
malha M1 passa a corrente de malha 𝐼1 , na malha M2, a corrente 𝐼2 e na malha M3, a corrente 𝐼3 .

M2 M3
M1

Figura 9 - Aplicação da análise de malha no circuito do exemplo 2. Fonte: Autor.


Segundo passo: Escolha um sentido arbitrário para as correntes dos ramos, conforme Figura 10.

M1 M3

M2

Figura 10 - Aplicação da análise de malha no circuito do exemplo 2. Fonte: Autor.

Terceiro passo: De posse das correntes dos ramos, determina-se a polaridade da diferença de
potencial em cada elemento de circuito, conforme mostrado na Figura 11.

+ -
M3
+ + + +

- - - -
M1 M2

Figura 11 – Aplicação da análise de malha no circuito do exemplo 2. Fonte: Autor.

Quarto passo: Aplique a lei de Kirchhoff das tensões (LKT) para obter uma equação para cada
malha do circuito.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {𝑣1 = 𝑣2 + 𝑣3
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {𝑣3 = 𝑣4
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 3 {𝑣4 = 𝑣5
Quinto passo: Escreva as diferenças de potenciais associadas aos resistores em função das
correntes dos ramos, utilizando para isso a lei de Ohm.
𝑣2 = 5𝑖𝑎
𝑣3 = 2𝑖𝑏
𝑣4 = 3𝑖𝑐
Sexto passo: Volte as equações de malha encontradas no quarto passo e substitua as expressões
encontradas no quinto passo.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {𝑣1 = 5𝑖𝑎 + 2𝑖𝑏
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {2𝑖𝑏 = 3𝑖𝑐
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 3 {3𝑖𝑐 = 𝑣5
Sétimo passo: Substitua os valores das diferenças de potenciais que já são conhecidas.
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {10 = 5𝑖𝑎 + 2𝑖𝑏
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {2𝑖𝑏 = 3𝑖𝑐
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 3 {3𝑖𝑐 = 𝑣5
Importante: Observe que não conhecemos ainda o valor de 𝑣5 , pois este valor está associado a
uma fonte de corrente. Lembrando que para fontes de corrente, conhecemos o valor da corrente que
passa por ela e não a diferença de potencial a que ela está submetida.
Oitavo passo: Substitua, nas equações de malha, as correntes dos ramos pelas correntes de malha.
𝑖𝑎 = 𝐼1
𝑖𝑏 = (𝐼1 −𝐼2 )
𝑖𝑐 = (𝐼2 −𝐼3 )
𝑖𝑑 = 𝐼3
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {10 = 5𝐼1 + 2(𝐼1 −𝐼2 )
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {2(𝐼1 −𝐼2 ) = 3(𝐼2 −𝐼3 )
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 3 {3(𝐼2 −𝐼3 ) = 𝑣5
Importante: Observe que já conhecemos o valor de 𝑖𝑑 (que é igual à 𝐼3 ), pois no ramo que passa a
corrente 𝑖𝑑 tem uma fonte de corrente, e a fonte de corrente determina o valor da corrente no ramo.
Dessa forma,
𝑖𝑑 = 𝐼3 = −2
Substituindo nas equações de malha o valor conhecido, temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {10 = 5𝐼1 + 2(𝐼1 −𝐼2 )
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {2(𝐼1 −𝐼2 ) = 3(𝐼2 − (−2))
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 3 {3(𝐼2 − (−2)) = 𝑣5
Observe que podemos utilizar as equações das Malhas 1 e 2 para encontrar os valores das
correntes de malha, 𝐼1 e 𝐼2 . Agrupando os termos nas duas primeiras equações, temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 1 {7𝐼1 − 2𝐼2 = 10
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 2 {2𝐼1 −5𝐼2 = 6
Resolvendo o sistema acima, temos que 𝐼1 = 1,23 𝐴 e 𝐼2 = −0,71 𝐴 (resolva o sistema você
mesmo e confira os resultados).
A corrente que passa pelo resistor de 5 Ω é a corrente de ramo 𝑖𝑎 . Lembrando que 𝑖𝑎 = 𝐼1 , temos
que a corrente que passa pelo resistor de 5 Ω vale 1,23 A.
Método da Análise Nodal
Iremos resolver novamente o exemplo 2, só que agora utilizando o método da análise nodal e
para isso vamos seguir o passo a passo apresentado anteriormente (no guia didático da disciplina que
foi apresentado na segunda etapa).
Primeiro passo: identifique todos os nós presentes no circuito e dê nome a eles, conforme
mostrado na Figura 12. Para cada nó temos um potencial elétrico diferente, ou seja, para o nó A
temos o potencial 𝑉𝐴 , para o nó B, o potencial 𝑉𝐵 e para o nó C, o potencial 𝑉𝐶 .
Nó C
Nó B

Nó A

Figura 12 - Aplicação da análise nodal no circuito do exemplo 2. Fonte: Autor.

Segundo passo: escolha um nó de referência, conforme mostrado na Figura 13. Com a escolha do
nó de referência, que sempre tem o valor de seu potencial elétrico igual a zero, conhecemos o
potencial no Nó A, ou seja, 𝑉𝐴 = 0 𝑉. Observe na Figura 13, que existe uma fonte de tensão que é
ligada pelos Nós A e B. Dessa forma, a diferença de potencial na fonte de tensão é dada por
10 = 𝑉𝐵 − 𝑉𝐴
Como 𝑉𝐴 = 0 𝑉, implica que 𝑉𝐵 = 10 𝑉.

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 13 - Aplicação da análise nodal no circuito do exemplo 2. Fonte: Autor.

Terceiro passo: dar nome para todas as correntes dos ramos do circuito, conforme Figura 14.

Nó C
Nó B

Nó A

Figura 14 - Aplicação da análise nodal no circuito do exemplo 2. Fonte: Autor.

Quarto passo: aplique a lei de Kirchhoff das correntes (LKC) nos Nós em que o potencial elétrico
ainda não é conhecido. Observe que o potencial só não é conhecido no Nó C, então
𝑁ó 𝐶 {𝑖𝑎 = 𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 + 𝑖𝑑
Quinto passo: observar no circuito se alguma das correntes de ramo são conhecidas. Até o
momento, já conhecemos a corrente 𝑖𝑑 que vale -2 A (devido à fonte de corrente). Logo temos,
𝑁ó 𝐶 {𝑖𝑎 = 𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 − 2
Sexto passo: escrever as correntes dos ramos que tem seus valores desconhecidos em função das
tensões nodais, para isso deve-se aplicar a lei de Ohm nos resistores presentes destes ramos.
𝑉𝐵 − 𝑉𝐶
𝑖𝑎 =
5
𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
𝑖𝑏 =
2
𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
𝑖𝑐 =
3
Sétimo passo: substituir nas equações nodais obtidas no quinto passo as correntes dos ramos
obtidas no sexto passo.
𝑉𝐵 − 𝑉𝐶 𝑉𝐶 − 𝑉𝐴 𝑉𝐶 − 𝑉𝐴
𝑁ó 𝐶 { = + −2
5 2 3
Substituindo na equação acima os valores das tensões nodais (potenciais elétricos) conhecidos,
temos
10 − 𝑉𝐶 𝑉𝐶 𝑉𝐶
𝑁ó 𝐶 { = + −2
5 2 3
Resolvendo a equação acima, podemos encontrar o valor de 𝑉𝐶 = 3,87 𝑉 (resolva a equação você
mesmo para encontrar o resultado apresentado).
A corrente que passa no resistor de 5 Ω é a corrente 𝑖𝑎 , como
𝑉𝐵 − 𝑉𝐶
𝑖𝑎 =
5
temos que
10 − 3,87
𝑖𝑎 = = 1,23 𝐴
5
Observe que o resultado obtido utilizando o método da análise nodal é o mesmo que o obtido
utilizando o método da análise de malha.
Considerações
Para um circuito com três malha, como o do exemplo 2, a análise de malha é um pouco
trabalhosa, pois o sistema tem três equações. Por outro lado, como o circuito do exemplo 2 apresenta
um único Nó que tem o potencial elétrico desconhecido, o método da análise nodal é bastante
simples, pois temos que resolver somente uma equação. Assim, para o segundo exemplo numérico a
análise nodal é o método mais adequado (simples) para realizar a análise do circuito.

Considerações finais
Para escolher o método de análise de circuitos que seja o mais adequado (entenda como mais
adequado o método que vai gerar o menor esforço matemático), inicialmente conte quantas malhas e
quantos Nós existem no circuito. Para circuitos com mais de duas malhas, o método da análise de
malhas não é o mais adequado. Da mesma forma, para circuitos em que não se conhece o potencial
elétrico de mais de dois nós, o método da análise nodal não é o mais adequado. É importante ter
familiaridade com os dois métodos de análises, pois dependendo da situação um método ou outro
será o mais adequado.
Aula 16 - Análise de circuitos elétricos em corrente continua.

Atividades de fixação

Exercício 1 - Determine o valor da diferença de potencial sobre o resistor de 1 Ω utilizando tanto


a análise nodal quanto a análise de malha. Dica: utilize o passo a passo apresentado no segundo guia
didático da disciplina e observe os valores das correntes de ramo que já são conhecidas.

Exercício 2 - Determine o valor da potência que é dissipada pelo resistor de 6 Ω utilizando tanto
a análise nodal quanto a análise de malha. Dica: utilize o passo a passo apresentado no segundo guia
didático da disciplina e observe os valores das diferenças de potenciais já conhecidas.

Exercícios da Primeira Semana

Entregue as atividades de fixação da aula 16 apresentadas neste guia didático da disciplina -


terceira etapa. Esses exercícios deverão ser entregues na atividade denominada “Exercícios da
Primeira Semana” que está disponível no Moodle.
O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma, digitalize as repostas feitas à
mão e compacte tudo em um só arquivo. Caso seja necessário, o aluno poderá utilizar o aplicativo
Microsoft Office Lens - PDF para digitalizar textos manuscritos para o formato pdf. Esse aplicativo
esta disponível gratuitamente para Android na Play Store. Para maiores informações veja o vídeo:
Manual de Instalação do Aplicativo Microsoft Office Lens.

AS ATIVIDADES DESSA SEMANA SERÃO AVALIADAS EM 11 PONTOS.


Aulas de 17 a 31 - Teorema de Thévenin

Teorema de Thévenin

Em análise de circuitos elétricos práticos, muitas vezes pode acontecer de um determinado


elemento em um circuito ser variável (normalmente, denominado carga), enquanto outros elementos
do circuito são fixos. Como exemplo característico, temos uma tomada de uma residência onde se
pode conectar diferentes aparelhos eletroeletrônicos, constituindo em uma carga variável. Cada vez
que o elemento variável for alterado, todo o circuito tem de ser analisado por completo novamente.
Para evitar esse problema, o teorema de Thévenin fornece uma técnica pela qual a parte fixa do
circuito é substituída por um circuito equivalente (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
O teorema de Thévenin consiste em substituir um circuito linear de dois terminais (todos os
circuitos avaliados na disciplina são lineares), conforme representado na Figura 15 (a), por um
circuito eletricamente equivalente, conhecido como circuito equivalente de Thévenin, representado
na Figura 15 (b). Dois circuitos elétricos são considerados equivalentes se tiverem a mesma relação
tensão-corrente em seus terminais. O circuito equivalente de Thévenin, nada mais é do que uma
fonte de tensão 𝑉Th em série com uma resistência equivalente 𝑅Th (ALEXANDER e SADIKU,
2013). O desafio do teorema de Thévenin é encontrar os valores de 𝑉Th e 𝑅Th que substituem
eletricamente o circuito em análise. Para cada circuito elétrico analisado teremos valores diferentes
para 𝑉Th e 𝑅Th . A seguir são apresentados os procedimentos para a obtenção dos valores da fonte de
tensão equivalente de Thévenin (𝑉Th) e da resistência equivalente de Thévenin (𝑅Th ).

Figura 15 – Substituição de um circuito de dois terminais por seu equivalente de Thévenin: (a) circuito original; (b)
circuito equivalente de Thévenin. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Procedimento para obtenção da resistência equivalente de Thévenin (𝑹𝐓𝐡 )


Para um circuito elétrico que só tem fontes independentes, como é o caso dos circuitos analisados
em nossa disciplina, para obter a resistência equivalente de Thévenin, desligamos todas as fontes, e o
valor de 𝑅Th é obtido fazendo a associação dos resistores presentes no circuito, olhando-se entre os
terminais do circuito analisado. Em caso de dúvida relembre como se realiza associação de resistores
no primeiro guia didático da disciplina.
Desligar uma fonte é sinônimo de colocar seu valor de tensão ou de corrente em zero. Isso
significa que para desligar uma fonte de tensão, a mesma deve ter diferença de potencial igual a zero
entre seus terminais, ou seja, a fonte de tensão desligada pode ser substituída por um curto circuito
(um fio com resistência nula), conforme mostrado na Figura 16. Por outro lado, desligar uma fonte
de corrente é fazer com que o valor da corrente que passa por ela seja zero, ou seja, uma fonte de
corrente desligada não permite a passagem de corrente por ela. Dessa forma, uma fonte de corrente
desligada deve ser substituída por um circuito aberto, conforme mostrado na Figura 17.

Figura 16 – Desligando uma fonte de tensão. No lado esquerdo se encontra o circuito original e no lado direito o
circuito com a fonte de tensão zerada Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Figura 17 – Desligando uma fonte de corrente. No lado esquerdo se encontra o circuito original e no lado direito o
circuito com a fonte de corrente zerada. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Exemplo numérico: Obtenha o valor da resistência equivalente de Thévenin do circuito da


Figura 18 (lado esquerdo).
A primeira coisa a ser feita nesta situação é desligar as fontes, trocando as fontes de tensão por
um curto circuito (fio) e as fontes de corrente por um circuito aberto, conforme representado na
Figura 18 (lado direito). Observe na Figura 18 (lado direito) que a resistência da carga 𝑅𝐿 , que pode
ter ser valor modificado, foi retirada da representação. Sempre quando estivermos obtendo o circuito
equivalente de Thévenin, a resistência de carga será retirada do circuito a ser simplificado.

Figura 18 - Exemplo de obtenção da resistência equivalente de Thévenin. No lado esquerdo está o circuito original e
no lado direito o circuito após serem desligadas as fontes. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Após as fontes dependentes serem zeradas, para obter a resistência equivalente de Thévenin
(𝑅Th ) é só obter o valor da resistência equivalente do circuito sem fontes. Olhando com atenção para
a Figura 18 (lado direito) observamos que as resistências de 4 Ω e 12 Ω estão em paralelo (são
ligadas pelos mesmos nós), assim, associando essas duas resistências, temos uma resistência
equivalente que pode ser calculada como
4 ∗ 12
𝑅𝑒𝑞1 = =3
4 + 12
Logo, podemos redesenhar o circuito como mostrado na Figura 19.

Figura 19 - Exemplo de obtenção da resistência equivalente de Thévenin. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

A partir da Figura 19 percebemos que os resistores de 1 Ω e 3 Ω estão em série. Dessa forma, o


valor da resistência equivalente de Thévenin pode ser obtida da seguinte forma
𝑅Th = 1 + 3 = 4
Para o exemplo numérico apresentado na Figura 18, a resistência equivalente de Thévenin (𝑅Th )
tem valor numérico de 4 Ω.
Este primeiro procedimento é utilizado para determinar 𝑅Th , para obtenção do circuito
equivalente de Thévenin, ainda falta determinar o valor da fonte de tensão de Thévenin (𝑉Th), o que
será visto a seguir.

Procedimento para obtenção da fonte de tensão de Thévenin (𝑽𝐓𝐡 )


O valor da fonte de tensão de Thévenin (𝑉Th) é obtido determinando o valor da diferença de
potencial entre os terminais aberto do circuito a ser simplificado. Dito de outra forma e aplicando ao
exemplo numérico anterior, observe a Figura 20 (lado esquerdo), o valor de 𝑉Th é igual a diferença
de potencial entre os Nós a e b, quando se retira a resistência de carga 𝑅𝐿 do circuito, conforme
Figura 20 (lado direito). Ou seja, 𝑉Th = 𝑉a − 𝑉b .

Figura 20 - Exemplo de obtenção da fonte de tensão de Thévenin. No lado esquerdo está o circuito original e no lado
direito o circuito após ser retirada a resistência de carga. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).
Assim, para calcular 𝑉Th devemos encontrar o valor da diferença de potencial entre os Nós a e b
da Figura 20 (lado direito). Para tal, podemos aplicar tanto uma análise de malha quanto uma análise
nodal. Vamos realizar uma análise nodal no circuito deste exemplo. Por simplicidade, não
aplicaremos de forma detalhada o passo a passo da análise nodal (faça o passo a passo no seu
caderno e confira com os resultados apresentados a seguir).
Observe na Figura 21 que já se conhece o potencial nos Nós b e c, sendo que o potencial no Nó b
vale 0 V e o potencial no Nó c vale 32 V.

Nó c Nó d
+ - + -
+ + +

- - -

Nó b

Figura 21 - Aplicando a análise nodal no exemplo numérico. Fonte: Autor.

Aplicando a LKC no Nó d, temos


𝑁ó 𝑑 {𝑖𝑎 = 𝑖𝑏 + 𝑖𝑐 + 𝑖𝑑
Substituindo as correntes dos ramos pelas tensões nodais, temos
𝑉𝑐 − 𝑉𝑑 𝑉𝑑 − 𝑉𝑏
𝑁ó 𝑑 { = + 𝑖𝑐 + 𝑖𝑑
4 12
Observe que 𝑖𝑐 é igual a -2 A (determinado pela fonte de corrente) e que 𝑖𝑑 vale 0 A, pois não
existe um circuito fechado que possibilite a passagem da corrente 𝑖𝑑 . Assim, substituindo os valores
conhecidos, temos
32 − 𝑉𝑑 𝑉𝑑
𝑁ó 𝑑 { = −2+0
4 12
Resolvendo a equação a cima encontramos o valor de 𝑉𝑑 = 30 V (faça os contas para chegar
neste resultado).
Para encontramos o valor da fonte de tensão de Thévenin, falta ainda determinar o valor de 𝑉𝑎 .
Observe na Figura 21 que não passa corrente pelo resistor de 1 Ω, nessa situação a diferença de
potencial sobre o resistor de 1 Ω é zero, ou seja, 𝑣5 = 0 V. Como não existe queda de tensão no
resistor de 1 Ω o potencial elétrico no Nó a e igual o potencial elétrico no Nó d, pois
𝑣5 = 𝑉𝑑 − 𝑉𝑎
como 𝑣5 = 0, implica que 𝑉𝑑 = 𝑉𝑎
Lembrando que 𝑉Th = 𝑉a − 𝑉b temos que 𝑉Th = 30 𝑉.
Exemplo numérico: Obtenha o circuito equivalente de Thévenin visto pelos terminais a-b do
circuito da Figura 22.

Figura 22 - Exemplo de obtenção do circuito equivalente de Thévenin. Fonte: Autor.

Vamos inicialmente obter o valor de 𝑅Th e para isso iremos zerar (desligar) as fontes presentes
no circuito, conforme mostrado na figura 23.

Figura 23 – Circuito para obtenção da resistência equivalente de Thévenin. Fonte: Autor.

Observe na Figura 23 que o resistor de 6 Ω, mais à esquerda da figura, está em sendo curto
circuitado, ou seja, este resistor está sendo ligado pelo mesmo nó. Nessa situação o resistor curto
circuitado pode ser desconsiderado da associação e o circuito equivalente pode ser representado pela
Figura 24.

Figura 24 – Circuito para obtenção da resistência equivalente de Thévenin. Fonte: Autor.

Note no circuito da Figura 24 que os resistores de 6 Ω e 4 Ω estão em paralelo, pois seus


terminais estão conectados pelos mesmos nós. Assim, temos que
6∗4
𝑅Th = = 2,4 Ω
6+4
Após determinarmos o valor da resistência de Thévenin podemos agora determinar o valor de
𝑉Th, para isso voltaremos ao circuito da Figura 22, e aplicaremos qualquer técnica de análise de
circuitos (análise de malha ou análise nodal) para determinar os potenciais nos Nós a e b. Assim,
poderemos obter o valor da fonte de tensão de Thévenin, calculando 𝑉Th = 𝑉a − 𝑉b . Iremos aplicar a
análise nodal neste exemplo numérico. Por simplicidade, não aplicaremos de forma detalhada o
passo a passo da análise nodal que já foi descrita várias vezes (faça o passo a passo no seu caderno e
confira com os resultados apresentados a seguir).
Observe na Figura 25 que já se conhece o potencial nos Nós b, c e d, sendo que o potencial no
Nó b vale 0 V, o potencial no Nó c vale 12 V e o potencial no Nó d vale - 2 V (note a polaridade da
fonte de tensão).

Nó c Nó d Nó a
+ - + -
+ - +

- +
-

Nó b

Figura 25 - Aplicando a análise nodal no exemplo numérico. Fonte: Autor.

Aplicando a LKC no Nó a, temos


𝑁ó 𝑎 {𝑖𝑐 = 𝑖𝑑
Substituindo as correntes dos ramos pelas tensões nodais, temos
𝑉𝑑 − 𝑉𝑎 𝑉𝑎 − 𝑉𝑏
𝑁ó 𝑎 { =
6 4
Substituindo os valores conhecidos, temos
−2 − 𝑉𝑎 𝑉𝑎 − 0
𝑁ó 𝑎 { =
6 4
Resolvendo a equação acima encontramos o valor de 𝑉𝑎 = -0,8 V (faça os contas para chegar
neste resultado).
Lembrando que 𝑉Th = 𝑉a − 𝑉b temos que 𝑉Th = −0,8 𝑉.
O circuito equivalente de Thévenin pode ser representado conforme Figura 26.

ou
Figura 26 – Representação final do circuito equivalente de Thévenin. Fonte: Autor.
Aula 32 - Teorema de Thévenin.

Exercícios de Fixação

Obtenha o circuito equivalente de Thévenin visto pelos terminais a-b dos circuitos a seguir.
Mostre o passo a passo que foi utilizado para se chegar nos resultados requeridos.

Exercício letra (a)

Exercício letra (b)

Exercícios da Segunda Semana

Entregue as atividades de fixação da aula 32 apresentadas neste guia didático da disciplina -


terceira etapa. Esses exercícios deverão ser entregues na atividade denominada “Exercícios da
Segunda Semana” que está disponível no Moodle.
O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma, digitalize as repostas feitas à
mão e compacte tudo em um só arquivo. Caso seja necessário, o aluno poderá utilizar o aplicativo
Microsoft Office Lens - PDF para digitalizar textos manuscritos para o formato pdf. Esse aplicativo
esta disponível gratuitamente para Android na Play Store. Para maiores informações veja o vídeo:
Manual de Instalação do Aplicativo Microsoft Office Lens.

AS ATIVIDADES DESSA SEMANA SERÃO AVALIADAS EM 12 PONTOS.


Aulas de 33 a 39 - Teorema da máxima transferência de potência.

Teorema da máxima transferência de potência

Em diversas situações práticas, um circuito é projetado para fornecer potência a uma carga.
Existem aplicações em áreas como comunicações e eletrônica em que é desejável maximizar a
potência liberada a uma carga (ALEXANDER e SADIKU, 2013). É possível a partir do
conhecimento de um circuito elétrico saber qual é o valor de resistência que pode ser utilizada como
carga para que ocorra a máxima transferência de potência para ela.
O circuito equivalente de Thévenin é uma forma de descobrir o valor da potência máxima que
um circuito pode liberar para uma carga. (ALEXANDER e SADIKU, 2013). Se um dado circuito for
substituído pelo seu equivalente de Thévenin, exceto a carga, conforme mostra a Figura 27, a
potência liberada para a carga é
𝑝 = 𝑖 2 𝑅𝐿
ou
2
𝑉Th
𝑝=( ) 𝑅𝐿
𝑅Th + 𝑅𝐿
em que 𝑉Th é o valor da fonte de tensão e 𝑅Th é o valor da resistência do circuito equivalente de
Thévenin, 𝑅𝐿 é o valor da resistência da carga (que pode ter seu valor de resistência modificado) e 𝑝
é o valor da potência dissipada pela carga.

Figura 27 – Circuito usado para a máxima transferência de potência. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Note pela formulação acima que o valor da potência dissipada depende do valor da resistência da
carga. Pode-se mostrar que quando o valor da resistência da carga for igual ao valor da resistência do
circuito equivalente de Thévenin, 𝑅𝐿 = 𝑅Th , ocorrerá a máxima transferência de potência para a
carga. Dessa forma, quando se deseja conhecer o valor da resistência da carga para que ocorra a
máxima transferência de potência para ela é necessário determinar o circuito equivalente de
Thévenin.
Exemplo numérico: Determine o valor de 𝑅𝐿 para que ocorra a máxima transferência de
potência no circuito da Figura 28. Determine também o valor da potência máxima transferida para a
carga.
Solução: O primeiro passo é obter o circuito equivalente de Thévenin do circuito analisado.
Importante: o circuito a ser simplificado através do teorema de Thévenin não deve conter a
resistência de carga, dessa forma, ela deve ser retirada do circuito. A Figura 29 apresenta o circuito a
ser substituído através do equivalente de Thévenin.

Figura 28 – Circuito para o desenvolvimento do exemplo numérico. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

Figura 29 – Circuito a ser substituído pelo equivalente de Thévenin. Fonte: Autor.

Para obter o circuito equivalente de Thévenin do circuito da Figura 29, devemos fazer o mesmo
procedimento apresentado nas aulas anteriores.
Para determinar a resistência de Thévenin primeiramente devemos zerar/desligar as fontes do
circuito. O circuito com as fontes zeradas é apresentado na Figura 30.

Figura 30 – Circuito para obtenção da resistência de Thévenin. Fonte: Autor.

Devemos agora fazer a associação dos resistores da Figura 30 para obter a resistência de
Thévenin. Observe na Figura 30 que os resistores de 6 Ω e 12 Ω estão em paralelo, ou seja, estão
ligados pelos mesmos nós, logo
6 ∗ 12
𝑅𝑒𝑞1 = = 4Ω
6 + 12
O circuito agora pode ser redesenhado conforme a Figura 31.

Figura 31 – Circuito para obtenção da resistência de Thévenin. Fonte: Autor.

Note na Figura 31 que todos os resistores estão em série, logo


𝑅Th = 4 + 3 + 2 = 9 Ω
Vamos agora determinar o valor da fonte de tensão de Thévenin, para isso devemos determinar a
diferença de potencial entre os nós a e b da Figura 28. Para tal, podemos utilizar qualquer técnica de
análise de circuitos. Dessa vez, iremos utilizar a análise de malha. Por simplicidade, o passo a passo
da análise de malha não será mostrado. Resolva o circuito da Figura 29 utilizando o passo a passo da
análise de malha e conferir com os resultados a seguir. Na Figura 32 é apresentada todas as
informações para aplicação da análise de malha.

Nó d Nó e
Nó c
+ - + - + -
+ + +

- - -
M1 M2

Nó b
Figura 32 – Circuito para obtenção da fonte de tensão de Thévenin. Fonte: Autor.

Antes de iniciar a aplicação da análise de malha, observe na Figura 32 que a corrente 𝑖d vale
zero, ou seja, não passa corrente pelo resistor de 2 Ω. Dessa forma, a tensão no Nó e é igual a tensão
no Nó a, assim devemos descobrir a tensão no Nó e. Note também que a corrente da malha M2 já é
conhecida e tem valor de -2 A (que é determinada pela fonte de corrente).
Aplicando a LKT na malha M1, temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑀1 {𝑣1 = 𝑣2 + 𝑣3
Substituindo as diferenças de potenciais pelas correntes de ramos, temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑀1 {𝑣1 = 6𝑖𝑎 + 12𝑖𝑏
Substituindo os valores das correntes de ramos pelas correntes de malhas, temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑀1 {𝑣1 = 6(𝐼1 ) + 12(𝐼1 − 𝐼2 )
em que 𝐼1 é a corrente da Malha M1 e 𝐼2 é a corrente da malha M2. Substituindo os valores
conhecidos, temos
𝑀𝑎𝑙ℎ𝑎 𝑀1 {12 = 6(𝐼1 ) + 12(𝐼1 − (−2))
Resolvendo a equação acima, verificamos que 𝐼1 = -0,67 A (compare com os seus resultados).
A diferença de potencial 𝑣3 é determinada da seguinte forma,
𝑣3 = 12(𝐼1 − 𝐼2 )
𝑣3 = 12(−0,67 − (−2))
𝑣3 = 15,96 𝑉
como 𝑣3 = 𝑉𝑑 − 𝑉𝑏 , implica que 𝑉𝑑 = 15,96 𝑉, pois o potencial no Nó b é nulo (igual a zero).
Seguindo raciocínio análogo, a diferença de potencial 𝑣4 é determinada da seguinte forma,
𝑣4 = 3(𝐼2 )
𝑣4 = 3(−2)
𝑣4 = −6 𝑉
como 𝑣4 = 𝑉𝑑 − 𝑉𝑒 , implica que 𝑉𝑒 = 21,96 𝑉 (faça as contas e confira os resultados).
Por fim, podemos fazer que 𝑉Th = 𝑉𝑎 − 𝑉𝑏 = 21,96 𝑉.
O circuito equivalente de Thévenin pode ser representado pela Figura 33.

Figura 33 – Circuito equivalente de Thévenin. Fonte: Autor.

Com a obtenção do circuito equivalente de Thévenin podemos retornar com a carga no circuito,
conforme apresentado na Figura 34. Lembre-se que para ocorrer a máxima transferência de potência
para a carga 𝑅𝐿 deve ser igual a 𝑅Th , logo 𝑅𝐿 = 9 Ω.

Figura 34 – Circuito equivalente de Thévenin com carga. Fonte: Autor.

Por fim, podemos aplicar a formulação


2
𝑉Th
𝑝=( ) 𝑅𝐿
𝑅Th + 𝑅𝐿
Para determinar o valor da potência máxima. Substituindo valores, temos

21,96 2
𝑝=( ) 9 = 13,38
9+9
Logo a potência máxima vale 13,38 W.
Aula 40 - Teorema da máxima transferência de potência.

Exercício de Fixação

Exercício 1: Determine o valor de 𝑅 para que ocorra a máxima transferência de potência nos
circuitos das figuras a seguir. Determine também o valor da potência máxima transferida para a carga
(resistor 𝑅) em cada um dos circuitos. Mostre o passo a passo que foi utilizado para se chegar nos
resultados requeridos. Dica: lembre-se que para determinar o circuito equivalente de Thévenin se
deve retirar (suprimir) o resistor 𝑅 da análise.

Exercício letra (a)

Exercício letra (b)


Aulas de 41 a 47 - Teorema de Norton.

Teorema de Norton

O teorema de Norton, tal como o teorema de Thévenin, é uma forma de substituir um circuito
elétrico por seu equivalente mais simples. O teorema de Norton afirma que um circuito linear de dois
terminais pode ser substituído por um circuito equivalente formado por uma fonte de corrente 𝐼𝑁 em
paralelo com um resistor 𝑅𝑁 , em que 𝐼𝑁 é a corrente de curto circuito através dos terminais a-b e 𝑅𝑁
é a resistência equivalente nos terminais quando as fontes independentes forem desligadas
(ALEXANDER e SADIKU, 2013). O circuito equivalente de Norton é apresentado na Figura 35.

Figura 35 - Circuito equivalente de Norton. Fonte: (ALEXANDER e SADIKU, 2013).

O procedimento para obtenção do valor da resistência de Norton é o mesmo procedimento para


obtenção da resistência de Thévenin, ou seja, o valor da resistência de Norton é igual ou valor da
resistência de Thévenin.
𝑅𝑁 = 𝑅Th
Como já sabemos determinar o valor da resistência de Thévenin, não existe nenhuma novidade
em relação à obtenção do valor da resistência de Norton. Veremos então o procedimento para obter o
valor da fonte de corrente de Norton, 𝐼𝑁 .

Procedimento para determinar a fonte de corrente de Norton


Para descobrir o valor da fonte de corrente de Norton 𝐼𝑁 , devemos determinar a corrente de curto
circuito que flui entre os terminais a-b, ou seja, para determinar essa corrente de curto circuito é
necessário ligar os terminais a-b (através de um fio condutor perfeito) e determinar a corrente que
passa por essa ligação. Isso é diferente do procedimento para determinar o valor da fonte de tensão
do circuito equivalente de Thévenin que determinava o valor da diferença de potencial entre os
terminais a-b, sendo que nesse caso os terminais eram mantidos separados.

Exemplo numérico: Obtenha o circuito equivalente de Norton visto pelos terminais a-b do
circuito da Figura 36.
Observe que o circuito apresentado na Figura 36 é o mesmo que foi apresentado na Figura 22.
Assim, como sabemos que o valor da resistência de Norton é igual ao valor da resistência de
Thévenin e já foi calculado anteriormente o valor da resistência de Thévenin, temos que
𝑅N = 𝑅Th = 2,4 Ω
Figura 36 - Exemplo para a obtenção do circuito equivalente de Norton. Fonte: Autor.

Para determinar o valor da fonte de corrente de Norton devemos primeiramente curto circuitar os
terminais a-b conforme apresentado na Figura 37.

Figura 37 - Exemplo para a obtenção do circuito equivalente de Norton. Fonte: Autor.

Podemos agora aplicar qualquer técnica de análise de circuitos para determinar a corrente que
passa pelo curto circuito. Vamos utilizar a análise nodal. A Figura 38 mostra a nomenclaturas dadas
para todas as variáveis do problema (faça o passo a passo da análise nodal para identificar, com
calma, como foi feito isso). Observe na Figura 38 onde se encontra a corrente de curto circuito 𝐼𝑁
que estamos interessados em determinar.

Nó d Nó b
Nó c
+ - + -
+ - +

- +
-

Nó b

Figura 38 - Exemplo para a obtenção do circuito equivalente de Norton. Fonte: Autor.

Note na Figura 38 que devido ao curto circuito realizado, os Nós a e b se tornaram um Nó só,
denominado agora como Nó b. Observe com calma, que já conhecemos o potencial elétrico nos três
Nós do circuito. O potencial no Nó b vale 0 V o potencial no Nó c vale 12 V e o potencial no Nó d
vale -2 V.
Aplicando a lei de Ohm no resistor de 6 Ω, que é ligado pelos Nós d e b, podemos determinar o
valor da corrente 𝑖𝑐 como
𝑉𝑑 − 𝑉𝑏 −2 − 0
𝑖𝑐 = = = −0,33 𝐴
6 6
Observe que o valor da corrente 𝐼𝑁 é igual ao valor da corrente 𝑖𝑐 , pois como o resistor de 4 Ω
está sendo curto circuito não irá passar nenhuma corrente por ele. Dessa forma,
𝐼𝑁 = 𝑖𝑐 = −0,33 A
Por fim, o circuito equivalente de Norton pode ser representado através da Figura 39.

ou
Figura 39 – Representação final do circuito equivalente de Norton. Fonte: Autor
Aula 48 - Teorema de Norton.

Exercícios de Fixação

Exercício 2: Obtenha o circuito equivalente de Norton visto pelos terminais a-b dos circuitos a
seguir. Mostre o passo a passo que foi utilizado para se chegar nos resultados requeridos.

Exercício letra (a)


Exercício letra (b)

Exercícios da Terceira Semana

Entregue as atividades de fixação das aulas 40 e 48 apresentada neste guia didático da disciplina -
terceira etapa. Esses exercícios deverão ser entregues na atividade denominada “Exercícios da
Terceira Semana” que está disponível no Moodle.
O único formato de arquivo aceito será o formato .pdf. Dessa forma, digitalize as repostas feitas à
mão e compacte tudo em um só arquivo. Caso seja necessário, o aluno poderá utilizar o aplicativo
Microsoft Office Lens - PDF para digitalizar textos manuscritos para o formato pdf. Esse aplicativo
esta disponível gratuitamente para Android na Play Store. Para maiores informações veja o vídeo:
Manual de Instalação do Aplicativo Microsoft Office Lens.

AS ATIVIDADES DESSA SEMANA SERÃO AVALIADAS EM 12 PONTOS.


REFERÊNCIAS

ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos, 5a ed., McGraw


Hill, 2013.
ÁLVARES, Beatriz Alvarenga; LUZ, Antônio Máximo Ribeiro. Física – Contexto e Aplicações: 3º
ano. São Paulo: Sicipione, 2011.
CHAVANTE, Dina. Eletrônica III. Apostila dos cursos de formação inicial e continuada do Centro
de Educação Tecnológica do Amazonas, 2016.
O'MALLEY, John. Análise de Circuitos, Bookman, 2a. ed, 1983.

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