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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

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RELATÓRIO
DISCIPLINA: Laboratório de Física Aplicada a Químicos
RESPONSÁVEL: Profa. Débora Gonçalves
TÉCNICO: Jae Antonio de Castro Filho

Prática 2
Circuitos de corrente contínua

ALUNO: Cauê Arantes Wagner Zuccarino No USP: 11965755


ALUNO: Jailson Pereira dos Santos No USP: 11815890
ALUNO: Luis Eduardo Oliveira Souto No USP: 11911622

Data: 02/05/2022

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1. Introdução
A prática 2 utilizará das Leis de Kirchoff, associação de resistores e a
Lei dos Nós e das Malhas para estudar o funcionamento de um circuito
formado por, resistores, amperímetro, ohmímetro e uma fonte de tensão. Para
isso, é necessário introduzir previamente alguns conceitos acerca do
funcionamento do próprio circuito elétrico.

1.1. Primeiramente, quando os resistores estão posicionados de tal forma


que a corrente(I) que passa por eles é a mesma, eles estão em série. Por
outro lado, quando a diagramação dos resistores(R) faz com que sua
tensão(V) seja igual, eles estão em paralelo.
Os resistores em série possuem um valor de tensão total
numericamente igual à soma das tensões em cada resistor, portanto:
V =V ab+Vbc=R ₁. I + R ₂. I =(R ₁+ R ₂)× I
A resistência equivalente, por sua vez, é dada por:
Req=R ₁+ R ₂+ R ₃+...+ Rₙ

1.2. Os resistores em paralelo possuem um valor de corrente total igual à


soma das correntes em cada ramo, representada algebricamente por:
V V 1 1
I =I ₁+ I ₂= + =( + ).V
R₁ R₂ R₁ R₂
E a resistência equivalente é definida por:
1 1 1 1 1
= + + + ...+
Req R ₁ R ₂ R ₃ Rₙ

1.3. Em segundo lugar, e o conceito teórico mais importante, temos as


Regras de Kirchoff. As regras de Kirchoff são utilizadas para analisar
circuitos elétricos que não podem ser deduzidos através de uma
combinação de resistores em série e paralelo.
1°Lei : É uma consequência da conservação da carga elétrica no
circuito, cuja soma das correntes que chegam a um nó é igual a 0, portanto,

temos: ∑ I =O
nós

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2°Lei: É uma consequência da conservação da energia elétrica no
circuito, cuja soma das variações de potencial são iguais a 0, portanto, temos:

∑ V =O
malhas

Por fim, estas regras são aplicadas a diversos nós e malhas distintas,
para se obter um número de equações suficientes que possibilite o cálculo das
correntes desconhecidas, onde o n° de equações deve ser maior ou igual ao
número de incógnitas presentes.

2. Objetivos
A prática tem como objetivo entender o funcionamento de um circuito
elétrico, seus componentes e as leis que regem este conteúdo.

3. Descrição Experimental
3.1. Montar um circuito com as resistências em série e calcular a resistência
equivalente(Req), a tensão(V) e a corrente(I) do sistema.
3.2. Montar um circuito com as resistências em paralelo e calcular a
resistência equivalente(Req), a tensão(V) e a corrente(I).
3.3. Montar um circuito de Kirchoff, deduzir e utilizar das equações para o
cálculo das correntes I₁,I₂ e I₃.
3.4. Os materiais utilizados foram:
3.4.1. 3 resistores com os seguintes valores de resistência, 0,98k Ω ,
0,968 kΩ e 3,3kΩ ;
3.4.2. 3 fios para conectar os sistemas;
3.4.3. 1 fonte de tensão;
3.4.4. 1 amperímetro e 1 ohmímetro;
3.4.5. 2 pilhas ligadas em série;

4. Resultados e Discussão
Experimento 1 - Associação de Resistores em Série

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Considerando as regras de associação de resistores em série, que afirmam
que:
Req = V/I = R1 + R2 + R3
Dessa forma, a fim de comprovar essa regra, foi calculada a resistência
equivalente que apresentou um valor muito próximo ao valor medido, com uma
diferença de 0,007 kΩ que pode ser atribuída à natureza das medidas, juntamente
com a limitação dos aparelhos utilizados.

Tabela 5.1 - Resultados das medidas da resistência equivalente em um circuito com


associação de resistores em série.

R1 R2 R3 Req (medido) Req (calculado)

0,98kΩ 3,33kΩ 0,468kΩ 4,785kΩ 4,778kΩ

Ademais, após conectar o circuito a uma corrente de 1,78 mA, foram medidas
as tensões em cada um dos resistores e estes valores também foram calculados a fim
de comparação. Assim, ainda considerando as regras de associação de resistores em
série, a resistência equivalente calculada apresentou valores divergentes com os
calculados, demonstrando que os dados experimentais são bem divergentes com os
obtidos matematicamente.

Tabela 5.2 - Resultados da medida das tensões em um circuito com associação de resistores
em série.

Vo Io V1 V2 V3

Calc. Med. Calc. Med. Calc. Med.

10 V 1,78 mA 1,749 10,11 5,879 10,12 0,833 10,15

Resistência Equivalente (Vo/Io): 5,62kΩ

Experimento 2 - Associação de Resistores em Paralelo


Considerando as regras de associação de resistores em paralelo, que afirmam
que:
Req = V/I 1/Req = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3

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Dessa forma, a fim de comprovar essa regra, foi calculada a resistência equivalente
que apresentou um valor igual ao valor medido.

Tabela 5.3 - Resultados da medida de resistência equivalente em um circuito com associação


de resistores em paralelo.

R1 R2 R3 Req (medido) Req (calculado)

0,468kΩ 0,98kΩ 3,3kΩ 0,289kΩ 0,289kΩ

Ademais, após conectar o circuito a uma tensão de 10 V, foram medidas as


correntes em cada um dos resistores e estes valores também foram calculados a fim
de comparação. Assim, ainda considerando as regras de associação de resistores em
paralelo, a resistência equivalente calculada não demonstrou grande proximidade
com o medido.

Tabela 5.4 - Resultados da medida de tensões em um circuito com associação de resistores em


paralelo.

Vo Io I1 I2 I3

Calc. Med. Calc. Med. Calc. Med.

10 V 34 mA 10,2 8,98mA 3,03 2,6mA 21,36 18,37mA

Resistência Equivalente (Vo/Io): 0,294kΩ

Experimento 3 - Aplicação das regras de Kirchoff


Considerando as leis de Kirchoff que dizem que a soma das correntes que
chegam a um nó é igual a soma das correntes que saem do nó, e que a soma
algébrica das quedas de tensão em torno de qualquer malha fechada é igual a zero:
∑Inó =0 ∑Vmalha = 0

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Tabela 5.5 - Resultados da medida das correntes no circuito de Kirchoff.

I1 (calc) I1 (med) I2 (calc) I2 (med) I3 (calc) I3 (med)

1,5mA 0,89mA 1,5mA 0,91mA 0 mA 0,005mA

Comparando os resultados calculados com os resultados obtidos, é possível


concluir que as Leis de Kirchoff valem, mesmo com os resultados obtidos são muito
distantes aos valores medidos experimentalmente, erro que pode ser atribuído à
natureza das medidas, juntamente com a limitação dos aparelhos utilizados.
Por fim, a bateria V2 teve sua polarização invertida e as correntes foram
medidas, a fim de verificar se há alguma mudança nas equações e se os valores
calculados estão de acordo com os valores de corrente medidos.

Tabela 5.6 - Resultados da medida das correntes no circuito de Kirchoff com a bateria V2
invertida.

I1 (calc) I1 (med) I2 (calc) I2 (med) I3 (calc) I3 (med)

1,35mA 1,35mA 1,5mA 1,34mA 0mA 0,006mA

Comparando os resultados calculados com os resultados obtidos, é possível


concluir que mudando o sentido da tensão, os valores se alteram, de forma que
todos os valores calculados são aproximadamente os valores medidos.

5. Conclusão
5.1. O primeiro experimento tinha como finalidade mostrar pra nós a
diferença dos valores reais das grandezas e do valor calculado
matematicamente. Como podemos ver nas tabelas 5.1 e 5.2, a diferença
nos valores de resistência calculados e medidos quando os resistores
estão em série é expressa apenas na quantidade de casas decimais, ou
seja, na precisão da medida, sem demonstrar uma diferença
significativa na sua grandeza. Por outro lado, os valores de tensão
possuem uma diferença significativa em suas medidas. Isso se deve ao
fato de que o cálculo matemático não leva em consideração todas as
propriedades e grandezas que regem um sistema real, ou seja, é um

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cálculo que não representa fielmente a realidade em alguns aspectos
como a comparação acima.

5.2. O segundo experimento tinha como finalidade mostrar, não só a


diferença entre o calculado e o medido de um sistema com resistores
em paralelo e a diferença dos valores medidos nas leis de Kirchoff.
Como no caso do circuito em série, a resistência equivalente medida e
calculada para um sistema em paralelo só difere em sua grandeza,
sendo a medida real mais precisa que a medida calculada. Por outro
lado, as correntes calculadas em um sistema em paralelo possuem
valores diferentes dos medidos experimentalmente. Isso se deve ao
fato de que o cálculo matemático é uma aproximação da realidade, ou
seja, não leva em consideração a perda da energia elétrica para outros
componentes do sistema e para outras formas de energia. Por exemplo,
o cálculo matemático não leva em consideração a perda de uma
quantidade de corrente devido ao fato da temperatura do resistor
aumentar devido a passagem da corrente elétrica(dos elétrons) o que
pelo simples fato de impor uma resistência à passagem dos elétrons já
implica em uma perda de corrente para a energia térmica da passagem
de corrente no componente.
5.3. O terceiro experimento consistiu em analisar os valores calculados e
medidos para as leis de Kirchoff e também atestar uma possível
diferença entre a corrente medida e calculada no sistema. Como é
representada pelas tabelas 5.5 e 5.6, os valores de corrente calculados e
medidos tanto para as pilhas em um sentido quanto para o seu inverso,
são muito próximos, sendo que, a única diferença, como nos outros
casos, é a grandeza e a precisão da medida.

5.4. Por fim, podemos atestar que todos os cálculos matemáticos utilizados
nesta prática se mostraram muito eficientes, em alguns casos, em
aproximar o real do teórico. Porém, devido ao fato das equações serem
uma interpretação da realidade, elas possuem aproximações e não

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levam em consideração fatores reais que implicam em uma diferença
nos resultados.

6. Questões
6.1. Ao inverter os fios ligados a bateria V₂, se torna necessário escrever
novamente as regras de Kirchoff?
Resposta: Não se torna necessário reescrever as leis de Kirchoff, apenas
inverter sinais que são regidos pelo sentido da corrente.

7. Referências
❖ J.Walker (Halliday/Resnick), Fundamentos de Física, vol.3 e 4, 10° Ed.

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