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Departamento de Física

Professor Benedito Lobato


Disciplina: Laboratório de Fisica III.

Turma: Licenciatura em Física (2020). Data:

Aluno: Rui Cardoso Tenório Neto.

RELATÓRIO DE ATIVIDADES EXPERIMENTAIS - VI

1 – Título: Ponte de Wheatstone.

2 – Objetivos:

Demonstrar um paralelo entre resultado calculado e o resultado medido de um


potenciômetro em uma ponte de wheatstone.

3 – Referencial Teórico:

Primeiro precisamos relembrar algumas leis para nos ajudar a entender o processo
mostrado na ponte de wheatstone, essas são:

Lei dos nós: é baseada na lei da conservação da energia e afirma que quando uma
corrente se ramifica em um nó, a soma das correntes no final do nó é igual a quantidade
inicial que entrou no nó.
Lei das malhas: se um circuito fechado for percorrido do ponto inicial até o ponto
inicial novamente, teríamos uma variação de potencial igual a zero, ou seja, ao percorrermos
um circuito fechado a soma algébrica das voltagens tem que ser igual a zero.

U=0 Equação 1.0

1ª Lei de Ohm: Um circuito com uma resistência R percorrido por uma corrente
elétrica � tem uma diferença de potencial da forma:
Equação 2.0
�=�.�
O circuito da figura 1 é o esquema da ponte que serviu de parâmetro para a
montagem da estrutura real no protoboard com apenas uma mudança, o galvômetro foi
substituido por um multiteste na função amperímetro.
Figura 1 - Esquema da ponte

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/ponte-wheatstone.htm

No experimento foram usados 3 resistências de valor conhecido e uma fonte de


voltagem também conhecida, e usando as relações da lei dos nós e lei das malhas descobrir
qual o valor de resistência o potenciômetro precisaria estar para que o amperímetro
apontasse que a corrente no ponto central do circuito é nula. Na figura 1 esse “ponto central”
está entre os pontos “C” e “D”.

3.1 – Dedução

Quando a corrente i que sai da fonte se divide no nó “A”, ela se torna as correntes
parciais i1 e i2 que no final ao se unirem após o nó “B” sua soma será exatamente o valor
inicial, ou seja, i = i1 + i2.
Agora definamos as diferenças de potencial em cada componente do circuito
separando em duas malhas, ADC e DBC.
Para a malha ADC:
De acordo com a lei das malhas:

UADC = UAD + UDC + UCA = 0

Quando a leitura é a favor da corrente o sinal é negativo e quando é contrária à


corrente o sinal é positivo, portanto, aplicando essa regra e usando a expressão da 1ª lei de
Ohm, obteremos:
−�2R2 + 0 + �1 R1 = 0

�1 R1 = �2 R2

�� ��
=
�� ��
Para a malha DBC:
É análogo ao caso anterior, portanto:

UDBC = UDB + UBC + UCD = 0

−�2 RX + �1 R3 + 0 = 0
�1 R3 = �2 RX

�� ��
=
�� ��

� �
Afinal, �1 = �1 , portanto:
2 2

RX R2
=
R3 R1

�� . �� Equação 3.0
∴ �� =
��

Com esse modelo podemos calcular a resistência necessária que o potenciômetro


precisa ter para que entre os pontos C e D a corrente seja igual a zero.

4 – Material Utilizado:

- Resistores:

 R1 = 110 Ω
 R2 = 300 Ω
 R3 = 180 Ω

- Potenciômetro.

 Rmax = 10 kΩ

- Multiteste.

- Protoboard.

- Jumpers.

- Fonte CC.
5 – Procedimentos:

O circuito é montado nessa disposição:

Figura 2 - Esquema disposto.

110Ω 300Ω

220Ω

Ao final da montagem o circuito foi submetido a uma tensão de 9V e o potenciômetro


ajustado de forma a zerar a corrente elétrica que estava sendo medida em tempo real com o
multiteste. Quando a corrente ficou nula no ponto central, o sistema foi aberto e a resistência
do potenciômetro foi medido com o multiteste na função ohmímetro, assim, foi definida que
quando a corrente elétrica iDC = 0, a resistência RX (medida) do potenciômetro está em um
valor entre 598Ω a 605Ω.

6 – Resultados e Discussão:

Após o teste, foi feito um cálculo usando a equação 3.0 para definir a resistência
necessária no potenciômetro para zerar a corrente entre os pontos C e D para os resistores
dados, sendo eles: R1 =110 Ω, R2 =300 Ω e R3 =180 Ω.

Então:
R2 . R3 (300 Ω). (180 Ω)
RX (calculado) = =
R1 (110 Ω)

�� (calculado) = ���Ω

Deste modo, de acordo com os cálculos, o potenciômetro ajustado em 600Ω faria a


corrente elétrica central ser nula, o que constatamos que é verdade, pois na medição do
experimento o valor de �� (medido) ≅ �� (calculado).

7 – Conclusão:

O experimento foi satisfatório pois demonstrou a utilidade da ponte de Wheatstone


como um recurso para identificar resistências desconhecidas, como seria possível caso o
experimento fosse feito com 2 resistores conhecidos, um resistor desconhecido e um
potenciômetro que mostrasse a sua regulagem de resistência, dispor esses componentes
como mostrado na figura 1 e com a ajuda de um multiteste e da equação 3.0, seria muito
simples definir a resistência elétrica de um componente quaisquer.
8 – Referências:

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física, volume 3 :


eletromagnetismo. tradução Ronaldo Sérgio de Biasi. - 10. ed. - Rio de Janeiro : LTC, 2016.

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