UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

DEPARTAMENTO DO FÍSICA
DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL II
DOCENTE: Prof. Dr. Jonas da Silva Nascimento

MONTAGEM E ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO DE UM CIRCUITO RC.

DYLAN CARVALHO ARAÚJO - 20199008820

JOÃO BOSCO CAVALCANTE PINHEIRO JUNIOR - 20209004170

JOÃO GABRIEL RANGEL DE SOUSA - 20199009793

MARIA EDUARDA MACHADO DOS SANTOS - 20199003520

Teresina-PI, março de 2023

 SUMÁRIO

Resumo___________________________________________________________3

1 Introdução________________________________________________________4

2 Objetivos_________________________________________________________7

3 Parte experimental_________________________________________________8

4 Resultados e discussão____________________________________________9

5 Conclusão_______________________________________________________12

6 Referências______________________________________________________13

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 RESUMO

Através do seguinte experimento foi possível montar um circuito RC, e obter as

curvas de carregamento e descarregamento de um capacitor no circuito, além de
proporcionar a determinação das constantes de tempo capacitivas e a carga em
cada tempo do circuito analisado.

3
 1. INTRODUÇÃO

Os circuitos elétricos são mecanismos e aparelhos que estão presentes

intensamente no cotidiano humano. Todos esses equipamentos funcionam a base de
energia elétrica, e o conhecimento utilizado para o desenvolvimento dos circuitos
elétricos provêm da física, baseando-se em resistores e fontes (HALLIDAY,
RESNICK, WALTER, 1996).

Para que haja uma corrente elétrica, é necessário que exista um fluxo líquido
de cargas através da superfície, isto é não basta que as partículas em movimento
estejam carregadas, estas devem ter um fluxo de carga oposto mais intenso, para
que ocorra a formação de uma corrente elétrica. Um grande exemplo disso é circuito
formado por um fio de cobre ligado a uma bateria. No fio normal, há a presença de
elétrons condutores, no entanto, o fluxo de cargas é de baixíssima intensidade, o
que não gera uma corrente, mas ao ligarmos à uma bateria, é inserido um fluxo
intenso, o que contribui para essa corrente (HALLIDAY, 1996).

Submetendo um componente de um circuito elétrico a uma diferença de

potencial (V) em dois pontos diferentes, gera-se uma corrente (I) que é inversamente
proporcional à resistência (R) do resistor (HALLIDAY, 1996; SERWAY, 2004).

V
I= (1)
R

A associação de resistores em série e em paralelo é comumente encontrada

em circuitos elétricos. Onde na associação em série, existe uma tensão parcial (V n)
em cada um dos resistores que fazem parte do sistema, e a soma de todas as suas
tensões parciais é igual a tensão total (V eq) (HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996).
A resistência em série pode ser calculada da seguinte forma:

ε
ε −i R 1−i R2−i R3=0 oui= (2)
R eq

4
 Figura 1: Associação de resistores em série.

Fonte: Adaptado de HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996.

Em paralelo, significa que um dos terminais foi ligado em um ponto e o outro

terminal é ligado em um segundo ponto com uma única ddp aplicada a esses dois
pontos. A resistência em paralelo pode ser calculada da seguinte forma:

i=i 1 +i 2+i 3=V ( R1 + R1 + R1 ) ou i= RV

1 2 3 eq
(3)

Figura 2: Associação de resistores em paralelo.

Fonte: Adaptado de HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996.

O circuito RC é um circuito elétrico que consiste em um resistor (R) e um

capacitor (C) conectados em série (Figura 3). Quando uma fonte de corrente
contínua é aplicada ao circuito, o capacitor começa a carregar-se gradualmente, até
que ele esteja completamente carregado. Esse processo é chamado de carga do
capacitor.

5
 Figura 3: Representação do circuito RC.

Durante a carga do capacitor, a tensão sobre ele aumenta gradualmente, até

que ela atinja o mesmo valor da tensão da fonte. O tempo necessário para que o
capacitor esteja completamente carregado é determinado pela constante de tempo
do circuito, que é igual ao valor do resistor multiplicado pelo valor do capacitor. A
presença do resistor no circuito diminui o tempo de carregamento do capacitor
(HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996).
Quando a fonte de corrente é desligada, o capacitor começa a descarregar-
se, e a tensão sobre ele diminui gradualmente. O tempo necessário para que o
capacitor esteja completamente descarregado também é determinado pela
constante de tempo do circuito. O potencial de uma bateria associada à esse
sistema pode ser calculado da seguinte forma:
ε =V C +V R (4)
Onde VC é o potencial do capacitor e VR o potencial do resistor, estes podem
ser calculados da seguinte forma:
q
V C= , onde q=CV (5)
C
V R=R . i (6)
Dessa forma, temos que o potencial da bateria é:
q dq q dq
ε= + Ri , onde i= . Assim , ε = + R (7)
C dt C dt

O circuito RC é usado em muitas aplicações na eletrônica, como em filtros de

sinal, temporizadores e osciladores. É importante entender o comportamento do
capacitor durante a carga e descarga para poder projetar e utilizar corretamente os
circuitos RC. (HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996).

6
 2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Analisar circuitos elétricos RC e o processo de carregamento e

descarregamento de uma bateria.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Montar um circuito RC.

 Determinar o tempo de carregamento e descarregamento de
uma bateria.
 Definir os valores das correntes elétricas, voltagens e cargas
envolvidas em cada tempo dos processos de carregamento e
descarregamento.

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 3. PARTE EXPERIMENTAL

3.1 MATERIAIS

 Protoboard;
 2 multímetros;
 1 resistor de 10kΩ;
 1 capacitor de 5000μF;
 Fonte;
 Cronômetro.

3.2 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS:

Os experimentos foram realizados conectando-se ao protoboard em série um

capacitor de 5000µF e um resistor de 10kΩ, em seguida conectou-se ao sistema
uma fonte. Para a realização das medições conectou-se dois multímetros ao
sistema, sendo um na função de amperímetro em serie e um na função de voltímetro
em paralelo.

Selecionou-se na fonte uma voltagem de 10,2 V e iniciou-se o procedimento

de carregamento do capacitor, registrando-se o tempo de carregamento de dez em
dez segundos com o auxílio de um cronometro até que a corrente no sistema,
indicada por meio do amperímetro, tenda a zero e o valor da voltagem permaneça
constante.

Em seguida, se dará o processo de descarregamento do capacitor por meio

da desconexão da fonte do sistema, registrando-se novamente os valores de
corrente e voltagem até a voltagem medida pelo voltímetro igualar-se a zero,
novamente registrando-se os tempos de 10 em 10 segundos com o auxílio do
cronometro

Por fim, registrou-se os dados e construiu-se dois gráficos, sendo um da

carga pelo tempo no processo de carregamento e um da voltagem pelo tempo no
processo de descarregamento.

8
 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O circuito RC representa um sistema mais complexo que os previamente

estudados, visto que envolve uma corrente variável com o tempo devido a presença
de um capacitor. A figura 4 representa um sistema RC, composto por um capacitor,
um resistor e uma bateria, ou seja, uma força eletromotriz (f.e.m) (HALLIDAY,
RESNICK, WALTER, 1996).
Figura 4: Representação de um circuito RC.

Fonte: adaptado de HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996.

Enquanto a chave S é mantida aberta, a corrente é impedida de circular pelo

sistema, promovendo assim, a descarga do capacitor “C”. Porém, ao momento em
que a chave é fechada na extremidade “a”, uma corrente “A” começa a circular no
sistema promovendo a carga do capacitor (HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996).
A carga e a descarga do capacitor dependem do tempo em que ocorrem os
dois processos, e podem ser calculados pelas equações abaixo.
−t / RC
q=CƐ(1−e ) (8)

q=q 0 e−t / RC (9)

O valor “RC” está relacionado diretamente com o tempo de carga do

capacitor, uma vez que estes valores são iguais, o capacitor atinge sua carga
máxima, a qual é corresponde a 63% da carga total da bateria. No momento em que
o capacitor atinge sua carga máxima, a corrente que circula no sistema mantém seu
valor constante (HALLIDAY, RESNICK, WALTER, 1996).
Para o sistema utilizado, temos um resistor com resistência de 10kΩ e um
capacitor com capacitância de 5000μF que resultam em uma constante RC de 50s.
Em adição, temos uma bateria com voltagem de 10,2V.
Utilizando-se da equação 8 e os valores da tabela 1, foi possível encontrar os
valores de carga para o sistema nos tempos de t = 0s a t = 140s, os quais
resultaram em uma curva exponencial que representa a carga variável durante o
carregamento do capacitor (gráfico 1).
9
 Tabela 1: Valores obtidos no processo de carregamento do capacitor.

Tempo (s) Voltagem (V) Carga (q) Corrente (A)

0 0 0 0
10 2,71 0,009 0,78
20 4,47 0,017 0,63
30 5,94 0,023 0,51
40 7,06 0,029 0,41
50 8,01 0,032 0,33
60 8,77 0,036 0,26
70 9,36 0,038 0,21
80 9,76 0,041 0,17
90 10,11 0,043 0,14
100 10,45 0,044 0,11
110 10,69 0,045 0,09
120 10,93 0,046 0,07
130 11,07 0,047 0,06
140 11,21 0,048 0,05

Gráfico 1: Carga(q) versus Tempo(s) referente ao carregamento do capacitor.

Gráfico q x t
0.06

0.05 0.047898
0.04721
0.04637
0.04534
0.04409
0.04257
0.0407
0.03842
0.04 0.03563
Carga (C)

0.0322
0.03 0.02808
0.023

0.02 0.0168

0.00924
0.01

0
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160

Tempo (s)

Utilizando-se os valores da tabela 2, foi possível encontrar os valores de

descarga para o sistema nos tempos de t = 0s a t = 140s logo em seguida após o
carregamento, os quais resultaram em uma curva exponencial que representa a
voltagem variável durante o descarregamento do capacitor (gráfico 1).

10
 Tabela 2: Valores obtidos no processo de descarregamento do capacitor.

Tempo (s) Voltagem (V) Corrente (A)

0 0 0
10 2,71 0
20 4,47 0
30 5,94 0
40 7,06 0
50 8,01 0
60 8,77 0
70 9,36 0
80 9,76 0
90 10,11 0
100 10,45 0
110 10,69 0
120 10,93 0
130 11,07 0
140 11,21 0

Gráfico 2: Voltagem (V) versus Tempo(s) referente ao descarregamento do capacitor.

Gráfico V x t
12
11.21

9.92
10

8
6.82
Voltagem (V)

6 5.49
4.43
4 3.53
2.85
2.3
1.85
2 1.49
1.19 0.97
0.74 0.63 0.51

0
0 20 40 60 80 100 120 140 160

Tempo (s)

11
 5. CONCLUSÃO

Os valores experimentais expressos nas tabelas 1 e 2 evidenciam que, no

processo de carregamento, a voltagem e a carga aumentam uniformemente, à
medida que a corrente diminui. Já no processo de descarregamento, conforme
esperado, ocorre a inversão desses valores, tendo a diminuição uniforme da
voltagem e da carga medidas no capacitor. Assim, o comportamento dos gráficos
com os valores coletados, foi o esperado para ambos os componentes medidos em
função do tempo.

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 6. REFERÊNCIAS

COLORADO, Phet. Circuit Construct Simulator. Disponível em:

https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/circuit-construction-kit-dc. Acesso em:
27 fev. 2023.
HALLIDAY ,D.,RESNICK, R.,WALTER, J.- Fundamentos de Física 3- São Paulo:
Livros Técnicos e Científicos Editora,8 Edição ,1996.

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