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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA EM ENGENHARIA E


SUTENTABILIDADE
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM ENERGIA E SUSTENTABILIDADE

AIDES OLIVEIRA COELHO


MARLON COELHO PITA

CONSTANTE DE TEMPO EM CIRCUITO RC

FEIRA DE SANTANA
2023
AIDES OLIVEIRA COELHO
MARLON COELHO PITA

CONSTANTE DE TEMPO EM CIRCUITO RC

Relatório técnico apresentado como requisito


parcial para obtenção de aprovação na
disciplina Fenômenos Eletromagnéticos
Prática, no curso de Bacharelado
Interdisciplinar em Energia e Sustentabilidade,
na Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia.

Professor: Dr. Kilder Leite Ribeiro

FEIRA DE SANTANA
2023
1 INTRODUÇÃO

Os circuitos elétricos podem ser definidos como a interligação de componentes elétricos


ou eletrônicos, que se iniciam e encerram em um mesmo ponto, ou seja são caminhas que se
iniciam e se fecham em um mesmo ponto para a circulação da corrente elétrica.
As variáveis elétricas como tensão, corrente e potência são grandezas calculadas nos
circuitos, podendo ser componentes ativos (liberam energia), passivos (absorvem energia). São
componentes ativos as baterias, pilhas, geradores e transístores, esses geram energia, já os
passivos, que armazém, são representados pelos indutores e capacitores.
Neste experimento prático será utilizado o capacitor, um elemento constituído por duas
placas metálicas condutoras, separadas por um material não condutor e isolante, chamado de
dielétrico que podem ser de cerâmica, vácuo, mica, ar, vidro e plástico.
Na prática será observada a constante do tempo RC na carga e descarga do capacitor em
série, até atingir 63% do valor da tensão continua medindo-se também o tempo de descarga em
37%. Nesse caso, será observado a carga acumulada no capacitor, calculando-se a diferença
entre a carga acumulada e o valor da tenção na fonte, as medidas obtidas tende a ser o mais
próximo da carga completa (100%).
As medidas serão obtidas em função do tempo, nesse caso, a constante do tempo é
calculada em função da resistência (R em ohms) e da capacitância do circuito (C em farads),
por meio da formula: 𝜏 = 𝑅 × 𝐶, onde t = Contante de Tempo em segundos.
Nesse caso, o capacitor no circuito tem a função de manter a tensão constante no circuito
e sua grandeza é dada por sua capacitância (quantidade de carga positiva em uma placa e
negativa na outra), quando aplicada uma fonte em seus terminais, conforme a figura abaixo:

Figura 1: Capacitor
Se o carregador for desligado da fonte de tensão, a carga permanece no capacitor por
um determinado período. O dielétrico coleta a carga positiva em uma placa e negativa na outra
como mostrado na figura 01, a expressão que representa um capacitor é:
Q = CV, (1)
Onde: q – é o total de carga nas placas; v – é a tensão aplicada nas placas; C – é o fator
de proporcionalidade, capacitância, que é a capacidade de armazenamento estático, medida em
unidade de farad.
Pela equação, pode se verificar que a capacitância é proporcional a carga armazenada
nas placas e sua grandeza depende das dimensões físicas do capacitor, dessa forma a
capacitância depende da área das placas, do tipo de isolante e da distância entre as placas, a
equação que define estes fatores é:

(2)
Onde:
C é a capacitância, A – é a área das placas, dada em metro quadrado (m²); d – é a
distância, dada em metros (m); ε – é a permissividade do material dielétrico.
Entende-se que o circuito RC é formado por um resistor e um capacitor, em série possui
uma fonte de tensão e um resistor em série com um capacitor. A fonte da potência tem uma
força constante e resistência interna nula, quando desprezada a resistência nos condutores, a
corrente será a derivada da carga em relação ao tempo, definida pela equação:

(3)

Pela Lei de Ohm, a tensão é o produto entre a resistência e a corrente, definida pela
equação:

(4)

Para a medida de carga em um circuito RC, a capacidade do capacitor é a razão entre a


carga Q armazenada em uma das placas e a tensão aplicada sobre ele.
Figura 2: Esquema de um circuito RC

Em um circuito RC, inicialmente o circuito está descarregado no instante que a chave


for ligada, o capacitor começa a ser carregado por meio da corrente i que circula pela resistência
R, pela lei da malhas de Kirchoff, a expressão na figura 2, temos:

(5)

Manipulando as expressões 1 e 4 temos:

(6)
Da expressão 3 substituído em 6 temos:

(7)
A solução da equação diferencial:

(8)
Quando t= RC, temos:

(9)

Na expressão 9, o Q é a carga máxima do capacitor.


No circuito a grandeza RC, chamada de constante de tempo, terá a carga máxima quando
atingir 63% da sua capacidade. O comportamento da tensão V é obtido a partir do
comportamento de Q, tendo a expressão:

(10)
Observando a figura 2, após a carga em um longo período de tempo, ao mover a chave
para a posição 3, inicia-se o descarregamento no resistor R, aplicando a equação das malhas de
Kirchhoff, temos: Vr + Vc = o (11)
Manipulando as equações anteriores, temos:
De 1 e 4:

(12)
Ainda em 3:

(13)
Rearrumando a equação obtemos:

(14)
A solução é:

(15)
Derivando a expressão 15 em relação a t, temos a corrente I:

(16)
Na equação 16 (negativa), entende-se que a corrente é no sentido contrário ao
convencionado inicialmente:

(17)
Manipulando as equações 1, 4, 11 e 17 temos:

(18)
Por fim, a equação 18, fornece o valor da tensão V da descarga do capacitor.

OBJETIVOS

• Encontrar a medida da constante de tempo em um circuito capacitivo;


• Obter a medida da resistência interna de um voltímetro e da capacitância de um circuito
através da constante de tempo.
MATERIAIS

• Capacitor (330 μF);


• Chave liga – desliga (criada com os fios)
• Cronômetro
• Fios
• Fonte de tensão
• Placa (protoboard)
• Resistor (600k)
• Voltímetro

PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS E RESULTADOS

Inicialmente, armou-se o circuito, seguindo a estrutura representada na figura 2,com


a chave em 3, para obtenção dos valores da fonte de tensão 12V, resistência medida R= 27,1
kΩ, Desvio do Voltímetro: 0,1 V, Capacitância do primeiro capacitor C = 330 μF, tensão Vo
= 8V.
Com a chave em 3, o valor da tensão em Vo, foi medida os ponto 1 e D, em seguida
com a chave em 1, e o voltímetro ligado foram medidos os pontos E e D, anotando-se o tempo
de carregamento do capacitor.

Figura 3: Circuito Montado (Carregamento e descarregamento)

Fonte: Os autores, 2023.

Sabendo que o Vo do descarregamento é 2.96 em 37% e o carregamento 5,04 em 63%,


utilizou-se o cronometro para verificar o tempo que leva para atingir os valores, conforme a
tabela 01.

Tabela 1: Tempo de Carga e Descarga

Fonte: Os autores, 2023

Em seguida, a chave foi colocada na posição 1 para carregar o capacitor, e na chave 2


para descarregar, o cronometro foi disparado para obter o tempo, essas medidas foram obtidas
de 5 em 5 segundos, obtendo-se 12 medidas de carregamento, conforme demostrado na tabela
02:

Tabela 2: Carregamento do capacitor

Fonte: os autores, 2023.

A tabela 2, apresenta as medidas de tempo do carregamento, de onde foi gerado o


gráfico das tensões (V x T).
Gráfico 1: Tensão x Tempo de Carga

Fonte: os autores, 2023

Analisando o gráfico de carregamento, verifica-se que quando t →∞, V →8V,


correspondendo ao valor da tensão máxima do capacitor.
Observando os gráficos da tensão em função do tempo, no carregamento do capacitor a
tensão aumenta em função do tempo, podendo se concluir que a tensão e o tempo são
diretamente proporcionais, como descrito na literatura.

Fazendo a linearização, obtemos os valores abaixo:

Tabela 3: Linearização

Fonte: os autores, 2023.


Grafico 2: Linearização

Fonte: os autores, 2023.

Y = 0,0067 + 0,5945

Logo, o coeficiente angular A = 0,0067 e o linear B = 0,5945, utilizando o método


dos mínimos quadrados, temos que:

Sendo C, a capacitância requerida, temos:

0,0023F
CONCLUSÃO

O objetivo deste experimento foi alcançado, uma vez que foi possível compreender o
comportamento de um capacitor em um circuito RC, observando as curvas de tensão no resistor
e no capacitor em função do tempo, pode-se verificar os valores obtidos durante a carga e
descarga do capacitor.
Além disso, pode pode-se perceber que as medidas obtidas contribuíram para verificar
a constante de tempo do circuito, e a compreensão sobre o aumento e decremento da tensão em
função do tempo, com isso, pode-se na prática obter os resultados esperados e determinados
nos objetivos propostos.

REFERÊNCIAS

YOUNG, H. D et. al. física III: eletricidade e magnetismo. São Paulo: Pearson, ed. 14, 2009.

HALLIDAY, D. RESNICK, R. WALKER, J.; Fundamentos de Física, vol3: eletromagnetismo.


10. ed. - Rio de Janeiro : LTC, 2016.

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