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1. Objectivos
▪ Obter a curva de tensão em função do tempo para os processos de carga e descarga do capacitor e
determinar a correspondente constante de tempo.
2. Teoria
Um circuito que possui um resistor em série com um capacitor, é denominado circuito 𝑅𝐶, como
ilustrado na figura abaixo.
Na figura 1, idealizamos a fonte de potência com uma 𝑓𝑒𝑚 𝜀 constante e resistência interna nula e
desprezamos as resistências de todos os condutores usados nas conexões. Começamos com o capacitor
inicialmente descarregado (figura 1-A); a seguir, em um dado instante 𝑡 = 0, fechamos a chave, completando o
circuito e permitindo que o capacitor seja carregado pela corrente (figura 1-B). Do ponto devista prático, a
corrente começa no mesmo instante em todas as partes do circuito, e a cada instante a corrente é a mesma em
todas as partes. Como o capacitor da figura 12-A está inicialmente descarregado, a diferença de potencial 𝑉𝑎𝑏
através dele é igual a zero em 𝑡 = 0. Para esse instante, pela lei das malhas de 𝐾𝑖𝑟𝑐ℎℎ𝑜𝑓𝑓, a voltagem 𝑣𝑎𝑏
através do resistor 𝑅 é igual à 𝑓𝑒𝑚 da fonte 𝜀. A corrente inicial através do resistor, que chamaremos de 𝐼0 , é
dada pela lei de 𝑂ℎ𝑚:
𝑉𝑎𝑏 𝜀
𝐼0 = =𝑅 (1)
𝑅
À medida que o capacitor se carrega, sua voltagem 𝑉𝑏𝑐 aumenta e a diferença de potencial 𝑉𝑎𝑏 através do
resistor diminui, o que corresponde à diminuição da corrente. A soma dessas duas voltagens é constante e igual
a 𝜀. Depois de um longo tempo, o capacitor fica completamente carregado, a corrente torna-se igual a zero e a
diferença de potencial 𝑉𝑎𝑏 através do resistor se anula. Então, a 𝑓𝑒𝑚 total 𝜀 surge nos terminais do capacitor e
𝑉𝑏𝑐 = 𝜀. Seja 𝑞 a carga do capacitor e 𝐼 a intensidade da corrente no circuito após um tempo 𝑡 depois de a chave
ser fechada. Escolhemos como sentido positivo da corrente aquele que corresponde ao fluxo de carga positiva
𝑞
que entra na placa esquerda do capacitor. As voltagens instantâneas 𝑉𝑎𝑏 e 𝑉𝑏𝑐 são dadas por 𝑉𝑎𝑏 = 𝐼𝑅 e𝑉𝑏𝑐 = 𝐶.
𝜀 𝑞
𝐼= − (3)
𝑅 𝑅𝐶
No instante 𝑡 = 0, quando a chave está inicialmente fechada, o capacitor está descarregado e, portanto,
𝑞 = 0. Substituindo 𝑞 = 0 na equação Erro! A origem da referência não foi encontrada., verificamos que a
corrente inicial é dada por:
𝜀
𝐼0 = (4)
𝑅
Se o capacitor não estivesse conectado no circuito, o último termo da quação Erro! A origem da
referência não foi encontrada. não existiria; então, a corrente seria constante e igual a 𝜀 ⁄𝑅 . A medida que a
carga 𝑞 aumenta, o termo 𝑞/𝑅𝐶 toma-se maior e a carga do capacitor tende a seu valor final, o qual será
designado por 𝑞𝑚á𝑥 . A corrente diminui e por fim se anula.[8]Portanto, quando 𝐼 = 0, a equação Erro! A
origem da referência não foi encontrada. fornece a relação entre a carga armazenada pelo capacitor e a tensão
dada pela fonte (𝑓𝑒𝑚):
𝑞𝑚á𝑥 = 𝐶𝜀 (5)
Note que a carga final 𝑞𝑚á𝑥 não depende de 𝑅. A corrente e a carga do capacitor em função do tempo
são indicadas na figura 2.
Figura 2: Carga em função do tempo, durante o carregamento de um capacitor
No instante em que a chave é fechada (𝑡 = 0), a corrente dá um salto paraseu valor inicial 𝐼0 = 𝜀 ⁄𝑅;
depois disso, ela gradualmente tende a zero. A carga do capacitor começa igual a zero e tende a seu valor final
dado pela equação Erro! A origem da referência não foi encontrada.. Podemos deduzir expressões gerais
para a corrente 𝐼 e para a carga 𝑞 em função do tempo. Considerando nossa escolha do sentido positivo da
corrente, 𝐼 é a taxa com a qual a carga positiva chega à placa esquerda (positiva) do capacitar; logo, 𝐼 = 𝑑𝑞/𝑑𝑡.
Fazendo a substituição na equação Erro! A origem da referência não foi encontrada., obtém-se:
𝑑𝑞 𝜀 𝑞 1
= − =− (𝑞 − 𝐶𝜀)
𝑑𝑡 𝑅 𝑅𝐶 𝑅𝐶
𝑑𝑞 𝑑𝑡
=− (6)
(𝑞 − 𝐶𝜀) 𝑅𝐶
Integrando ambos os membros da equação Erro! A origem da referência não foi encontrada., e
considerando que a carga varia de 0 à 𝑞 e que o tempo varia de 0 à 𝑡, teremos:
𝑞 𝑡 (𝑞 − 𝐶𝜀)
𝑑𝑞 𝑑𝑡 𝑡
∫ = −∫ ⟹ ln ( )=− (7)
0 (𝑞 − 𝐶𝜀) 0 𝑅𝐶 −𝐶𝜀 𝑅𝐶
Tomando a função exponencial de ambos os membros da equação Erro! A origem da referência não
foi encontrada. (ou seja, tomando a função inversa do logaritmo neperiano) e explicitando 𝑞, encontramos:
Suponha agora que o capacitor da figura 1-B já esteja carregado com uma carga 𝑞𝑚á𝑥 ; a seguir,
removemos a bateria do circuito 𝑅𝐶 e conectamos os pontos 𝑎 e 𝑐 a uma chave aberta (figura 3-A). Depois
fechamos a chave e damos partida ao cronômetro em 𝑡 = 0; nesse instante, 𝑞 = 𝑞𝑚á𝑥 . Com o tempo, o
capacitor descarrega através do resistor e a carga diminui até zero.
Figura 3: Circuito RC com o condensador carregado, estando a chave aberta (A) e fechada (B)
Novamente, designamos por 𝑞 a carga do capacitor em função do tempo e por 𝐼 a intensidade da
corrente variável com o tempo, depois que a chave é fechada.
𝑑𝑞
𝐼= (9)
𝑑𝑡
Para obtermos 𝑞 em função do tempo, reagrupamos a equação (9), para 𝜀 = 0, e integramos essa equação
com os limites que vão desde 𝑞𝑚á𝑥 até 𝑞 e desde 0 à 𝑡, para a carga e o tempo
𝑞
𝑑𝑞 1 𝑡 𝑞 𝑡
∫ =− ∫ 𝑑𝑡 ⟹ ln ( )=− (10)
𝑞𝑚á𝑥 𝑞 𝑅𝐶 0 𝑞𝑚á𝑥 𝑅𝐶
Explicitando 𝑞, teremos:
O produto 𝑅𝐶 denomina-se constante de tempo ou tempo de relaxação do circuito, sendo designado pela
letra 𝜏.
𝜏 = 𝑅𝐶 (12)
Quando o valor de 𝜏 for pequeno, o capacitor se carrega rapidamente; quando for grande, o tempo para
carregá-lo é mais longo. Se a resistência for pequena, a corrente flui com mais facilidade e o capacitor se
carrega mais rapidamente. Quando a resistência 𝑅 é dado em 𝑜ℎ𝑚𝑠 e a capacitância do capacitor 𝐶, em
𝑓𝑎𝑟𝑎𝑑𝑠, 𝜏 é dado em segundos.
3. Materiais a utilizer
• Fonte de tensão 𝐶𝐶 ;
• Capacitor: 𝐶 = 500 𝜇𝐹 ;
• Resistor: 𝑅 = 47 𝑘Ω;
• Multímetro e cronómetro;
• Placa de teste e conectores;
• Chave simples e multi-selectora.
4. Esquema Experimental
Este experimento foi dividido em duas partes, 𝑨 e 𝑩. As experiências são montadas como indicam as
figuras abaixo:
5. Procedimento experimental