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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Física Armando Dias Tavares


Departamento de Eletrônica Quântica

Aula 07 – Circuitos
PROFA. DRA. PAULA DE O. RIBEIRO ALHO

1
Fonte de FEM
➢ Uma fonte de tensão fornece energia para o movimento através do
trabalho realizado sobre os portadores
d𝑊
➢ Definição de força eletromotriz (FEM): 𝜀= Unidade:
d𝑞 J
[𝜀] = = V (Volt)
C

𝑉=𝜀
𝑉<𝜀

𝑟 – resistência interna

2
Cálculo da corrente – circuito de 1 malha
➢ Lei das Malhas de Kirchhoff:

A soma algébrica das variações de potencial


encontradas ao longo de uma malha fechada
de qualquer circuito deve ser nula.

Sentido horário: 𝑉𝑎 + 𝜀 − 𝑖𝑅 = 𝑉𝑎 𝜀
𝑖=
Sentido anti-horário: 𝑉𝑎 − 𝜀 + 𝑖𝑅 = 𝑉𝑎 𝑅

3
Lei das Malhas
➢ Regra das resistências:
Ponto c: maior potencial Sentido giro: 𝑐 → 𝑏: −𝑖𝑅
Ponto b: menor potencial Sentido giro: 𝑏 → 𝑐: +𝑖𝑅

➢ Regra das Fontes: Sentido giro: 𝑐 → 𝑏: −𝜀


Ponto c: maior potencial Sentido giro: 𝑏 → 𝑐: +𝜀
Ponto b: menor potencial

4
Lei das Malhas – fonte real

𝜀
Sentido horário: 𝜀 − 𝑖𝑟 − 𝑖𝑅 = 0 𝑖=
𝑟+𝑅
= 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎

5
Lei das Malhas – fonte real
Qual a diferença de potencial entre os pontos a e b ?

Sentido horário
𝑉𝑎 + 𝜀 − 𝑖𝑟 = 𝑉𝑏 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 𝜀 − 𝑖r
(na bateria):
𝜀 𝜀
Lei das malhas 𝑖= 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 𝜀 − 𝑟
(slide anterior): 𝑟+𝑅 𝑟+𝑅
𝜀
𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 𝑅
𝑟+𝑅

Substituindo os valores numéricos: 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 8,0 V

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Aterramento de circuito
𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 𝜀 − 𝑖r
𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 8,0 V

(a) 𝑉𝑎 = 0,0 V (b) 𝑉𝑎 = −8,0 V


𝑉𝑏 = 8,0 V 𝑉𝑏 = 0,0 V

Aterramento → definindo aonde 𝑉 = 0

7
Outros circuitos de 1 malha
➢ Resistências em série: quando uma ddp 𝑉𝑎𝑝 é aplicada a resistências
ligadas em série, i é mesma em todas as resistências, e:
𝑉𝑎𝑝 = 𝜀 = 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3

Sentido 𝜀 − 𝑖1 𝑅1 − 𝑖2 𝑅2 − 𝑖3 𝑅3 = 0
horário:
𝜀 𝜀
𝑖= 𝑖=
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 𝑅𝑒𝑞
𝑛

𝑅𝑒𝑞 = ෍ 𝑅𝑗
Para 𝒏 resistores em série:
𝑗=1

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Potência, potencial e FEM
Potência fornecida aos portadores de carga:
Fontes reais: além de realizar W sobre
os portadores de carga também
𝑃 = 𝑖𝑉 (1)
dissipam energia (calor).

onde 𝑉 = 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 é a DDP entre 𝑎 e 𝑏, dada por:

𝑉 = 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = 𝜀 − 𝑖𝑟 (2)

(2) → (1): 𝑃 = 𝑖 𝜀 − 𝑖𝑟 = 𝜀𝑖 − 𝑖 2 𝑟
Produzida Da resistência
pela fonte interna

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Circuitos de múltiplas malhas
➢ Lei dos Nós de Kirchhoff:

A soma das correntes que chegam a qualquer nó do circuito é


igual à soma das correntes que saem daquele nó.

Conservação de
Nó “𝒅”: 𝑖1 + 𝑖3 = 𝑖2 corrente i

Malha da esquerda (b): 𝜀1 − 𝑖1 𝑅1 + 𝑖3 𝑅3 = 0 (anti-horário)


Malha da direita (b): −𝑖3 𝑅3 − 𝑖2 𝑅2 − 𝜀2 = 0 (anti-horário)
Malha externa (b): 𝜀1 − 𝑖1 𝑅1 − 𝑖2 𝑅2 − 𝜀2 = 0 (anti-horário)

10
Circuitos de múltiplas malhas
➢ Resistências em paralelo: Quando a ddp V é aplicada a resistências
ligadas em paralelo, todas as resistências são submetidas a mesma ddp V
𝜀 = 𝑉1 = 𝑉2 = 𝑉3 = 𝑉
𝑉 𝑉 𝑉
𝑖1 = ; 𝑖2 = ; 𝑖3 =
𝑅1 𝑅2 𝑅3

1 1 1 𝜀
𝑖 = 𝑖1 + 𝑖2 + 𝑖3 = 𝑉 + + 𝑖=
𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑒𝑞
𝑛
1 1
Para 𝒏 resistores em paralelo: =෍
𝑅𝑒𝑞 𝑅𝑗
𝑗=1

11
Amperímetro e Voltímetro
➢ Amperímetro: queremos que sua resistência interna seja muito
menor que todas as outras resistências do circuito

𝑅𝐴 ~ 0
➢Voltímetro: sua resistência interna deve ser muito maior que as
resistências dos outros elementos do circuito entre os pontos nos
quais o voltímetro está ligado.
𝑅𝑉 ~ ∞

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Labirinto de Resistores
❑ Exemplo 1: Todos os resistores tem uma resistência de 4,0 Ω e todas as fontes (ideais) tem
uma força eletromotriz de 4,0 V. Qual é a corrente no resistor R ?

3 × 4,0 V − 4 V − 𝑖 4,0 Ω = 0 𝑖 = 2,0 A

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Até o momento não estávamos lidando com casos que 𝑖 𝑡 …

Circuitos RC – carregando 𝑪
Carga de um
capacitor: 𝑡 = 0 s Chave em “a”: 𝑞 𝑡 = 0 = 𝑞0 = 0

Como variam com o tempo: a carga 𝒒, a diferente de potencial 𝑽𝑪


(no capacitor) e a corrente 𝒊 no processo de carga

d𝑞
Lei de Kirchhoff: =
d𝑡 𝑞 d𝑞 𝑞 Eq. Diferencial que descreve

𝜀 − 𝑖𝑅 − 𝑉𝐶 = 0 𝜀 − 𝑖𝑅 − =0 ∴ 𝑅 + =𝜀
d𝑡 𝐶
como q varia com o tempo
𝐶 nesse processo, a solução:

𝑞 𝑡 = 𝐶𝜀 1 − 𝑒 −𝑡/𝑅𝐶

14
Circuitos RC – calculo de 𝒒(𝒕)
d𝑞 𝑞 d𝑞 1 𝑞
=𝑢
𝑅 + =𝜀 ÷𝑅 = 𝜀− (1)
d𝑡 𝐶 d𝑡 𝑅 𝐶

d𝑢 1 d𝑞 1
onde, = − = − 𝑢. (2)
d𝑡 𝑅𝐶 d𝑡 𝑅𝐶

(2) → (1): 𝑡 = 0 → 𝑞 = 0 → 𝑢0 = 𝜀/𝑅


1 1 𝑢 1 1
∙ d𝑢 = − dt ln 𝑢′ቚ =− t ln 𝑢 − ln 𝑢0 = − t
𝑢 𝑅𝐶 𝑢0 𝑅𝐶 𝑅𝐶

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Circuitos RC – calculo de 𝒒(𝒕)
𝜀 1 𝑢∙𝑅 1
ln 𝑢 − ln =− t ln =− t log 𝑎𝑏 = 𝑐 → 𝑏𝐶 = 𝑎
𝑅 𝑅𝐶 𝜀 𝑅𝐶


𝑡 𝑢∙𝑅 1 𝑞 𝑅
𝑒 𝑅𝐶 = = 𝜀− ∙
𝜀 𝑅 𝐶 𝜀

𝑞 𝑡 = 𝐶𝜀 1 − 𝑒 −𝑡/𝑅𝐶

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Circuitos RC – carregando 𝑪
Carga no capacitor: 𝑞 𝑡 = 𝐶𝜀 1 − 𝑒 −𝑡/𝑅𝐶
𝑞 𝑡 = 0 = 𝐶𝜀 1 − 1 = 0
Limites: 𝑞 𝑡 = ∞ = 𝐶𝜀 1 − 0 = 𝐶𝜀
→ 𝑞 𝑡 = ∞ = 𝑞𝑚𝑎𝑥
d𝑞 𝑡 𝜀 −𝑡/𝑅𝐶
Corrente no capacitor: 𝑖 𝑡 = = 𝑒
d𝑡 𝑅
𝜀
𝑖 𝑡=0 =
Limites: 𝑅
𝑖 𝑡=∞ =0 → 𝑉𝐶 = 𝜀

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Circuitos RC – carregando 𝑪
d𝑞 𝑡 𝜀 −𝑡/𝑅𝐶
𝑖 𝑡 = = 𝑒
d𝑡 𝑅
𝜀
𝑖 𝑡=0 =
Limites: 𝑅
𝑖 𝑡=∞ =0 → 𝑉𝐶 = 𝜀

Um capacitor que está sendo carregado se comporta inicialmente


como um fio condutor. Após um longo período de tempo, o
capacitor se comporta como um fio interrompido.

18
Circuitos RC – carregando 𝑪
DDP no capacitor: DDP no resistor:
𝑞 𝑡
𝑉𝐶 = = 𝜀 1 − 𝑒 −𝑡/𝑅𝐶 𝑉𝑅 = 𝑅𝑖 𝑡 = 𝜀 𝑒 −𝑡/𝑅𝐶
𝐶
➢ Constante de tempo capacitiva 𝝉 : da uma ideia de quanto tempo é necessário para
carregar/descarregar o capacitor

𝜏 = 𝑅𝐶

𝑞 𝑡 = 𝑅𝐶 = 𝐶𝜀 1 − 𝑒 −1 𝑞 𝑡 = 𝑅𝐶 = 63%𝑞𝑚𝑎𝑥
= 0,63 𝐶𝜀 Quantidade de cargas que já foi
armazenada no capacitor, em 𝑡 = 𝑅𝐶

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Circuitos RC – descarregando 𝑪
Descarga de 𝑡 = 0 s
um capacitor: Chave em “b”: 𝑞 𝑡 = 0 = 𝑞0 = 𝑞𝑚𝑎𝑥 = 𝐶𝜀

d𝑞 𝑞
𝑅 + =0
d𝑡 𝐶

𝑞 𝑡 = 𝐶𝜀 𝑒 −𝑡/𝑅𝐶 d𝑞 𝑡 𝜀 −𝑡/𝑅𝐶
𝑖 𝑡 = =− 𝑒
A carga 𝑞(𝑡) acumulada no d𝑡 𝑅
capacitor reduz com o tempo
Correntes no sentido contrário.

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Circuitos RC – descarregando 𝑪
d𝑞 𝑞 d𝑞 𝑞 1 1
𝑅 + =0 =− ∙ d𝑞 = − dt
d𝑡 𝐶 d𝑡 𝑅𝐶 𝑞 𝑅𝐶

𝑞(𝑡) 1 1 log 𝑎𝑏 = 𝑐 → 𝑏𝐶 = 𝑎
ln 𝑞ቚ =− t ln 𝑞/𝑞0 = − t
𝑞0 𝑅𝐶 𝑅𝐶
𝑞 −
𝑡
= 𝑒 𝑅𝐶
𝑞0

∴ 𝑞 𝑡 = 𝐶𝜀 𝑒 −𝑡/𝑅𝐶

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Circuitos RC – descarregando 𝑪
➢ Constante de tempo capacitiva 𝝉 : 𝜏 = 𝑅𝐶

𝑞 𝑡 = 𝑅𝐶 = 𝐶𝜀 𝑒 −1 𝑞 𝑡 = 𝑅𝐶 = 37%𝑞𝑜
= 0,37 𝐶𝜀 Quantidade de cargas que SOBRA no
capacitor, em 𝑡 = 𝑅𝐶

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