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ANÁLISE EM REGIME PERMANENTE USANDO FASORES – RL

Os objetivos desta aula são:

• Revisar os conceitos de indutor;


• Resolver circuitos RL usando fasores;
• Conhecer as potências em circuitos indutivos e o fator de potência.

Referências bibliográficas:

ALBUQUERQUE, Rômulo Oliveira. Análise de circuitos em corrente alternada. 2ª


Ed. São Paulo: Érica, 2012.

HAYT JR., William H; Kemmerly, Jack E.; Durbin, Steven M. Análise de circuitos
em engenharia. 98 ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
ANÁLISE EM REGIME PERMANENTE USANDO FASORES - RL

Assumindo que a resposta transitória de um circuito seja de pouco interesse, e


que a resposta de um circuito em regime permanente (um aparelho de TV, uma
torradeira, ou uma linha de distribuição de energia) frente a uma tensão ou corrente
senoidal seja necessária. Analisaremos tais circuitos utilizando três técnicas poderosa
que transforma equações integro-diferenciais em equações algébricas.

As 3 técnicas são:

• Resposta forçada pela função senoidal;


• Resposta forçada pela função complexa;
• Fasor.

Nesta aula iremos estudar o Fasor. Devido à profundidade deste tema,


dividiremos a aula em:

• Fasor aplicado em circuitos RC;


• Fasor aplicado em circuitos RL;
• Fasor aplicado em circuitos RLC.
I REVISÃO DE INDUTOR

Conclusões:
1. o indutor armazena energia na forma de campo magnético;
2. o indutor se opõe à variação da corrente elétrica (aplicações em filtro);
3. a corrente está atrasada em relação à tensão elétrica.
II REATÂNCIA INDUTIVA [𝑿𝑳 ]
Conforme se verificou, a corrente no indutor está atrasada em 90° em relação a
tensão, dessa forma, as equações da tensão e corrente no indutor são:

𝑉(%) = 𝑉( ∙ sin(2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝑡) 𝑜𝑢 𝑉( ⎿0°

𝑖(%) = 𝑖( ∙ sin(2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝑡 − 90°) 𝑜𝑢 𝐼( ⎿ − 90°

Reatância indutiva é a medida da oposição que o indutor oferece à variação da


corrente. Assim como a corrente e a tensão, a reatância também possui módulo e fase.

A. Módulo da reatância indutiva:


É a medida da oposição que o capacitor oferece à variação da corrente.

𝑋< = 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝐿

Ou:

𝑋< = 𝜔 ∙ 𝐿

Sendo:

𝑋< : módulo da reatância indutiva [Ω];

C: indutância [Henry – H];

f: frequência da corrente [Hz];

𝜔: frequência angular da corrente [rd/s]


B. Fase da reatância indutiva:
𝑉=𝑅∙𝐼

𝑉 = 𝑋< ∙ 𝐼

𝑉⎿0°
𝑋< =
𝐼⎿ − 90°
𝑉
𝑋< = ⎿0° − (−90°)
𝐼
𝑉
𝑋< = ⎿ + 90°
𝐼

Portanto:

𝑋< = 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝐿⎿90°

Ou:

𝑋< = 𝜔 ∙ 𝐿⎿90°
III IMPEDÂNCIA INDUTIVA
Quando a reatância indutiva é associada com um resistor, dá-se o nome
impedância indutiva (𝑍< ). Ou seja, impedância é a resistência equivalente para circuitos
com indutores e resistores.

A. Circuito RL em série

𝑍< = 𝑅 + 𝑋<

𝑍< = (𝑅 + 𝑗0) + (0 + 𝑋< )

𝑍< = (𝑅 + 𝑗𝑋< )

B. Circuito RL em paralelo

𝑅 ∙ 𝑋<
𝑍< =
𝑅 + 𝑋<

(𝑅Ð0°) ∙ (𝑋< Ð90°)


𝑍< =
(𝑅 + 𝑗0) + (0 + 𝑗𝑋< )

(𝑅 ∙ 𝑋< )Ð (0° + 90°)


𝑍< =
(𝑅 + 𝑗𝑋< )
IV ESTUDO DE CASOS
Estudaremos aqui dois casos particulares: o indutor ligado a uma fonte de
corrente contínua e uma fonte de corrente alternada com a frequência tendendo ao
infinito.

A. Caso 1: Indutor ligado a fonte de corrente contínua.

𝑋< = 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝐿

Como:

𝑓=0

Logo:

𝑋< = 0

Ou seja, a fonte estará em curto circuito.


B. Caso 2: Indutor ligado a fonte de corrente alternada com frequência muito alta
(tendendo ao infinito 𝒇 → ∞).

𝑋< = 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝐿

Como:

𝑓→∞

Logo:

𝑋< → ∞

Ou seja, não passará corrente pelo circuito (circuito aberto).


V POTÊNCIA EM CIRCUITO INDUTIVO

A. Circuito puramente indutivo


Levantando o gráfico da potência instantânea em um indutor ideal a partir da
expressão:

𝑝(%) = 𝑣(%) ∙ 𝑖(%)

Observando o gráfico, concluímos que:

• Em um circuito puramente indutivo (sem resistência), não há dissipação


de energia. A potência média é zero.
• Quando a potência é positiva, o indutor está recebendo energia e a
armazenando na forma de campo magnético.
• Quando a potência é negativa, o indutor está devolvendo a energia
armazenada ao circuito.
B. Circuito resistivo e indutivo (RL)
Em um circuito RL, temos 3 tipos de potência:
• P – potência ativa (real) [W];
• 𝑃I – potência reativa (indutiva) [Var – Volt-Ampère reativo];
• 𝑃J( – potência aparente (total) [VA – Volt-Ampère].

𝑃 = 𝑉 ∙ 𝐼 ∙ cos 𝜃

𝑃I = 𝑉 ∙ 𝐼 ∙ sin 𝜃

𝑃J( = N𝑃O + 𝑃IO

Sendo:

q: defasagem entre a tensão e a corrente.


VI FATOR DE POTÊNCIA
A relação entre a potência ativa (P), reativa (𝑃I ) e aparente (𝑃J( ) é denominada
fator de potência (FP).

𝑃
𝐹𝑃 = = cos 𝜃
𝑃J(

A. Caso 1: Carga puramente resistiva

• 𝑃J( = 𝑃;
• FP = 1;
• a carga aproveita toda a energia fornecida pelo gerador (dissipa a
potência pelo efeito Joule).

B. Caso 2. Carga puramente indutiva

• 𝑃I = 𝑃;
• FP = 0;
• a carga não dissipa potência, mas apenas troca energia com o
gerador.
C. Caso 3. Carga resistiva e indutiva (RL)

• O
𝑃J( = 𝑃O + 𝑃IO ;
• 0 < FP < 1;
• somente a potência ativa dissipa potência por efeito Joule.
VII EXEMPLO
Dado o circuito a seguir, pedem-se:

a. Impedância complexa (módulo e fase).


b. Valor da indutância.
c. Expressões matemáticas da corrente em
função do tempo e na forma polar
d. 𝑉I e 𝑉< .
e. Diagrama fasorial.
VIII RESUMO

Análise de circuitos indutivos

𝑋< = 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝐿 Ð 90°
Reatância indutiva
𝑋< = 0 + 𝑗(2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑓 ∙ 𝐿)

Resistor e indutor em série 𝑍< = 𝑅 + 𝑋<

𝑅 ∙ 𝑋<
Resistor e indutor em paralelo 𝑍< =
𝑅 + 𝑋<

Potência e ator de potência

𝑃
𝐹𝑃 = = cos 𝜃
𝑃J(

(q: defasagem entre a tensão e a


corrente)

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