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Eletromecânica
• Graduação em Engenharia Elétrica - UFSJ – Universidade Federal de São João del Rei
(2002);
• Pós Graduação em Automação Industrial – UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
(2006);
• Mestrado em Engenharia Elétrica – Modelagem e Controle de Sistemas – PPGEL UFSJ
(2013);
• Experiência acadêmica de 18 anos na docência do ensino superior;
• Experiência profissional de 25 anos na Siderúrgica GERDAU, com atuações em Engenharia
de Manutenção, Engenharia de Projetos e Gerenciamento de Riscos Operacionais;
• Professor do curso de Pós Graduação em Engenharia de Manutenção Eletromecânica – PUC
MG;
• Engenheiro Especialista em Máquinas Elétricas na Vallourec South America
CONSUMO TOTAL DE ENERGIA ELÉTRICA
NO BRASIL 290.970 GWh
INDUSTRIAL
42%
COMERCIAL
RESIDENCIAL 15 %
28% PÚBLICO
E RURAL
15%
122.210 GWh
MOTORES
55%
AQUECIMENTO
PROCESSOS
18% ELETROQUIMICOS
ILUMINAÇÃO
19% 2%
REFRIGERAÇÃO
6%
Fonte: Ministério das Minas e Energia
EVOLUÇÃO DO MOTOR ELÉTRICO
CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES ELÉTRICOS
1 – CONCEITOS BÁSICOS
CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE
Em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted divulgou que havia descoberto
que uma corrente elétrica circulando por um condutor produz um campo magnético.
O sentido do campo magnético criado pela corrente, por outro lado, pode ser
determinado pela regra de Ampère (também conhecida como regra da mão direita).
Observe-se que, ao fazer circular uma determinada corrente por um condutor enrolado
em torno de um material magnético (espiras), é possível imantá-lo, obtendo-se um imã
artificial (eletroímã ou solenóide).
A corrente que circula pelas espiras recebe o nome de corrente de excitação e o seu
produto pelo número total dessas espiras, é denominada de força magnetomotriz.
De acordo com a lei de Ampère, o fluxo magnético no eletroímã depende do material
magnético e das dimensões que é construído, além da força magnetomotriz.
A Origem do Movimento em Motores Elétricos
Entende-se por um campo girante, um campo magnético cujos pólos com enrolamento estático,
mudam de posição girando, na periferia de uma máquina. Se for constituído igualmente no rotor
da máquina um campo magnético, então os pólos contrários do rotor são atraídos pelos pólos do
estator e arrastados por este no seu movimento de deslocamento, sobre a periferia do estator.
Com isto gira também o rotor. Pelo fato de os motores trifásicos basearem o seu funcionamento
neste princípio, são chamados de motores de campo girante.
MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS
ANÁLISE GRÁFICA DO CAMPO GIRANTE
Tanto as correntes como as intensidades de campo magnético, que são proporcionais, podem ser representadas abaixo, em
função do tempo.
A verificação gráfica do campo girante pode ser feita considerando-se alguns instantes, durante um período da rede.
Em termos mecânicos,
Ou ainda,
Finalmente,
VELOCIDADE SÍNCRONA
Chama-se de velocidade síncrona (ns) a velocidade de rotação do campo girante, a qual é diretamente proporcional
à freqüência da rede (f) a qual o motor está ligado e, inversamente, ao número de pólos (p), seguindo a seguinte relação:
120 f
ns
p
Considerando-se a equação anterior, as velocidades síncronas mais comuns são aquelas dadas na tabela abaixo.
nesc nsinc nm
em que nesc = velocidade de escorregamento da máquina
nsinc = velocidade dos campos magnéticos
nm = velocidade mecânica do eixo do motor
O outro termo usado para descrever o movimento relativo é o escorregamento, que é a velocidade relativa expressa em uma base
por unidade ou porcentagem. Isto é, o escorregamento é definido como
nesc n n
s 100% s sinc m 100% nm (1 s) nsinc
nsinc nsinc
CONCEITO DE ESCORREGAMENTO DO ROTOR
Um motor de indução funciona normalmente com uma velocidade próxima da velocidade síncrona, mas nunca pode operar
exatamente em nsinc. Sempre deve haver movimento relativo para que uma tensão seja induzida no circuito de campo do motor de
indução. A tensão de rotor induzida pelo movimento relativo entre o rotor e o campo magnético do estator produz uma corrente no
rotor e essa corrente interage com o campo magnético do estator para produzir o conjugado induzido no motor.
EXERCÍCIO 1: Um motor de indução de 208 V, 10 HP, quatro polos, 60 Hz e ligado em Y, tem um escorregamento de plena carga de 5%.
(a) Qual é a velocidade síncrona desse motor? R: 1800 rpm
(b) Qual é a velocidade do rotor desse motor com carga nominal? R: 1710 rpm
(c) Qual é a frequência do rotor do motor com carga nominal? R: 3 Hz
EXERCÍCIO 2: Um motor de indução trifásico de 220 V, seis polos e 50 Hz está operando com um escorregamento de 3,5%. Encontre:
(a) A velocidade do campo magnético. R: 1000 rpm
(b) A velocidade do rotor. R: 965 rpm
(c) A velocidade de escorregamento do rotor. R: 35 rpm
(d) A frequência do rotor. R: 1,75 Hz
EXERCÍCIO 3: Considere um motor de indução trifásico ;de480 V, dois polos e 60 Hz, que está funcionando com um escorregamento de 0,025.
Determine:
(a) A velocidade do campo magnético. R: 3600 rpm
(b) A velocidade do rotor. R: 3510 rpm
(c) A velocidade de escorregamento do rotor. R: 90 rpm
(d) A frequência do rotor. R: 1,5 Hz
A FREQUÊNCIA ELÉTRICA NO ROTOR
Um motor de indução trabalha induzindo tensões e correntes no rotor da máquina e, por essa razão, ele também foi denominado
algumas vezes transformador rotativo. Como tal, o primário (estator) induz uma tensão no secundário (rotor). Entretanto,
diferentemente de um transformador, a frequência do secundário não é necessariamente a mesma que a frequência do primário.
Se o rotor de um motor for bloqueado ou travado de modo que ele não possa se mover, o rotor terá a mesma frequência do estator.
Por outro lado, se o rotor girar na velocidade síncrona, então a frequência do rotor será zero. Qual será a frequência do rotor para
uma velocidade qualquer de rotação do rotor?
Para qualquer velocidade intermediária, a frequência do rotor é diretamente proporcional à diferença entre a velocidade do campo
magnético n sinc e a velocidade do rotor nm.
nsinc nm
s
nsinc
então f r sf s
GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS
Potência
O termo potência se refere àquela disponível no eixo de um motor de indução trifásico, ou seja, é a sua potência mecânica. A potência nominal (PN), por
outro lado, é aquela que o motor pode entregar em seu eixo, permanentemente, nas condições nominais, sem que a temperatura dos enrolamentos ultrapasse os
limites admissíveis pela sua classe de isolamento. As unidades de potência mais comuns são o "CV", o "HP" e o "kW", sendo:
1 kW = 0,736 CV = 0,746 HP.
Tensões
As tensões empregadas na alimentação dos MIT’s, como se sabe, são alternadas e trifásicas. Observe-se que, quaisquer referências se façam a tais
tensões, elas sempre serão relativas aos seus valores eficazes.
A tensão nominal (UN) é aquela da rede de alimentação para a qual o motor foi projetado, nãonecessariamente para a qual o motor foi isolado.
São possíveis várias tensões nominais, ou seja, a grande maioria dos motores em baixa tensão possuem terminais dos enrolamentos religáveis,
possibilitando o funcionamento com, pelo menos, duas tensões distintas.
Em média tensão, normalmente, são acessíveis três terminais e os enrolamentos estão ligados em estrela e forma a facilitar o isolamento (por exemplo,
para 4.160V, a tensão aplicada ao isolamento de uma fase é de aproximadamente 2.402V). As tensões mais usuais para esta faixa são 2.300V, 4.160V e 6.600V.
Torque ou Conjugado
O torque ou conjugado, como exposto, pode ser definido como o esforço necessário para acionar uma carga em movimento circular e pode ser calculado,
considerando-se a potência em W e a rotação em rpm, através de:
P ( kW )
C ( N .m) 9555
(rpm)
Corrente de Estator
O termo corrente (I) refere-se ao valor eficaz daquela absorvida pelo estator para uma determinada situação operacional do motor e pode ser calculada por:
GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS
CURVA CARACTERÍSTICA CONJUGADO X VELOCIDADE
Verifica-se na figura 1 que há muitos outros valores de interesse para o conjugado na operação
do motor além do nominal, ou seja:
Mp - Conjugado de partida do motor alimentado com tensão e freqüência nominal;
Mk - Conjugado máximo, o qual é o maior conjugado desenvolvido com tensão nominal sem uma
mudança abrupta da velocidade
Além disto, observa-se que o motor de indução apresenta torque nulo na velocidade síncrona,
pois, nesta condição, como se sabe, não há indução de correntes no rotor.
A curva ainda permite concluir que, à medida que se aumenta a carga no eixo do motor, a partir
da condição de rotor livre, a sua rotação diminui de um valor próximo da síncrona (ns) até o ponto
correspondente ao torque máximo (nK).
Se houver qualquer acréscimo de carga alémdesse ponto, a tendência é que a rotação caia bruscamente,
podendo em algumas situações travar o rotor.
Figura 1
Figura 2
CURVA CARACTERÍSTICA CONJUGADO X VELOCIDADE
O ponto de operação em regime permanente, portanto, deve estar na região citada. Como um motor em operação sempre fornece o torque solicitado
pela carga, tal ponto corresponde àquele em que as curvasde conjugado de ambos coincidem.
Nas figuras 3 a 5, a título de esclarecimento, apresentam-se os pontos de operação quando o motor aciona uma carga com conjugado constante igual
(como, por exemplo, o levantamento de peso em uma ponte rolante), menor e maior que o nominal respectivamente.
Figura 3 - Carga com conjugado constante Figura 4 - Carga com conjugado constante, Figura 5 - Carga com conjugado constante,
e igual aonominal do motor. menor queo nominal do motor. maior que onominal do
motor.
ASPECTOS CONSTRUTIVOS
ESTRUTURA BÁSICA
ASPECTOS CONSTRUTIVOS
PARTES:
Carcaça;
ESTATOR
Núcleo de Chapas;
Enrolamento Trifásico.
ROTOR Eixo;
Núcleo de Chapas;
Barras e anéis de curto.
Tampas; Rolamentos;
OUTRAS PARTES
Ventilador; Placa de Identificação;
Caixa de ligação; Defletora, etc.
ESTATOR - CARCAÇAS
ESTATOR – NÚCLEO DE CHAPAS
ESTATOR – ENROLAMENTO TRIFÁSICO
ESTATOR – ETAPAS DE FABRICAÇÃO
ROTOR
FLANGES TAMPAS
OUTRAS PARTES
MANCAL DE ROLAMENTO
MANCAL DE BUCHA
OUTRAS PARTES
CAIXA DE LIGAÇÃO
DE FORÇA
CAIXA DE LIGAÇÃO
COM PARA-RAIO E
CAPACITOR
PLACA DE IDENTIFICAÇÃO
Grau de Proteção
É a proteção do motor contra a entrada de corpos estranhos (poeira, fibras, etc.), contato acidental e penetração
de água.
Carcaça
O tipo de carcaça permite identificar grande parte de suas dimensões mecânicas. O tamanho da carcaça é
definido pela potência e rotação do motor e é identificada pela letra H, que vai da base de suporte do motor até o
centro do eixo, medida em mm.
A altura H é exatamente igual ao modelo da carcaça do motor.
Formas Construtivas
As formas construtivas definem como o motor vai ser fixado e acoplado à carga.
Os motores são geralmente fornecidos na forma construtiva B3D, (montagem na posição horizontal, motor com
pés, eixo à direita, olhando para a caixa de ligação).
Demais formas construtivas podem ser observadas na tabela abaixo.
FORMAS CONSTRUTIVAS NORMALIZADAS:
B35T B34D V1
VIDA ÚTIL DO MOTOR:
R2 R1
T .(23 4 ,5 T1 ) T1 Ta T2 Ta
R1
R- Resistência do enrolamento;
T- Temperatura do enrolamento;
Ta - Temperatura do ambiente;
T - Elevação de Temperatura;
1 - antes do ensaio 2 - depois do ensaio
COMPOSIÇÃO DA TEMPERATURA EM FUNÇÃO DA CLASSE DE ISOLAMENTO:
Classe de Isolamento - A E B F H
Temperatura Ambiente ºC 40 40 40 40 40
Falha de Montagem
Corpo Estranho
Arraste do
Desalinhamento Rotor
Falha de Mancal
Desbalanceamento
Vibração Excessiva
Falta Alimentação
Alimentação
Falta de Fase
Elétrica
Tensão Baixa
PLC (Soft/Hardware)
Trafo de Comando
Inversor de Freqüência Circuito Motor
Sistema Cor. Contínua de não
Fusíveis Abertos Força Parte
Falta de Lubrificação
Motor
Motor em Curto-circuito
Desgaste Natural Queimado
1
Falta Alimentação
Alimentação
Elétrica
Queda de Tensão
PLC (Soft/Hardware)
Instrumentação
Intertravamento c/ Defeito
Circuito
Fiação Partida
de
Componen. Defeituosos Alimentação de Comando Comando
Motor
Parou
Fusível Aberto
Trafo de Comando
1
Sistema Cor. Contínua Curto-circuito
Sobrecarga
2
Harmônicos
Falta de Fase
Acúmulo de Sujeira
Confinamento
Partidas Sucessivas
Operação
Indevida
Condição do Processo
2 Sobrecarga
DEFEITOS MAIS FREQUENTES EM MOTORES
DEFEITOS MAIS FREQUENTES EM MOTORES
ROTEIROS DE MANUTENÇÃO
Não existem regras rígidas a serem seguidas quando se aborda manutenção em termos de programas de
inspeção, períodos ou intervalos e quais os tipos de exames a serem realizados. Estes itens são diferenciados de
empresa para empresa, onde parques industriais diferentes devem receber atenções diferentes. Dentro de uma
empresa setores diversos necessitam sistemas de manutenção específicos.
São apresentados a seguir programas básicos para inspeção, contando com os itens a serem inspecionados e os
intervalos de tempo sugeridos. Porém, tais intervalos são flexíveis, prolongados ou reduzidos, de acordo com as
condições do local onde opera o motor.
ROTEIROS DE MANUTENÇÃO
ROTEIROS DE MANUTENÇÃO
DIAGNÓSTICO DE QUEIMA EM MOTORES ELÉTRICOS
DIAGNÓSTICO DE QUEIMA EM MOTORES ELÉTRICOS
MANUTENÇÃO ELÉTRICA
CARACTERÍSTICAS DAS ISOLAÇÕES
Os estatores das máquinas elétricas de média tensão são compostos por bobinas pré-formadas, núcleo de
chapas ferromagnéticas finas com baixas perdas e de alta permeabilidade e o sistema de isolamento. O
isolamento para a massa é feito na própria bobina para as bobinas pré-formadas, diferente dos enrolamentos
randômicos de baixa tensão em que o isolamento é feito por filmes isolantes dentro da ranhura.
TESTES DE RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO
O ensaio de medição da resistência ôhmica se presta a comparar o valor ôhmico do enrolamento com o valor de
resistência ôhmica original a fim de detectar alguma deficiência no bobinado. Para a realização deste ensaio são
necessários os seguintes equipamentos:
- Ponte Kelvin ou equipamento com semelhante precisão;
- Termômetro.
A medição da resistência ôhmica deverá ser feita com o motor a frio com temperatura estabilizada.
Procedimentos:
Devem-se medir as resistências de fase, e verificar o equilíbrio;
Critério: O desequilíbrio de resistências não deve ser superior a 3%.
Tensões desbalanceadas
Tal desbalanço pode ser causado por vários motivos, sendo os de ocorrência mais comum os seguintes:
a) Abertura de uma das fases do alimentador; e,
b) Cargas monofásicas distribuídas de formadesigual entre as fases.
A presença de tensões desbalanceadas, mesmo que levemente, resultam em vários efeitos adversosdevido a
produzirem correntes fortemente desequilibradas.
Como primeira conseqüência, o campo giranteirá se deformar, originando uma operação semelhante àquela
existente quando da não uniformidade do entreferro. Desta forma, cria-se um desbalanço interno na máquina, o qual
produz esforços mecânicos axiais e radiais sobre o eixo. Assim, é inevitável o surgimento de vibrações, ruídos,
batimento, desgaste eaquecimento excessivo dos mancais.
É conveniente avaliar o grau de desbalanço de tensões, o pode ser feito utilizando-se o chamado o fator de
desbalanço de tensões (fd).
O máximo fator de desbalanço admissível é de 5%, sendo que para valores superiores uma ou duas fases do
motor poderão “queimar”.
Tensões desbalanceadas
Teste de corrente em vazio
Finalidade: Verificar a relação de corrente entre as fases e seu equilíbrio. Procedimentos: Deve-se ligar o motor
em vazio na sua tensão e frequência nominais, para isso é necessário um painel de teste ou fonte de
alimentação; e verificar o equilíbrio das correntes, conforme equação abaixo: