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coNcEitos Básicos EM ElEtriciDaDE


E tErMiNologia coNtEMporâNEa
Na ElEtrotErapia
Andrew J. Robinson

 COnCEITOS FunDAMEnTAIS DE ELETRICIDADE


carga elétrica
campo elétrico
Voltagem
condutores e isolantes
corrente elétrica
resistência e condutância
lei de ohm
capacitância e impedância
 LInGuAGEM DE CORREnTES ELETROTERAPêuTICAS
Designações tradicional e comercial das correntes
 RESuMO
 QuESTõES DE REvISãO
 REFERênCIAS

a eletricidade é uma forma básica de energia e pode produzir efeitos significativos sobre os tecidos bio-
lógicos. Este capítulo se propõe a rever brevemente conceitos básicos de eletricidade e de eletromag-
netismo, que formam uma base para a compreensão da estimulação elétrica terapêutica. as equações
que descrevem fenômenos elétricos são mantidas em um mínimo, e analogias frequentes são usadas para
permitir que o leitor visualize o que pode estar acontecendo nos tecidos humanos enquanto a estimulação
elétrica é aplicada. o foco do capítulo é a conceitualização de fenômenos elétricos importantes, em vez de
memorização. Uma outra proposta é apresentar a terminologia usada para descrever de forma qualitativa
e quantitativa as correntes elétricas empregadas nas aplicações clínicas. Esses termos serão usados em
todo o texto para assegurar a comunicação clara, sem ambiguidade, e a uniformidade dos detalhes técni-
cos dos procedimentos de estimulação. os leitores que recentemente completaram o estudo da física da
eletricidade podem pular a primeira seção, sobre conceitos fundamentais em eletricidade, e começar a
leitura na seção “linguagem de correntes Eletroterapêuticas”.
16 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

Conceitos fundamentais cargas nos terminais de uma simples pilha seca.


de eletricidade Como consequência das reações químicas que
ocorrem dentro da pilha, um terminal de metal
Carga elétrica (o cátodo) ganha elétrons e se torna negativa-
mente carregado, enquanto o outro terminal de
Carga elétrica (ou apenas “carga”) é uma pro- metal (o ânodo) perde elétrons e se torna positi-
priedade física fundamental, do mesmo modo vamente carregado. O ânodo e o cátodo de uma
que “massa” e “tempo” são propriedades físicas pilha são às vezes chamados de polos da pilha.
fundamentais. O problema em tentar explicar O termo polaridade é usado para indicar a car-
a carga é que ela é operacionalmente definida. ga relativa (positiva ou negativa) dos terminais
Isto é, nunca se pode ver uma carga, mas, por ou condutores essenciais de um circuito elétrico
meio de experimentação, se pode ver como a em qualquer momento no tempo.
carga se manifesta. Por exemplo, um profes- A força exercida entre as duas cargas
sor de física pode demonstrar como o atrito da elétricas pode ser determinada de modo expe-
roupa sobre o âmbar (uma resina fóssil amare- rimental e é expressa em coulombs (C). A força
lada) permite que ele atraia substâncias de peso de coulomb (F) entre duas cargas estacioná-
leve, como pedaços de papel. Cientistas antigos rias, (q1) e (q2), é proporcional à magnitude
descreveram essa propriedade do âmbar como e ao sinal das cargas e inversamente propor-
eletricidade estática, que nada mais é que uma cional ao quadrado da distância (r) entre elas,
manifestação da força de atração eletromagné- como expresso pela lei de Coulomb:
tica exercida pelas partículas carregadas dentro
do âmbar. O âmbar se torna carregado ao trocar Fa (q1 × q2) / r2
elétrons pelos dos átomos da roupa friccionada. A lei apenas estabelece que, quanto maio-
Como resultado, tanto a roupa quanto o âmbar res as cargas respectivas ou mais próximas as
mostram a capacidade de atrair ou repelir uma duas cargas, maior será a força atrativa (ou re-
variedade de outros objetos carregados. pulsiva) entre elas. As forças de coulomb dos
Carga é a propriedade da matéria que é elétrons e dos prótons são iguais em magnitu-
a base da força eletromagnética. Experimentos de, mas opostas em sinal. A força de coulomb
criados para caracterizar as propriedades da para um único elétron é 1,6 x 10-19C. Assim,
carga elétrica mostraram que existem dois ti- produzir uma carga de 1 C requer a presença
pos de carga elétrica, positiva e negativa (1). de 6,24 x 1018 elétrons.
No nível mais simples, a carga é carregada pe-
los elétrons (carga negativa) e prótons (carga
positiva) dos átomos. Cargas iguais repelem-se Campo elétrico
e cargas opostas atraem-se. A carga pode ser
transferida de um objeto para outro (as cargas A força elétrica das partículas carregadas é
podem ser separadas), mas não pode ser criada transportada para outras partículas carrega-
nem destruída. O conceito de carga elétrica não das pelo campo elétrico (E) que cada carga
está limitado ao nível subatômico da matéria. cria. As cargas transmitem força através de
Um átomo eletricamente neutro é aquele que um campo elétrico de uma maneira análoga
contém um número igual de prótons e elétrons. ao modo como a força de gravidade da Terra
Se um átomo de um elemento perde elétrons é transmitida pelos campos gravitacionais. As
sem mudar o número de prótons no núcleo, características dos campos elétricos criados
torna-se positivamente carregado. Se ele ganha entre duas substâncias opostamente carrega-
elétrons, torna-se negativamente carregado. das e duas substâncias da mesma carga são
Os átomos de elementos com excesso ou de- ilustradas na Figura 1.1.
ficiência de elétrons são chamados de íons. Os
átomos que são positivamente carregados são
chamados de cátions e os negativamente carre- Voltagem
gados são chamados de ânions.
Objetos e substâncias também podem se Para entender o conceito de voltagem, considere
tornar eletricamente carregados. Considere as a situação desenhada na Figura 1.2. A substância
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grande carregada A é trazida para perto da eletromotriz, ou FEM. As voltagens são produ-
substância pequena B, carregada de forma seme- zidas quando substâncias carregadas de forma
lhante. Conforme as duas massas carregadas são oposta são separadas, quando substâncias com
aproximadas, a força de repulsão de coulomb de cargas iguais são aproximadas ou quando par-
A é transmitida através do campo elétrico de A e tículas carregadas dentro de um sistema não
é “sentida” por B – aumentando a energia poten- são distribuídas de modo uniforme. A unidade­
cial elétrica de B (PE). Se livre para se mover, B ‑padrão para a voltagem é o volt (V). Um volt é
irá deslocar-se para uma nova posição a alguma igual à relação de 1 j (joule) de mudança por 1
distância (d) de sua posição original. Quando B coulomb de carga:
é movida, a substância A fez o trabalho (W) que
1V=1J/1C
equivale ao produto da força média de coulomb
aplicada a B e a distância movida por B; isto é, As voltagens usadas em aplicações
eletroterapêuticas podem ser tão pequenas
W=F×d quanto a amplitude do milivolt (mV, 10-3 V, mi-
Como a substância B se move, a energia lésimos de um volt) ou tão altas quanto várias
potencial obtida a princípio pela interação com centenas de volts (aplicados sobre um tempo
A é perdida fazendo o trabalho. Assim, extremamente curto).

W = ∆PE
Uma vez que o trabalho feito é direta- Condutores e isolantes
mente proporcional à carga sobre B, e uma vez
que a mudança na energia potencial também As partículas carregadas, como elétrons em me-
é diretamente proporcional à carga sobre B tais ou íons em solução, tenderão a se mover
(qA), a voltagem (V) é definida como ou mudar de posição em virtude de suas in-
terações com outras partículas carregadas. Em
V = ∆PE / qB outras palavras, as partículas carregadas ten-
A voltagem é a mudança na energia po- derão a mover-se na matéria quando existirem
tencial elétrica entre dois pontos em um campo diferenças de potencial elétrico. Essas partículas
elétrico por unidade de carga e é sinônimo do devem estar livres para se mover quando sub-
termo diferença de potencial elétrico. De um pon- metidas a uma voltagem. Aquelas substâncias
to de vista mais prático, a voltagem representa nas quais as partículas carregadas se movem
a força motriz que faz as partículas carregadas facilmente quando colocadas em um campo
se moverem e é muitas vezes chamada de força elétrico são chamadas de condutores. Metais

A B

Figura 1.1
Linhas do campo elétrico em volta de partículas carregadas opostamente (A) e duas cargas iguais (B).
A configuração das linhas do campo reflete a atração das partículas carregadas de maneira oposta e a
repulsão entre partículas carregadas de forma semelhante.
18 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

F
qA qB qB

d
A B

Figura 1.2
O efeito de aproximar dois objetos semelhantemente carregados (tendo cargas qA e qB). (A) Posição fixa.
(B) A força de repulsão de coulomb (F) entre os dois objetos tenderá a separá-los por alguma distância (d).

como o cobre são bons condutores. Os átomos condução de carga elétrica através da matéria
dos metais tendem a liberar os elétrons de sua de um ponto para outro é a transferência de
camada orbital externa de maneira muito fácil energia, que causa mudanças fisiológicas duran-
quando colocados em um campo elétrico. Se te a aplicação clínica da estimulação elétrica.
uma substância negativamente carregada for Produzir corrente elétrica requer
trazida para perto de uma extremidade de um
fio de metal longo, os elétrons mais próximos a) a presença de partículas carregadas livre-
da substância serão deslocados ao longo do fio mente móveis em alguma substância e
longe da massa de carga similar. b) a aplicação de uma força motriz para
Os tecidos biológicos contêm partículas movê-las.
carregadas em solução na forma de íons, como
sódio (Na+), potássio (K+) ou cloreto (Cl–). Em circuitos metálicos, os elétrons são
Os tecidos humanos são condutores porque os as partículas carregadas móveis, enquanto nos
íons ali são livres para se mover quando ex- sistemas biológicos, os íons em líquidos corpo-
postos a forças eletromotrizes. A capacidade rais (soluções eletrolíticas) são as partículas
dos íons de moverem-se nos tecidos humanos carregadas. As forças que induzem corrente
varia de tecido para tecido. O músculo e o ner- e líquidos biológicos são as voltagens aplica-
vo são bons condutores, enquanto a pele e a das. A magnitude da corrente induzida em um
gordura são condutores fracos. meio condutor é diretamente proporcional à
Em contraste com as substâncias que magnitude da voltagem aplicada:
permitem movimento fácil de partículas carre-
gadas em um campo elétrico, os isolantes são Corrente a Voltagem (I a V )
substâncias que tendem a não permitir o mo- A corrente é definida como a quantidade
vimento livre de íons ou elétrons. A borracha e de carga (q) passando por um plano no condu-
muitos plásticos são bons isolantes. tor por unidade de tempo (t), ou
I = ∆q / ∆t
Corrente elétrica A unidade de medida-padrão para a
corrente é o ampère (A), que é igual ao mo-
As propriedades das cargas elétricas em mo- vimento de 1 C de carga através de um ponto
vimento são de maior importância para a em um segundo. As correntes usadas em apli-
compreensão da estimulação eletroterapêutica cações eletroterapêuticas são muito pequenas
do que as propriedades das cargas em repouso. e em geral são medidas em miliampères (mA,
O movimento de partículas carregadas atra- 10-3 ampères, milésimos de um ampère) ou
vés de um condutor em resposta a um campo em microampères (mA, 10-6 ampères, milioné-
elétrico aplicado é chamado de corrente (I). A simos de um ampère).
Eletrofisiologia clínica 19

Resistência e condutância Essa lei apenas estabelece que a corrente


induzida em um condutor aumenta à medida
A magnitude do fluxo de carga é determinada que a força motriz aplicada (V) é aumentada
não só pelo tamanho da força motriz (volta- ou à medida que a oposição para o movimento
gem), mas também pela facilidade relativa com de carga (R) é diminuída. De modo alternati-
a qual os elétrons ou os íons conseguem se mover vo, a lei de Ohm pode ser expressa em termos
através do condutor. Essa característica dos con- de condutância em vez de resistência:
dutores pode ser descrita de duas maneiras. A I = V × G ou V = I / G
propriedade dos condutores chamada resistência
(R) descreve a oposição relativa ao movimen-
to de partículas carregadas em um condutor.
Inversamente, a propriedade chamada condu- Capacitância e impedância
tância (G) descreve a facilidade relativa com a
qual as partículas carregadas se movem em um A fim de entender a corrente nos tecidos bioló-
meio. Para metais, a resistência depende da área gicos, dois outros conceitos elétricos também
de seção transversal (A), comprimento (L) e re- devem ser introduzidos. Capacitância é a
sistividade (r) do condutor pela fórmula propriedade de um sistema de condutores e
isolantes que lhe permite armazenar carga. As
R = r (L /A). correntes produzidas nos tecidos biológicos
A unidade de resistência-padrão é o ohm são influenciadas não só pela resistência do te-
(W). A magnitude da corrente induzida em um cido, mas também por sua capacitância.
condutor é inversamente proporcional à resis- Em um aparelho de circuito elétrico, o
tência do condutor: capacitor é feito de duas placas finas de metal
separadas por um isolante (ou dielétrico) (Fig.
Ia1/R 1.3 A). Se uma voltagem fixa for aplicada atra-
vés do capacitor, a corrente não passará pelo
Uma maneira alternativa de descre-
aparelho devido à presença do material iso-
ver a capacidade de partículas carregadas de
lante. Contudo, a diferença de potencial entre
moverem-se em condutores, condutância, é
as duas placas do capacitor exerce uma força
inversamente relacionada à resistência:
sobre as moléculas do isolante, aumentando a
R = 1 / G. energia potencial dentro dessas moléculas (Fig.
1.3B). Se a voltagem aplicada for removida, a
A unidade de condutância-padrão é o
energia armazenada (diferença de potencial
siemens (S; o mho não é mais usado).
elétrico através do capacitor) permanecerá até
A resistência de condutores elétricos é
que o capacitor seja descarregado por meio de
análoga à oposição ao movimento fluido que
alguma trilha condutora.
ocorre em sistemas hidráulicos. Assim como
Um capacitor armazena energia elétrica
a resistência ao movimento fluido aumenta
de uma maneira similar àquela da membrana
enquanto o diâmetro do cano diminui (ou o
impermeável elástica colocada em um siste-
comprimento do cano aumenta), a resistência
ma hidráulico. Considere a situação ilustrada
à corrente elétrica aumenta enquanto o diâme-
na Figura 1.3C, em que uma membrana de
tro do condutor diminui (ou o comprimento
borracha fina é colocada na base de um tubo
do condutor aumenta).
inelástico. Um pistão é usado para produzir
uma força motriz sobre o fluido – nenhum
líquido passa realmente pela membrana (ne-
Lei de Ohm nhuma corrente é produzida); a força motriz
faz com que a membrana se distenda (Fig.
A relação entre os fatores voltagem e resistên- 1.3D). A membrana armazena energia devido
cia que determina a magnitude da corrente (I) a sua forma distendida. Se a válvula no tubo
é expressa na lei de Ohm: for fechada e a pressão do pistão liberada, a
membrana permanecerá na posição distendi-
I = V / R ou V = I × R da e de armazenagem de energia até que a
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válvula seja reaberta (Fig. 1.3E). Se a válvula bloqueia o fluxo de líquido (corrente) através
for reaberta, o recuo da membrana produzi- dele quando uma pressão de pistão constante
rá um movimento do fluido (corrente) que unidirecional é aplicada, exatamente como
continuará até que ela retorne para sua po- um capacitor bloqueia a corrente elétrica
sição original, de repouso. Dessa forma, a contínua quando uma voltagem constante é
membrana elástica no circuito hidráulico ar- aplicada. Embora tendam a bloquear corren-
mazena energia que induz uma corrente de tes contínuas, os sistemas capacitivos tendem
fluido exatamente como um capacitor arma- a permitir que as correntes alternadas pas-
zena energia elétrica que induz uma corrente sem. Para um sistema em uma determinada
elétrica. Observe que a membrana no tubo capacitância, quanto mais alta a frequência

Metal Dielétrico Metal

Pilha Pilha

Interruptor aberto; Interruptor fechado;


A capacitor descarregado B capacitor carregado

Válvula Válvula Válvula


aberta aberta aberta

C Membrana D E

Figura 1.3
Gráfico de um capacitor em um circuito elétrico simples em estados descarregado (A) e carregado (B).
Um capacitor armazena energia elétrica pela deformação de moléculas dielétricas. Um analógico hidráuli-
co de um capacitor descarregado (C), capacitor de carga (D) e capacitor carregado com força de carrega-
mento removida (E). A energia é armazenada na deformação de uma membrana elástica impermeável.
Eletrofisiologia clínica 21

da corrente alternada, melhor a corrente pas- tipos de correntes empregadas nos primeiros
sará pelo sistema. tempos da eletroterapia e suas designações
A capacitância de um capacitor ou de tradicionais. A Figura 1.5 ilustra vários perfis
qualquer sistema de condutores e isolantes de ondas de correntes (ou voltagem) designa-
construído de maneira semelhante é expressa das comercialmente.
em Faraday (F); 1 F é a magnitude de capacitân- A diferenciação entre esses tipos de cor-
cia, já que 1 C de carga é armazenado quando 1 rentes tradicionais e comerciais era muitas
V de diferença de potencial é aplicado. vezes baseada somente em uma única carac-
O termo impedância (Z) descreve a opo- terística de corrente, como a amplitude de
sição às correntes alternadas, assim como o voltagem ou a frequência de estimulação. Tais
termo resistência descreve a oposição às cor- distinções unidimencionais levaram a desig-
rentes contínuas. A impedância leva em conta nações dicotômicas – como estimuladores de
tanto a oposição capacitiva quanto a resistiva “baixa voltagem versus alta voltagem” ou “bai-
para o movimento de partículas carregadas. xa frequência versus média frequência” – que
Quando se trata de estimulação elétrica clí- subsistem até hoje. Uma apreciação por clíni-
nica, é mais apropriado expressar a oposição cos praticantes a respeito dessas designações
à corrente com relação à impedância, porque de correntes eletroterapêuticas é importante
os tecidos humanos são mais bem modelados porque a literatura publicada ao longo dos
como redes complexas de resistores e capaci- anos 1980 usou a terminologia tradicional ou
tores (R–C). Já que a impedância depende da comercial e os clínicos educados nessa época
natureza capacitiva dos tecidos biológicos, sua continuam a usá-la. Na metade dos anos 1980,
magnitude depende da frequência da estimu- a Seção sobre Eletrofisiologia Clínica (SCE) da
lação aplicada. Em geral, quanto mais alta a Associação Americana de Fisioterapia reconhe-
frequência de estimulação, mais baixa será a ceu que tais descrições arbitrárias de correntes
impedância dos tecidos. A unidade-padrão da eletroterapêuticas junto com a proliferação de
impedância é o ohm. designações comerciais de correntes favorece-
ram a confusão na comunicação relacionada
a eletroterapia. Em uma tentativa de aliviar o
Linguagem de correntes problema, a SCE desenvolveu uma monografia
eletroterapêuticas padronizando a terminologia. A monogra-
fia, que foi recentemente atualizada, fornece
Designações tradicional e diretrizes para descrições qualitativas e quan-
comercial das correntes titativas de correntes eletroterapêuticas (2).

As correntes elétricas têm sido usadas como


propostas terapêuticas há centenas de anos. Tipos de correntes eletroterapêuticas
Com o desenvolvimento de diferentes formas
de geradores elétricos durante o século XX, os Correntes elétricas usadas na eletroterapia
tipos de correntes elétricas empregados nas clínica em geral podem ser divididas em três
aplicações terapêuticas proliferaram. A intro- tipos: contínua, alternada e pulsada (pulsátil).
dução no mercado da saúde de vários tipos de Esta seção do capítulo diferencia esses tipos de
estimuladores que produzem diferentes formas corrente com base em suas características qua-
de corrente elétrica tem sido acompanhada por litativas e quantitativas.
muita confusão na comunicação a respeito das
características das correntes geradas. Antes de
1990, nenhum sistema tinha sido desenvol- Corrente contínua
vido para padronizar descrições de correntes
elétricas usadas em eletroterapia. O fluxo unidirecional contínuo ou ininter-
A caracterização das correntes eletro- rupto de partículas carregadas é definido
terapêuticas foi muitas vezes dirigida pelos como corrente contínua (CC). No contexto de
desenvolvimentos históricos ou pelo setor co- aplicações clínicas, esse fluxo deve continu-
mercial. A Figura 1.4 mostra alguns dos vários ar ininterrupto por, no mínimo, 1 segundo
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para ser considerado corrente contínua. Essa uma área de alta concentração (cátodo) para
forma de corrente tem sido tradicionalmente uma de baixa concentração (ânodo). Esse flu-
referida como corrente “galvânica”; contudo, xo, que é impedido pela resistência do fio, irá
esse não é mais o termo preferido. A corrente continuar até que a diferença de carga entre
contínua em um circuito eletrônico simples é os terminais seja eliminada – quando as re-
produzida por uma voltagem de magnitude ações químicas dentro da pilha não podem
fixa aplicada a um condutor com uma re- mais fornecer elétrons livres para o terminal
sistência fixa (Fig. 1.6 A). A fonte da força negativo. Embora o movimento das partículas
eletromotriz fixa (FEM) é a pilha, na qual as carregadas nesse circuito seja dos terminais
reações químicas produzem um excesso de negativos para os positivos, a corrente (I) é,
elétrons em um polo (cátodo) e uma deficiên­ por convenção, especificada como se moven-
cia de elétrons no polo oposto (ânodo). A do dos terminais positivos para os negativos.
oposição à corrente no circuito é represen- A corrente que flui por esse circuito está re-
tada como um resistor. Quando o interruptor presentada na Figura 1.6C, um gráfico da
no circuito está fechado, os elétrons fluem de amplitude de corrente sobre o tempo.

Amplitude
0
de corrente Tempo

Galvânica
Galvânica interrompida Sinusoidal

Amplitude
0
de corrente Tempo

Alternada Pulsação alternada Farádica

Amplitude
0
de corrente Tempo

Alta frequência Alta frequência


amortecida não amortecida Estática

Figura 1.4
Designações tradicionais de correntes elétricas selecionadas usadas historicamente na prática clínica. Cada
gráfico mostra mudanças na amplitude de corrente sobre o tempo.
Eletrofisiologia clínica 23

O movimento dos elétrons nesse circuito pelo estreitamento da tubulação na metade


simples é análogo ao movimento das molécu- do circuito e é análoga à resistência do fio em
las de água em um circuito hidráulico simples nosso circuito elétrico simples. O líquido fluirá
(Fig. 1.6B). A força motriz nesse modelo de no circuito contanto que a bomba mantenha
fluido é representada como a diferença de pres- uma diferença de pressão, bem como o fluxo
são criada pela bomba e é análoga à diferença de elétrons irá continuar desde que a pilha
de voltagem através da pilha. As moléculas de mantenha uma diferença de potencial elétrico.
água são análogas aos elétrons livres no circui- O volume do líquido que passa por um ponto
to elétrico. A resistência hidráulica (oposição no circuito fluido por unidade de tempo (cor-
ao fluxo de água) é representada sobretudo rente) permanecerá constante, uma vez que o

Corrente interferencial
I

Galvânica de alta voltagem


V

0
100 ms

I Corrente russa

10 ms 10 ms 10 ms

I
Corrente diadinâmica

Figura 1.5
Designações comerciais de correntes elétricas selecionadas disponíveis a partir de determinados estimu-
ladores contemporâneos. Os gráficos mostram mudanças na amplitude de corrente sobre o tempo ou na
amplitude de voltagem sobre o tempo.
24 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

gradiente de pressão permaneça constante e A corrente contínua induzida em uma


a geometria da tubulação seja mantida. Uma solução eletrolítica aquosa contendo íons car-
queda no gradiente de pressão ou no diâme- regados de modo positivo e negativo (cátions
tro do tubo reduzirá o fluxo de líquido, assim e ânions respectivamente), está associada com
como uma queda na voltagem ou um aumento o movimento desses dois tipos de íons em
na resistência do circuito reduzirá o fluxo de direções opostas. A Figura 1.7 ilustra os mo-
elétrons. vimentos iônicos em uma solução eletrolítica

Movimento
do elétron

I Ânodo Cátodo

Bateria

Amperímetro Interruptor Corrente = voltagem


resistência

A Resistor (R)

Bomba Corrente =
Fluxômetro Válvula pressão da bomba
resistência do tubo

Resistência
B

Amplitude de
corrente

Tempo
0
Interruptor fechado Interruptor aberto
C ou válvula aberta ou válvula fechada
Figura 1.6
Gráfico de um simples circuito elétrico mostrando o movimento unidirecional de elétrons em resposta
a uma força motriz constante. (A) Analógico hidráulico de um circuito elétrico simples mostrando movi-
mento unidirecional de líquido em resposta a pressão constante produzida por uma bomba. (B) Represen-
tação gráfica de corrente contínua sobre uma amplitude de corrente versus porção de tempo (C).
Eletrofisiologia clínica 25

quando a solução é exposta a um campo elé- de corrente, a voltagem aplicada por meio
trico de voltagem constante. Como pode ser de um circuito simples oscila em magnitude,
observado na figura, os ânions se movem na e a polaridade da voltagem aplicada é perio-
direção do ânodo, e os cátions migram na di- dicamente (pelo menos 1 vez por segundo)
reção do cátodo. O movimento de cada tipo de revertida. Os elétrons no circuito movem-se
íon na solução ocorre em um ritmo fixo, con- primeiro em uma direção. Quando o campo
tanto que a voltagem da pilha seja constante. elétrico é revertido, os elétrons se movem de
A migração de íons ou de moléculas carrega- volta a suas posições originais. Uma corrente
das eletricamente de acordo com suas cargas, alternada pode ser produzida rodando uma
quando expostas a uma FEM fixa, é chamada fonte de voltagem fixa no circuito, como ilus-
de eletroforese e é a base da iontoforese, uma trado na Figura 1.8A. A corrente alternada que
técnica terapêutica usada para conduzir me- flui por esse circuito é representada na Figura
dicações carregadas eletricamente através da 1.8C, um gráfico da amplitude de corrente
pele (ver Cap. 10). A Figura 1.7 também ilustra sobre o tempo. As correntes alternadas são ca-
a liberação de gases perto dos eletrodos, que racterizadas pela frequência (f ) de oscilações
muitas vezes acompanha os efeitos da CC sobre e pela amplitude do movimento do elétron ou
soluções eletrolíticas. Nesse caso, uma reação do movimento iônico. A frequência da CA é ex-
de redução ocorre no cátodo para produzir pressa em hertz (Hz) ou em ciclos por segundo
gás hidrogênio (H2) e uma reação de oxidação (cps). A recíproca de frequência (1/f ) define
ocorre no ânodo para produzir gás oxigênio um valor, conhecido como período, que é o
(O2). O uso de energia elétrica para produzir tempo entre o início de um ciclo de oscilação e
tais reações químicas é chamado de eletrólise. o início do ciclo seguinte.
Um melhor entendimento de correntes
alternadas pode ser obtido se levarmos em con-
Corrente alternada sideração as forças e os fluxos em um sistema
cheio de líquido. A corrente elétrica alternada
A corrente alternada (CA) é definida como o é análoga ao fluido em um sistema fechado que
fluxo bidirecional contínuo ou ininterrupto de se move primeiro em uma direção e depois de
partículas carregadas. Para produzir esse tipo volta, na direção oposta. Consequentemente,

Cátodo Gás hidrogênio Gás oxigênio Ânodo

Na+


SO24

Figura 1.7
Um exemplo de movimentos iônicos em uma solução com íons carregados negativamente (ânions) que
se movem na direção do ânodo e íons carregados positivamente (cátions) que se movem na direção do
cátodo quando expostos a um campo magnético fixo. Em soluções aquosas (água como solvente), o gás
hidrogênio é liberado do cátodo e o oxigênio é liberado do ânodo.
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para muitos tipos de corrente alternada não há Figura 1.8B, a bomba roda para trás e para a
movimento líquido de partículas carregadas frente mais ou menos como o agitador em uma
quando o campo elétrico alternado é retirado. máquina de lavar. A pressão oscilante produzi-
Para o líquido mover-se para trás e para a frente da pela bomba gera um movimento do líquido
em um sistema hidráulico, o gradiente de pres- para trás e para a frente.
são deve primeiro ser em uma direção, depois Voltagens alternadas aplicadas a solu-
cair por um instante para zero e por fim rever- ções eletrolíticas (em oposição a um condutor
ter a direção. No caso da bomba hidráulica na de metal) produzem movimentos cíclicos em

Movimento
do elétron
I

Pilha em
rotação
Amperímetro

Interruptor
Resistor (R)
A

Bomba
oscilante
Válvula
Fluxômetro

Resistência
B

Amplitude 0
de corrente Tempo

C Interruptor fechado Interruptor aberto


ou válvula aberta ou válvula fechada

Figura 1.8
Circuito elétrico simples no qual uma pilha roda em velocidade constante e muda regularmente a direção
da força motriz (voltagem) que age sobre os elétrons no condutor. (A) Observe o movimento de vaivém
dos elétrons. Circuito analógico hidráulico do circuito elétrico em (A), ilustrando o movimento de vaivém
da bomba que produz o movimento alternado do líquido dentro do sistema. (B) A representação gráfica
da corrente alternada produzida em (A) sobre uma amplitude de corrente versus tempo (C).
Eletrofisiologia clínica 27

ânions e cátions na solução. Por algum tempo, e o circuito for interrompido no término de
esses íons “veem” e “sentem” um ânodo e um cada ciclo da voltagem alternada, os elétrons
cátodo orientados de uma maneira, e então a nos condutores mover-se-ão brevemente para
polaridade dos eletrodos muda. Assim, os íons trás e para a frente, pararão e depois tornarão
se movem para trás e para a frente na solução, a oscilar. A corrente produzida é intermitente
assim como os elétrons se movem para trás e e o movimento da partícula carregada é bidi-
para a frente nos metais quando expostos a recional. Esta é chamada de corrente pulsada
uma voltagem alternada. bifásica. As mudanças para cada pulso, na
As correntes alternadas são usadas em amplitude da corrente pulsada bifásica, são
várias aplicações eletroterapêuticas. O uso clí- determinadas pelas mudanças na amplitude
nico contemporâneo mais comum de CA é em da voltagem aplicada.
estimulação elétrica interferencial, na qual dois
circuitos, cada um produzindo CA sinusoidal, são
aplicados de modo simultâneo em um paciente Características descritivas das formas de
para o tratamento de problemas, como dor. onda da corrente pulsada ou alternada
As características qualitativas e quantitativas
Corrente pulsada dos pulsos de corrente (ou um único ciclo de
CA) são compreendidas com mais facilidade
A corrente pulsada (pulsátil ou interrompida) examinando-se graficamente as mudanças
é definida como o fluxo uni ou bidirecional de amplitude de corrente (ou voltagem) que
de partículas carregadas que periodicamente ocorrem ao longo do tempo. A forma de um
cessa por um período de tempo breve e fini- pulso único ou ciclo de CA em um gráfico de
to. Uma descrição desse tipo de corrente pode corrente versus tempo (ou voltagem vs. tempo)
não ser encontrada em livros de física básica, é chamada de forma de onda. Alguns exemplos
mas o termo é importante porque descreve a de formas de onda produzidas por estimula-
forma de corrente usada com mais frequência dores elétricos clínicos disponíveis no mercado
em aplicações clínicas de estimulação elétrica. são ilustrados nas Figuras 1.4 e 1.5. Um pulso
Os físicos e os engenheiros podem se referir único ou ciclo de CA pode ser evidenciado por
à corrente pulsada como CC interrompida ou suas características dependentes da amplitude
CA interrompida. A corrente pulsada é carac- e do tempo, assim como várias outras caracte-
terizada pela unidade elementar desse tipo de rísticas descritivas (Quadro 1.1).
corrente, chamada de pulso. Um pulso único é
definido como um evento elétrico isolado, se-
parado por um período de tempo muito breve Número de fases em uma forma de onda
e finito do evento seguinte, isto é, um único
pulso representa um movimento de partícula O termo fase refere-se ao fluxo de corrente uni-
carregada por um período muito breve. direcional em um gráfico corrente/tempo. Um
Se uma voltagem fixa for aplicada a um pulso que se afasta da linha de corrente zero
circuito elétrico de resistência simples, como (linha de base) em apenas uma direção, como
mostrado na Figura 1.6A, uma corrente uni- aquela mostrada na Figura 1.9A, é chamado
direcional será induzida no condutor. Se o de monofásico. Tal pulso pode ser produzido
circuito for periodicamente interrompido por pela interrupção intermitente de uma fonte de
um interruptor sendo aberto e fechado, o mo- voltagem constante aplicada a um condutor.
vimento de elétrons produzido irá começar Em um pulso monofásico, as partículas carre-
e parar em sincronia com o fechamento e a gadas no meio condutor movem-se por pouco
abertura do interruptor. A corrente produzida tempo em uma direção, de acordo com sua
é intermitente e em uma direção, e é referida carga, depois param.
como corrente pulsada monofásica. Um pulso que se afasta da linha de base
De maneira semelhante, se uma vol- primeiro em uma direção e depois na dire-
tagem alternada for aplicada a um circuito ção oposta é chamado bifásico (Fig. 1.9A).
elétrico simples, como mostrado na Figura 1.8, Esse tipo de pulso pode ser produzido pela
28 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

Características descritivas de formas de


QUADRO 1.1
onda de corrente pulsada e alternada

Característica Designações comuns


Número de fases Monofásica, bifásica, trifásica, polifásica
Simetria de fases Simétrica, assimétrica
Equilíbrio da carga de fase Equilibrada, desequilibrada
Forma de onda ou forma da fase Retangular, quadrada, triangular, dente-de-serra,
sinusoidal, exponencial

Monofásica Bifásica
I

Número
de fases 0
Tempo

Simétrica Assimétrica
I

Simetria
de fases 0
Tempo

Equilibrada Desequilibrada
I

Equilíbrio
da carga 0
de fase Tempo

Sinusoidal Retangular Triangular Pontiaguda


I

Forma de
onda ou 0
forma de Tempo
fase

Figura 1.9
Características de formas de onda de corrente pulsada ou alternada.
Eletrofisiologia clínica 29

interrupção intermitente de uma fonte de onda bifásica for igual à área sob a segunda
voltagem alternada aplicada a um circuito fase, a forma de onda é descrita como equili-
elétrico. Em um pulso bifásico, as partículas brada. Exemplos de formas de onda bifásicas
carregadas movem-se primeiro em uma dire- equilibradas e desequilibradas são mostrados
ção e depois voltam na direção oposta. na Figura 1.9C. A partir de uma perspectiva
Formas de onda com três fases são cha- clínica, o uso de formas de onda desequili-
madas trifásicas, e aquelas com mais de três, bradas pode resultar em diferenças notáveis
polifásicas. Algumas formas de onda produzi- na sensação de estimulação sob eletrodos de
das comercialmente, que foram referidas por superfície.
outros autores como polifásicas, podem de fato
ser uma série ininterrupta de formas de onda
bifásicas quando reduzidas ao evento elétrico Formas de onda
comum mais simples.
Uma abordagem descritiva muito comum para
a caracterização de formas de onda pulsada e de
Simetria nas formas de onda bifásicas CA é o uso de termos para indicar a forma geo-
métrica das fases do pulso ou do ciclo como elas
Para pulsos bifásicos ou ciclos de CA, a maneira aparecem no gráfico da corrente (ou voltagem)
como as cargas se movem para trás e para a versus tempo. Designações de formas encontra-
frente pode ou não ser a mesma. Se a maneira das com frequência na literatura profissional e
como a amplitude de corrente varia durante o comercial incluem retangular, quadrada, trian-
tempo para a primeira fase de uma forma de gular, dente-de-serra e pontiaguda. De modo
onda bifásica for idêntica em natureza mas alternativo, as formas podem ser atribuídas com
oposta na direção àquela da segunda fase, a base na função matemática que daria origem
forma de onda bifásica é descrita como simé- a um gráfico (ou porção do mesmo) de forma
trica (Fig. 1.9B). Isto é, uma forma de onda é similar. Dois exemplos de tais designações são
descrita como simétrica se a primeira fase for formas de onda baseadas em mudanças sinusoi-
a imagem de espelho da segunda fase de um dais ou exponenciais na corrente (ou voltagem)
pulso bifásico ou ciclo único de CA. Uma forma ao longo do tempo. A Figura 1.9D ilustra várias
de onda é denominada assimétrica se a maneira formas comuns de onda.
como a amplitude de corrente varia na primeira
fase de um pulso bifásico não for a imagem de
espelho da segunda fase (Fig. 1.9B). Combinando termos qualitativos
para descrever correntes pulsadas
ou alternadas
Equilíbrio de carga em formas de onda bifásicas
Os termos descritivos definidos anteriormente
Para formas de onda bifásicas simétricas, a são de valor limitado para o aperfeiçoamento
quantidade total de corrente para uma fase é da comunicação sobre correntes eletroterapêu-
igual ao valor absoluto da corrente total que ticas, a menos que um sistema seja desenvolvido
flui na segunda fase. Essa condição pode ou para ligar esses termos de maneira consistente.
não ser verdadeira para formas de onda bi- A Figura 1.10 mostra um gráfico organizacio-
fásicas assimétricas. Se para uma forma de nal que pode ser usado para nomear descrições
onda bifásica assimétrica o tempo integral qualitativas para formas de onda de corrente
para a corrente na primeira fase não for igual pulsada ou CA. A partir do exame das formas
em magnitude ao tempo integral na segunda de onda, primeiro determina-se que tipo de cor-
fase, então a forma de onda é chamada de de- rente é mostrada. Depois, o número de fases da
sequilibrada. Dito de modo mais simples, se a forma de onda é definido, seguido pela simetria
área sob a primeira fase de uma forma de onda e equilíbrio de carga para formas de onda bifá-
bifásica não for a mesma que a área sob a se- sicas. Por fim, uma designação de forma pode
gunda fase, a forma de onda é desequilibrada. ser nomeada para todo o pulso ou com frequên-
Se a área sob a primeira fase de uma forma de cia para a primeira fase de pulsos bifásicos.
30 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

A nomeação da forma de onda de corren- à linha de base de corrente zero em qualquer


te então prossegue da direita para a esquerda momento no tempo em um gráfico de corrente
ao longo do gráfico. A Figura 1.11 mostra versus tempo (Fig. 1.12A). De modo alternati-
várias formas de onda de corrente e indica a vo, a amplitude pode ser uma medida da força
descrição qualitativa dessas correntes usando o motriz (voltagem) aplicada para induzir uma
sistema mostrado na Figura 1.10. Observe que corrente quando uma forma de onda é traçada
esse sistema proposto para nomear correntes como um gráfico de voltagem versus tempo. As
eletroterapêuticas pode não ser suficiente para propriedades dependentes de amplitude dos
descrever todos os tipos possíveis de correntes, pulsos de corrente (ou pulsos de voltagem) po-
mas permite que os fisioterapeutas e outros dem ser caracterizadas pelas medidas a seguir.
profissionais descrevam de maneira consisten-
te a maioria das correntes usadas na prática • Amplitude máxima: a corrente (voltagem)
contemporânea. máxima alcançada em um pulso monofási-
co ou para cada fase de um pulso bifásico.
• Amplitude entre picos: a corrente (volta-
Características quantitativas de gem) máxima medida do pico da primeira
correntes pulsadas e alternadas fase até o pico da segunda fase de um pul-
so bifásico.
Características de pulsos únicos
Desses dois métodos de medir amplitude
As formas de onda de corrente pulsada ou CA de corrente (voltagem), a amplitude máxima
podem ser caracterizadas quantitativamente por de cada fase é recomendada. Outras maneiras
suas características dependentes da amplitude e para descrever amplitude de corrente, como
do tempo (Quadro 1.2). A amplitude é uma me- amplitude eficaz (AE ou eficaz) ou corrente mé-
dida da magnitude de corrente com referência dia por unidade de tempo, depende da forma

Monofásica Forma

Corrente
pulsada Simétrica Forma

Bifásica
Equilibrada Forma
Descrição Assimétrica
de corrente
Desequilibrada Forma
qualitativa

Simétrica Forma

Corrente
alternada Equilibrada Forma
Assimétrica
Desequilibrada Forma

Figura 1.10
Gráfico do sistema para combinar designações de corrente descritivas na nomeação de formas de onda
de corrente alternada ou pulsada.
Eletrofisiologia clínica 31

de onda particular examinada. Por exemplo, apresentadas na Figura 1.12. As medidas de


o valor de AE para uma forma de onda sinu- corrente média e corrente eficaz levam em con-
soidal pura equivale a aproximadamente 70% ta a forma do pulso e podem refletir com mais
do valor da amplitude máxima, enquanto a precisão a força estimulante da forma de onda
corrente média para a mesma forma de onda do que as medidas de amplitude máximas.
é cerca de 64% do valor máximo. Ilustrações A amplitude das correntes aplicadas
dessas medidas de amplitude de corrente são usando estimuladores clínicos é às vezes

Amplitude de Corrente de pulso


corrente 0
bifásica sinusoidal,
desequilibrada,
assimétrica
Tempo

Corrente alternada
Amplitude de retangular,
corrente 0
desequilibrada,
assimétrica
Tempo

Corrente de pulso
bifásica retangular,
Amplitude de equilibrada,
corrente 0
assimétrica
Tempo

Corrente de
pulso monofásica
Amplitude de
0 de duas pontas
corrente
Tempo

Figura 1.11
Representação gráfica de várias formas comuns de corrente de pulso classificadas com designações “des-
critivas” apropriadas. As formas de onda representadas em (B) e (D) foram anteriormente chamadas
galvânicas de pulso de alta voltagem e farádica, respectivamente.
32 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

referida como a intensidade de estimulação. pulso ou ciclo de CA até o ponto idêntico


Portanto, os controles nos geradores clínicos no pulso seguinte sucessivo; a recíproca de
que regulam a amplitude de corrente induzida frequência (período = 1/f ). Para corrente
(voltagem) costumam ser rotulados de “inten- pulsada, o período é igual à duração do
sidade”. Já que o termo intensidade é também pulso mais o intervalo de interpulso.
frequentemente usado para descrever carga • Intervalo interfase: o tempo decorrido
de pulso, sendo recomendado que ele não seja entre duas fases sucessivas de um pulso;­
usado de modo algum para descrever carac- também conhecido como o intervalo in­
terísticas de amplitude de formas de onda de trapulso.
corrente pulsada ou CA. • Tempo de transição: o tempo para a margem
Uma variedade de características de- de entrada da fase aumentar na amplitude
pendentes do tempo é usada para quantificar a partir da linha de base de corrente zero
pulsos de corrente (Fig. 1.13). As caracterís- até a amplitude máxima de uma fase.
ticas de correntes pulsadas dependentes do • Tempo de extinção: o tempo para a margem
tempo incluem o seguinte: de fuga da fase retornar à linha de base de
corrente zero a partir da amplitude máxi-
• Duração da fase: o tempo decorrido entre ma ou amplitude pico da fase.
o início e o término de uma fase.
• Duração do pulso: o tempo decorrido entre Essas características de pulsos depen-
o início e o término de todas as fases em dentes do tempo são geralmente expressas em
um pulso único; em estimuladores clínicos, microssegundos (µs, 10-6 segundos, milionési­
a duração do pulso é muitas vezes incorre- mos de um segundo) ou milissegundos (ms,
tamente classificada de “largura do pulso”. 10-3 segundos, milésimos de um segundo)
• Período: o tempo decorrido de um ponto quando se tratar de aplicações de correntes pul-
de referência em uma forma de onda de sáteis na eletroterapia clínica.

Amplitude máxima
Amplitude Amplitude
de corrente 0
entre picos
Amplitude máxima

AE
Média
Amplitude
de corrente 0 Tempo

Figura 1.12
Formas de onda CA sinusoidais e suas características dependentes da amplitude. As amplitudes podem ser
expressas como amplitudes máximas para cada fase ou amplitude de pulso entre picos. (A) Alternativa-
mente, amplitudes eficazes (AEs) ou médias podem ser usadas para descrever a magnitude de correntes
ou voltagens (B).
Eletrofisiologia clínica 33

Características quantitativas de
QUADRO 1.2
correntes pulsadas e alternadas

Características dependentes da amplitude


Amplitude máxima
Amplitude entre picos
Amplitude eficaz
Amplitude média
Características dependentes do tempo
Duração da fase
Duração do pulso
Tempo de transição
Tempo de extinção
Intervalo interpulso
Intervalo intrapulso
Período
Frequência
Características dependentes da amplitude e do tempo
Carga de fase
Carga de pulso

I A
A = duração da fase
B = duração do pulso
C = intervalo de interpulso
D = tempo de transição 0
Tempo
E = tempo de extinção
B C D E
A

I
G H
F = intervalo de intrapulso
G = carga de pulso
0
H = carga de fase Tempo

F
B
J
I
J = período

Frequência = 1
período 0
Tempo

J
C

Figura 1.13
Características dependentes do tempo das formas de onda de corrente pulsada ou alternada.
34 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

Uma das características quantitativas usados para descrever as características das


de pulsos mais importante do ponto de vista correntes de’endentes da amplitude e do tem-
fisiológico é a carga carregada por um pulso po também podem ser usados para descrever
individual ou fase de um pulso. A carga de fase as características do pulso de voltagem que in-
é definida como o tempo integral de corrente duzem essas formas de onda de corrente.
para uma fase única, isto é, a carga de fase
é representada pela área sob uma forma de
onda de fase única (Fig. 1.13 B). Como tal, Modulações da corrente
essa carga é determinada pela amplitude da
fase, bem como por sua duração. A magnitu- Modulações de amplitude e de duração. No
de da carga de fase fornecerá uma indicação uso de estimulação elétrica para tratamento
da influência relativa que um pulso terá em de problemas do paciente, as características
produzir mudanças nos sistemas biológicos. A das correntes relacionadas com a amplitude
carga de pulso de um pulso único é o tempo e com o tempo são com frequência variadas
integral para a forma de onda de corrente so- de uma maneira prescrita. As mudanças nas
bre todo o pulso (Fig. 1.13B). Para um pulso características da corrente podem ser sequen-
bifásico típico, a carga de pulso é a soma da ciais, intermitentes ou variáveis em natureza
área sob cada fase. Para formas de onda mo- e são denominadas modulações. Várias das ca-
nofásicas, a carga de pulso e a carga de fase racterísticas quantitativas da corrente pulsada
são iguais. As cargas de fase e de pulso são e da CA são moduladas em aplicações clínicas
expressas em coulombs, e as cargas de pulso selecionadas. Variações na amplitude máxima
comumente encontradas na estimulação clíni- de uma série de pulsos são chamadas de mo-
ca estão na faixa média de microcoulomb (µC, dulações de amplitude (Fig. 1.14A). Mudanças
10-6, milionésimos de um coulomb). regulares no tempo durante o qual age cada
pulso em uma série são referidas como mo-
dulações de duração do pulso ou da fase (Fig.
Características de uma série de pulsos 1.14B). As modulações de frequência consistem
em variações cíclicas no número de pulsos
Além daqueles termos usados para quantificar aplicados por unidade de tempo (Fig. 1.14C).
as características de pulsos individuais, vários As ilustrações das modulações exibidas na
termos importantes são usados para descrever Figura 1.14 ocorrem de maneira sistemática.
uma série de pulsos, a maneira usual como as Modulações na amplitude, duração do pulso
correntes elétricas são induzidas nos tecidos ou frequência também podem ser fornecida de
biológicos para seus efeitos terapêuticos. Entre modo aleatório.
esses termos estão os dois a seguir: Uma outra modulação encontrada de
forma mais frequente na estimulação elétrica
• Intervalo interpulso: o tempo entre o tér- clínica é a modulação de rampa (oscilação). As
mino de um pulso e o início do pulso modulações de rampa são caracterizadas por
seguinte em uma série; o tempo entre pul- um aumento (rampa de subida) ou diminuição
sos sucessivos (Fig. 1.13A). (rampa de descida) da amplitude de pulso, da
• Frequência (f ): o número de pulsos por duração de pulso, ou de ambos, ao longo do
unidade de tempo para corrente pulsada tempo. No passado, as modulações de rampa
expresso em pulsos por segundo (pps); eram denominadas tempo de transição e tem-
o número de ciclos de CA por segundo po de queda. Contudo, esses dois termos são
expresso em ciclos por segundo (cps) ou usados hoje para descrever características de
hertz (Hz); muitas vezes, em estimulado- pulso único, não as variações nas característi-
res clínicos, a frequência do controle de cas de uma série de pulsos.
estimulação é denominada de “variação” Modulações do tempo. Uma série contínua e
(Fig. 1.13C). repetitiva de pulsos (série de pulsos em uma
frequência fixa) ou um segmento de CA são
Uma vez que a voltagem e a corrente são chamados de trem (Fig. 1.15A e B). Variações
diretamente proporcionais, muitos dos termos sistemáticas no padrão de entrega de uma
Eletrofisiologia clínica 35

série de pulsos de correntes são referidas como partículas carregadas. O intervalo de tem-
modulações de tempo. Vários termos são hoje po durante o qual a série finita de pulsos
reconhecidos para descrever essas modula- ou ciclos de CA é fornecida é chamado de
ções. Eles incluem o seguinte: duração de burst. O período de tempo entre
os bursts é chamado de intervalo interburst.
• Burst: uma série de grupos de pulsos ou Nas aplicações clínicas contemporâneas de
grupos de ciclos de corrente alternada for- tais modulações burst, a duração de burst
necidos em uma frequência estabelecida e o intervalo interburst são geralmente da
sobre um determinado intervalo de tem- ordem de alguns milissegundos. O número
po (Fig. 1.15C e D) seguida de um breve de bursts fornecidos por unidade de tempo
intervalo de tempo sem movimento de é chamado de frequência de burst.

Amplitude de
corrente 0
Tempo

Rampa de Rampa de
subida descida
A

Amplitude de
corrente 0
Rampa Tempo
Rampa de
de subida descida

Amplitude de
0
corrente Aumen- Tempo
Reduzindo
tando a
a frequência
frequência
C

Figura 1.14
Exemplos de modulações automáticas de características de estimulação: (A) Modulação de amplitude. (B)
Modulação de duração do pulso. (C) Modulação de frequência.
36 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

Em algumas formas de eletroterapia, que variam de alguns segundos até um minuto


trens de pulso, trens de CA ou série de bursts ou mais, seguidos por períodos comparáveis
são aplicados em pacientes sem qualquer inter- sem estimulação alguma antes da estimu-
rupção durante todo o período de tratamento. lação ser reiniciada. Isto é, trens ou série de
Tal padrão de estimulação é muitas vezes des- bursts são intermitentes ou interrompidos de
crito como um modo contínuo de estimulação. modo regular. Tais padrões de estimulação
Em muitas outras abordagens, trens de pulso, são caracterizados quantitativamente por dois
trens de ciclos de CA ou série de bursts costu- intervalos de tempo, chamados on time e off
mam ser aplicados em indivíduos por tempos time, definidos a seguir:

Amplitude
0
de corrente Tempo

Amplitude
0
de corrente Tempo

Amplitude
0
de corrente Tempo

Amplitude
0
de corrente Tempo

Figura 1.15
Exemplos de “trens” de estimulação e modulações burst: (A) Trem contínuo de formas de onda de CA
bifásicas retangulares, simétricas. (B) Trem contínuo de formas de onda de corrente pulsada bifásica re-
tangular, simétrica. (C) Formas de onda de CA sinusoidal e moduladas por bursts. (D) Formas de onda de
corrente pulsada sinusoidal e moduladas por bursts.
Eletrofisiologia clínica 37

• On time: o tempo durante o qual um trem de Por exemplo, se o on time é igual a 10


pulsos, trens de CA ou uma série de bursts são segundos e o off time igual a 30 segundos, o
fornecidos em uma aplicação terapêutica. ciclo de trabalho para tal padrão de estimula-
• Off time: o tempo entre trens de pulsos, ção seria 25% (Fig. 1.16A). Um padrão bem
trens de CA ou uma série de bursts. diferente de estimulação com um on time de 5
segundos e off time de 10 segundos produz o
Uma caracterização proximamente mesmo ciclo de trabalho de 25% (Fig. 1.16B).
associada dos padrões de estimulação in- Por essa razão e porque em alguns casos o
terrompidos, usados em muitas aplicações ciclo de trabalho foi erroneamente equacio-
clínicas, está incluída no conceito do ciclo de nado com a razão simples de on time dividida
trabalho. O ciclo de trabalho da estimulação por off time, surgiu a confusão do uso do ter-
é a razão de on time para a soma de on time mo ciclo de trabalho. Para a documentação
mais off time multiplicada por 100, expresso clara de padrões de estimulação, on time e off
em porcentagem (Fig. 1.16). time específicos de estimulação devem ser es-
on time pecificados, em vez de serem usados ciclo de
Ciclo de trabalho = ———————— × 100%
(on time + off time) trabalho ou razões on/off time.

Ciclo de
trabalho = 33%
Amplitude
de corrente 0
Tempo
10 s 20 s
A

Ciclo de trabalho = 20%

Amplitude
de corrente 0
Tempo
5s 20 s
B

Ciclo de trabalho = 33%


Amplitude
de corrente 0
Tempo
5s 10 s
C

Figura 1.16
Exemplos de estimulação on time e off time e o conceito de ciclo de trabalho, com correntes pulsadas
monofásicas de 2 pps em amplitude fixa: (A) 10 s on time e 20 s off time. (B) 5 s on time e 20 s off time.
(C) 5 s on time e 10 s off time.
38 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

Resumo
Este capítulo apresentou conceitos fundamentais em eletricidade e padronizou a terminologia associa-
da à aplicação de correntes eletroterapêuticas. O exame dos conceitos elétricos básicos foi incluído
para relembrar o leitor sobre entidades e princípios físicos que formam uma base para a compreensão
de eventos químicos e elétricos associados a aplicações clínicas de eletricidade. A terminologia quanti-
tativa e qualitativa padronizada foi apresentada para facilitar a comunicação clara entre pesquisadores,
clínicos, estudantes e fabricantes envolvidos no uso e no desenvolvimento da eletroterapia clínica. Com
essa finalidade, a terminologia padronizada é usada durante os demais capítulos. As várias característi-
cas quantitativas definidas neste capítulo representam os aspectos da estimulação elétrica que devem
ser selecionados ou regulados por terapeutas ou outros profissionais a fim de empregar a eletroterapia
de maneira segura e eficaz para atingir resultados terapêuticos.

Questões de revisão
Para as respostas, veja o Apêndice B.

1. A força motriz que faz as partículas carregadas se moverem é chamada de _____________________


(a) ,
_____________________
(b) (c)
ou _____________________ .
2. O movimento das partículas carregadas em um condutor é chamado de ____________________________.
3. A oposição ao movimento das partículas carregadas em um circuito elétrico é chamada de
_____________________ .

4. A oposição ao movimento dos íons nos sistemas biológicos é chamada de __________________________ .


5. O polo negativo de uma pilha ou circuito elétrico é chamado de _____________________
(a) e o positivo é
chamado de _____________________
(b) .
(a)
6. Os íons carregados positivamente são chamados de _____________________ , e os carregados negativa-
mente são chamados de _____________________
(b) .
7. Os ânions são atraídos para o [cátodo/ânodo] e repelidos do [cátodo/ânodo].
8. A lei de Ohm descreve a relação entre ___________________
(a) , __________________
(b) e ___________________
(c) .
9. Quanto maior a voltagem aplicada a um circuito elétrico, maior será o/a ________________________ ,
produzido(a) no circuito.
10. Para uma voltagem aplicada fixa, se a impedância do tecido for diminuída, a magnitude da corrente
será ________________________.
11. Os três tipos de corrente usados na eletroterapia contemporânea são ________________________
(a) ,
________________________
(b) e ________________________
(c) .
12. A forma da representação visual de correntes em um gráfico de corrente de amplitude versus tempo
é chamada de ________________________ .
13. Dê a unidade de medida-padrão para:
a. corrente
b. força eletromotriz
c. resistência
d. capacitância
Eletrofisiologia clínica 39

e. impedância
f. condutância
g. frequência de corrente pulsada
h. frequência de corrente alternada (CA)
i. amplitude máxima (corrente)
j. duração do pulso
k. carga de fase
l. on time/off time
14. Utilize o fluxograma da Figura 1.10 para determinar as descrições qualitativas para as correntes
esquematizadas a seguir.

Amplitude
0
de corrente Tempo

Amplitude
0
de corrente Tempo

Amplitude
0
de corrente Tempo

Amplitude
0
de corrente Tempo
D
40 Andrew J. Robinson & Lynn Snyder-Mackler

15. Desenhe os seguintes tipos de corrente em gráficos de corrente de amplitude versus tempo.
a. Corrente pulsada bifásica, triangular, simétrica
b. Corrente pulsada bifásica, retangular, equilibrada, assimétrica
c. Corrente alternada sinusoidal, desequilibrada, assimétrica
d. Corrente pulsada monofásica, quadrada
16. Para as formas de onda de corrente pulsada mostradas, forneça classificações para as características
dependentes da amplitude e do tempo marcadas com as letras.

f g

Amplitude
0
de corrente Tempo

a
b c d e

a.
b.
c.
d.
e.
f.
g.

17. Se a estimulação de corrente pulsada on time é de 20 segundos e off time de 60 segundos, o ciclo de
trabalho de estimulação é ________________________ .
18. Qual o significado dos termos (a) “rampa de subida” e (b) “rampa de descida”?
19. O que é burst?
20. O que é modulação de amplitude?

REFERÊNCIAS

1. Urone, P.P. Physics with Health Science Applications. New York: Harper and Row; 1986:264–343.
2. American Physical Therapy Association. Electrotherapeutic Terminology in Physical Therapy. Alexandria,
VA: Section on Clinical Electrophysiology And American Physical Therapy Association; 2001.

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