Conversores DAC e ADC

Eletrônica Geral II

Prof. Andrei de Oliveira Almeida

email: andrei.almeida@cefetmg.br

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Campus Nepomuceno
Engenharia Elétrica

2020

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 1 / 28

Quantidade Digital x Analógica

Uma quantidade digital terá um valor que é especificado entre duas possibilidades (0 ou 1,
baixo ou alto, verdadeiro ou falso, etc.);

Para lógica TTL:

0 a 0, 8 V = 0 lógico
2 a 5 V = 1 lógico

Uma quantidade analógica pode assumir qualquer valor ao longo de uma faixa contínua;

A maioria das variáveis físicas é analógica e pode assumir qualquer valor dentro de uma faixa
de valores contínuos;

Qualquer informação que tenha de entrar em um sistema digital deve primeiro ser colocada
no formato digital.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 2 / 28

Quantidade Digital x Analógica

Elementos envolvidos quando um computador, microcontrolador ou DSP está monitorando,

controlando ou processando variáveis físicas.

Figura 1: Conversores analógico-digital (ADC) e digital-analógico (DAC) são usados para interfacear um computador com o mundo
analógico, de modo que monitore uma variável física.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 3 / 28

Quantidade Digital x Analógica

Transdutor: converte a variável física em elétrica (termistores, fotocélulas, fotodiodos,

microfone, etc.);

Conversor ADC: converte uma tensão elétrica analógica em uma saída digital (um número
binário);

Computador, microcontrolador, DSP: armazena o valor digital e o processa;

Conversor DAC: converte o valor digital em uma tensão/corrente analógica;

Atuador: a partir do sinal analógico, controla a variável física.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 4 / 28

Conversão Digital-Analógica (DAC)
Conversão DAC é o processo onde o código digital é convertido em uma tensão/corrente que
é proporcional ao valor digital;
4 bits de dados digitais equivalem a 16 valores analógicos.

Figura 2: DAC de quatro bits com saída em tensão.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 5 / 28
Conversão Digital-Analógica (DAC)

Vref é usada para determinar a saída de fundo de escala ou o valor máximo que o conversor
pode gerar;

Exemplo: considere um conversor de 4 bits com fundo de escala de 15 V. Qual o valor

analógico para 0101?

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 6 / 28

Conversão Digital-Analógica (DAC)

Vref é usada para determinar a saída de fundo de escala ou o valor máximo que o conversor
pode gerar;

Exemplo: considere um conversor de 4 bits com fundo de escala de 15 V. Qual o valor

analógico para 0101?

Vout Vref
=
01012 11112
01012 → 510
5
Vout = (15 V)
11112 → 1510 15

Vout = 5 V

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 6 / 28

Conversão Digital-Analógica (DAC)

Fator de Proporcionalidade K
Saída Analógica = K × (Entrada Digital)10 (1)

Exemplo: considere um DAC de 5 bits com saída em corrente. Para 10100 é gerado 10 mA.
Qual Iout para a entrada 11101?

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 7 / 28

Conversão Digital-Analógica (DAC)

Fator de Proporcionalidade K
Saída Analógica = K × (Entrada Digital)10 (1)

Exemplo: considere um DAC de 5 bits com saída em corrente. Para 10100 é gerado 10 mA.
Qual Iout para a entrada 11101?

10 mA 10 mA
K= = = 0, 5 mA
101002 20

Iout = K ∗ 111012 = 0, 5 ∗ 29 = 14, 5 mA

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 7 / 28

Conversão Digital-Analógica (DAC)
Resolução
fundo de escala
resolução = (2)
(2n − 1)

Tamanho do degrau
(menor variação que
pode ocorrer na saída
analógica);

Temos 2n valores e
2n − 1 degraus.

Figura 3: Forma de onda de saída de um DAC.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 8 / 28
Conversão Digital-Analógica (DAC)
Resolução Percentual
tamanho do degrau
resolução% = × 100% (3)
fundo de escala

Figura 4: Forma de onda de saída de um DAC.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 9 / 28
DAC com Amplificador Somador
Cada tensão de entrada é multiplicada pela
razão entre o resistor de alimentação RF e o
resistor da entrada.
 
1 1 1
Vout = − VD + VC + VB + VA (4)
2 4 8

Figura 5: DAC amplificador somador. Figura 6: Tabela verdade.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 10 / 28
DAC com Amplificador Somador

Exemplo: qual o valor analógico correspondente à entrada 1010? Qual é a resolução deste
conversor?

Tensão de saída:
VD = 5V
VC = 0V
VB = 5V
VA = 0V
 
0 5 0
Vout = − 5 + + + = −6, 25 V
2 4 8
Resolução é igual ao LSB (bit menos significante):

5
resolução = = 0, 625 V (5)
8

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 11 / 28

DAC com Saída em Corrente
A corrente de saída é proporcional à entrada binária.

Figura 7: DAC com saída em corrente.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 12 / 28

DAC com Rede R2R
Se o RMSB for de 1 kΩ em um conversor de 12 bits, o RLSB seria 2(12−1) kΩ = 2, 048 MΩ;
Não é possível garantir precisão nesta faixa;
Nas redes R/2R usamos apenas dois valores: R e 2R.

Figura 8: DAC com rede R2R

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 13 / 28
DAC com Rede R2R
Exemplo: considere Vref = 10. Determine a resolução e a saída de fundo de escala.

Para o LSB Para o fundo de escala

B = 00012 = 1 B = 11112 = 15
−(10V)1 −(10V)15
resolução = = −0, 625V fundo = = −9, 375V
16 16
Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 14 / 28
Especificações dos DAC

Resolução (Tamanho do degrau): depende do número de bits. Um DAC de 16 bits tem uma
resolução mais fina do que um DAC de 8 bits;

Precisão: erro de fundo de escala, erro de linearidade. É o desvio máximo da saída do valor
ideal expresso como uma percentagem do fundo de escala;

Offset: é o erro constante somado aos valores da saída;

Tempo de Estabilização: é o tempo necessário para estabilizar a saída dentro de metade do

tamanho do degrau do seu valor.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 15 / 28

AD 7524
DAC de 8 bits, rede R/2R, saída em corrente;
Quando CS e WR estão em baixo realiza a conversão, caso contrário ele mantém a saída;
Tempo máximo de estabilização: 100ns;
Precisão: ±0, 2%FS;
Vref = ±25 V;
RF já inserido no chip;

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 16 / 28

Conversão Analógica-Digital (ADC)

Recebe uma tensão analógica de

entrada e produz um código digital
(usam DAC no seu circuito);
Unidade de controle:
responsável pela geração da
sequência de conversão;
Registrador: Valor atual da
conversão;
Conversor D/A: converte a
amostra anterior para ser
comparada com a atual;
Comparador: Compara a entrada
analógica com a saída do D/A: Figura 9: Circuito básico de um ADC.
VA > VAX sai 1, VA < VAX sai 0;

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 17 / 28

ADC de Rampa Digital
A unidade de controle é simples (porta AND). 1. Pulso de START zera o contador
(VAX = 0) e inibe o clock de passar
pela porta AND;

2. Com VA > VAX , a saída do

comparador EOC será nível alto;

3. Com START em nível baixo, a

porta AND é habilitada e os pulsos
de clock passam para o contador,
que aumenta a saída um degrau
por vez, até VAX ser maior que VA ;

4. Nesse ponto, EOC vai para nível

baixo e inibe a passagem dos
pulsos de clock e o processo de
conversão está completo.
Figura 10: ADC de rampa digital.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 18 / 28

ADC de Aproximações Sucessivas

Tempo de conversão menor,

fixo e não depende do valor
analógico;

Enquanto o ADC de rampa

aproxima para o degrau
acima de VA , o ADC de
aproximações sucessivas
aproxima para o degrau
abaixo de VA .

Figura 11: ADC de aproximações sucessivas.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 19 / 28
ADC de Aproximações Sucessivas
1 Exemplo de conversão: VA = 10, 4 V;
2 Sequência de testes: 1000(8) , 1100(12) , 1010(10) , 1011(11) , retorna para 1010(10) .

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 20 / 28

ADC 0804
ADC de aproximações sucessivas; Dois Terras;
8 BITS com buffer tristate; Pinos de Controle:
20 pinos; CS: habilitação;
RD: lê o valor;
Entradas analógicas diferenciais; WR: inicia a conversão;
Resolução = Vref /256; INT: indica EOC.
Gerador de CLK interno;

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 21 / 28

Outros Tipos de ADC

ADC Flash: é o conversor mais rápido, porém mais complexo. O número de comparadores é
igual à 2N − 1. Não tem sinal de clock;

ADC De rampa digital Crescente/Decrescente: reduz tempo de conversão com contador

cescente/decrescente;

ADC de rampa dupla: tem os maiores tempos de conversão, custo baixo, usa carga e
descarga de capacitor com corrente constante, o tempo de descarga é proporcional ao valor
analógico;

ADC tensão frequência (VCO- Voltage controlled oscillator): não usa DAC, produz uma
frequencia proporcional à tensão.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 22 / 28

Circuitos Sample Hold
Se a tensão analógica estiver variando durante o tempo de conversão, a conversão pode ser
afetada;
Tempo de aquisição: intervalo entre dois fechamentos da chave Sample Hold.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 23 / 28

Aquisição de Dados
Aquisição: é o processo pelo qual o computador adquire dados analógicos e transfere para
a memória;
Amostragem: é a aquisição de um único ponto de dado (amostra).
Reconstruindo um sinal: teorema da amostragem de Nyquist;

Teorema de Nyquist
As amostras devem ser adquirias com intervalos de tempo fixo a uma taxa que seja pelo menos
duas vezes maior que a maior frequência presente no sinal analógico.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 24 / 28

Aquisição de Dados
Falseamento (aliasing): caso o teorema da amostragem de Nyquist não seja obedecido,
ocorre uma reconstrução errônea do sinal;
Exemplo: caso um sinal com frequência de 1,9 kHz seja amostrado a uma frequência de
2 kHz, o sinal reconstruído será uma onda de 100 Hz.

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 25 / 28

Aquisição de Dados
Falseamento (aliasing):

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 26 / 28

Aquisição de Dados
Falseamento (aliasing):

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 27 / 28

Referências Bibliográficas

[1] R. J. Tocci, N. S. Widmer, and G. L. Moss, Sistemas Digitais, 11th ed. Pearson Prentice Hall,
2011.
[2] A. S. Sedra and K. C. Smith, Microelectronic Circuits, 6th ed. Oxford University Press New
York, 2016.
[1, 2]

Prof. Andrei de O. Almeida Eletrônica Geral II 2020 28 / 28