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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG

Conversores Analógicos-digitais e digitais-


analógicos
Aluna: Karine de Freitas Teixeira

da instrumentação, tratamento e controle de dados. A maioria


Resumo: Este trabalho apresenta uma visão geral dos das grandezas físicas tratadas em um sistema de controle são
conversores analógicos digitais e digitais analógicos, apresentando analógicas, desse modo para processamento digital desta
algumas das topologias mais comuns encontradas na literatura. grandeza é necessário o uso destes conversores, evidenciando,
Além disso, apresenta-se a simulação e implementação portanto, sua importância. Nesse contexto, o presente trabalho
computacional de um conversor DAC de 8 bits a partir do uso da
plataforma Tinkercad. pretende apresentar os principais conceitos relacionados aos
Palavras-chave: conversão, analógica, digital, grandeza, bits. conversores DAC e ADC, bem como topologias mais comuns
encontradas na literatura. Por fim, pretende-se implementar um
I. INTRODUÇÃO conversor DAC no Tinkercad, que é uma ferramenta online e
gratuita de design de modelos 3D em CAD e de simulação de
A S grandezas físicas de interesse, em sua maioria, são
grandezas analógicas, característica esta que dificulta o
processamento e armazenamento desses sinais sem nenhum
circuitos elétricos.
Este texto está divido em cinco seções, sendo esta primeira,
introdutória, a segunda e terceira seções abordam os
tratamento. Desse modo, torna-se necessário o uso de
conversores DAC e ADC, respectivamente, e suas topologias.
conversores analógico-digitais e digitais-analógicos para que
A quarta seção apresenta a implementação no Tinkercad e, por
seja feito o interfaceamento dessas grandezas com um
fim, a quinta seção apresenta as conclusões desse trabalho.
computador, que faz o processamento/tratamento do sinal – isto
porque o processamento digital é muito mais rápido e preciso.
Em um sistema de controle, por exemplo, as
grandezas/variáveis físicas de interesse para o sistema, que
II. CONVERSORES DIGITAIS/ANALÓGICOS (DAC)
desejam-se controlar ou monitorar, são - como já mencionado -
grandezas analógicas, quando essas grandezas não são elétricas Os conversores D/A ou DAC são dispositivos que
deve-se, primeiramente, converter este sinal para alguma convertem um número binário de n bits para uma
grandeza elétrica, por meio de um transdutor, para então correspondente tensão de saída de 2𝑛 distintos valores. De
converter esse sinal para um sinal digital, por meio de um ADC. forma geral, estes conversores convertem uma palavra digital
em um sinal analógico sob a forma de uma tensão ou corrente
Uma vez que o sinal é convertido, é feito o processamento por
de saída e eles podem ser formados por elementos passivos,
meio de controlador/computador, No entanto, para que seja
fontes de referência, chaves eletrônicas e amplificadores
enviado o sinal para o atuador – elemento que atuará para
operacionais. Para melhor compreensão da relação entre uma
controlar a variável física desejada – deve-se converter esse saída analógica e uma entrada digital, a Fig. 2 é apresentada a
sinal digital processado em um sinal analógico, por meio de seguir:
DAC. O esquemático completo é apresentado na Fig. 1.

Fig. 2: Formas de onda de um DAC com as entradas sendo


acionadas por um contador binário [3].
Figura 1: Aplicação de um conversor D/A [1]
A Fig.2 apresenta um DAC de 4 bits com 16 níveis discretos,
Uma das principais aplicações destes conversores é no ramo observa-se que para cada umas das palavras binárias do sinal
digital, há um valor correspondente na saída analógica. Na
.
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prática, a barra zero pode não ser exatamente zero, devido ao A. Conversor DAC com resistores de peso binário
erro de offset, o intervalo desde 0 até 15 pode não ser Estes conversores são compostos por um conjunto de chaves,
precisamente codificado devido ao erro de ganho, e a diferença um conjunto de resistores de precisão de peso binário, um
nas alturas das barras pode não mudar uniformemente devido à amplificador operacional e uma tensão de referência. O
não linearidade [4], características estas que serão comentadas esquemático do circuito pode ser visualizado na Fig. 4.
adiante.
A resolução DAC especifica o número de bits de entrada e,
consequentemente, o número de tensões na saída (ou correntes)
possíveis, isto é, esse parâmetro indica o passo ou a menor
mudança possível na saída analógica em função da entrada.
Quanto maior o número de bits, maior o número da faixa de
valores analógicos representados por cada combinação de bits.
Um conversor de 𝑛 bits consegue representar 2𝑛 níveis de
tensão. Portanto, existem 2𝑛 − 1 passos para sair do menor
valor (zero, por exemplo) e atingir o fundo de escala (valor
máximo da saída). Sendo, portanto, a resolução o “tamanho do
degrau”, assim, quanto maior a resolução do sistema digital, Fig. 4: A. Conversor DAC com resistores de peso binário
menor o degrau e menor a distorção do sinal.
A linearidade e precisão relativa são sinônimos usados para Considerando que este é um amplificador somador,
especificar conversores. Geralmente o termo linearidade é analisando-o este circuito, tem-se que a saída desse sistema é
usado para conversores D/A enquanto precisão relativa é usado determinada por:
para conversores A/D [4]. Em um conversor D/A ideal, iguais
incrementos numéricos da entrada digital deveriam gerar iguais 𝑉𝑎 𝑉𝑏 𝑉𝑐 𝑉𝑛
incrementos na saída analógica. Desse modo, o erro de 𝑉𝑠𝑎í𝑑𝑎 = −𝑅𝑓 ( + + … + 𝑛−1 )
𝑅 2𝑅 4𝑅 2 𝑅
linearidade ou a não linearidade é definido como a máxima
distância entre qualquer desses pontos discretos, que indicam a Em que 𝑛 é quantidade de bits da palavra digital.
tensão analógica correspondente a cada entrada digital para um Como cada bit da palavra digital que controla a chave
conversor real e a reta. A Fig. 3 ilustra a medida da linearidade: correspondente, isto é, o valor das tensões 𝑉𝑎 , 𝑉𝑏 , 𝑉𝑐 … 𝑉𝑛 e tem-
se que quando o valor do bit é o estado binário 1, a chave fecha
e a tensão de referência, +𝑉𝑟𝑒𝑓 , é aplicada ao terminal do
resistor correspondente. Já quando o valor do bit é o estado
binário 0 a chave fecha na tensão de referência 0 V. Assim, a
saída desse conversor é dada por:

𝐵1 . 𝑉𝑟𝑒𝑓 𝐵2 . 𝑉𝑟𝑒𝑓 𝐵3 𝐵𝑛
𝑉𝑠𝑎í𝑑𝑎 = −𝑅𝑓 ( + + … + 𝑛−1 )
𝑅 2𝑅 4𝑅 2 𝑅

Em que 𝐵𝑛 é o bit (estado) do sinal digital na posição 𝑛, s endo


Fig. 3: Medida da linearidade o primeiro bit o mais significativo.
A taxa de conservação destes conversores é relativamente
Em que “ε” é o erro de linearidade e ∆ é a variação nominal baixa, principalmente devido à alta impedância de entrada,
da saída analógica correspondente a uma variação da entrada limitações das chaves analógicas e características do
digital equivalente à variação no bit menos significativo (LSB) amplificador operacional. Ademais, a principal desvantagem
[4]. De modo geral a linearidade de um conversor comercial é dessa topologia é que para uma grande quantidade de bits, a
1 1 diferença entre os resistores se torna muito elevada,
especificada como 𝜀 < 𝐿𝑆𝐵, o que significa que 𝜀 < ∆.
2 2 aumentando a dificuldade em manter a precisão dos valores dos
Já o erro de offset corresponde a valor da tensão de saída resistores.
devido a entrada binária zero (que idealmente também deveria
ser nula) e o erro de ganho que corresponde à diferença entre o
valor real e o ideal do fundo de escala. B. Conversor DAC com rede de resistores R-2R
Ao que discerne as topologias, de acordo com as [4], para os
conversores DACs as duas técnicas mais comumente são: rede De acordo com [5], a malha de resistores R-2r para um
de resistor com peso binário e a rede R-2R. Os quais são conversor de n bits pode ser determinada pela Fig. 6 abaixo:
apresentados nas seções que seguem.
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Fig.5: Conversor R-2R: N bits [5]

Fazendo a análise circuital dessa malha de resistores, tem-se


e tensão de saída é determinada por:

𝐵1 𝐵2 𝐵3 𝐵𝑛
𝑉𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑟𝑒𝑓 ∗ ( + + + ⋯+ )
2 4 8 2𝑛

Em que 𝐵1 é o bit mais significativo e 𝐵𝑛 é o bit menos


significativo. Usando este tipo de rede, existem ainda várias
versões de conversores DAC. As modificações ocorrem na
utilização e configuração do amplificador de saída e no modo
em que se faz a comutação com as chaves.

III. CONVERSORES ANALÓGICO DIGITAIS (ADC) Fig.6: Conversão analógico para digital (A/D) de um sinal:
(a) quantização e (b) codificação de pulso.
Os conversores analógicos-digitais são circuitos ou
componentes que quando excitado os por um sinal elétrico
Para o sinal em questão, o sinal analógico, x(t), a sua
produzem um código digital equivalente. Esses dispositivos são
amplitude está em uma faixa que varia de -V a +V. Essa faixa é
utilizados para compatibilizar a interface entre instrumentos
digitais ou computadores com o mundo analógico. particionada em L subintervalos - L corresponde a 2𝑛 , em que
Um sinal analógico pode assumir qualquer valor em uma n é quantidade de bits da saída -, cada um com magnitude Δ =
faixa contínua, sendo assim, a amplitude de um sinal analógico 2V/L. Dessa forma, cada valor amostrado é aproximado pelo
pode assumir infinitos valores. No entanto, a amplitude de um valor mais próximo de um dos L números. Cada um desses L
sinal digital só pode assumir um número finito de valores. números reproduzem uma saída digital. No caso da Fig., 6 o
Desse modo, um sinal analógico só pode ser convertido em um sinal analógico é quantizado em 16 níveis, cada um desses
sinal digital através da amostragem e quantização níveis está associado à uma palavra binária de 4 dígitos. Para
(arredondamento). Apenas a amostragem um sinal analógico transmitir ou processar digitalmente o dado binário, é associado
não é suficiente para que se resulte em um sinal digital, pois a um pulso elétrico distinto a cada um dos dois estados binários.
amostra de um sinal analógico pode assumir, ainda, qualquer Uma forma possível é associar um pulso negativo para o binário
valor em uma faixa contínua. Esse sinal é digitalizado pelo 0 e um pulso positivo para o binário 1, tal que cada amostra é,
arredondamento de seu valor para o valor mais próximo agora, representada por um grupo de quatro pulsos binários
possível dos números possíveis permitidos - níveis de (código de pulso), como indicado na Fig. 6b. O sinal binário
quantização). A Fig. 6 ilustra um esquema de quantização. resultante é um sinal digital obtido do sinal analógico x(t)
através da conversão ADC. No jargão de comunicações, tal
sinal é chamado de sinal modulado por código de pulso (PCM)
[6]. Devido a quantização aparecem erros e ruídos no sistema,
o erro de quantização consiste na diferença entre a entrada
original e saída do quantizador. Quanto maior o número de bits,
menor a amplitude do ruído e do erro. Ademais, esse sinal de
ruído indesejado, se necessário, pode ser atenuado por meio de
filtros digitais. Alguns conversores já possuem estes filtros
digitais internamente para a redução dos ruídos.
Existem vários tipos de conversores ADC, as características
de cada tipo definem as aplicações típicas, portanto deve-se ter
o conhecimento das técnicas empregadas para uma melhor
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caracterização dos conversores ADC integrados. De acordo B. Conversor ADC do tipo flash
com [7,8] as topologias mais comuns são: dupla inclinação, ▪ Princípio de funcionamento: é feita a comparação do
flash, aproximações sucessivas, delta-sigma, sendo esses dois sinal analógico com tensões de referências (provindas
últimos os mais utilizados para sistemas de aquisição de dados de um divisor de tensão resistivo). Assim, cada um dos
[8]. Esses conversores, bem como suas características são comparadores apresenta saída com nível lógico alto
apresentados na sequência. quando a entrada analógica é maior que a sua
respectiva tensão de referência. As saídas desses
comparadores estão acopladas a um decodificador que
A. Conversor ADC de dupla inclinação gera a palavra digital.
▪ Princípio de funcionamento: inicialmente, faz-se a
integração do sinal analógico durante um tempo fixo, ▪ Circuito: este circuito contém divisores de tensão,
𝑡1 , o integrador fornece na sua saída um sinal que comparadores e um decodificador conforme mostrado
cresce linearmente com o tempo e tem uma inclinação na Fig. 8:
variável que depende do valor da tensão de entrada e
da constante de tempo RC. Nesta fase o intervalo de
tempo de integração é fixo e igual ao máximo valor
que depende do clock e do número de bit do contador
e consequentemente do conversor. Quando o contador
atinge sua contagem máxima a entrada analógica é
removida da entrada do integrador e é aplicado um
sinal de referência (Vref é oposto ao sinal de entrada),
nessa situação a saída do integrador é um sinal que
decresce com uma inclinação constante até atingir um
valor de tensão igual a zero. O tempo nessa segunda
𝑉
fase, 𝑡2 , é igual à 𝑖𝑛 . 𝑡1. Assim, quando a saída do
𝑉𝑟𝑒𝑓
integrador atinge zero, o contador é inibido e o estado
do contador é a palavra digital equivalente à entrada
analógica [4,7,8 e 9].

▪ Circuito: este circuito contém um integrador, um


controle lógico, clock, comparador, e um contador
como mostrado na Fig. 7:

Fig.8: Conversor ADC do tipo flash ou paralelo [7]

▪ Principais características: apresentam alto consumo


de energia devido a complexidade do seu circuito,
além de apresentar uma resolução relativamente baixa
quando comparada a outros tipos de conversores e
oferecem taxas de amostragem extremamente altas. As
principais aplicações desse tipo de conversor são para
processamento de sinais de alta frequência [7].

C. Conversor ADC por aproximações sucessivas


▪ Princípio de funcionamento: o sinal analógico de
Fig.7: Circuito típico conversor ADC dupla rampa [7]
entrada 𝑉𝑖𝑛 é comparado sucessivamente com a saída
analógica do conversor DAC acoplado a um contador
▪ Principais características: devido ao tempo de
digital de n bits, chamado nesse caso de registrador de
integração este tipo de conversor não é utilizado para
aproximações sucessivas. O processo de contagem é
situações em que se exige alta velocidade ou para
decrescente, iniciando pelo bit mais significativo
sinais que variam rapidamente. A sua simplicidade
(MSB) até o menos significativo (LSB). A cada
aliada ao seu baixo custo, faz com que geralmente
contagem/comparação, o bit correspondente
esses conversores sejam utilizados em multímetros
permanece ativado em “1”, caso o valor de 𝑉𝑖𝑛 seja
digitais.
superior à tensão gerada pelo DAC, caso contrário, o
bit retorna para “0”. A contagem se repete n vezes, até
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que o LSB seja comparado, quando então o valor do
contador, que representa o resultado da conversão
ADC, é transferido para um registrador. Uma vez que
o valor digital foi lido, a contagem é reiniciada no
contador (“reset”) e o processo se repete [10].

▪ Circuito: o circuito típico é apresentado na Fig. 9:

Fig. 10: Diagrama de blocos de um conversor ADC do tipo


delta-sigma [7].

▪ Principais características: usualmente são utilizados


para aplicações dinâmicas que requerem a maior
resolução possível do eixo de amplitude, são
comumente encontrados em áudio, som e vibração e
em uma ampla variedade de aplicações de aquisição
de dados. Apresenta proteção anti-aliasing inerente e
bom desempenho sinal-ruído.

IV. SIMULAÇÃO
Neste trabalho, optou-se por simular um conversor DAC de
8 bits a partir da plataforma Tinkercad, que é uma ferramenta
online e gratuita para design de modelos 3D em CAD e de
simulação de circuitos elétricos analógicos e digitais,
Fig.9: Conversor ADC do tipo aproximações desenvolvida pela Autodesk. A topologia utilizada para o
sucessivas [10] conversor foi a malha de resistores R-2R, a qual é apresentada
abaixo:
▪ Principais características: circuito simples; baixo
custo; tempo de conversão fixo e inferior ao contador
de rampa digital; usado em médias e altas resoluções
(8 – 16 bits); é o tipo mais comum encontrado em
microcontroladores.

D. Conversor ADC do tipo delta-sigma


▪ Princípio de funcionamento: de acordo com [7], seu Fig. 11: Circuito do conversor DAC passivo de 8 bits
funcionamento se baseia em algumas teorias mais utilizado.
avançadas de processamento de sinais, quais são, por
exemplo, noise shaping, oversamplig e o processo de Neste projeto, ao invés de chaves comutadoras, os bits foram
dizimação de amostras. Os ADCs delta-sigma gerados a partir do microcontrolador Arduino. Para a simulação
funcionam sobredimensionando os sinais muito acima dos bits de entrada do conversor, foi implementado um código
da taxa de amostragem selecionada. É criado um fluxo para o microcontrolador utilizado que consistia na criação de
de dados de alta resolução a partir desses dados com um contador binário que percorresse todas as permutações
superamostragem na taxa que o usuário selecionou. possíveis para uma palavra binária de 8 bits, o qual segue
Essa superamostragem pode ser centenas de vezes abaixo:
superior à taxa de amostragem selecionada. Essa
abordagem cria um fluxo de dados de alta resolução
(24 bits é comum) e tem a vantagem de permitir a
filtragem anti-aliasing de vários estágios (AAF),
tornando praticamente impossível digitalizar sinais
falsos [8].

▪ Circuito: esse conversor é construído a partir da


utilização de um modulador do tipo delta sigma e um
filtro digital, qual apresentado abaixo na Fig. 10.
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Fig.15: Saída conversor DAC – 8 bits

A figura 14 mostra a saída do conversor DAC para um


contador binário de 8 bits, a Fig.15, mostra a mesma saída,
porém ampliada. Nesta figura, fica nítido os “degraus” devido
a quantização do sinal, quanto maior a resolução do conversor,
menor a “altura desses degraus”. Desse modo, a rigor, a
conversão não resulta em um sinal analógico, tendo em vista
que por definição este pode assumir qualquer valor, A saída do
conversor DAC, pode ter apenas valores de amplitude finitos,
sendo que, quanto maior a resolução, maior a quantidade de
valores que a saída pode percorrer.
Para a medição da variação da amplitude da saída analógica
quando da variação do bit menos significativo da palavra de 8
Fig.12: Programação Arduino
bits, foi medido com o voltímetro o valor da tensão de saída
para dois valores consecutivos do contador, desse modo, o valor
Os resistores utilizados foram de 1 𝑘𝛺 e 2 𝑘𝛺. O circuito
encontrado foi de aproximadamente 30 mV/bit. O valor
implementado pode ser visualizado na figura abaixo: esperado era de 19,53 mV/bit, essa discrepância pode estar
associada a precisão dos componentes utilizados como também
a oscilação da tensão fornecida nas portas de saídas digitais do
Arduino, conforme verificado na simulação. O link para acesso
a simulação está disponível em:
https://www.tinkercad.com/things/fwkwHPXB5IE?sharecode
=bt7EVNhK0O10Gi33EeI1oRS_feVVN-iBdSfloGLPfYs.
Apenas para efeito de compreensão, esse conversor também
foi simulado no Matlab, tendo em vista que a tensão de saída do
conversor é:
𝐵1 𝐵2 𝐵3 𝐵𝑛
𝑉𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑉𝑟𝑒𝑓 ∗ ( + + + ⋯+ 𝑛 )
2 4 8 2
Fig. 13: Conversor DAC – 8 bits Foi simulado um gerador de palavras binárias de 4 e 8 bits e
as saídas dos conversores considerando o circuito a malha de
O resultado da simulação é apresentado nas Fig. 14 e 15. resistores R-2R, o código é apresentado ao final desse trabalho.
Os resultados são apresentados a seguir:

Fig. 14: Saída do conversor DAC


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Fig. 16: Saída do conversor DAC – 8 bits com aqueles esperados e que foram apresentados ao longo desse
trabalho.

VI. REFERÊNCIAS

[1] Notas de Aula, Universidade Federal de Pernambuco, disponível


em:
https://www.cin.ufpe.br/~es238/arquivos/aulas/aula17_conversores_
adda.pdf
Acesso em 09 de julho de 2022
[2] Balbinot, A. et al. Instrumentação e fundamentos de medidas. 2° ed,
2010
[3] Eletrônica Básica, Universidade Estadual Paulista, disponível em:
https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/e
letronica_basica_capitulo_11_cad_cda_2014.pdf
Fig. 17: Saída do conversor DAC – 8 bits (ampliada) Acesso em 09 de julho de 2022

[4] Notas de Aula, Universidade Federal de Lavras, disponível em:


http://professores.dcc.ufla.br/~giacomin/Com145/AD_DA.pdf.
Acesso em 10 de julho de 2022
[5] R/2R LADDER NETWORKS - Application Note, TTeletronics
[6] B.P. Lathi, Sinais e Sistemas Lineares, 2 ª Ed, 2008.
[7] M. Feldman. " Estudo e simulação de um conversor A/D do tipo
redistribuição de carga", Trabalho de Conclusão de Curso,
Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
2013
[8] O que é um conversor ADC, DEWESoft, disponível em:
https://dewesoft.com/br/aquisicao-de-dados/o-que-e-conversor-
adc#tipos-de-adc
Acesso em 16 de julho de 2022.
[9] Notas de Aula, Universidade Estadual de Campinas, disponível em:
https://www.dsif.fee.unicamp.br/~elnatan/ee610/19a%20Aula.pdf
Acesso em 16 de julho de 2022.
[10] Notas de aula, Universidade Federal do Paraná, dispinível em:
http://www.eletrica.ufpr.br/marliob/te149/aula8.pdf
Acesso em 16 de julho de 2022.

Fig. 18: Saída do conversor DAC – 4 bits VII. APÊNDICE


As figuras 16 e 17 apresentam a saída do conversor de 8 bits,
como a resolução desse DAC e maior, observa-se que a saída
quase se assemelha a uma reta, no entanto, ampliando a curva,
Fig. 17, é perceptível que o sinal de saída assume apenas valores % PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
finitos. Na figura 18, para o DAC de 4 bits, esse comportamento % Curso: Mestrado em Eng. Elétrica – Semestre: 01/2022
é ainda mais notável, tendo em vista que menor é a resolução. % Disciplina: Sinais e Sistemas
Como já comentado, quanto menor a resolução do DAC menor
% Aluna: Karine de Freitas Teixeira
é quantidade de valores que a saída analógica pode percorrer e,
portanto, maior a “altura dos degraus” da saída do conversor %
quando acionado por um contador binário – maior o erro devido % Trabalho final
a quantização.

A. 8 BITS
V. CONCLUSÃO
A partir deste trabalho, pôde-se apresentar uma visão geral clc
dos conversores analógicos-digitais e digitais-analógicos, clear all
abordando aspectos tais como: princípio de funcionamento; close all
topologias; principais características e implementação. Sendo
Vref = 5; %Tensão de referencia do arduino
que, para este último foi implementado também na plataforma
Tinkercad para melhor compreensão e visualização da cont = 0;
conversão da digital analógica. Observou-se que, para esses
conversores, quanto maior a resolução, mais a saída do %Primeira iteração
conversor se aproxima do sinal analógico, ademais, conclui-se b_dec = 0;
que, os resultados obtidos na plataforma escolhida conferem
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bit = dec2bin(b_dec',8'); Vsaida(cont+1)= Vref*sum(vetor_bit.*[1/2;1/4;1/8;1/16]) ;
vetor_bit(1,:) = str2num(bit); % Mais significativo -> menos significativo
Vsaida(1) = Vref*sum(vetor_bit.*[1/2;1/4;1/8;1/16;1/32;1/64;1/128;1/256]); end

for cont = 1:255 figure(1)


aux = [0:1:15] %Ajuste escala
b_dec = cont; plot(aux,Vsaida)
bit = dec2bin(b_dec',8)'; hold on
vetor_bit = str2num(bit); % Mais significativo -> menos significativo stairs(aux,Vsaida)
Vsaida(cont+1)= title('Conversor D/A - 4 bits')
Vref*sum(vetor_bit.*[1/2;1/4;1/8;1/16;1/32;1/64;1/128;1/256]) ; ylabel('Tensão [V]')
xlim([0 15])
end legend('Tensão de referência','Tensão de saída do conversor')
grid on
figure(1) hold off
aux = [0:1:255] %Ajuste escala
plot(aux,Vsaida)
hold on Published with MATLAB® R2019a
stairs(aux,Vsaida)
title('Conversor D/A - 8 bits')
ylabel('Tensão [V]')
xlim([0,255])
legend('Tensão de referência','Tensão de saída do conversor')
grid on
hold off

B. 4 BITS

clc
clear all
close all
Vref = 5; %Tensão de referencia do arduino
cont = 0;

%Primeira iteração
b_dec = 0;
bit = dec2bin(b_dec',4)';
vetor_bit = str2num(bit); % Mais significativo -> menos significativo
Vsaida(1) = Vref*sum(vetor_bit.*[1/2;1/4;1/8;1/16]);

for cont = 1:15

b_dec = cont;
bit = dec2bin(b_dec',4)';
vetor_bit = str2num(bit); % Mais significativo -> menos significativo

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