Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pomilio
Middlebrook e Cuk (1976, 1977) desenvolveram uma técnica para obter um modelo
de variáveis médias no espaço de estado, resultando em um modelo linear para o estágio de
potência, incluindo o filtro de saída, modelo este válido para pequenas perturbações, fazendo-
se a linearização em torno do ponto de operação.
Por variáveis médias entende-se o valor médio de cada variável considerada
(normalmente corrente no indutor e tensão no capacitor), valor médio calculado a cada
período de comutação. Ou seja, o modelo não é capaz de representar o ripple da corrente ou
da tensão, mas representa a evolução do valor médio destas variáveis. As realimentações
necessárias à operação em malha fechada não devem conter sinais de alta frequência, ou seja,
devem ser devidamente filtradas, de maneira que o modelo reproduza de maneira fiel o
comportamento do sistema.
Caso o ripple de alta frequência não seja suficientemente atenuado, sua presença no
circuito pode levar a funcionamentos não previstos pelo modelo e que, portanto, não podem
ser explicados por este.
A figura 8.1 mostra um diagrama de blocos do sistema (domínio do tempo), enquanto
em 8.2 tem-se uma representação em termos de funções de transferência (domínio da
frequência).
Cada bloco do sistema mostrado na figura 8.2 pode ser representado por uma função
de transferência. Os pequenos sinais causadores, ou resultados, da perturbação são indicados
por uma letra no formato v, d, i.
Zf
Vs
Vi
Zi
Vc Controlador δ Estágio de Vo
Potência e
Vr + PWM filtro
Compensador
Tm(s)=
d Tp(s)=
Vo
Tc(s) Vc d
Vr=0 + Ve Vc Controlador d Estágio de Vo
Compensador Potência e
- PWM filtro
b)
Figura 8.2 Funções de transferências do conversor.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-1
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
8.1 Linearização do estágio de potência usando valores médios das variáveis de estado
para obter vo(s)/d(s)
O objetivo deste estudo é obter uma função de transferência para pequenos sinais entre
a tensão de saída (vo) e o ciclo de trabalho (δ), em torno de seus pontos de operação, Vo e D,
respectivamente.
Quando for indicada a variável em tipo maiúsculo (Vo, por exemplo), refere-se ao
valor médio da variável. Quando for indicado vo, indica-se apenas o componente alternado,
relativo à perturbação, e quando se expressar a variável em tipo minúsculo (vo), refere-se à
soma de Vo com vo.
A análise que se segue refere-se à operação no modo contínuo.
Para um conversor tipo buck, boost ou buck-boost tem-se apenas duas variáveis de
estado:
iL
x=
v C
Geralmente a variável de saída (tipicamente a tensão aplicada à carga) pode ser escrita
em termos apenas das variáveis de estado:
v o = C1 ⋅ x d ur a nt e δ ⋅ τ (8.3)
b) Passo 2: Mediar a descrição das variáveis de estado usando o ciclo de trabalho (δ)
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-2
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
v o = C1 ⋅ δ + C 2 ⋅(1 − δ) ⋅ x (8.6)
x = X+x
v o = Vo + v o (8.7)
δ = D+d
Em geral, vi=Vi+vi. Entretanto, como o objetivo aqui é obter uma função entre vo e δ,
consideraremos a tensão de entrada sem variação, de modo que vi=Vi.
Usando as equações precedentes e reconhecendo que X & =0, tem-se:
x& = A ⋅ X + B ⋅ Vi + A ⋅ x + [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] ⋅ d (8.8)
A = A 1 ⋅ D + A 2 ⋅(1 − D) (8.9)
B = B 1 ⋅ D + B 2 ⋅(1 − D) (8.10)
A ⋅ X + B ⋅ Vi = 0
(8.11)
X = − A −1 ⋅ B ⋅ Vi
x& = A ⋅ x + [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] ⋅ d (8.12)
Analogamente,
Vo + v 0 = C ⋅ X + C ⋅ x + [(C1 − C 2 ) ⋅ X] ⋅ d (8.13)
C = C1 ⋅ D + C 2 ⋅(1 − D) (8.14)
Vo = C ⋅ X (8.15)
v o = C ⋅ x + [(C1 − C 2 ) ⋅ X] ⋅ d (8.16)
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-3
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Vo
= − C ⋅ A −1 ⋅ B (8.17)
Vi
ou,
−1
x (s) = [s ⋅ I − A ] [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] ⋅ d (s) (8.19)
v o (s) −1
Tp (s) = = C ⋅ [s ⋅ I − A ] ⋅ [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] + (C 1 − C 2 ) ⋅ X (8.20)
d (s)
δ( t ) = 1 se v c ( t ) ≥ v s ( t )
(8.23)
δ( t ) = 0 se vc ( t ) < v s ( t )
V a ⋅ sin(ωt + φ)
δ( t ) = c + + componentes de frequência maior (8.24)
Vs Vs
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-4
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
v s (t) v c (t)
Vs
Vc
t
δ (t) Componente fundamental
1
D
0
t
Figura 8.3 Tensão de controle e sinal MLP.
δ( t ) = D + d ( t ) (8.25)
Vc
D= (8.26)
Vs
a ⋅ sin (ωt + φ)
d (t ) = (8.27)
Vs
d (s) 1
Tm (s) = = (8.28)
v c (s) Vs
(a) (b)
Figura 8.4 Alternativas topológicas (modo contínuo) de conversor abaixador de tensão:
condução do transistor (a) e condução do diodo (b).
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-5
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Numa forma matricial, as equações anteriores, que são válidas durante o intervalo
normalizado δ, podem ser escritas como:
Ro ⋅ ( R se + R L ) + R se ⋅ R L Ro
− − 1
x& 1 L ⋅ ( R se + Ro) L ⋅ ( Ro + R se ) x1
x& = Ro 1
+ L Vi (8.31)
2 − x2 0
C ⋅ ( Ro + R se ) C ⋅ ( Ro + R se )
Ro ⋅ R se ⋅ x 1 + Ro ⋅ x 2
v o = Ro ⋅ ( x 1 − C ⋅ x& 2 ) = (8.32)
Ro + R se
Então:
Ro ⋅ R se Ro
C1 = C 2 = (8.33)
Ro + R se Ro + R se
R se + R L 1
− −
A = A1 = A2 = L L (8.34)
1 1
−
C C ⋅ Ro
C = C1 = C 2 ≈ R se 1 (8.35)
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-6
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
1
B = B1 ⋅ D = L ⋅ D (8.36)
0
A inversa da matriz A é:
1 1
L ⋅ C ⋅ Ro −
A −1 = C ⋅ Ro L (8.37)
R se + R L
Ro + R se + R L − 1 −
C L
Vo Ro + R se
= D⋅ ≅D (8.38)
Vi Ro + R se + R L
Vo D ⋅ Vi
IL = Io = = e (8.39)
Ro Ro
Vc = Vo = Vi ⋅ D
v o (s) 1 + s ⋅ R se ⋅ C
Tp (s) = ≅ Vi ⋅ (8.40)
d (s) 1 R + RL 1
L ⋅ C ⋅ s 2 + s ⋅ + se +
Ro ⋅ C L L ⋅ C
Os diagramas de Bode são mostrados na figura 8.5. A figura 8.6 mostra a resposta do
conversor, operando no MCC, a uma mudança em Vi ou em δ (são equivalentes do ponto de
vista dinâmico). Note que a função de transferência é idêntica caso se obtenha a relação
vo(s)/vi(s), bastando trocar Vi por D no numerador. A concordância dos resultados é absoluta.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-7
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Figura 8.6 Resposta a uma variação na tensão de entrada (equivalente a uma mudança de
largura de pulso) em conversor abaixador de tensão operando no MCC. Em cima: resposta do
modelo. Embaixo: resposta no circuito.
1 s⋅L
1 − ⋅
Vo (s) Vi (1 − D )2 Ro
= ⋅ (8.41)
d (s) (1 − D )2 s⋅L 1
2
2 1
2
1+ ⋅ + s ⋅ L ⋅C⋅
Ro 1 − D 1− D
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-8
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
D s⋅L
1 −
Vo (s) Vi (1 − D )2 ⋅ Ro
= ⋅ (8.42)
d (s) (1 − D )2 s⋅L 1
2
2 1
2
1+ ⋅ + s ⋅ L ⋅C⋅
Ro 1 − D 1− D
S.Cuk and R. D.Middlebrook: "A General Unified Approach to Modeling Switching DC-to-
DC Converter in Discontinuous Conduction Mode". 1977 IEEE Power Electronics
Specialists Conference Record, pp 36-57
P. Tenti: “Appunti dale lezioni di Elettronica di Potenza – Parte I”, DIE, Università di Padova,
Italia, 1994/95.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-9
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
8.6 Exercícios
MCC é: = ⋅ .
d (s) (1 − D )2 s⋅L 1
2
2 1
2
1+ ⋅ + s ⋅ L ⋅C⋅
Ro 1 − D 1− D
Não inclua as resistências do capacitor ou do indutor no modelo.
• Trace os diagramas de Bode utilizando os seguintes valores: Vi=10 V, D=0,5, L=100
uH, C=100 uF, Ro=2 Ω, Vs=5 V, fchav=20k Hz. Comente os resultados.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-10