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As topologias básicas de conversores CC-CC possuem uma chave controlada e outra não-
controlada associadas a elementos lineares invariantes no tempo. Ao conjunto destas duas chaves
pode-se dar o nome de chave PWM [9.1].
O objetivo neste capítulo é desenvolver um modelo linear para estas chaves, válido em torno
do ponto de operação. O projeto adequado do compensador necessita um conhecimento do modelo
matemático do comportamento do conversor frente a pequenas perturbações.
a c L L c p
ia ic ic
Vi C Vi C
p a ia
L1 a p L2 a c p
ia C1 ia
Vi C Vi L C
c
ic ic
Figura 9.1 Conversores básicos indicando terminais ativo (a), passivo (p) e comum (c).
a δ c
ia ic
δ*
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Fontes Chaveadas - Cap. 9 Modelagem de conversores: modelo da chave PWM J. A. Pomilio
No intervalo complementar:
i a (t)= 0 (9.3)
v cp (t)= 0 (9.4)
Novamente, também neste tipo de análise, interessam os valores médios das variáveis (uma
vez que se pretende utilizar ferramentas de análise linear de sistemas). No estudo do
comportamento dinâmico, as perturbações estudadas serão, por hipótese, em frequência muito
menor do que a frequência de chaveamento e de pequena amplitude.
As grandezas médias serão expressas por tipos maiúsculos, enquanto os termos relativos às
perturbações serão indicados com uma letra em estilo: d,v, etc.
Pode-se demonstrar que a seguinte relação é verdadeira:
Ia = δ⋅ Ic (9.5)
Considerando as formas de corrente ia(t) e ic(t) mostradas na figura 9.3, e ainda a presença
da resistência série do capacitor do filtro de saída, tem-se as ondas de vap(t) e vcp(t) indicadas na
figura 9.4, considerando e desprezando a ondulação na corrente.
ia (t)
Ia=Ic. δ
tT t
τ
ic (t)
Ic
A forma retangular de vap(t) (exceto no conversor abaixador, quando vap(t) é sempre igual à
tensão de entrada), decorre, assim, da presença de resistência no caminho da corrente ic(t).
Desprezando a ondulação desta corrente, a ondulação na tensão vap(t) pode ser dada por:
Vr = I c ⋅ R e (9.6)
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Vr
Vap
tT tT
Vcp
t t
δ δ∗ δ δ∗
(a) (b)
Figura 9.4 Tensões nos terminais da chave PWM sem (a) e com (b) a ondulação na corrente
considerada.
Caso a queda de tensão na junção do diodo, vd, deva ser considerada, a equação precedente
deve ser reescrita como:
Seja o ciclo de trabalho composto por uma componente de valor constante e uma
perturbação:
δ = D +d (9.8)
Para um ciclo de trabalho constante (δ=D), e supondo que as variáveis sofram alguma
perturbação devido a mudança na tensão de entrada ou na carga, tem-se:
(I a + i a ) = D ⋅ (I c + i c ) (9.9)
Ia = D ⋅ Ic (9.10)
Das equações anteriores, obtém-se o circuito equivalente dado na figura 9.5, no qual o
"transformador" é um elemento fictício e que permite a transformação de tensões CA ou CC.
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D.D*.Re c
a
Ia . . Ic
vd.D*
Vap 1: D
Vcp
Figura 9.5 Circuito CC equivalente (fictício) para chave PWM com transformador CC.
ia = D ⋅ ic + Ic ⋅ d (9.12)
v cp
v ap =
D
[
+ i c ⋅ R e ⋅ D * − Vap + I c ⋅ (D − D*) ⋅ R e + v d ⋅ ] dD (9.14)
D.D*.Re c
a
- +
ia
VD d
. . vd.D*
ic
D 1: D
d.Ic
vcp
p
Figura 9.6 Modelo CA da chave.
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9.4 Efeito das perdas em condução e do tempo de armazenamento sobre o modelo da chave
PWM
ic
δ ef = δ − (9.16)
I me
onde Ime é um parâmetro que depende do tipo de circuito de acionamento de base do transistor.
Substituindo (16) em (12) e (14) chega-se a:
I
i a = D − c ⋅ i c + I c ⋅ d (9.17)
I me
v cp r V
v ap = + ic ⋅ R e ⋅ D * + m − D ⋅d (9.18)
D D D
VD
rm = (resistência modulada)
I me
ia = D ⋅ ic + Ic ⋅ d (9.19)
D.D*.Re rm
a c
ia rt ic
vd.D*
rd
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v cp VD
v ap = + i c ⋅ rc − d ⋅ (9.21)
D D
rc = rm + D ⋅ rt + D * ⋅rd + D ⋅ D * ⋅R e (9.22)
a
- +
ia . . D.D*.Re rm Drt + D*rd i c c
VD d vd.D*
D 1: D
d.Ic
a c L
ia ic
Vi C
p
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VD d
D r m D r t+D*rd L RL io
a a1 c1 D.D*'.Re
- +
ia . . ic
vd.D*
c
+
Rse
d.Ic 1: D
vap vc1p Ro vo
vi va1p C
vcp
i1
p
9.5.1 Análise CC
Analisando o modelo, e considerando que: o ciclo de trabalho é constante (d = 0); os
indutores são representados apenas por suas resistências; os capacitores estão abertos; a tensão de
entrada; Vi é constante; Re = 0, obtém-se:
Vap = Vi (9.24)
Vo
I c = Io = (9.27)
Ro
D ⋅ Ro ⋅ (Vi − D * ⋅v d )
Vo = (9.28)
Ro + R L + rm + rt ⋅ D + rd ⋅ D *
Vo D ⋅ Ro
M= = (9.29)
Vi Ro + R L + rm + rt ⋅ D + rd ⋅ D *
Desprezando ainda rm, RL, rt e rd, tem-se então a relação do conversor sem perdas:
Vo
M= =D
Vi
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di c
D ⋅ v i − v o = (rm + D ⋅ rt + D * ⋅rd + R L ) ⋅ i c + L ⋅ (9.30)
dt
v o = Ro ⋅ i o (9.31)
R 1 = rm + D ⋅ rt + D * ⋅rd + R L (9.32)
1
C∫
v o = R se ⋅ i 1 + i 1 ⋅ dt (9.33)
ic = i o + i1 (9.34)
D ⋅ Ro ⋅ (s ⋅ C ⋅ R se + 1)
v o (s) (Ro ⋅ C ⋅ L + R se ⋅ C ⋅ L)
= (9.35)
v i (s) C ⋅ (Ro ⋅ R 1 + Ro ⋅ R se + R 1 ⋅ R se ) + L Ro + R 1
s2 + s ⋅ +
L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) L ⋅ C ⋅ (Ro + R se )
vi + 1 ic + i1 1 vo
δ Rse+
- sL+R 1 sC
-
io
1
Ro
1
v o (s) L⋅C
= D⋅ (9.36)
v i (s) 1 1
s2 + s ⋅ +
Ro ⋅ C L ⋅ C
A simulação da equação 9.35 resulta nos diagramas de Bode mostrados na figura 9.12.
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Ganho (dB)
Fase (°)
-100
-200
Hz
Figura 9.12 Diagramas de Bode da relação vo(s)/vi(s) para conversor abaixador de tensão no MCC.
Utilizando o modelo da figura 9.10, e lembrando que, para esta análise d=0, o circuito
resultante é mostrado na figura 9.13. A respectiva resposta em frequência é mostrada ao lado, a qual
é coincidente com a obtida pela função de transferência. Verifica-se, deste modo, a praticidade
desta modelagem, pois permite obter o comportamento dinâmico do sistema a partir do próprio
circuito.
Os parâmetros usados são: L=10 mH, C=100 uF, Rse=0,3 Ω, rt=0,1 Ω, rd=0,3 Ω, RL=0,
Ro=10 Ω, rm=0, D=0,5, vd=0,8 V.
A resposta no tempo a um degrau na tensão de entrada é mostrada na figura 9.14, tanto para
o circuito completo (com transistor e diodo) quanto para o modelo. Neste caso, a inclusão do
parâmetro vd no modelo é essencial para a exatidão da resposta.
Figura 9.13. Circuito utilizando modelo da chave PWM e respectiva resposta em frequência.
Figura 9.14 Resposta a um degrau na tensão de entrada: circuito com chaveamento e modelo.
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d
v ap = v a1p − VD ⋅ =0 (9.37)
D
v c1p = VD ⋅ d (9.39)
Como não existe ondulação de tensão em vap (já que para este conversor Re = 0), pode-se
escrever, de (9.23):
VD = Vi + I c ⋅ ( rd − rt ) (9.40)
chega-se ao seguinte sistema de equações, o qual leva ao diagrama de blocos mostrado na figura
9.15:
di c
VD ⋅ d − v o = R 2 ⋅ i c + L ⋅ (9.42)
dt
v o = Ro ⋅ i o (9.43)
1
C∫
v o = R se ⋅ i 1 + i 1 ⋅ dt (9.44)
ic = i o + i1 (9.45)
d + 1
ic + i1 1 vo
VD Rse+
- sL+R 2 sC
-
io
1
Ro
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v o (s)
= VD ⋅ F(s) (9.46)
d(s)
Ro ⋅ (1 + s ⋅ C ⋅ R se )
L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se )
F(s) = (9.47)
2 C ⋅ ( Ro ⋅ R 2 + Ro ⋅ R se + R se ⋅ R 2 ) + L Ro + R 2
s + s⋅ +
L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se ) L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se )
VD = Vi + I c ⋅ ( rd − rt ) (9.48)
Nota-se que a resposta independe do valor médio do ciclo de trabalho, ou seja, do ponto de
operação.
A figura 9.16 mostra os diagramas de Bode da função de transferência entre a tensão de
saída e o ciclo de trabalho, considerando e desprezando as resistências “parasitas” do modelo.
50
Ganho (db)
0 Com Rse e R2
Sem Rse e R2
50
Valores usados:
-100 Vi=100 rm=0
Ro=10 δ=0,5
0
Rse=0,3
Fase
Po=250W
100
rt=0,1 rd=0,3
L=10mH
-200 C=100uF
3 4 5
10 100 1 .10 1 .10 1 .10
f (Hz)
Figura 9.16 Diagramas de Bode relativos à figura 9.15.
Do modelo, vin(s) = vi(s) e iin(s) = ia(s). Admitindo um ciclo de trabalho constante (d = 0), tem-se:
ia = D ⋅ic (9.50)
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s ⋅ C ⋅ Ro R 1
⋅ se + + 1
i c (s) L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) Ro s ⋅ C ⋅ Ro
= (9.51)
D ⋅ v i (s) 2 L + C ⋅ (Ro ⋅ (R 1 + R se ) + R 1 ⋅ R se ) R 1 + Ro
s +s⋅ +
L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) L ⋅ C ⋅ (Ro + R se )
L + C ⋅ ( Ro ⋅ ( R1 + R se ) + R1 ⋅ R se ) R1 + Ro
E = s2 + s ⋅ + (9.52)
L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se ) L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se )
v i (s) 1 E ⋅ C ⋅ L ⋅ (Ro + R se )
Z in = = 2⋅ (9.53)
i a (s) D 1 + s ⋅ C ⋅ (Ro + R se )
v (s) 1
Z out = o // Ro // R se + (9.54)
i c (s) s ⋅ C
Do diagrama de blocos,
v o (s)
= s ⋅ L + R1 (9.55)
i c (s)
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Ro ⋅ R 1 s ⋅L
⋅ 1 + ⋅ [1 + s ⋅ C ⋅ R se ]
L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) R1
Z out = (9.56)
E
[9.1] Vorpérian, V.: “Simplify PWM Converter Analysis Using a PWM Switch Model”. PCIM,
March 1990, pp. 10-15.
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