Você está na página 1de 75

Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Análise de Sistema
de Energia Elétrica

Cálculo de correntes
de curto circuito
Alex Reis

Brasília, 30 de outubro de 2016


Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 1
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• STEVENSON, W. D. Elementos de Análise de Sistemas de


Potência, McGraw-Hill, São Paulo, 1987

• ALMEIDA, W. G. ; FREITAS, F. D. Circuitos Polifásicos, Fundação


de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos, Brasília, 1995.

• SATO, F. ; FREITAS W. Análise de Curto-Circuito e Princípios de


Proteção em Sistemas de Energia Elétrica : Fundamentos e
Prática, Editora Elsevier, Rio de Janeiro, 2015.

• Notas de aulas.

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 2


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Estudos de Curto Circuito


• Determinar as correntes circulantes nos equipamentos elétricos, quando
da ocorrência de condições de curto circuito (faltas ou defeitos) na rede.

• A partir destas informações, pode-se realizar diversas analises:

• Especificação da capacidade de interrupção de dispositivos de


chaveamento (disjuntores)

• Seleção da suportabilidade térmica de equipamentos

• Ajustes de dispositivos de proteção

• Determinação de esforços mecânicos em equipamentos

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 3


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Curto circuito: elementos vivos (energizados) entram em contato entre si e/ou


com a terra
• O contato pode ser direto (por meio de
um objeto) ou indireto (arco voltaico)

• Curtos simétricos (equilibrados): as


fases conduzem as mesmas amplitudes
de corrente.

• Curtos trifásicos

• Curtos assimétricos (desequilibrados):


desequilíbrio de correntes

• Curtos: fase-terra, fase-fase e


fase-fase-terra

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 4


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Curto é a perturbação mais comum em uma rede elétrica, e também uma das
mais severas
• Diversos fatores influenciam a magnitude das correntes de curto: tipo de curto,
capacidade de geração, topologia da rede, aterramento, etc.

• Dispositivos de proteção devem detectar e eliminar as correntes de curto

• As frequências típicas de ocorrências de curto:

Tipo de curto Frequência de ocorrência (%)


Trifásico 5,0
Fase-Fase 15,0
Fase-Fase-Terra 10,0
Fase-Terra 70,0
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 5
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Geralmente, as correntes em um curto trifásico apresenta as maiores


magnitudes
• Todavia, existem situações em que a corrente de um curto fase-terra é
maior que a corrente de um curto trifásico.
• A magnitude de uma corrente de curto fase-terra pode variar de 25% a
125% daquela de um curto trifásico

• As corrente de curto envolvendo duas fases são, em geral, menores que


as correntes de curto trifásico
• Amplitudes da ordem de 87% do valor da corrente de curto trifásico

• Nesse contexto, é comum os programas destinados ao cálculo de curto


disponibilizarem as informações de curtos trifásicos e fase-terra
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 6
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• As linhas de transmissão são os


equipamentos que mais sofrem
desligamentos devido a curtos
circuitos:
• Em função de fenômenos
naturais (descargas
atmosféricas), condições
adversas (queimadas, poluição,
etc) ou, ainda, ação humana Este fenômeno é conhecido como
inapropriada Back-flashover e é causado por
uma descarga atmosférica
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 7
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Queda de torres devido a ventos e queimadas


ocasionam a ocorrência de curtos

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 8


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Curto circuito em uma rede de distribuição

Curto envolvendo uma Curto envolvendo uma


superfície de concreto superfície de asfalto
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 9
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Algumas hipóteses simplificadoras são adotadas para o cálculo das


correntes de curto (cálculo manual):
• Todos os geradores possuem operam com tensão de 1,0 pu

• Os parâmetros shunt das linhas de transmissão podem ser ignorados,


uma vez que os mesmos não contribuem para uma corrente de curto

• As cargas do sistema podem ser ignoradas, com exceção de cargas


motrizes
• Durante o evento, os motores se comportam como geradores e contribuem
para as correntes de curto

• Transformadores são considerados em operação com tap nominal,


sendo representados por sua impedância série
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 10
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Metodologias para cálculo das correntes de curto:


• Curtos simétricos: uma vez que as tensões/correntes do sistema
continuam equilibradas, pode-se utilizar o equivalente monofásico no
cálculo.

• Curtos assimétricos: em função dos desequilíbrios existentes nas


tensões/correntes, o cálculo das correntes de curto utiliza a ferramenta
matemática conhecida por componentes simétricas.

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 11


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Para efetuar os cálculos das correntes de curto, é necessário a


determinação do circuito Equivalente de Thévenin:
• Obtém-se a impedância equivalente entre o ponto da falta e os
geradores. (geradores em repouso, ou seja, curto circuitados)

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 12


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• De posse da impedância equivalente, obtém-se as correntes de curto


trifásico (Icc):
𝑉𝑇𝐻
𝐼𝑐𝑐 =
𝑍𝑒𝑞

• O valor da corrente de curto também pode ser nomeada por Nível de


Curto.

• Em algumas situações, pode-se fornecer a Potência de Curto (Scc), em


MVAr, no lugar da corrente:

𝑆𝑐𝑐 = 3𝑉𝑇𝐻 𝐼𝑐𝑐 [𝑀𝑉𝐴𝑟]

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 13


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Quando a rede elétrica está representada em pu, a corrente de curto


pode ser dada por:
1
𝐼𝑐𝑐 = (𝑝𝑢)
𝑍𝑒𝑞
• Logo, o procedimento para o cálculo das correntes de curto é:
1. Estabelecer o diagrama de impedâncias, com grandezas em pu

1.1. Levar em consideração as hipóteses simplificadoras

2. Reduzir a rede elétrica ao seu Equivalente de Thévenin

3. Calcular as corrente de curto no ponto desejado

4. Determinar as parcelas da corrente de curto que circulam pelos equipamentos da


rede elétrica
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 14
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A componente contínua é atenuada alguns


• No início do curto, uma ciclos após o início do curto
componente contínua se • Esta é a corrente instantânea inicial
sobrepõe à parcela alternada assimétrica (ou corrente assimétrica)
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 15
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A componente contínua aparece em função da variação brusca de


corrente em um circuito indutivo.
• A amplitude depende de alguns fatores: característica do circuito, instante
de início do curto, correntes pré-falta, etc.
• A componente contínua descrece de forma exponencial

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 16


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Após a atenuação da componente contínua, a corrente de curto atinge o regime


permanente. Nestas condições, obtém-se a corrente de interrupção, a qual circula
pelos polos do disjuntor no momento da abertura
• A capacidade de ruptura do disjuntor deve ser maior que esta corrente

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 17


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Esta expressão fornece apenas a amplitude da


componente alternada da corrente de curto
(componente simétrica)

• Logo, para se obter o valor de pico da corrente


instantânea inicial assimétrica de um curto, o qual
1 considera a componente contínua, multiplica-se a
𝐼𝑐𝑐 = (𝑝𝑢)
𝑍𝑒𝑞 componente simétrica por uma constante (valores
propostos pelo IEEE Switchgear Committe):
• Para sistemas com tensão superior a 5 kV: 1,6

• Para sistemas com tensão inferior a 5 kV: 1,5

• Para sistemas abaixo de 600 V: 1,25

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 18


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A componente contínua também pode ser


considerada para o cálculo da corrente de
interrupção. Isto depende da velocidade de abertura
do disjuntor, sendo adotado as seguintes constantes
1
𝐼𝑐𝑐 = (𝑝𝑢) multiplicativas:
𝑍𝑒𝑞
• Disjuntores de 8 ciclos ou mais: 1,0

• Disjuntores de 5 ciclos: 1,1

• Disjuntores de 3 ciclos: 1,2

• Disjuntores de 2 ciclos: 1,4

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 19


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A parcela alternada da corrente


de curto possui a característica
da figura ao lado:

• Ou seja, existe uma


variação na amplitude da
componente alternada

• Esta condição está associada à variação das reatâncias das máquinas ao


longo do tempo, em virtude do comportamento dos fluxos magnéticos
• Nos instantes iniciais, tem-se a reatância subtransitória (𝑋𝑑 ′′ )
• Na sequência, ela assume valores da reatância transitória (𝑋𝑑 ′ )
• No regime permanente, tem-se a reatância de regime permanente (ou eixo
direto)(𝑋𝑑 )
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 20
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Em função das condições anteriores, o cálculo das correntes de curto


deve ser realizado considerando as alterações na reatância da
máquina, ou seja:
• Até 2 primeiros ciclos: empregar a reatância subtransitória

• De 2 a 5 ciclos: empregar a reatância transitória

• A partir de 5 ciclos: empregar a reatância de eixo direto

• Observação: Os Procedimentos de Rede do Sistema de Transmissão


Brasileiro, Submódulo 23.3, indicam que os estudos de curto sejam
realizados com a reatância subtransitória (𝑋𝑑 ′′ ), para a obtenção dos
maiores valores de corrente.

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 21


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Dado o sistema da figura abaixo, calcule o valor da corrente de


curto trifásico (corrente de interrupção) nas barras 1 e 2.

Barra 1 Barra 2
LT 1

30 MVA 30 MVA
6,6 kV 6,6/66 kV
X = 0,25 pu X = 0,07 pu

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 22


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Dado o sistema da figura abaixo, calcule o valor da corrente de


curto trifásico na barra 2 (corrente de interrupção). Todos os valores estão
em pu, usando 10 MVA e as tensões nominais como bases

Barra 1 Barra 2 Barra 3 Barra 4

X = 0,25 pu X = 0,07 pu X = 0,03 pu X = 0,07 pu X = 0,25 pu


13,8 kV 13,8/69 kV 69 kV 13,8/69 kV 13,8 kV

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 23


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Calcule o valor da corrente instantânea inicial assimétrica para


um curto trifásico na barra 2.

Barra 1 Barra 2
LT 1

100 MVA 150 MVA


13,8 kV 13,8/138 kV
X = 0,28 pu X = 0,15 pu
X’ = 0,25 pu
X’’ = 0,20 pu

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 24


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Considere que na rede elétrica apresentada na sequência, em que as


linhas de transmissão tem reatância de 0,327 ohm/km. Desprezando a corrente de
carga antes da falta e admitindo tensão nominal no instante que ocorre o defeito,
determine:
a) A corrente de curto trifásico franco no ponto F, localizado na linha 2, a 30 km da
barra 2

b) A corrente que flui no gerador G1 (barra 1), em consequência do curto no item a.

c) A corrente de curto trifásico no ponto F, considerando uma reatância de 5 ohms no


ponto de falta.

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 25


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

500 MVA
500/230 kV
Barra 3
X = 10 %

Barra 2
Barra 1 Barra 4
LT 1 - 220 km 400 MVA
230 kV
X’’ = 30 %
2000 MVA 2200 MVA
Barra 5
13,8 kV 13,8/500 kV
X’’ = 20 % X’’ = 10 %
F LT2 - 220 km
LT3 500 MVA
150 km 500/138 kV
X’’ = 12 %

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 26


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

a) Determinar a corrente inicial


eficaz simétrica nos
disjuntores A e B, para uma
falta trifásica em P.
b) Repita o item (a) para uam falta em Q
c) Repita o item (a) para uam falta em R
d) Determine a maior corrente inicial simétrica que percorre os disjuntores A e B

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 27


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Os procedimentos de cálculo de correntes de curto trifásicas não


podem ser aplicados aos curtos assimétricos, tendo em vista os
desequilíbrios decorrentes desta condição
• A utilização da teoria das componentes simétricas tende a simplificar os
cálculos de tensões e correntes em sistemas desequilibrados.

• A Método das Componentes Simétricas foi apresentada em 1918, por


Fortescue e pode ser aplicado a qualquer sistema polifásico
desequilibrado
• Na sequência, será apresentado os conceitos para sistemas trifásicos

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 28


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• O Teorema diz que um sistema trifásico desequilibrado pode ser


representado por uma combinação de três sistemas:
• Sequência positiva: sistema trifásico equilibrado e simétrico (mesmas
amplitude e defasamento de 120º), com a mesma sequência de fase do
sistema não-equilibrado

• Sequência negativa: sistema trifásico equilibrado e simétrico (mesmas


amplitude e defasamento de 120º), com sequência de fase oposta
(inversa) àquela do sistema não-equilibrado

• Sequência zero: conjunto de três fasores iguais, com mesmo módulo e


ângulo

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 29


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

𝑉𝐶1
𝑉𝐵2

𝑉𝐴1 𝑉𝐴2
𝑉𝐴0 = 𝑉𝐵0 = 𝑉𝐶0

𝑉𝐵1 𝑉𝐶2

Sequência positiva Sequência negativa Sequência zero

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 30


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A soma das 𝑽𝑨𝟐


𝑽𝑨𝟎
componentes de
𝑽𝑨
𝑽𝑪𝟏
sequência produz o
𝑽𝑨𝟏
sistema trifásico
desequilibrado: 𝑽𝑩𝟐

𝑽𝑩𝟎
𝑽𝑪

𝑽𝑩𝟏

𝑽𝑪𝟐
𝑽𝑩

𝑽𝑪𝟎

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 31


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A representação matemática das componentes simétricas utiliza o


seguinte operador:

𝑎 = 1120º

• Nesse sentido, tem-se as seguintes relações:

𝑉𝐴1 ሶ 1 ሶ
𝑉𝐴2 1 ሶ
𝑉𝐴0 1
𝑉𝐵1 ሶ = 𝑎2 𝑉1ሶ 𝑉𝐵2 ሶ = 𝑎 𝑉2ሶ 𝑉𝐵0 ሶ = 1 𝑉0ሶ

𝑉𝐶1 𝑎 𝑉𝐶2 ሶ 𝑎2 𝑉𝐶0 ሶ 1

Sequência Sequência Sequência


positiva negativa zero

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 32


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A partir da definição das componentes simétricas:

Sistema
Sequência Sequência Sequência
trifásico = + +
positiva negativa zero
desequilibrado

• Logo:

𝑉𝐴ሶ = 𝑉𝐴0
ሶ + 𝑉𝐴1
ሶ + 𝑉𝐴2

𝑉𝐴ሶ = 𝑉0ሶ + 𝑉1ሶ + 𝑉2ሶ
Substituindo as
definições anteriores
𝑉𝐵ሶ = 𝑉𝐵0
ሶ + 𝑉𝐵1
ሶ + 𝑉𝐵2

𝑉𝐵ሶ = 𝑉0ሶ + 𝑎2 𝑉1ሶ + 𝑎𝑉2ሶ
𝑉𝐶ሶ = 𝑉𝐶0
ሶ + 𝑉𝐶1
ሶ + 𝑉𝐶2

𝑉𝐶ሶ = 𝑉0ሶ + 𝑎𝑉1ሶ + 𝑎2 𝑉2ሶ

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 33


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Na forma matricial:
𝑉𝐴ሶ 1 1 1 𝑉0ሶ
𝑉𝐵ሶ = 1 𝑎2 𝑎 𝑉1ሶ
𝑉𝐶ሶ 1 𝑎 𝑎2 𝑉2ሶ

• Isolando as componentes simétricas:

𝑉0ሶ 𝑉𝐴ሶ
1 1 1 1
𝑉1ሶ = 1 𝑎 𝑎2 𝑉𝐵ሶ
3
𝑉2ሶ 1 𝑎2 𝑎 𝑉𝐶ሶ

• As duas expressões anteriores relacionam um sistema trifásico às


suas componentes simétricas
• Estas definições também são aplicadas às correntes e impedâncias

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 34


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Obtenha as componentes simétricas do seguinte sistema trifásico:

𝑉𝐴ሶ = 50 𝑉 𝑉𝐵ሶ = 4 − 90 𝑉 𝑉𝐶ሶ = 8150 𝑉

Obtenha o sistema trifásico das seguintes componentes simétricas:

𝐼0ሶ = 3,61 − 146,31 𝐴 𝐼1ሶ = 13,1126,80 𝐴 𝐼2ሶ = 4,12 − 71,61 𝐴

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 35


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Em determinadas condições, um sistema trifásico desequilibrado


pode não apresentar a componente de sequência zero:
• Conforme pode ser visto nas equações abaixo, a componente de
sequência zero não existe quando a soma fasores do sistema
desequilibrado é nula

• Nestes casos, tem-se apenas a componente de sequência positiva


e negativa

𝑉0ሶ 𝑉𝐴ሶ 𝐼0ሶ 𝐼𝐴ሶ


1 1 1 1 1 1 1 1
𝑉1ሶ = 1 𝑎 𝑎2 𝑉𝐵ሶ 𝐼1ሶ = 1 𝑎 𝑎2 𝐼𝐵ሶ
3 3
𝑉2ሶ 1 𝑎2 𝑎 𝑉𝐶ሶ 𝐼2ሶ 1 𝑎2 𝑎 𝐼𝐶ሶ

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 36


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Em relação às tensões:
• Em um sistema trifásico desequilibrado, a soma das tensões de linha
(tensão fase-fase) é nula, implicando pois na ausência das componentes
de sequência zero

ሶ + 𝑉𝐵𝐶
𝑉𝐴𝐵 ሶ + 𝑉𝐶𝐴
ሶ =0

• Por outro lado, a soma das tensões de fase (tensão fase-neutro) não é
necessariamente nula e, portanto, as tensões de fase podem possuir
componentes de sequência zero

ሶ + 𝑉𝐵𝑁
𝑉𝐴𝑁 ሶ + 𝑉𝐶𝑁
ሶ ≠0

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 37


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Em relação às correntes:
• Em um sistema trifásico com fio de neutro, a corrente que circula pelo
neutro é igual a soma das correntes de linha. Nesta condições:

𝐼𝑁ሶ = 𝐼𝐴ሶ + 𝐼𝐵ሶ + 𝐼𝐶ሶ 𝐼𝑁ሶ = 3𝐼0ሶ

𝐼𝑎
• A componente de sequência
𝐼𝑛 = 3𝐼0
zero da corrente existe
𝐼𝑏
apenas nos sistemas que
permitem a circulação de 𝐼𝑐
corrente de neutro

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 38


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Em sistemas conectados em estrela isolado (não aterrado) ou triângulo, a


soma das correntes de linha é nula e, nesse sentido, as correntes de linha
não apresentam a componente de sequência zero
• Nas figuras abaixo, Ia, Ib e Ic não apresentam componentes de sequência
zero
𝐼𝑎 𝐼𝑏 𝐼𝑐

𝐼𝑎

𝐼𝑏

𝐼𝑐

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 39


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

No sistema trifásico a 4 fios da figura abaixo, conhecendo as correntes


de linha, calcule as correntes de sequência positiva, negativa e zero

𝐼𝐴ሶ = 120 + 𝑗0 𝐴 𝐼𝑎
𝐼𝑛 = 3𝐼0
𝐼𝐵ሶ = 50 − 𝑗60 𝐴 𝐼𝑏

𝐼𝑐
𝐼𝐶ሶ = 𝑗80 𝐴

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 40


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Uma vez que uma rede trifásica desequilibrada pode ser analisada por
tensões/correntes de sequência positiva, negativa e zero, tem-se:

𝑉1ሶ = 𝑍1 ∗ 𝐼1ሶ
Os circuitos elétricos podem ser representado
𝑉2ሶ = 𝑍2 ∗ 𝐼2ሶ por meio de suas impedâncias de sequência
positiva, negativa e zero
𝑉0ሶ = 𝑍0 ∗ 𝐼0ሶ

• Cada equação anterior representa um circuito equivalente monofásico:


• Ou seja, para se resolver um circuito trifásico desequilibrado, decompõe-se o
sistema original em três sistemas equilibrados

• Resolve-se cada sistema de forma independente, pelo equivalente monofásico

• Retorna-se ao sistema original por meio da transformação inversa


Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 41
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A utilização das componentes simétricas em sistemas elétricos exige


que os elementos (geradores, transformadores, linhas, etc) sejam
representados por meio de circuitos de sequência positiva, negativa e
zero
• Para cada componente de sequência, existem circuitos elétricos que
representam o comportamento do equipamento

• Na sequência, será apresentado os modelos os principais equipamentos

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 42


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A determinação de resistência e indutância série, bem como


capacitâncias shunt, de uma linha de transmissão pressupõe o
conhecimento de diversas variáveis: características dos cabos,
posicionamento dos cabos, comprimento da linha, etc.
• De forma semelhante, as impedâncias de sequência também são
obtidas a partir destas informações (ou através de ensaios)

• Geralmente, em uma linha de transmissão, as impedâncias de


sequência positiva e negativa são iguais

• A impedância de sequência zero apresenta valor situado na faixa de


2 a 5 vezes a impedância de sequência positiva

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 43


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Os circuitos básicos de uma linha de transmissão, considerando as


componentes simétricas, são:

𝑋1 𝑋2 = 𝑋1 𝑋0

Sequência Sequência Sequência


positiva negativa zero

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 44


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• As tensões em um gerador trifásico, aterrado através de uma


impedância, podem ser expressas por:

𝐸𝑎 𝑍𝑎 𝑉𝑎 = 𝐸𝑎 − 𝑍𝑎 𝐼𝑎 − 𝑍𝑛 𝐼𝑛
𝑉𝑎
𝑉𝑏 = 𝐸𝑏 − 𝑍𝑏 𝐼𝑏 − 𝑍𝑛 𝐼𝑛
𝐼𝑎
𝐸𝑏 𝑍𝑏
𝑉𝑐 = 𝐸𝑐 − 𝑍𝑐 𝐼𝑐 − 𝑍𝑛 𝐼𝑛
𝑛′ 𝑉𝑏
𝐼𝑏
𝐸𝑐 𝑍𝑐 Transformando..
𝑍𝑛 𝑉𝑐
𝐼𝑐 𝑉0 = 𝐸0 − 𝑍0 𝐼0 − 3𝑍0 𝐼0
𝐼𝑛 𝑉1 = 𝐸1 − 𝑍1 𝐼1
𝑉2 = 𝐸2 − 𝑍2 𝐼2

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 45


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Deve-se considerar que os geradores, em função de sua construção,


são equilibrados
• Ou seja, o gerador apenas produz tensões de sequência positiva

𝑉1 = 𝐸1 − 𝑍1 𝐼1 𝑉2 = −𝑍2 𝐼2 𝑉0 = −𝑍0 𝐼0 − 3𝑍𝑛 𝐼0

𝑍1 𝑍2 𝑍0

𝐸1 𝑉1 𝑉2 3𝑍𝑛 𝑉0

Circuito de Circuito de Circuito de


Sequência positiva Sequência negativa Sequência zero
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 46
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Geralmente, as impedâncias de sequência de um gerador síncrono


não são iguais entre si:
• Sequência positiva: usa-se o valor da reatância subtransitória, transitória
ou de regime permanente

• Para obter as maiores correntes (pior caso), emprega-se a reatância


subtransitória

• Sequência negativa: valor medido experimentalmente. Pode ser


considerado como a média aritmética das reatâncias subtransitórias da
máquina

• Sequência zero: valor medido experimentalmente

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 47


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• No circuito de sequência zero, considera-se o triplo da impedância de


aterramento:
• Compensar a queda de tensão nesta impedância, uma vez que 𝐼𝑁ሶ = 3𝐼0ሶ

𝑍0
• Para geradores síncronos ligados em Y
diretamente aterrado:
3𝑍𝑛 𝑉0 𝑍𝑛 = 0

• Para geradores síncronos ligados em Y


Circuito de
Sequência zero isolado:

𝑍𝑛 =  (circuito aberto)
𝑉0 = −𝑍0 𝐼0 − 3𝑍0 𝐼0

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 48


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Em transformadores, as impedâncias de sequência positiva e


negativa são iguais
• Obtidos a partir do ensaio de curto circuito do transformador

• Nesse contexto, os circuitos equivalentes são:

𝑋1 𝑋2 = 𝑋1

Sequência Sequência
positiva negativa

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 49


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• O circuito de sequência zero depende do tipo de conexão do


transformador
• Pode existir (ou não) a circulação de correntes de sequência zero

• Para um trafo Y-aterrado /Y-aterrado:

• Conexão Y aterrado permite a


𝐼0 𝐼0
circulação de I0

• Logo, o desequilíbrio em qualquer


𝐼0 𝐼0
lado do transformador (primário
ou secundário) provoca a
circulação de correntes de 𝐼0 𝐼0
sequência zero dos dois lados 3𝐼0 3𝐼0

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 50


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Para um trafo /:

• Conexão em  não permite que I0 circule nas linhas (𝐼𝑝,𝑎 , 𝐼𝑝,𝑏 , 𝐼𝑝,𝑐 , 𝐼𝑠,𝑎 , 𝐼𝑠,𝑏 , 𝐼𝑠,𝑐 não
contém I0), mesmo existindo desequilíbrios no sistema

• Logo, I0 não circula em ambos os lados do transformador

• A mesma situação é observado para trafos Y/Y

𝐼𝑝,𝑎 𝐼𝑠,𝑎

𝐼𝑝,𝑏 𝐼𝑠,𝑏

𝐼𝑝,𝑐 𝐼𝑠,𝑐

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 51


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Para um trafo /Y-aterrado:

• Conexão Y aterrado permite a circulação de I0.

• Conexão em  não permite que I0 circule nas linhas (𝐼𝑝,𝑎 , 𝐼𝑝,𝑏 , 𝐼𝑝,𝑐 não contém I0)

• Nestas situações, no lado em , I0 circula apenas dentro do 

𝐼𝑝,𝑎 𝐼0 𝐼0

𝐼𝑝,𝑏 𝐼0
𝐼0

𝐼𝑝,𝑐 𝐼0
𝐼0
3𝐼0

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 52


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Em função das condições anteriores, o circuito de sequência zero do


transformador pode ser representado por:
Primário Secundário

Chave série Chave série

Chave Chave
paralelo paralelo

• Chave série: fechada apenas para conexões em Y-aterrado

• Chave paralelo: fechada apenas para conexões em 

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 53


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Faça os diagramas de reatâncias, para sequência positiva,


negativa e zero, do sistema elétrico.

Barra 1 Barra 2 Barra 3 Barra 4

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 54


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Desenhar os circuitos de sequência positiva, negativa e zero para o sistema


elétrico abaixo. Usar a base de 30 MVA e 6,9 kV no circuito do gerador A.

• Geradores: 20 MVA, 6,9 kV, X1 =X2 = 0,15 pu, X0 = 0,05 pu, Xn = 0,05 pu
• Trafo A: 25 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo B: 12,5 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo C: 3x10 MVA, 7,5/75 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Linha BC: X1 =X2 = 100 Ω, X0 = 250 Ω
• Linha CE: X1 =X2 = 80 Ω, X0 = 210 Ω

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 55


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Desenhar os circuitos de sequência positiva, negativa e zero para o sistema


elétrico. Usar a base de 50 MVA e 138 kV na linha de transmissão de 40 Ω. Para as
máquinas síncronas, as reatâncias de sequência negativa são iguais às de sequência

positiva e as reatâncias de sequência zero


é igual a 8%. Os neutros estão ligados à
terra por meio de uma reatância de 5%. As
linhas possuem reatância de sequência
zero igual a 300% da reatância de
sequência positiva.

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 56


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Durante a ocorrência de um curto fase-terra, o sistema elétrico possui o


seguinte comportamento:

𝐼𝑐 𝐼𝑎 = 𝐼𝑓

𝐼𝑏 = 0
𝐼𝑏
𝐼𝑐 = 0

𝐼𝑎
𝐼𝑓
𝑉𝑎 = 𝑍𝑓 𝐼𝑎
𝑍𝑓 𝑉𝑎
𝑉𝑎 = 𝑉0 + 𝑉1 + 𝑉2

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 57


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Aplicando as componentes simétricas nas correntes:

𝐼0ሶ 𝐼𝑎ሶ
1 1 1 1 1 1
𝐼1ሶ = 1 𝑎 𝑎2 0 𝐼0 = 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼𝑎 = 𝐼𝑓ሶ
ሶ ሶ ሶ ሶ
3 3 3
𝐼2 ሶ 1 𝑎2 𝑎 0

• Lembrando da Lei de Ohm em componentes simétricas:

𝑍1 𝐼𝑎
𝑉1 = 𝐸1 − 𝑍1 𝐼1 𝑉1 = 𝐸1 −
3
Substituindo.. 𝑍2 𝐼𝑎
𝑉2 = −𝑍2 𝐼2 𝑉2 = −
3
𝑉0 = −𝑍0 𝐼0 𝑍0 𝐼𝑎
𝑉0 = −
3

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 58


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Baseando nas informações anteriores:

𝑉𝑎 𝑉0 + 𝑉1 + 𝑉2
𝐼𝑎 = =
𝑍𝑓 𝑍𝑓

𝑍 𝐼 𝑍 𝐼 𝑍 𝐼
− 03 𝑎 + 𝐸1 − 13 𝑎 − 23 𝑎
𝐼𝑎 =
𝑍𝑓

−𝑍0 𝐼𝑎 + 3𝐸1 − 𝑍1 𝐼𝑎 − 𝑍2 𝐼𝑎
𝐼𝑎 =
3𝑍𝑓
Esta expressão permite o cálculo
3𝐸1 da corrente de falta fase-terra,
𝐼𝑎 = ocorrendo na fase A.
𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍0 + 3𝑍𝑓
Expressões similares são obtidas
para as outras fases
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 59
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• O cálculo da falta fase-terra pode ser sintetizado no seguinte circuito:

𝐼1
• 𝑍1 , 𝑍2 e 𝑍0 são as impedâncias
𝑍1 de Thevenin vistas do ponto da
𝐸1 𝑉1 falta, para o circuitos de
sequência positiva, negativa e
𝐼2 zero, respectivamente;
3𝑍𝑓
𝑍2 • 𝐸1 é a tensão equivalente no
𝑉2
ponto da falta
𝐼0
• 𝑍𝑓 é a impedância de falta
𝑍0 𝑉0

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 60


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Calcular o curto fase-terra na barra C, a partir do sistema apresentado no exemplo


09. Usar a base de 30 MVA e 6,9 kV no circuito do gerador A.

• Geradores: 20 MVA, 6,9 kV, X1 =X2 = 0,15 pu, X0 = 0,05 pu, Xn = 0,05 pu
• Trafo A: 25 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo B: 12,5 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo C: 3x10 MVA, 7,5/75 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Linha BC: X1 =X2 = 100 Ω, X0 = 250 Ω
• Linha CE: X1 =X2 = 80 Ω, X0 = 210 Ω

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 61


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Durante a ocorrência de um curto fase-fase, o sistema elétrico possui o


seguinte comportamento:

𝐼𝑎 𝐼𝑎 = 0

𝐼𝑏 = −𝐼𝑐
𝐼𝑏 𝐼𝑓 𝑍𝑓 𝑉𝑓 𝐼 = 𝐼0 + 𝐼1 + 𝐼2

𝐼𝑐

𝑉𝑓 = 𝑉𝑏 − 𝑉𝑐 = 𝑍𝑓 𝐼𝑓

𝑉𝑎 = 𝑉0 + 𝑉1 + 𝑉2

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 62


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Aplicando as componentes simétricas nas correntes:

𝐼0ሶ 0 𝐼0ሶ = 0 (não existe retorno pela terra)


1 1 1 1
𝐼1ሶ = 1 𝑎 𝑎2 𝐼𝑏ሶ
3 𝐼1ሶ = −𝐼2ሶ
𝐼2 ሶ 1 𝑎2 𝑎 −𝐼ሶ 𝑏

• Lembrando da Lei de Ohm em componentes simétricas:

𝑉1 = 𝐸1 − 𝑍1 𝐼1
𝑉1 = 𝐸1 − 𝑍1 𝐼1
Substituindo..
𝑉2 = −𝑍2 𝐼2 𝑉2 = 𝑍2 𝐼1

𝑉0 = −𝑍0 𝐼0
𝑉0 = 0

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 63


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Baseando nas informações anteriores:

𝑉𝑏 − 𝑉𝑐 = 𝑍𝑓 𝐼𝑓

(𝑉𝑏0 +𝑉𝑏1 + 𝑉𝑏2 ) − (𝑉𝑐0 +𝑉𝑐1 + 𝑉𝑐2 ) = 𝑍𝑓 (𝐼𝑏0 +𝐼𝑏1 + 𝐼𝑏2 )

(0 + 𝑎2 𝑉𝑎1 + 𝑎𝑉𝑎2 ) − (0 + 𝑎𝑉𝑎1 + 𝑎2 𝑉𝑎2 ) = 𝑍𝑓 (0 + 𝑎2 𝐼𝑎1 + 𝑎𝐼𝑎2 )

𝑉𝑎1 𝑎2 − 𝑎 + 𝑉𝑎2 (𝑎 − 𝑎2 ) = 𝑍𝑓 𝐼𝑎1 𝑎2 − 𝑎

(𝑉𝑎1 − 𝑉𝑎2 ) 𝑎2 − 𝑎 = 𝑍𝑓 𝐼𝑎1 𝑎2 − 𝑎

𝐸1 − 𝑍1 𝐼𝑎1 − 𝑍2 𝐼𝑎1 = 𝑍𝑓 𝐼𝑎1

Componente de
𝐸1
𝐼𝑎1 = sequência positiva
𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍𝑓 do curto fase-fase

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 64


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A corrente de falta fase-fase é:

𝐼𝑓 = 𝐼𝑏0 + 𝐼𝑏1 + 𝐼𝑏2

𝐼𝑓 = 𝑎2 𝐼𝑎1 + 𝑎𝐼𝑎2

𝐸1
𝐼𝑓 = (𝑎2 − 𝑎)
𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍𝑓

3𝐸1
𝐼𝑓 = 𝑗
𝑍1 + 𝑍2 + 𝑍𝑓

Corrente de falta fase-fase, entre fases B


e C.
Expressões similares são obtidas para as
outras fases.
Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 65
Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• O cálculo da falta fase-fase pode ser sintetizado no seguinte circuito:


𝐼1 𝐼2

𝑍1 𝑍𝑓 𝑍2

𝐸1 𝑉1 𝑉2

• 𝑍1 e 𝑍2 são as impedâncias de Thevenin vistas do ponto da falta, para o circuitos de


sequência positiva e negativa, respectivamente;

• 𝐸1 é a tensão equivalente no ponto da falta

• 𝑍𝑓 é a impedância de falta

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 66


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Calcular o curto fase-fase na barra C, a partir do sistema apresentado no exemplo


09. Usar a base de 30 MVA e 6,9 kV no circuito do gerador A.

• Geradores: 20 MVA, 6,9 kV, X1 =X2 = 0,15 pu, X0 = 0,05 pu, Xn = 0,05 pu
• Trafo A: 25 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo B: 12,5 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo C: 3x10 MVA, 7,5/75 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Linha BC: X1 =X2 = 100 Ω, X0 = 250 Ω
• Linha CE: X1 =X2 = 80 Ω, X0 = 210 Ω

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 67


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Durante a ocorrência de um curto fase-fase-terra, o sistema elétrico possui o


seguinte comportamento:

𝐼𝑎 = 0
𝐼𝑎
𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 = 𝐼𝑓

𝐼𝑏 𝐼𝑓 = 𝐼𝑛 = 3𝐼0

𝐼 = 𝐼0 + 𝐼1 + 𝐼2
𝐼𝑐 𝐼𝑓
𝑉𝑓
𝑍𝑓 𝑉𝑏 = 𝑉𝑐 = 𝑍𝑓 𝐼𝑓
𝑉 = 𝑉0 + 𝑉1 + 𝑉2

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 68


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Baseado nas condições anteriores e aplicando a teoria das componentes


simétricas, obtém-se as expressões para as correntes de sequência positiva,
negativa e zero:

𝑍0 + 𝑍2 + 3𝑍𝑓 𝐼𝑓 = 𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 = 𝐼𝑛 = 3𝐼0
𝐼𝑎1 = 𝐸
𝑍1 𝑍2 + (𝑍0 + 3𝑍𝑓 )(𝑍1 + 𝑍2 ) 1

−(𝑍0 + 3𝑍𝑓 )
𝐼𝑎2 = 𝐸
𝑍1 𝑍2 + (𝑍0 + 3𝑍𝑓 )(𝑍1 + 𝑍2 ) 1
Corrente de falta fase-fase-terra,
envolvendo fases B e C.
−𝑍2
𝐼𝑎0 = 𝐸
𝑍1 𝑍2 + (𝑍0 + 3𝑍𝑓 )(𝑍1 + 𝑍2 ) 1 Expressões similares são obtidas
para as outras fases.

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 69


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• O cálculo da falta fase-fase-terra pode ser sintetizado no seguinte circuito:


𝐼1 𝐼0
• 𝑍1 , 𝑍2 e 𝑍0 são as
impedâncias de Thevenin
𝑉0
𝑉1 vistas do ponto da falta,
𝑍1 𝐼2 𝑍0
para o circuitos de
sequência positiva,

𝑍2 negativa e zero,
𝑉2
𝐸1 respectivamente;

• 𝐸1 é a tensão equivalente
3𝑍𝑓
no ponto da falta

• 𝑍𝑓 é a impedância de falta,
das fases para a terra

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 70


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

Calcular o curto fase-fase-terra na barra C, a partir do sistema apresentado no


exemplo 09. Usar a base de 30 MVA e 6,9 kV no circuito do gerador A.

• Geradores: 20 MVA, 6,9 kV, X1 =X2 = 0,15 pu, X0 = 0,05 pu, Xn = 0,05 pu
• Trafo A: 25 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo B: 12,5 MVA, 6,9/115 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Trafo C: 3x10 MVA, 7,5/75 kV, X1 =X2 = X0 = 0,1 pu
• Linha BC: X1 =X2 = 100 Ω, X0 = 250 Ω
• Linha CE: X1 =X2 = 80 Ω, X0 = 210 Ω

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 71


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Geralmente, um curto trifásico retira a LT linha de operação, tendo em vista a


abertura das três fases (abertura tripolar)
• Para reduzir os impactos da saída total da LT, os sistemas de transmissão
utilizam, nestas condições, estratégias de religamento tripolar (abertura é seguida
de um fechamento automático, após um intervalo de tempo)

• Por outro lado, em curtos fase-terra, determinadas linhas de transmissão


efetuam uma manobra monopolar
• Apenas a falta sob curto é retirada de operação e a LT opera, durante um
curto intervalo de tempo, em desequilíbrio (apenas com duas fases)

• Nestes casos, a linha pode adotar uma estratégia de religamento monopolar

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 72


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Durante a ocorrência de um curto fase-terra, podem ocorrer elevadas


sobretensões nas fases que não estão submetidas ao curto

• Por fim, em situações de curtos assimétricos, o defasamento angular


ocasionado pelas conexões dos transformadores influenciam na
transferência das correntes de curto entre os enrolamentos
𝑉𝑝,𝑎𝑛
𝑉𝑠,𝑎𝑏
𝑉𝑝,𝑎𝑛
𝑉𝑠,𝑎𝑏
𝑉𝑝,𝑎𝑏

𝑉𝑝,𝑎𝑏
30° 𝑉𝑠,𝑎𝑏

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 73


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• Transformadores de mesma conexão apresentam defasamento angular nulo

• Transformadores Delta-Estrela apresentam defasamento angular de 30º (ou


seus múltiplos)
• Pode ocorrer uma variação em função das fases que ocupam a mesma coluna no
transformador

• De forma semelhante, as componentes de sequência positiva e negativa


também sofrem os defasamentos angulares
• Para o caso anterior, a sequencia positiva no primário está adiantada de 30º
graus em relação à componente do secundário

• Para o caso anterior, a sequencia negativa no primário está atrasada de 30º


graus em relação à componente do secundário

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 74


Análise de Sistemas de Energia Elétrica

Curto Circuito

• A conexão dos transformadores “altera” o tipo de curto:


• Defasamento das componentes de sequência positiva e negativa

• Presença da componente de sequência zero

Barra 1 Barra 2

Curto fase-fase Curto fase-terra

Brasília, 30 de outubro de 2016 Prof. Alex Reis Slide 75

Você também pode gostar