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Coordenação e Seletividade da Proteção em Sistemas


de Energia Elétrica
Camargo, Alair G., Ferreira, Vinicius R., Batista, Lucas P.

Resumo – O presente artigo tem como objetivo abordar tópicos Coordenação e seletividade da proteção é um fator
em proteção de sistemas elétricos de potência, trazendo à tona fundamental para a estabilidade do suprimento de energia
conceitos de coordenação e seletividade da proteção em curto elétrica de qualidade, e deve ser tratada como um assunto
circuito. O trabalho apresentará estudo de caso detalhado de prioritário para o planejamento da distribuição.
coordenação e seletividade da proteção de uma grande instalação,
O presente artigo tem como objetivo apresentar conceitos de
onde existem geradores operando na falta de fornecimento da
concessionária, o que resulta em um aumento de complexidade de curtos-circuitos, coordenação e seletividade da proteção em
maneira significativa nesse estudo. sistemas elétricos de potência.
A missão deste artigo é cunhar noções teóricas do tema em Apresentar-se-á um estudo de caso ao fim do trabalho,
questão, para informar de maneira precisa profissionais exemplificando um estudo de coordenação e seletividade, com
relacionados a essa área de estudo, e ao final do trabalho aplicar o todas as etapas exigidas para correta proteção de uma instalação
conteúdo em alguns casos práticos. elétrica complexa, contendo subestações e geradores que
Espera-se que ao fim da leitura o leitor tenha capacidade de operam em paralelismo momentâneo.
compreender como origina-se os curtos-circuitos nos sistemas Ao fim do trabalho, espera-se que o leitor possa conhecer os
elétricos de potência e quais são as ações necessárias para combatê-
los.
principais tipos de proteção, também se espera que o mesmo
possa identificar as etapas desse tipo de estudo.
Palavra-chave – proteção de sistemas elétricos de potência; Seguindo as orientações oriundas dos encontros com o
coordenação e seletividade; curto-circuito; orientador, apresentar-se-á um breve apanhado a respeito de
curtos-circuitos, parte necessária para o entendimento razoável
Abstract – The present article aims to address topics in power system de defeitos que ocorrem em sistemas elétricos de potência.
protection, bringing to the fore concepts of coordination and Dando continuidade ao trabalho, será apresentado ainda a
selectivity of short circuit protection. The work will present a filosofia dos ajustes dos relés de proteção. E por fim, algumas
detailed case study of coordination and selectivity of the protection conclusões a respeito do tema abordado e apresentar um
of a large facility, where there are generators operating in the
absence of supply from the concessionaire, which results in an
exemplo prático de coordenação e seletividade da proteção, que
increase of complexity in this study. estará nos anexos contidos nesse trabalho.
The mission of this article is to draw theoretical notions of the
theme in question, to inform in a precise way professionals related II. CONSIDERAÇÕES GERAIS
to this area of study, and at the end of the work to apply the content
in some practical cases. Perturbações nos sistemas de energia elétrica podem
It is expected that at the end of the reading the reader will be able ocasionar distúrbios nas redes elétricas, alterando parâmetros
to understand how the short circuits in the electric power systems como tensão, corrente, frequência e potência, podendo causar
originate and what are the actions necessary to combat them. danos irreversíveis em sua estrutura física, assim como danos
Key-words – protection of electrical power systems; coordination
aos consumidores. Ou seja, podem ocorrer falta de tensão
and selectivity; short circuit; elétrica no consumidor, além de sobretensões quando no
religamento, ocasionalmente. [1]
I. INTRODUÇÃO Os problemas mais comuns são os curtos-circuitos, que são
causados pelo contato entre as fases ou entre fase e terra. As
A coordenação e seletividade da proteção é um assunto correntes de curto-circuito são dependentes de vários fatores,
importante em sistemas de distribuição de energia. Com como por exemplo o tipo de curto-circuito, a tensão da rede
estudos na área, pode-se evitar grandes problemas de elétrica e etc. [4]
interrupção de fornecimento de energia. Os curtos-circuitos desequilibrados são os curtos mais
Os sistemas elétricos de potência estão sujeitos aos curtos- comuns nos sistemas elétricos, em que o tipo fase-terra é o que
circuitos e esses curtos-circuitos, podem causar grandes danos ocorre com maior frequência. Na Tabela 1, pode-se observar à
aos sistemas, caso não sejam combatidos. As extensões dos frequência dos tipos de curto-circuito nos sistemas elétricos. [1]
curtos-circuitos podem afetar um número elevado de
consumidores, caso as faltas não sejam combatidas
rapidamente. [1]
2

Levando em consideração a proteção desse tipo de sistema,


Tabela 1. Frequências típicas de ocorrência de curtos-circuitos [1]. conclui-se que sua complexidade é muito menor, pois possui
Curto-circuito Frequência (%) uma única fonte de alimentação, logo percebe-se que a corrente
Trifásico 5,00 flui sempre na mesma direção, ou seja, flui no sentido da falta.
Bifásico 15,00 Pode-se destacar equipamentos como disjuntores com relés
de sobrecorrente, seccionadores, fusíveis e religadores, que são
Bifásico-terra 10,00
os principais equipamentos empregados para proteção desse
Fase-terra 70,00 tipo de sistema. [1]
Vale ressaltar que não há uma grande alteração nos níveis de
O curto-circuito trifásico é considerado o defeito mais severo curto-circuito com as mudanças nas capacidades dos geradores.
nos sistemas de energia elétrica, mas isso não significa que é o Não obstante, pode-se ressaltar que os níveis de curto-circuito
curto-circuito de maior magnitude. Por ser o mais severo, o sofrem um grande decremento a medida que a falta se distância
curto-circuito trifásico é o mais estudado entre todos os tipos de da fonte de alimentação. [1]
faltas. É comum nos softwares, que auxiliam nas análises de
faltas, fornecerem somente os níveis de curto-circuito trifásico B. Sistema em anel
e monofásico. [1]
O sistema em anel é muito usado em sistemas de
III. CARACTERISTICAS DO SISTEMA transmissão, onde pode-se flexibilizar as linhas e as fontes
ligadas ao sistema. As direções dos fluxos sofrem variações
O sistema elétrico de potência possui uma dimensão enorme, que são sensíveis a configuração do sistema e da capacidade de
desta forma sua análise se torna complexa e trabalhosa. [5] geração no momento da falta. [1]
Nos dias atuais, usa-se softwares para análise de sistemas
elétricos de potência, que empregam toda teoria de
componentes simétricas, sistema por unidade e diversas outras
técnicas matemáticas, para desenvolver complexos cálculos e
viabilizando a operação, planejamento e desenvolvimento dos
sistemas elétricos de potência. [5]
A configuração do sistema elétrico influi diretamente nos
níveis de curto-circuito e da maneira que se deve proteger as
conexões. Existem três arranjos que são amplamente usados
nos sistemas de energia, que são o sistema radial, sistema em
anel e arranjos de barras. [1]

A. Sistema radial

O sistema radial possui uma única fonte de alimentação, que


é responsável por alimentar múltiplas cargas ligadas ao sistema,
e é um arranjo muito utilizado no sistema de distribuição. Sua
principal vantagem é a economia para implementação, mas Fig. 2. Exemplo de sistema em anel [1].
possui uma baixa confiabilidade, sendo este um item
importantíssimo no sistema de distribuição de energia elétrica. C. Sistema em arranjos de barras
[1]
Os sistemas arranjados em barras, são amplamente
empregados em subestações, pois facilita as manutenções e,
operações necessárias para manobras de subestações. Esse tipo
arranjo apresenta uma boa confiabilidade e flexibilidade
operativa. [1]

Fig. 1. Exemplo de sistema radial [1].


3

C. Sobretensão

Quando se retira uma carga, no caso os geradores, disparam


as tensões nos terminais podendo atingir elevados valores,
assim esses valores podem comprometer as isolações dos
enrolamentos dos equipamentos envolvidos. Em sistemas de
ultra-alta tensão, a sobretensão pode surgir através do efeito
capacitivo das linhas de transmissão. [1]

V. CONSEQUÊNCIAS DOS CURTOS-CIRCUITOS

A. Dano por efeito Joule

De acordo com a lei de e Joule, a corrente de curto-circuito


provoca a dissipação de potência no circuito, cujo
aquecimento pode ser demostrado por (k.Icc².R.t). E para
Fig. 3. Alguns exemplos de Arranjos em barras [1]. reduzir os danos graves provocados pelo aquecimento nas
instalações elétricas, dependendo do Icc e de t, para uma dada
IV. CONDIÇÕES ANORMAIS DE OPERAÇÃO corrente de curto-circuito, o tempo t deve ser reduzido para
o menor valor possível. Um exemplo de defeito é a disrupção
A. Sobrecarga em equipamentos do arco elétrico (flashover) no isolador, conforme
representado na Figura 5. [1]
É causada pela passagem de um fluxo de corrente acima do
valor nominal. A sobrecarga frequente em equipamentos
acelera a deterioração da isolação. [1]
A Figura 4 mostra o tempo máximo admissível para cargas
de curta duração após o regime a plena carga do transformador
de potência. [1]

Fig. 5. Flashover no isolador [1].

B. Dano por queda de tensão

A queda de tensão no momento de um curto-circuito provoca


graves transtornos aos consumidores.
Cargas como sistema de iluminação, computacionais e de
controle em geral são extremamente sensíveis as quedas de
tensão. [1]

C. Dano no gerador
Fig. 4. Curva de sobrecarga do transformador de potência [1].
Em condições de operação normal, o torque mecânico da
B. Subfrequência ou sobrefrequência turbina é equilibrado pelo anti-torque produzido pela carga
elétrica do gerador síncrono, portanto, a velocidade de rotação
E causada pelo desequilíbrio significativo entre a de todos os geradores é constante e igual a velocidade síncrona.
geração e a carga, forçando a frequência do sistema a uma A queda abrupta de tensão provocará instabilidade na
redução, ou por ventura a um aumento na frequência do operação paralela de geradores, podendo causar a
sistema, ambos os efeitos são indesejados. [1] desagregação do sistema e interrupção do fornecimento para os
consumidores. [1]
4

D. Dano por sincronismo (trip) para os disjuntores, protegendo os equipamentos ligados


ao relé de proteção. Pode-se classificar os relés de proteção em:
Mudanças rápidas nas configurações do sistema elétrico, • Relés de tensão;
causadas por desequilíbrio entre geração e carga, após a • Relés de corrente;
operação de circuito em falta, podem causar sub/sobretensões, • Relés de frequência;
ou sub/sobrefrequência provocando condições anormais de • Relés direcionais;
operação. [1] • Relés de impedância.
Os relés devem operar da maneira mais rápida possível,
VI. PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS eliminando os defeitos que ocorrem na rede antes de causar
grandes danos aos equipamentos dos sistemas elétricos. [3]
Os sistemas elétricos de potência estão susceptíveis a falhas Nos sistemas elétricos os relés atuam de maneira seletiva,
que podem causar grandes problemas no fornecimento de obedecendo uma ordem de atuação, que segue da carga
energia elétrica. protegida até a proteção da subestação responsável por
Visando seu correto funcionamento, deve-se estabelecer alimentar o circuito dessa mesma carga, desta forma atingindo
certos parâmetros para o perfeito dimensionamento de sua o menor número possível de consumidores, pois a correta
proteção, são eles: [4] atuação isolará o defeito rapidamente. Existem os seguintes
• “Seletividade, na qual apenas o meio de proteção mais tipos de atuação de relés: [3]
próximo da falha desconecta a parte crítica do sistema • Relés instantâneos;
elétrico”; • Relés temporizados com retardo dependente;
• “Zona de atuação, na falha, o meio de proteção deve ser • Relés temporizados com retardo independente.
capaz de definir se aquele evento é interno ou externo à zona Os relés instantâneos não apresentam nenhum retardo
protegida”; intencional no tempo de atuação, sendo que o retardo do
• “Velocidade, ao projetar um tempo mínimo de operação equipamento existe em função de suas características
para um meio de proteção, o tempo de atuação da proteção construtivas, não sendo utilizados em esquemas seletivos. [3]
deve ser a menor possível, minimizando ou cessando aviaras Relés instantâneos não apresentam nenhum tipo de retardo
no sistema protegido, o tempo de subtensão é permitido para em seu tempo de atuação, operando de maneira imediata ao
a ressincronização das máquinas”; identificar um defeito. [3]
• “Sensibilidade, versa na característica do meio de proteção Os relés temporizados atuam de acordo com uma curva pré-
distinguir precisamente a faixa e os valores indicados para a definida pelas características construtivas do equipamento, isso
sua atuação ou não”; para relés eletromecânicos. [3]
• “Confiabilidade, é a característica de o meio de proteção Nos relés mais modernos, como por exemplo os
cumprir com segurança e exatidão as funções que lhe foram microprocessados, as curvas de atuação são definidas por
confiadas”; software. As curvas mais tradicionais são a Inversa, Muito
• “Automação, propriedade na qual o meio de proteção deve Inversa e Extremamente Inversa [2].
operar automaticamente quando houver falha e retornar
automaticamente à posição de operação, depois de cessada a
ocorrência”. [1]
Observando se tais parâmetros citados, pode-se garantir um
sistema protegido, assim garantindo a atuação dos
equipamentos de proteção, isolando cargas em eventuais
defeitos que ocorrem nos sistemas elétricos, antes que os
defeitos se espalhem, prejudicando uma imensidão de
consumidores e trazendo prejuízos financeiros avassaladores.
[3]
Os equipamentos responsáveis por comandar a proteção são
os relés, que podem ser eletromecânicos, estáticos, digitais ou
microprocessados.
Fig. 6. Curva de temporização com retardo dependente [2].
VII. RELÉS DE PROTEÇÃO Pode-se classificar os relés de acordo com sua forma de
acionamento, onde deve-se destacar os seguintes tipos:
Os relés de proteção são equipamentos responsáveis por • Relés primários: são relés de ação direta, geralmente
monitorar parâmetros da rede e comandar operações de empregados na proteção de pequenas e médias instalações
disjuntores, retirando cargas atreladas ao mesmo. [3] industriais;
São definidos parâmetros como corrente, tensão e frequência • Relés secundários: são relés de ação indireta, geralmente
nominal, onde na presença de qualquer grandeza operando fora empregados nas instalações de médio e grande portes.
de suas magnitudes nominais o equipamento envia um sinal
5

VIII. FUNÇÕES DOS RELÉS IV. RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO

Os relés possuem funções padronizadas para atuar em casos de Aplicando-se conhecimentos obtidos ao término desse
distúrbio de corrente, tensão, frequência e outros. [4] trabalho, apresenta se em anexo, um estudo de coordenação e
seletividade da proteção de uma planta com grande potência
A. Relé de sobrecorrente (50/50n/51/51n) instalada.
O sistema elétrico apresentado no estudo de caso possui
Os relés de sobrecorrente são os mais usados nos sistemas quatro subestações que alimenta todo o complexo com uma
elétricos em geral, pois em eventuais defeitos causados por carga instalada de 975 kVA (3x150 kVA + 1x225 kVA + 1x300
curtos-circuitos, há um aumento súbito na corrente nominal. kVA).
Dessa forma o relé de sobrecorrente identifica rapidamente a A SE01 é a subestação principal onde entra a alimentação
anomalia e atua extinguindo o defeito. [4] vinda da concessionária, onde localiza-se a medição de energia,
O relé é conectado em um transformador de corrente (TC) a proteção geral, um transformador de 150 kVA e uma saída
que rebaixa a corrente para níveis usuais de medição, desta para SE02. A SE02 tem um transformador de 300 kVA e outro
forma, o relé de proteção monitora em uma escala menor o de 225 kVA. A SE03 tem um transformador de 150 kVA e a
sistema no qual está conectado. Em um eventual defeito onde SE04 tem um transformador de 150 kVA.
há um aumento súbito de corrente, o relé de sobrecorrente Apesar do sistema elétrico estudado ter 975 kVA de
compara com os parâmetros ajustados e atua no sistema, transformadores instalados, a demanda contratada é de 200 KW
mandando um sinal (trip) para o disjuntor no qual está e não há ultrapassagem de demanda nos últimos meses.
vinculado. [4] Com o acréscimo de uma nova instalação, que possui uma
Os relés de sobrecorrente são divididos em Instantâneo, carga instalada de 4500 KVA (3x1500 kVA), se faz necessário
Temporizado e Neutro. Dentro do espectro dos relés de uma adequação no sistema interno.
sobrecorrente, pode-se destacar os principais, que são os Devido à forma como as quatro subestações existentes estão
direcionais, não direcionais, diferenciais e de distância. [4] distribuídas pelo Campus, a capacidade dos barramentos e dos
Os relés se baseiam em curvas de atuação para sua operação. cabos de interligação de umas às outras e da própria estrutura
Pode-se destacar as curvas Inversa Longa, Inversa Curta, Muito da RDU da concessionária que chega na estrutura de entrada,
Inversa e Extremamente Inversa. As curvas se diferenciam pela será criado duas novas subestações para a nova instalação, que
velocidade no tempo de atuação. As equações usadas para atenderá as cargas novas e servirá para alimentar as subestações
calcular o tempo de atuação de cada curva podem variar de existentes e terá uma nova medição para medir toda a energia
acordo com o tipo de relé utilizado e essas equações são recebida da concessionária para todo o complexo. Dessa forma
fornecidas pelos fabricantes. [3] a estrutura de entrada atual será desativada e criada uma nova
entrada.
A unidade terá uma nova subestação principal com a
medição, proteção geral, uma saída para alimentar as
instalações existentes (as quatro subestações existentes) e uma
saída que alimentará as cargas novas.
A nova instalação terá uma usina de geração própria para
atendê-la nos momentos de falta da concessionária e nos
momentos de carga maior que a demanda contratada.
Considera-se o caso mais crítico, quando somente um único
gerador estiver em paralelismo momentâneo. Será usado o
software PTW da SKM para executar a simulação. [6]
Como resultado da simulação, tem-se que para um curto
circuito na barra da SE CELG Circuito 01 (diagramas unifilares
Fig. 7. Curvas de atuação dos relés de sobrecorrente [2].
disponíveis no Anexo I), as correntes de contribuição do
sistema de geração da planta usada no estudo de caso que
Seletividade da proteção consiste em uma sequência de passará por DJ01 indo em direção à Barra SE CELG, será:
atuação dos relés, onde o mais próximo ao local do defeito deve  1ª Situação: somente um gerador em paralelismo
atuar primeiro, fazendo que o distúrbio não se alastre pelo momentâneo
sistema elétrico, afetando proteções mais distantes, que
• Icc.3f = 173,2 A (corrente para um curto circuito trifásico)
ocasionará o desligamento de um grande número de
• Icc.ft = 257,8 A (corrente de sequência positiva para um
consumidores do sistema, além dos danos financeiros devido a
curto circuito monofásico)
queima de equipamentos que a falta de seletividade pode
 2ª Situação: os três geradores de um transformador em
ocasionar. [3]
paralelismo momentâneo
• Icc.3f = 476,9 A (corrente para um curto circuito trifásico)
• Icc.ft = 606,6 A (corrente de sequência positiva para um
curto circuito monofásico)
6

 3ª Situação: um gerador em cada transformador em


paralelismo momentâneo
• Icc.3f = 173,5 A (corrente para um curto circuito trifásico)
• Icc.ft = 513,5 A (corrente de sequência positiva para um
curto circuito monofásico)
Dessa forma percebe-se que o caso mais crítico ocorre
quando ocorre o paralelismo momentâneo de somente um
gerador com o sistema da concessionária, visto que será o caso
onde o sistema de geração “injetará” no sistema da
concessionária uma menor corrente.
Todas as demais informações referentes ao estudo de caso
estão no anexo, tais como informações dos relés, diagramas
unifilares e coordenogramas.

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A coordenação e seletividade da proteção é crucial para o


correto funcionamento dos sistemas elétricos de potência,
somente com o correto dimensionamento da proteção pode-se
garantir a segurança dos sistemas energia elétrica.
Estudos na área contribuem com o desenvolvimento
científico que são extremamente importantes para o
desenvolvimento dos sistemas elétricos de potência.
Nos dias atuais pode-se notar que cada vez mais tem-se dado
importância para essa área da engenharia elétrica. Publicações
na área de proteção de sistemas elétricos de potência vem se
destacando no contexto acadêmico e atraído cada vez mais a
atenção de estudantes e profissionais da área.
Espera-se que o trabalho apresentado tenha conseguido
atingir seu objetivo, informando de maneira precisa e objetivo
conceitos fundamentais para o entendimento de proteção de
sistemas elétricos de potência.

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] SATO, F, “Análise de curto-circuito e principios de proteção em sistemas


de energia elétrica,” Editora Elsevier . Rio de Janeiro, 1° ed., 2015.
[2] KINDERMANN, G., “Proteção de Sistemas Elétricos de Potência”. 1 ed.
Florianópolis-SC, Brasil, 1999.
[3] MAMEDE FILHO, J., “Proteção de sistemas elétricos de potência”,
Editora LTC. Rio de Janeio, 2° ed, 2013.
[4] STEVENSON, W. D. “Elementos de Análise de Sistemas de Potência,”
Editora MacGraw-Hill do Brasil. São Paulo, 2° ed., 1986.
[5] BARIONI, César, C. “Introducão a sistemas elétricos de potência:
componentes simétricas”. Editora Blucher. São Paulo, 1996.
[6] SKM, Systems Analysis, Inc. “Power Tools for Windows”. Disponível em:
<http://www.skm.com/>. Acesso em: 16 junho. 2018.
ANEXOS
ANEXO I – RESUMO GERAL DOS PARÂMETROS DOS RELÉS E SIMULAÇÕES

Rele DJ01
LOCAL: SE Entrada
RELE: SEPAM S42

TC: 400/5 A, Classe 15KV, Classe exatidão 10B100, NBI 95KV, fator térmico 1,2

TP: (13800/√3)/(115/√3) V, Classe 15KV, potência 500VA, NBI 95KV, Classe


Exatidão 0,3P75

RTC: 80
RTP: 120
PARÂMETRO AJUSTE
51 – I 71,2 A
51 – DIAL 0,4
51 – CURVA EXT. INVERSA
50 – I 1600 A
51N – I 23,2 A
51N – DIAL 0,4
51N – CURVA EXT. INVERSA
50N – I 400 A

51: t = (80 x 0,40)/[(I/71,2)2 – 1] ; {0 , 1600}

51N: t = (80 x 0,40)/[(I/23,2)2 – 1] ; {0 , 400}

Rele DJ02
LOCAL: SE Entrada
RELE: SEPAM S42

TC: 400/5 A, Classe 15KV, Classe exatidão 10B100, NBI 95KV, fator térmico 1,2

TP: (13800/√3)/(115/√3) V, Classe 15KV, potência 500VA, NBI 95KV, Classe


Exatidão 0,3P75
RTC: 80
RTP: 120
PARÂMETRO AJUSTE
51 – I 64,0 A
51 – DIAL 0,4
51 – CURVA EXT. INVERSA
50 – I 1500 A
51N – I 20,0 A
51N – DIAL 0,2
51N – CURVA EXT. INVERSA
50N – I 375 A
51: t = (80 x 0,40)/[(I/64,0)2 – 1] ; {0 , 1500}

51N: t = (80 x 0,20)/[(I/20,0)2 – 1] ; {0 , 375}

Rele DJ03
LOCAL: SE Entrada
RELE: SEPAM S42

TC: 400/5 A, Classe 15KV, Classe exatidão 10B100, NBI 95KV, fator térmico 1,2

TP: (13800/√3)/(115/√3) V, Classe 15KV, potência 500VA, NBI 95KV, Classe


Exatidão 0,3P75
RTC: 80
RTP: 120
PARÂMETRO AJUSTE
51 – I 10,0 A
51 – DIAL 0,7
51 – CURVA EXT. INVERSA
50 – I 1400 A
51N – I 8,0 A
51N – DIAL 0,3
51N – CURVA EXT. INVERSA
50N – I 350 A

51: t = (80 x 0,70)/[(I/10,0)2 – 1] ; {0 , 1400}

51N: t = (80 x 0,30)/[(I/8,0)2 – 1] ; {0 , 350}

Rele DJ04
LOCAL: SE Centro Convenção
RELE: SEPAM S23

TC: 400/5 A, Classe 15KV, Classe exatidão 10B100, NBI 95KV, fator térmico 1,2

RTC: 80
PARÂMETRO AJUSTE
51 – I 150,0 A
51 – DIAL 0,4
51 – CURVA EXT. INVERSA
50 – I 1300 A
51N – I 48,0 A
51N – DIAL 0,4
51N – CURVA EXT. INVERSA
50N – I 325 A
51: t = (80 x 0,40)/[(I/150,0)2 – 1] ; {0 , 1300}

51N: t = (80 x 0,40)/[(I/48,0)2 – 1] ; {0 , 325}

Rele DJ05
LOCAL: SE Centro Convenção
RELE: SEPAM S23

TC: 400/5 A, Classe 15KV, Classe exatidão 10B100, NBI 95KV, fator térmico 1,2

RTC: 80
PARÂMETRO AJUSTE
51 – I 100,0 A
51 – DIAL 0,5
51 – CURVA EXT. INVERSA
50 – I 1200 A
51N – I 40,0 A
51N – DIAL 0,4
51N – CURVA EXT. INVERSA
50N – I 300 A

51: t = (80 x 0,50)/[(I/100,0)2 – 1] ; {0 , 1200}

51N: t = (80 x 0,40)/[(I/40,0)2 – 1] ; {0 , 300}

Rele DJ06
LOCAL: QTA
RELE: PEXTRON URPE 6104

TC: 250/5 A, Classe 15KV, Classe exatidão 10B100, NBI 95KV, fator térmico 1,2

RTC: 50
PARÂMETRO AJUSTE
TC 250
51 – I 165,0 A
51 – CURVA EI
51 – DT 0,6
51 – I def 5000 A (valor máximo)
51 – T def 240 s
50 – I inst 1400 A
51N – I 55,0 A
51N – CURVA EI
51N – DT 0,6
51N – I def 2500 A (valor máximo)
51N – T def 240 s
50N – I inst 350 A
51: t = (80 x 0,60)/[(I/165,0)2 – 1] ; {0 , 1400}

51N: t = (80 x 0,60)/[(I/55,0)2 – 1] ; {0 , 350}

Rele DJ07
LOCAL: QTA
RELE: PEXTRON URPE 6104

TC: 250/5 A, Classe 15KV, Classe exatidão 10B100, NBI 95KV, fator térmico 1,2

RTC: 50
PARÂMETRO AJUSTE
TC 250
51 – I 58,0 A
51 – CURVA EI
51 – DT 0,4
51 – I def 5000 A (valor máximo)
51 – T def 240 s
50 – I inst 1400 A
51N – I 19,0 A
51N – CURVA EI
51N – DT 0,1
51N – I def 2500 A (valor máximo)
51N – T def 240 s
50N – I inst 350 A

51: t = (80 x 0,40)/[(I/58,0)2 – 1] ; {0 , 1400}

51N: t = (80 x 0,10)/[(I/19,0)2 – 1] ; {0 , 350}


ANEXO II – TEMPO DE ATUAÇÃO

Icc (A) Rele CELG Rele DJ01


FASE NEUTRO FASE NEUTRO
Tempo
Tempo de Tempo de
Simétrico de Tempo de
Múltiplo Atuação Múltiplo Múltiplo Múltiplo Atuação
Atuação Atuação (s)
(s) (s)
(s)
Icc-3f 1998 3,12 0,54 10,41 0,25 28,06 0,0406884 86,12 0,00432
Icc-ft 1050 1,64 2,3 5,47 0,72 14,75 0,1478199 45,26 0,01563
Icc-
453 0,71 não atua 2,36 4,3 6,36 0,8105448 19,53 0,08415
ft.min
Icc 1000 1,56 2,8 5,21 0,84 14,04 0,1630486 43,1 0,01723
Icc 400 0,63 não atua 2,08 6,2 5,62 1,0470631 17,24 0,10801
Icc 200 0,31 não atua 1,04 não atua 2,81 4,6441305 8,62 0,43647
Icc 100 0,16 não atua 0,52 não atua 1,4 32,90135 4,31 1,82035
ANEXO III – COORDENOGRAMAS

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