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UNIDADE 2

PRINCIPAIS TIPOS DE
DISTÚRBIOS ELÉTRICOS

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2.1 – TRANSITÓRIOS
 São perturbações que ocorrem numa janela de tempo muito curta (mili, micro ou ate nano-
segundos), mas com elevada magnitude em direção positiva ou negativa e tempo de subida
bastante rápido.
 Estes problemas de qualidade de energia podem gerar desde a perda e corrupção de
dados em sistemas digitais, a atuação inadequada de sistemas de proteção até danos
físicos em equipamentos, como degradação do isolamento.
 São subdivididos em transitórios impulsivos e oscilatórios.
 Transitórios impulsivos surgem do efeito de descargas eletrostáticas (ESD-electrostatic
discharge), descargas atmosféricas, aterramento deficiente, conexão de cargas indutivas.
 Transitórios oscilatórios, provocados por chaveamentos de cargas muito grandes ou
reativas (Banco de capacitores, motores, energização de linhas, transformadores,
abertura de corrente indutiva).
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Transitório impulsivo positivo Transitório oscilatório

Campo magnético criado pela queda de um raio Passo por zero


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 Transitórios Impulsivos: é uma súbita alteração não desejável no sistema,
que se encontra em condição de regime permanente, refletido nas formas
de ondas da tensão e/ou corrente, sendo unidirecional na sua polaridade
(primeiramente positivo ou negativo).
 Em razão da alta frequência, os transitórios impulsivos são amortecidos
rapidamente devido à resistência dos componentes do sistema.
 Geralmente, não são conduzidos para muito longe do ponto onde foram
gerados.
 Podem excitar ressonâncias naturais do sistema elétrico e provocar outros
tipos de transitórios, como os transitórios oscilatórios.

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Aplicação de uma descarga atmosférica em um determinado sistema elétrico.

Corrente proveniente da descarga atmosférica Tensão fase-fase no receptor do sistema analisado.


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 Existem numerosos caminhos através dos quais as correntes de descarga
podem fluir pelo sistema de aterramento, tais como o terra do primário, o
terra do secundário e as estruturas do sistema de distribuição.
 Os principais problemas de qualidade da energia causados por estas
correntes no sistema de aterramento são os seguintes:
 Elevação do potencial do terra local, em relação a outros terras, em vários
kV.
 Indução de altas tensões nos condutores fase, quando as correntes
passam pelos cabos a caminho do terra.

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 Transitórios Oscilatórios: Também é uma súbita alteração não desejável
da condição de regime permanente da tensão, corrente ou ambas, em que
as mesmas incluem valores de polaridade positivos ou negativos. É
caracterizado pelo seu conteúdo espectral (frequência predominante),
duração e magnitude da tensão.
a) Transitórios oscilatórios de baixa frequência
Um transitório com uma componente de frequência primária menor do que 5
kHz, e uma duração de 0,3 ms a 50 ms, é considerado um transitório
oscilatório de baixa frequência.
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 A energização de bancos de
capacitores, tipicamente resulta em
uma tensão transitória oscilatória com
uma frequência primária entre 300 Hz e
900 Hz. O pico da magnitude pode
alcançar 2,0 pu, mas são tipicamente
1,3 pu a 1,5 pu com uma duração entre
0,5 e 3 ciclos dependendo do
amortecimento do sistema.

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Energização de um banco de capacitores.

Tensão fase-fase no barramento do de conexão Corrente do banco de capacitores


do banco de capacitores.
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 Transitórios oscilatórios com frequências primárias menores do que 300 Hz
também podem ser encontrados em sistemas de distribuição.
 Estes são geralmente associados com a ferroressonância e a energização de
transformadores. Transitórios envolvendo capacitores em série podem também ser
incluídos nesta categoria.
 Estes ocorrem quando o sistema responde pela ressonância com componentes de
baixa frequência na corrente de magnetização do transformador (segunda e
terceira harmônica) ou quando condições não usuais resultem em
ferroressonância.
 A ferroressonância é um fenômeno caracterizado por sobretensões formas de
ondas irregulares e está associado com a excitação de uma ou mais indutâncias
através de uma capacitância série (ANSI/IEEE Std 100-1984).

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Sistema elétrico em que ocorre uma ferroressonância.

Tensão sobre o indutor não linear. Corrente do sistema.


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b) Transitórios oscilatórios de média frequência
 É um transitório com componentes de frequência entre 5 kHz e 500 kHz,
com uma duração média de dezenas de microssegundos (ou vários ciclos
da frequência principal).
 Estes podem ser causados por:
 Chaveamento de disjuntores para a eliminação de faltas;
 Resultado de uma resposta do sistema a um transitório impulsivo;
 Energização de linhas de transmissão.

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Energização de uma linha de transmissão.

Tensão fase-fase no transmissor do sistema.

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c) Transitórios oscilatórios de alta frequência
 São transitórios oscilatórios com uma componente de frequência maior do
que 500 kHz e com uma duração típica medida em microssegundos (ou
vários ciclos da frequência principal).
 Estes transitórios são frequentemente resultados de:
 Resposta local do sistema a um transitório impulsivo;
 Também podem ser causados por chaveamento de circuitos indutivos.

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Desenergização de uma carga indutiva.

Tensões fase-fase no barramento da carga indutiva Corrente do sistema.


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Algumas soluções para estes problemas são:
 Supressores de surto como varistores, centelhadores, capacitores de surto,
diodos tipo zener, etc.
 Filtros de alta-frequência, filtros passa baixa, transformadores isoladores.
 Aplicação de contatores de manobra para bancos de capacitores, capazes
de pré-carregar os capacitores e reduzir o pico de corrente.
 Aplicação de tiristores no acionamento de bancos de capacitores, ativando
os capacitores apenas quando a corrente cruza por zero, dentre outras.
 Para-raios (ZnO).
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Varistores de ZnO Para-Raio de ZnO Centelhador Tripolar a Gás 230V

Transformador isolador Filtro passa-baixa Diodo Zener


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EXEMPLO 1
Considerando-se o sistema de distribuição de energia elétrica mostrado a
seguir, no qual estão indicados em cor vermelha a quantidade de
consumidores em cada bloco da rede, calcule:

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a) Os indicadores DEC e FEC para a chave (A), associados ao evento de
interrupção F3.
b) Os indicadores DEC e FEC totais para a chave (A), considerando-se todos
os eventos de interrupção registrados (F1, F2 e F3).
c) Os indicadores DIC, FIC e DMIC para os consumidores X e Y,
considerando-se todos os eventos de interrupção registrados (F1, F2 e F3).

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 Indicadores individuais de continuidade

i = índice de interrupções da unidade consumidora no período de apuração, variando de 1 a n;


n = número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de apuração;
t(i) = tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada ou ponto de conexão, no período
de apuração;
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 Indicadores coletivos de continuidade

i= índice de unidades
consumidoras atendidas
em BT ou MT faturadas
do conjunto;

Cc = número total de unidades


consumidoras faturadas
do conjunto no período
de apuração, atendidas
em BT ou MT.

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 Indicadores Coletivos x Individuais

DEC: mostra as horas que um conjunto de consumidores, em média equivalente, ficou sem energia
elétrica, considerando interrupções iguais ou superiores a 3 minutos.
FEC: é o número de interrupções que um conjunto de consumidores, em média equivalente, sofreu,
considerando interrupções iguais ou superiores a 3 minutos.
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SOLUÇÃO
a) Cc = 1500 + 1000 + 100 + 300 = 2900 Consumidores

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b)

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c)

𝑚á𝑥

𝑚á𝑥

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EXEMPLO 2
Dado o sistema de distribuição de energia elétrica, no qual estão indicados em cor vermelha a
quantidade de consumidores em cada bloco da rede, calcule:
a) Os indicadores DEC e FEC para a Chave (A), associados ao evento de interrupção F3.
b) Os indicadores DEC e FEC para a Chave (A), associados ao evento de interrupção F4.
c) Os indicadores DEC e FEC totais para a chave (A), considerando-se todos os eventos de
interrupção registrados (F1, F2, F3 e F4).
d) Os indicadores DIC, FIC e DMIC para os consumidores X, Y e Z, considerando-se todos os
eventos de interrupção registrados (F1, F2, F3 e F4).
e) Calcule o tempo médio de atendimento emergencial (TMAE), considerando-se todos os
eventos de interrupções registrados (F1, F2, F3 e F4)

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Duração das interrupções:
F1=3,00 horas (TP=10 min, TD= 40 min, TE=130 min)
F2=40 min (TP=10 min, TD=10 min, TE=12 min)
F3=2,00 horas (TP=10 min, TD=40 min, TE=70 min)
F4=4,00 horas (TP=20 min, TD= 80 min, TE=140 min)

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SOLUÇÃO
a) Cc = 2000+1000+1000+1000+600 = 5600 consumidores

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b)

c)

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d) 40
𝐷𝐼𝐶 = 𝑡 𝑖 =3+ + 2 + 0 = 5,67 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
60
𝐹𝐼𝐶 = 𝐹1 + 𝐹2 + 𝐹3 = 3 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠
𝐷𝑀𝐼𝐶 = 𝑡 𝑖 𝑚á𝑥 = 3 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠

40
𝐷𝐼𝐶 = 𝑡 𝑖 =3+ + 0 + 0 = 3,67 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
60
𝐹𝐼𝐶 = 𝐹1 + 𝐹2 = 2 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑟𝑢𝑝çõ𝑒𝑠
𝐷𝑀𝐼𝐶 = 𝑡 𝑖 𝑚á𝑥 = 3 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠

𝑚á𝑥

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e)

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EXEMPLO 3 – FAZER EM CASA
Considerando-se o sistema de distribuição de energia elétrica mostrado a seguir, no qual estão indicados em
cor vermelha a quantidade de consumidores em cada bloco da rede, pede-se:
a) Calcule os valores dos indicadores DEC e FEC para as chaves (A), (F) e (L), considerando-se todos os
eventos de interrupção registrados (F1, F2, F3, F4 e F5).
b) Sabendo-se que as subestações SD1, SD2 e SD3 compreendem um mesmo conjunto de unidades
consumidoras, calcule os indicadores DEC e FEC para o referido conjunto, considerando-se todos os
eventos de interrupção registrados (F1, F2, F3, F4 e F5).
c) Recalcule os valores de DEC e FEC solicitados no item anterior, considerando-se que:
• Quando da ocorrência do evento de interrupção F2, toda a carga situada a jusante da chave (B) é
transferida para a subestação SD2 no instante t = 20 minutos;
• Quando da ocorrência do evento de interrupção F5, toda a carga situada a jusante da chave (M) é
transferida para a subestação SD2 no instante t = 1,50 horas;
d) Para a situação indicada no item anterior, calcule os indicadores DIC, FIC e DMIC para os clientes X e Y,
considerando-se todos os eventos de interrupção registrados (F1, F2, F3, F4 e F5).

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RESP: (a) DEC(A) = 0,96 horas e FEC(A) = 1,06 interrupções; DEC(F) = 0,11 horas e FEC(F) = 0,17 interrupções; DEC(L) = 4,72 horas e FEC(L) = 1,24
interrupções; (b) DEC = 2,09 horas e FEC = 0,80 interrupções; (c) DEC = 1,44 horas e FEC = 0,80 interrupções; (d) Para X – DIC = 2,33 horas, FIC =
2,00 interrupções e DMIC = 2,00 horas; Para Y – DIC = 4,50 horas, FIC = 2,00 interrupções e DMIC = 3,00 horas.

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2.2 – VARIAÇÕES DE TENSÃO DE LONGA DURAÇÃO
 Efeitos de longa duração por um período superior a um minuto, sendo,
portanto, consideradas como:
“Distúrbios de regime permanente que podem ser caracterizados como
desvios que ocorrem no valor eficaz da tensão, na frequência do sistema.”
 São causadas por:
 Variações de carga;
 Por perda de interligações no sistema elétrico.
 São classificadas em:
 Sobretensão, subtensão e interrupção sustentada.

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A) SOBRETENSÕES
 Aumento no valor eficaz da tensão CA, maior do que 110% (valores típicos
entre 1,1 pu e 1,2 pu) na frequência do sistema, por uma duração maior do
que 1 minuto.
 Usualmente resultam:
 Desligamento de grandes cargas ou da energização de um banco de
capacitores.
 Taps dos transformadores incorretamente conectados.
 Consequências: falha de equipamentos, vida útil reduzida, falhas de
operação em relés de proteção, elevação da Q dos bancos de capacitores.

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SOLUÇÕES
 Troca de bancos de capacitores
fixos por bancos automáticos,
tanto em sistemas das
concessionárias como em
sistemas industriais, possibilitando
um maior controle do nível da
tensão e a instalação de
compensadores estáticos de
reativos. Exemplo ilustrando o perfil da tensão para uma
variação de longa duração.
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B) SUBTENSÕES
 Já a subtensão apresenta características opostas, sendo que agora um
decréscimo no valor eficaz da tensão AC para menos de 90% na frequência do
sistema é caracterizado também com uma duração superior a 1 min.
 Consequência de:
 Carregamento excessivo de circuitos alimentadores, que interagem com a
impedância da rede.
 A conexão de cargas à rede elétrica, o desligamento de bancos de capacitores e,
consequentemente, o excesso de reativo transportado pelos circuitos de
distribuição, o que limita a capacidade do sistema no fornecimento de potência
ativa e, ao mesmo tempo, eleva a queda de tensão.
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 A queda de tensão por fase é função da corrente de carga, do fator de
potência e dos parâmetros R e X da rede.
 Dessa forma, pode-se concluir que aqueles consumidores mais distantes da
subestação estarão submetidos a menores níveis de tensão.
 Quanto menor for o fator de potência, maiores serão as perdas reativas na
distribuição, aumentando a queda de tensão no sistema.

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Perfil de tensão ao longo de um alimentador em função do fator de potência
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 Problemas causados:
 Redução da potência reativa fornecida por bancos de capacitores ao
sistema;
 Possível interrupção da operação de equipamentos eletrônicos, tais como
computadores e controladores eletrônicos;
 Redução de índice de iluminamento para os circuitos de iluminação
incandescente;
 Elevação do tempo de partida das máquinas de indução, o que contribui
para a elevação de temperatura dos enrolamentos; e
 Aumento nos valores das correntes do estator de um motor de indução
quando alimentado por uma tensão inferior à nominal.

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Potência consumida por uma lâmpada incandescente de
100 W para diferentes tensões.
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Elevação de corrente num motor de indução de 5 CV (± 4,93 HP)
em função da tensão de alimentação.
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MEDIDAS CORRETIVAS
 Instalar reguladores de tensão para elevar o nível da tensão;
 Instalar capacitores shunt para reduzir a corrente do circuito;
 Instalar capacitores série para cancelar a queda de tensão indutiva;
 Instalar cabos com bitolas maiores para reduzir a impedância Z;
 Mudar o transformador de serviço para um de capacidade maior, reduzindo,
assim, a impedância Z; e
 Instalar compensadores estáticos de reativos, os quais têm os mesmos
objetivos que os capacitores, para mudanças bruscas de cargas.

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O Compensador estático de reativos (Static
Var Compensator – SVC) consiste em chaves
tiristorizadas que controlam a corrente em
reatores e/ou capacitores, produzindo
compensação dinâmica shunt.

É usado para suprir demanda


de potência reativa, eliminar
perdas de potência ativa,
regular tensão, eliminar
harmônicos, flutuar tensão e
flicker e para aumentar o fator
de potência.
O SVC é uma solução
eficiente no fornecimento de
potência reativa dinâmica,
com tempo de resposta rápido
https://grupovision.com.br/solucoes/compensador-estatico-de-reativos/
e baixo custo de manutenção.
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C) INTERRUPÇÕES SUSTENTADAS
 Ocorre quando o fornecimento de tensão permanece em zero por um período
de tempo que excede um minuto.
 São geralmente permanentes e requerem intervenção humana para reparar e
retornar o sistema à operação normal no fornecimento de energia;
 A maioria delas ocorre inesperadamente e as principais causas são falhas
nos disjuntores, queima de fusíveis, falha de componentes de circuito
alimentador, etc. Já as interrupções planejadas são feitas geralmente para
executar manutenção na rede, ou seja, serviço como troca de cabos e
postes, mudança do tap do transformador, alteração dos ajustes de
equipamentos de proteção, etc.
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 Seja a interrupção de natureza inesperada e/ou sustentada, o sistema
elétrico deve ser projetado e operado de forma a garantir que:
 O número de interrupções seja mínimo possível;
 Uma interrupção dure o mínimo possível; e
 O número de consumidores afetados seja pequeno.
 Ao ocorrer uma falta de caráter permanente, o dispositivo de proteção do
alimentador principal executa 3 ou 4 operações na tentativa de se
restabelecer o sistema, até que o bloqueio definitivo seja efetuado.

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 Em redes aéreas, a localização do defeito não demora muito tempo, ao
passo que em redes subterrâneas necessita-se de um tempo considerável;
 Entretanto, a probabilidade de ocorrer uma falta em redes subterrâneas é
muito menor do que em redes aéreas;
 A consequência de uma interrupção sustentada é o desligamento dos
equipamentos, e consequente perda na produção;

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2.3 – VARIAÇÕES DE TENSÃO DE CURTA DURAÇÃO
 Estas variações podem ser designadas como instantâneas (1/2 a 30 ciclos),
momentâneas (30 ciclos a 3 s) ou temporárias (3 s a 1 min).
 Causadas por condições de faltas, energização de grandes cargas que
requerem altas correntes de partida, ou a perda intermitente de conexões
nos cabos do sistema.
 Classificação das Variações de Tensão de Curta Duração (VTCD):
 Elevação de tensão.
 Afundamento de tensão.
 Interrupção de curta duração.

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