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Curso:

Curso: Engenharia Elétrica

• Disciplina: Proteção de Sistemas Elétricos de


Potência

Thiago Maciel Braga


E-mail: thiago.maciel@educadores.com.br
Apresentação da Disciplina

Ementa:
Unidade 1 | Introdução à proteção dos sistemas elétricos
Seção 1.1 - Filosofia da proteção de sistemas elétricos
Seção 1.2 - Característica de operação dos relés
Seção 1.3 - Transformadores de instrumentação (TC e TP) e disjuntores de potência
Unidade 2 | Proteção dos sistemas de transmissão
Seção 2.1 - Proteção de transformadores
Seção 2.2 - Proteção de linhas de transmissão (LT)
Seção 2.3 - Proteção de geradores e barramentos
Unidade 3 | Proteção dos sistemas de distribuição
Seção 3.1 - Equipamentos de proteção das redes primárias de distribuição
Seção 3.2 -Principais relés empregados na proteção das redes de distribuição primárias
Seção 3.3 - Coordenação da proteção das redes de distribuição primárias
Unidade 4 | Cálculo de curtos-circuitos em sistemas de transmissão e distribuição
Seção 4.1 - Componentes simétricas e teorema de Thévenin
Seção 4.2 - Curto-circuito simétrico
Seção 4.3 - Curto-circuito assimétrico
BIBLIOGRAFIA:
BÁSICA:
- FRANZÃO, R. J. A.; Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, Editora e Distribuidora
Educacional, KLS, 2019
- MAMEDE, J; MAMEDE, D. R. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. LTC, 2011.
- MAMEDE, J. Manual de Equipamentos Elétricos. 3. ed., LTC, 2005.
- CAMINHA, A. C. Introdução à Proteção dos Sistemas Elétricos. 1. ed., Edgard Blucher,
1977.
- OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO. Definição das Metodologias e
Procedimentos Necessários às Campanhas de Medição dos Indicadores de Desempenho.
Rio de Janeiro. 26 jun. 2006. Disponível em:
http://www.ons.org.br/AcervoDigitalDocumentosEPublicacoes/ONSRE028-2005-
RelatorioCampanhas_Rev4.pdf. Acesso em: 7 nov. 2018.
- PHADKE, A.; THORP, J. S. Computer Relaying for Power System. 2. ed., Nova York: Wiley,
2009.
- PHADKE, A.; THORP, J. S. Synchronized Phasor Measurements and Their Applications. Nova
York: Springer, 2008.
- STEVENSON, W. D. Elementos de análise de sistemas de potência. São Paulo: MacGraw-
Hill do Brasil, 1974.
U3 - Proteção dos
sistemas de distribuição
U3: Proteção dos sistemas de distribuição

- Sistema de proteção das redes primárias visa


assegurar dois objetivos:
- Minimizar a duração e a frequência da falta.
- Minimizar o número de consumidores afetados
pela falta.
- Os principias dispositivos empregados na elaboração
de esquemas de proteção para essas redes, citam-se:
- elos fusíveis;
- Religadores;
- Seccionalizadores
- Network Protector (para redes subterrâneas);
U3: Proteção dos sistemas de distribuição

- Elo fusível: Dispositivo de proteção mais simples


contra sobrecorrentes provocadas por curtos-
circuitos.
- Operação é baseada em curvas características de
Tempo x Corrente que inferem o tempo mínimo e
máximo de fusão, assim como o tempo máximo de
extinção do arco provocado durante o
rompimento do elo.
U3: Proteção dos sistemas de distribuição

- O religador é um dispositivo capaz de realizar três


tarefas distintas:
- detecção de sobrecorrentes;
- isolamento do circuito sob falta
- religamento automático do circuito após o fim da
sobrecorrente.
- Na prática, existem três formas de avaliar a
operação do religador:
- a) análise de curvas Tempo x Corrente;
- b) análise gráfica da corrente no alimentador,
no qual o religador foi instalado;
- c) análise oscilográfica dos sinais de correntes
registrados por religadores digitais.
U3: Proteção dos sistemas de distribuição

- Seccionalizador: Possui capacidade de isolar um


circuito, contudo, isso só é possível se um religador ou
disjuntor a montante interromper a corrente de falta.

- Network Protector: É capaz de detectar inversões nos


fluxos das correntes de falta e, por conseguinte, isolar
o trecho sob falta em redes subterrâneas.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:

- Elo fusível é o dispositivo de proteção contra


sobrecorrente mais utilizado nas redes de
distribuição primárias.

- Possui um filamento interno que se aquece


quando percorrido por um fluxo de corrente.
Quando o fluxo excede um valor predeterminado,
esse filamento se rompe (derrete).
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:

- Eficiência da operação do elo fusível pode ser


avaliada por meio de três parâmetros:
- 1) isolar completamente a rede elétrica sob
falta pelo rompimento do seu filamento
interno;
- 2) ser capaz de eliminar adequadamente o arco
elétrico gerado durante o rompimento do
filamento;
- 3) manter a rede elétrica aberta, sem
centelhamento, mesmo com tensão nominal
aplicada em seus terminais.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Chave fusível (ou porta fusível) é apenas o suporte
no qual o elo fusível é conectado.
- Chave Fusível - Elo Fusível.
https://www.indelbauru.com.br/elo-fusivel/
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Chave Fusível
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Elo Fusível.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Princípio de funcionamento tipo expulsão: o
filamento é envolto por um tubo revestido
internamente com uma fibra de ionização, assim,
na presença de um curto-circuito, a fibra é
aquecida quando o filamento se rompe (derrete),
produzindo gases de ionização que se acumulam
no tubo. O arco é comprimido e expulso do tubo,
além disso, a liberação do gás pelas extremidades
do tubo garante que as partículas que sustentam o
arco sejam completamente expelidas.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Classificação segundo a sua taxa de velocidade (SR
– speed ratio) ou relação de rapidez: razão entre a
corrente mínima de fusão do elo, em 0,1 s, e a
corrente mínima de fusão em 300 s.
- Tipo K – rápidos:
- SR variando entre 6 e 8.
- Possuem capacidade de sobrecarga de 50%
do seu valor nominal.
- Aplicação: proteção de transformadores e
ramais laterais de alimentadores.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Tipo T – lentos:
- SR variando entre 10 e 13.
- suportam uma sobrecarga e 50%
- Aplicação: proteção de transformadores e
ramais.
- Tipo H – muito lentos:
- Aplicação: quase exclusivamente na
proteção de transformadores visando evitar
operações desnecessárias durante
transitórios de curta duração, tal como
correntes de inrush.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Corrente de in rush em transformadores de
potência é resultado da energização do mesmo, ou
seja, quando o transformador entra em operação
ele precisa ser magnetizado, o que por sua vez
resulta em uma corrente de magnetização de
grande amplitude e forma de onda distorcida,
conhecida por corrente de in rush. Pode
apresentar a mesma magnitude que a corrente de
curto circuito.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Curvas características de fusão do elo fusível:
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com elos fusíveis:
- Exemplo: Avaliar dois elos fusíveis, ambos com
corrente nominal de 200 [A] e determine o SR e a
sua classificação.

- Elo fusível 1: SR=7,82 – ou seja: tipo k


- Elo fusível 1: SR=12,52 – ou seja: tipo T
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com religadores:
- Religador é um dispositivo capaz de:
- detectar condições de falta.
- interromper o circuito se a sobrecorrente
persistir após um intervalo de tempo
predeterminado.
- Após testes de verificação, religar
automaticamente o circuito.
- Se a falta que originou a operação ainda existir,
o religador permanecerá aberto após um
número predefinido de operações, isolando o
circuito sob falta do restante da rede.
- Nas redes de distribuição primárias, entre 75%
e 90% das faltas são de natureza temporária e
duram, no máximo, alguns ciclos ou segundos.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com religadores:
- Nas redes de distribuição primárias, entre 75% e
90% das faltas são de natureza temporária e
duram, no máximo, alguns ciclos ou segundos.
- Assim, o religador, com sua característica de
abertura/fechamento, impede que um circuito de
distribuição fique fora de serviço por faltas
temporárias.
- Normalmente, os religadores são projetados para
contagem e registro de até três operações de
fechamento.
- Após uma operação de abertura final, eles
bloqueiam a sequência de abertura/fechamento,
definindo assim o ciclo de operação.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com religadores:
- Intervalo de tempo entre uma abertura e um
religamento é denominado de tempo de
religamento ou, no jargão do engenheiro de
proteção, tempo morto.
- Em geral, os religadores também permitem
operações manuais de fechamento.
- Com relação às curvas Tempo x Corrente, os
religadores normalmente incorporam três curvas,
uma rápida e duas lentas, designadas como A, B e
C, respectivamente. A Figura a seguir mostra um
conjunto típico de curvas para religadores.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com religadores:
- Curvas Tempo x Corrente do religador:
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com religadores:
- Religadores digitais são formados, basicamente,
por um módulo de chaveamento com
interruptores a vácuo e por um microcontrolador,
cuja finalidade é executar as funções de proteção,
medição e comunicação.
- Religadores digitais facilitam a automação nas
redes de distribuição e são vistos por muitos como
elementos essenciais na implantação de redes de
distribuição ativas e inteligentes.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com religadores:
- Com relação à alocação de religadores, estes
podem ser instalados nos seguintes pontos da
rede de distribuição:
- i. Em subestações, para fornecer proteção
primária para um alimentador de saída.
- ii. No próprio alimentador, visando permitir o
seu seccionamento, caso um curto-circuito se
origine a jusante do religador.
- iii. Em ramos laterais, que emerge dos
alimentadores, pois, caso uma falta ocorra
nesses ramos, os mesmos podem ser retirados
de operação sem a necessidade da completa
desconexão do alimentador.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com seccionalizador:
- Seccionalizador é um dispositivo que isola
automaticamente o circuito que ele protege, uma
vez que um disjuntor ou religador a montante
interrompe a corrente de falta.
- Seccionalizador não tem capacidade de
interromper correntes de curto-circuito.
- Deve ser empregado em conjunto com um
dispositivo de retaguarda que tenha capacidade de
interrupção da corrente de falta.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com seccionalizador:
- É constituído por um sensor de sobrecorrente, um
mecanismo de contagem das operações
(desligamentos) realizadas pelo equipamento de
retaguarda (religador) e um mecanismo para
travamento na posição aberto.
- O seccionalizador conta o número de operações
do religador durante condições de falta.
- Após certo número de ocorrências (uma, duas ou
três), que corresponde ao ajuste do equipamento,
o seccionalizador abre seus contatos e permanece
travado na posição aberto, isolando o circuito
acometido pela falta.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Proteção com seccionalizador:
- O seccionalizador não possui característica
operacional baseada na curva Tempo x Corrente,
dessa forma, ele pode ser usado sem nenhum
problema entre dois dispositivos de proteção cujas
curvas de operação são muito próximas.
- Os seccionalizadores encontrados nas redes de
distribuição primárias são, em sua grande maioria,
construídos em arranjos monofásicos ou trifásicos
com mecanismos de operação hidráulicos ou
eletrônicos.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Protetor de rede (Network Protector) para redes
subterrâneas:
- Redes de distribuição primárias subterrâneas:
- têm grande aplicabilidade em áreas com
elevada densidade de carga, por exemplo na
região central de grandes cidades.
- Apresentam alta confiabilidade, contudo,
restrições relativas aos custos de implantação e
manutenção impõem dificuldades para seu uso
massivo.
- Um tipo de rede primária subterrânea que é
frequentemente implementada por
concessionárias de distribuição é denominado
Spot Network.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Protetor de rede (Network Protector) para redes
subterrâneas:
- Rede Spot Network:
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Protetor de rede (Network Protector) para redes
subterrâneas:
- Rede Spot Network: cada transformador de
distribuição é suprido por dois ou três
alimentadores derivados de uma única subestação
ou de subestações distintas.
- Nos transformadores existe uma chave especial,
NP, que é a responsável pela proteção
denominada Network Protector.
- Essas chaves têm por finalidade detectar a
reversão do fluxo das correntes de falta na rede.
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Protetor de rede (Network Protector) para redes
subterrâneas:
- Fluxos de correntes de falta na rede Spot Network;
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Exercício 1: Análise e descreva a atuação de religador.
- Gráfico de operação do religador;
Seção 1: Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
- Exercício 2: Análise e descreva a atuação de religador.
- Oscilografia Sequência de operações do religador
digital ;

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