Você está na página 1de 45

Tecnologia Aplicada aos Materiais

Elétricos
Aula 3 – Dispositivos de proteção
em circuitos de BT1
Disciplina: Tecnologia Aplicada aos Materiais Elétricos
Curso: Engenharia Elétrica – 4º Período
Prof. Eduardo Gonzaga da Silveira
Email: eduardo@cefetmg.br

1 Notas de aulas cedidas pelas professoras Claudia Mesquita e Cássia Regina


Introdução – Dispositivos de proteção

2
Introdução – Dispositivos de proteção

• Todos os equipamentos que estão conectados a uma rede elétrica estão


sujeitos a alguma falha elétrica ou circunstância que acarretam problemas
na rede elétrica. Algumas falhas que podem ocorrer:

– Sobretensão, queda de tensão, desequilíbrio ou falta de fases: causam um


aumento da corrente absorvida pelo circuito.

– Curto-circuito: pode ser de intensidade muito elevada e deve ser controlado a


tempo para evitar graves avarias nos componentes dos circuitos.

– Rotor bloqueado: sobrecarga momentânea ou prolongada de origem


mecânica que provoca um aumento da corrente absorvida pelo motor e um
aquecimento perigoso nos enrolamentos.

3
Uma sobrecarga, em termos gerais, pode ser considerada como uma corrente
elétrica acima da corrente nominal projetada para um determinado circuito. A
sobrecarga acontece quando a corrente elétrica supera a capacidade de condução
dos fios e cabos, reduzindo a vida útil desses componentes.

As sobrecargas costumam provocar aquecimentos no sistema, danificando a


isolação dos fios.

A sobrecarga pode ser momentânea ou permanente.

Já um curto-circuito resulta de uma falta (impedância reduzida), entre


condutor/condutor ou condutor/terra que apresentam uma diferença de potencial em
funcionamento normal. Habitualmente, é uma corrente com valor muitas vezes acima
do valor nominal. Nessa situação, se o disjuntor não atuar instantaneamente colocará
em risco a segurança das pessoas e do patrimônio, provocando desde a perda de
aparelhos elétricos e eletrônicos até incêndios.

4
DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

Fusível
Relé Térmico
Disjuntor

5
Dispositivos de Proteção
• Os dispositivos de proteção tem como finalidade a
proteção de equipamentos, circuitos eletroeletrônicos ,
máquinas e instalações elétricas, contra alterações da
tensão de alimentação e intensidade da corrente elétrica.

• Fusíveis – São dispositivos cuja principal característica é a


proteção contra curto-circuito (aumento brusco da
intensidade da corrente elétricas ocasionada por falha no
sistema de energia ou operação máquina/operador).

• Relé – são dispositivos projetado com a característica de


proteger os equipamentos contra a sobrecarga (aumento
da intensidade da corrente elétrica de forma gradual).

6
Fusíveis
• Fusível é um dispositivo de proteção contra
sobrecorrente que consiste em um elemento
fusível (elo) ou lâmina de liga metálica de baixo
ponto de fusão que se funde, por efeito Joule,
quando a intensidade de corrente elétrica
superar o valor que poderia danificar o
isolamento dos condutores ou danos em outros
elementos do circuito, devido a uma sobrecarga
ou um curto-circuito.

7
Fusíveis
• Existem fusíveis de ação rápida ou normal, ultrarrápida e retardada.

• Fusível de ação rápida ou normal: São utilizados para proteção de


circuitos com cargas resistivas. Nesses tipos de fusíveis, a fusão do
elo ocorre após alguns segundos, quando estes recebem uma
sobrecarga de curta ou longa duração.

• Fusíveis de Efeito Retardado: Os fusíveis de efeito retardado são


apropriados para uso em circuitos cuja corrente de partida atinja
valores muitas vezes superiores ao valor da corrente nominal e em
circuito que estejam sujeitos a sobrecarga de curta duração, como
exemplo: motores elétricos e cargas capacitivas em geral.

• Fusíveis de Efeito Ultra-Rápido: (classe aR) são uma excelente


proteção contra curtos-circuitos, porém não são adequados contra
sobrecargas. Geralmente aplicado em circuitos eletrônicos.

8
Fusíveis

9
Fusíveis
• De acordo com a aplicação, a norma IEC
60269-2-1 (NBR 11841) utiliza duas letras para
a especificação dos fusíveis.
• A primeira letra indica em que tipo de
sobrecorrente o fusível irá atuar, e a segunda,
que tipo de equipamento o fusível é indicado
para proteger.

10
Categoria de utilização de fusíveis
• Primeira letra
– a Fusível limitador de corrente, atuando somente na presença de curto-
circuito
– g Fusível limitador de corrente, atuando somente na presença tanto de
curto-circuito quanto sobrecarga
• Segunda letra
– G Proteção de linha, uso geral
– M Proteção de motores
– L Proteção de linha
– Tr Proteção de transformadores
– R Proteção de semicondutores, ultrarrápidos
– S Proteção de semicondutores e linha (combinado)
• Por exemplo:
– “aM” – Fusível para proteção de motores (atuação para curto-circuito)
– “gL/gG” – Fusível para proteção de cabos e uso geral (atuação para sobrecarga
e curto-circuito)
– “aR” – Fusível para proteção de semicondutores (atuação para curto-circuito)

11
Tipo de Fusíveis
• Existem diversos tipos de dispositivos fusíveis no mercado;
podem-se destacar três tipos bastante usuais nas
instalações: fusíveis cilíndricos, D e NH.

Fusíveis cilíndricos (cartuchos)


• São utilizados na proteção principalmente de máquinas e
painéis, dispondo de modelos para as instalações em geral.
• Os fusíveis cilíndricos possuem categorias de utilização gG e
aM, com correntes nominais de 1 a 100 A. Disponíveis em
três tamanhos diferentes e capazes de atuar em redes de
tensão nominal até 500 VCA, apresentam alta capacidade
de interrupção (100 kA) em um equipamento
extremamente compacto.

12
Fusíveis cilíndricos

RT18-63 fuse base do fusível da baixa


tensão fusível cartucho

13
Fusível D

O parafuso de ajuste,
instalado entre a base e o
fusível, impede a
substituição do fusível por
outro de valor superior de
corrente.
14
Fusível D - Partes

15
Fusíveis D
• Os fusíveis tipo D possuem
categoria de utilização gL/gG, e
são encontrados em três
tamanhos (DI, DII e DIII).
Atendem as correntes
nominais de 2 a 100 A. A
Tabela apresenta os valores
das correntes nominais dos
fusíveis de tamanho DII e DIII,
que normalmente possuem as
seguintes capacidades de
interrupção:
– até 20 A: 100 kA
– de 25 a 63 A: 50 kA/70 kA

16
Fusível tipo NH
• Os fusíveis NH são aplicados na proteção
de sobrecorrentes de curto-circuito em
instalações elétricas industriais.
• Possuem categoria de utilização gL/gG, e
são apresentados em seis tamanhos
diferentes.
• Atendem correntes nominais de 6 a 1250
A. São fusíveis limitadores de corrente e
possuem elevada capacidade de
interrupção: 120 kA em até 690 VCA.
• Eletricamente difere-se do tipo D devido
à alta capacidade de ruptura e maiores
correntes nominais; Apresenta elevada capacidade de
Interrupção
Ex. 120 kA em até 690 VCA

17
Fusível tipo NH - Partes

18
Fusível tipo NH

19
20
Tempo x corrente nos fusíveis

21
Dimensionamento do Fusível
• No dimensionamento de fusíveis, recomenda-se que sejam observados,
no mínimo, os seguintes pontos:
• 1º Critério de escolha do Fusível
– Devem suportar o pico de corrente (Ip) dos motores durante o tempo de
partida (TP) sem se fundir. Com o valor de Ip e TP determina-se pelas curvas
características dos fusíveis fornecidas pelos fabricantes o valor necessário do
fusível, 1o critério.
• 2º Critério de escolha do Fusível
– devem ser especificados com uma corrente superior a 20% acima do valor
nominal da corrente (In) do circuito que irá proteger. Este procedimento
preserva o fusível do envelhecimento prematuro, mantendo a vida útil do
fusível.
• 3º Critério de escolha do Fusível
– devem proteger também os dispositivos de acionamento (contatores e relés
térmicos) evitando assim a queima destes. Para isso verifica-se o valor máximo
do fusível admissível na tabela dos contatores e relés.
• IFmax é lido nas tabelas fornecidas pelos fabricantes

22
Exemplo - Dimensionamento
Existem fusíveis – Retardados, rápidos e ultra-rápidos

Aplicações: Retardados ➔ motores


Rápidos e ultra-rápidos ➔ eletrônica, circuitos de comando

23
Fusíveis limitadores de corrente

24
Fusíveis limitadores de corrente

25
Fusíveis limitadores de corrente

Fonte: Livro do Cotrim

26
27
28
29
30
31
32
33
Dispositivos Fusíveis

Instalações domésticas (uso por pessoas não


qualificadas) ➔ gG

Instalações industriais (uso por pessoas não


qualificadas) ➔ gG, gM e aM

34
Fusíveis

Um fusível gG de 20A, conduzindo uma


corrente 1,25*In= 25A, não deve fundir
antes de 1 hora.

Se circular uma corrente 1,6 In, ele deverá


fundir em ao menos 1 hora.

35
Especificação do Dispositivo Fusível
Valem as mesmas condições dadas no dimensionamento do disjuntor. Diferença é
que o I2 corresponde nesse caso à corrente de convencional de fusão do dispositivo
fusível

Observem que no caso do fusível a condição


I2 <= 1,45 Iz é mais restritiva que IN <= IZ

36
Disjuntores de Baixa Tensão
Um disjuntor é um dispositivo de manobra (mecânico) e de proteção, capaz de
estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais do circuito,
assim como estabelecer, conduzir por tempo especificado e interromper correntes
em condições anormais especificadas do circuito, tais como as de curto-circuito.

Os disjuntores são normalmente usados para proteção e manobra de circuitos de


distribuição e terminais, montados em quadros de distribuição padronizados. Neste
caso, são montados em caixas moldadas e podem ser unipolares, bipolares e
tripolares, geralmente com acionamento manual e, se forem equipados com
disparadores térmicos e eletromagnéticos, serão chamados de disjuntores
termomagnéticos.

37
Disjuntores de Baixa Tensão

Minidisjuntores

38
Disjuntores de Baixa Tensão
Os que são tradicionalmente utilizados são os disjuntores termomagnéticos:

Além dos disparadores bimetálicos (que atuam em sobrecorrentes moderadas), são


providos de disparadores magnéticos (bobinas de abertura), que atuam
mecanicamente, desligando o disjuntor quando a corrente é intensa e de curta
duração. Desarmam, também, quando ocorre um curto-circuito em uma ou nas três
fases.

A dilatação desigual das lâminas (bimetal), por efeito do aquecimento, provocado por
uma corrente de sobrecarga moderada de longa duração, faz interromper a passagem
da corrente no circuito, porque a dilatação desigual das lâminas determina que as
mesmas se curvem e desliguem o dispositivo.

39
40
Disjuntor
• Para cada tipo de carga foi estipulado uma curva de ruptura para o
disjuntor e essas curvas foram separadas em categorias.
• A curva de ruptura do disjuntor é o tempo em que o disjuntor
suporta uma corrente acima da corrente nominal por determinado
tempo.
– Quando se tem uma equipamento muito delicado necessita-se que a
interrupção do circuito quando a corrente passe o limite de
funcionamento seja muito rápida, para que o equipamento não seja
danificado;
– na partida de um motor, para que este saia do estado de inércia e
chegue a sua velocidade máxima uma grande corrente é necessária no
instante da partida, ás vezes muitas vezes maior do que a corrente
para que este mesmo motor esteja em velocidade plena, nestes casos
o disjunto tem que suportar a corrente alta durante um período de
tempo maior.

43
Tipos de Disjuntores
• Existem os disjuntores Unipolares, bipolares e tripolares que tem 1, 2 ou 3 polos,
respectivamente.

• Os disjuntores também são divididos por 3 tipos de curvas


– As normas NBR 5459 e NBR 5410 da ABNT determinam que disjuntores de curva B, os
disjuntores de curva C e os disjuntores de curva D.
• Disjuntores de curva B
– Devem atuar para correntes de curto-circuito entre 3 e 5 vezes a corrente nominal;
– São recomendados para banco de cargas com baixa corrente de partida. É o caso de lâmpadas
incandescentes, fornos elétricos e aquecedores elétricos.
• Disjuntores de curva C
– Funcionam entre 5 e 10 vezes a corrente nominal;
– Esses são podem ser usados em cargas de média corrente de partida, como máquinas de lavar
roupas, lâmpadas fluorescentes e, motores elétricos.
• Disjuntores de curva D
– Respondem para correntes entre 10 e 20 vezes a corrente nominal;
– Já esses disjuntores são recomendados para cargas com grande corrente de partida, como por
exemplo, os transformadores de baixa tensão.

44
Fonte: Guia EM da NBR 5410
45
Disjuntores
• https://www.youtube.com/watch?v=T3NoJ_x
8oiA
• https://www.youtube.com/watch?v=vgdpB0C
Fzo4
• https://www.youtube.com/watch?v=tuXUC7lK
0MY

53
Referências bibliográficas
1. Apostila “Dispositivos e Matérias Elétricos”. Flávio Macedo Cunha,
Publicação CEFET MG
2. MAMEDE, J. Fo. Manual de Equipamentos Elétricos. RJ: LTC, 2005.
3. MAMEDE, J. Fo. Instalações Elétricas Industriais
4. CREDER, H. Instalações Elétricas. Livros Técnicos e Científicos. Ed. S.A.,
515pp.
5. https://www.youtube.com/watch?v=OVlkccY7ZZE
6. https://www.youtube.com/watch?v=9DgAoEGOQYc
7. https://www.youtube.com/watch?v=le7zVaXy0zU

54

Você também pode gostar