Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PREDIAIS
AULA 4
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
CONVERSA INICIAL
utilizados para o condutor e para a isolação. Vimos também as técnicas fundamentais para o
Além disso, foram apresentados alguns dados estatísticos sobre acidentes de origem elétrica,
especialmente incêndios e choques elétricos. Por isso, esta aula será fundamental porque
Vamos conhecer quais são esses dispositivos, como eles funcionam e depois como dimensioná-
TEMA 1 – FUSÍVEIS
Quando começamos um projeto de instalações elétricas, fazemos a previsão das cargas e, com
base nisso, realizamos o dimensionamento dos condutores. No entanto, não é considerado o mal uso
das instalações.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Desse modo, entende-se como sobrecarga a situação em que a corrente drenada é maior que
Uma falta elétrica ou curto-circuito tem como consequência uma fuga de corrente muito elevada
devido ao contato ou arco elétrico entre duas partes com diferença de potencial elétrico e com baixa
Um curto-circuito ocorre geralmente por falhas na isolação de um condutor carregado que entra
em contato com o solo ou com um condutor aterrado, ou ainda com um condutor de fase diferente.
Como podemos ver na Figura 2, a impedância total é muito baixa, apenas a impedância do
transformador e dos condutores. Por isso, a corrente de curto-circuito ( ) é muito alta, geralmente
superior a 10 vezes a corrente nominal do circuito, chegando a milhares de amperes. Se essa corrente
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
não for interrompida rapidamente, certamente causará danos severos à instalação e até mesmo pode
Por esse motivo, a NBR 5410 determina que todo circuito deve contar com um dispositivo de
proteção capaz de limitar correntes de sobrecarga ou interromper o circuito no caso de uma falta
elétrica.
Dentre as possíveis soluções, o fusível é o dispositivo mais simples e mais barato para fazer esse
tipo de proteção. Um fusível, de modo geral, é composto por um corpo externo que abriga o elo
fusível, que é um condutor de seção reduzida, projetado para suportar um valor específico de
corrente.
O elo fusível é feito de uma liga metálica que se funde quando a corrente conduzida é superior a
um valor pré-definido, interrompendo o circuito. Além disso, o tempo de ruptura varia de acordo com
Apesar da interrupção do elo fusível, a corrente ainda pode ser mantida por arco voltaico no
interior do fusível em função de uma elevada diferença de potencial, por isso os fusíveis podem ser
circuito, corrente nominal ou corrente de projeto. Para essas condições, não deve haver a
atuação do fusível;
Curva de atuação: representa graficamente a relação entre a corrente conduzida pelo fusível e
o tempo. Nesse quesito, os fusíveis podem ser rápidos ou retardados, como mostra a Figura 3.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Embora os disjuntores concorram no ramo das instalações prediais, os fusíveis ainda são muito
utilizados, especialmente no setor de transmissão e distribuição e também em instalações industriais.
Atualmente, os fusíveis são classificados quanto ao tipo de carga, o valor da corrente nominal, a
capacidade de interrupção, o tipo da base de fixação e manuseio. Alguns dos principais modelos e
Quadro 1 – Modelos e características dos fusíveis, com base no catálogo do fabricante Siemens
Modelo Descrição
CILÍNDRICO
Apesar de bastante compacto, esse fusível possui alta capacidade de interrupção,
chegando a 100 kA. É um modelo bastante usado na proteção de máquinas com
A base conta com um visor de vidro e permite o engate rápido em trilho padrão
DIN ou a fixação por parafusos.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
parte viva do circuito e o padrão para trilho DIN, o torna uma boa opção para
instalações residenciais.
Também disponível para correntes nominais de 2 a 63 A e com capacidade de
NH
Este modelo de fusível é usado para a proteção de sobrecargas e correntes de
A sua base pode ser montada em uma seccionadora que oferece proteção contra
o contato direto, mas requer um equipamento especial saca-fusíveis para realizar
fotovoltaicos.
Operam com correntes nominais de 6 a 2400 A, e a tensão varia de acordo com o
tipo e tamanho, podendo ser de 500 a 2500 V para corrente alternada ou de 440 a
SILIZED O SILIZED é uma solução para proteção de semicondutores, assim como o SITOR,
corrente contínua.
A norma NBR 5410 alerta para a escolha do modelo do fusível, que deve ser adequado ao perfil
do usuário para evitar que pessoas sem conhecimento técnico tenham acesso aos terminais vivos da
instalação.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
No caso de sobrecarga, o fusível deve atuar antes do condutor atingir o seu limite de
Por isso, a norma sugere que seja adotado um valor de corrente nominal ( ) que seja igual ou
superior à corrente de projeto ( ), mas que seja no máximo o valor de capacidade de condução do
condutor ( ), de acordo com a sua seção, assim temos:
(1.1)
Uma vez adotada a corrente nominal, deve-se verificar a atuação do fusível dentro dos limites
aceitáveis. A NBR 5410 considera que a condição de sobrecarga seja esporádica e, portanto, sugere
que o dispositivo deve atuar antes de extrapolar uma sobrecorrente de 45% da capacidade de
(1.2)
Vale ressaltar que essa sobrecarga é admissível para uma corrente que dura um longo período.
Alguns fusíveis suportam um valor maior de sobrecarga devido à curta duração. Nesses casos, o
elo fusível não atinge a temperatura necessária para o rompimento. Esse tipo de fusível é muito
TEMA 2 – DISJUNTORES
Os disjuntores são, sem dúvidas, os dispositivos de proteção mais utilizados e mais populares em
instalações elétricas prediais. Mas esse sucesso não é à toa, vamos entender os motivos dessa
preferência.
Assim como os fusíveis, os disjuntores podem ser usados para a proteção contra sobrecargas e
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Um fusível, após a atuação, precisa ser substituído para que seja restabelecido o funcionamento
do circuito, já o disjuntor pode ser religado a qualquer momento, desde que tenha sido extinta a falha
Atualmente, há uma diferença construtiva que deixa muita gente com dúvidas, e você
provavelmente já se deparou com uma instalação mais antiga, na qual os disjuntores eram pretos. Os
modelos mais novos são cinza ou branco, mas qual é a diferença? Você já ouviu dizer que o disjuntor
preto é mais “forte”? Pois é, essas dúvidas são comuns porque a maioria das pessoas não sabem
chamado NEMA, sigla inglesa para National Electrical Manufacturers Association. Esse modelo possui
algumas características construtivas típicas, como o seu sistema de acionamento e o modo de fixação
no quadro de distribuição, que pode ser por parafusos ou suporte com grampos.
da temperatura. Esse dispositivo é equipado com uma lâmina bimetálica que é percorrida pela
corrente do circuito.
Em situações de sobrecarga, o excesso de corrente faz com que essa lâmina aqueça e comece a
se curvar. O movimento da lâmina dispara um gatilho, que é preso a uma mola e realiza a abertura do
contato móvel.
por pequenas aletas de alumínio igualmente espaçadas, de modo que a corrente do arco é dissipada
ao longo da extensão da câmara. Quanto mais eficiente for a câmara de extinção, maior será a
capacidade de interrupção do disjuntor.
O modelo mais atual, branco ou cinza claro, corresponde ao padrão europeu conhecido como
DIN. A sigla vem de Deutsches Institut für Normung, que significa Instituto Alemão de Normatização.
O padrão DIN é muito amplo, atuando em diversos segmentos, mas para os disjuntores, a sua
influência está no modo de fixação, que é prático pois conta com um sistema de encaixe rápido em
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Esse tipo de disjuntor contém o mesmo sistema de lâmina bimetálica do padrão NEMA, porém
além da proteção com atuação térmica, esse dispositivo conta com uma bobina capaz de reagir a
Essa é a principal diferença entre os dois modelos, pois no caso de um curto-circuito, o disjuntor
NEMA conduzirá a corrente elevada até que o aquecimento seja suficiente para curvar a lâmina e
interromper o circuito.
No disjuntor DIN, a corrente que passa pela lâmina bimetálica também passa por uma bobina
que atua como um eletroímã. Quando a corrente é muito maior que nominal, como ocorre quando há
um curto-circuito, a bobina atrai um pino metálico que está preso ao gatilho e desarma o disjuntor,
Por apresentar duas técnicas independentes para a interrupção do circuito, esse tipo de disjuntor
Além dos disjuntores termomagnéticos para instalações prediais, também conhecidos como
minidisjuntores, existem outros tipos com funções específicas, como por exemplo o disjuntor motor.
A norma NBR 5410 orienta para o uso de seccionadores, plugues, tomadas e terminais especiais
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
O disjuntor motor é uma exceção a essa regra, pois no mesmo dispositivo há uma chave que
permite o seccionamento diretamente no disjuntor. Além disso, a sua atuação prevê correntes de pico
Ainda sobre as características construtivas dos disjuntores, podemos destacar os seus valores
corrente de operação normal do dispositivo sem que haja a atuação deste. Os valores comerciais de
para disjuntores de baixa tensão são: 6, 10, 13, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100 e 125 amperes.
A atuação do disjuntor será dada por uma curva que relaciona o tempo com a quantidade de
vezes que a corrente nominal está sendo conduzida. Essas curvas definem o comportamento dos
disjuntores, que são separados em quatro categorias apresentadas na norma NBR IEC 60898 –
Curva B: esse tipo de disjuntor atua rapidamente para correntes pouco maior que a nominal,
por isso é indicado para cargas com características resistivas, como chuveiros, aquecedores e
fornos;
Curva C: esse disjuntor permite correntes mais elevadas desde que de curta duração. Esse
Curva D: esse modelo deve ser projetado para cargas altamente indutivas, como grandes
motores ou transformadores.
60898, sendo que, para um acréscimo de até 13% da corrente nominal, o disjuntor não atua e para
uma sobrecorrente de 45%, a atuação deve ocorrer em no máximo 1 hora para disjuntores de até 63
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Note que a faixa retilínea, mais abaixo nos gráficos, diz respeito a uma corrente muito maior que
a nominal e por isso é interpretada como sendo um curto-circuito, que faz atuar o disparador
magnético rapidamente.
que são percebidas pelo aquecimento da lâmina bimetálica e, portanto, têm a atuação mais lenta.
Tanto a corrente nominal como a capacidade de interrupção e tipo de curva são informações que
devem vir no manual do fabricante e também impressas no corpo do disjuntor, como mostra a Figura
9.
Créditos: G0D4ATHER/Shutterstock.
sistema com mais de uma fase esteja equilibrado, ou seja, com a mesma intensidade de corrente,
nunca se deve adotar disjuntores monopolares para instalações multipolares.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Os modelos mais comuns para instalações prediais são monopolares, bipolares ou tripolares,
Créditos: ALEXLMX/Shutterstock.
Já vimos que os disjuntores são os dispositivos mais versáteis e eficientes para proteção contra
sobrecargas de curtos-circuitos, por isso vamos usar como exemplo uma instalação residencial e
aplicar uma metodologia para o dimensionamento dos disjuntores, de modo que atenda às normas
vigentes.
A corrente de projeto para esse circuito é de 34,09 A e, após aplicar o critério da capacidade de
condução e o critério da máxima queda de tensão, definimos que o condutor a ser adotado deverá
10 mm2, para o método de referência B1 a dois condutores carregados, como foi proposto no
exemplo, tem uma capacidade de condução de 57 A.
Para atender aos critérios da NBR 5410 e da IEC 60898, deve-se considerar as seguintes
condições:
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
1. A corrente nominal do disjuntor deve ser maior ou igual à corrente de projeto do circuito,
para que não haja limitação da corrente durante o período normal de funcionamento.
2. A corrente nominal do disjuntor não pode ser superior à capacidade de condução dos
condutores, para não permitir sobrecorrentes acima dos limites suportados pelos fios e cabos.
3. O disjuntor poderá não atuar quando a corrente for até 13% acima do seu valor nominal.
Quando a sobrecorrente é superior a 13% e no máximo de 45%, a atuação deve ocorrer em até
1 hora para disjuntores de até 63 A ou 2 horas para valores superiores.
aquecimento se torne prejudicial à isolação. É permitida uma sobrecorente de até 45% acima da
Assim, devemos nos atentar para as duas regras básicas apresentadas anteriormente no
corrente nominal do disjuntor que esteja entre esses dois valores. Neste caso, haveria o valor de 40 A
e de 50 A que atenderia ao projeto e você poderá adotar o valor que julgar adequado, de acordo com
a previsão de uso futuro do circuito.
Se considerar que no futuro essa carga pode ser aumentada, adota-se o maior valor de corrente
nominal possível, desde que atenda às condições e limites impostos. Para este exemplo, se
considerarmos que a potência do chuveiro não será aumentada no futuro, fica definido o valor da
corrente nominal do disjuntor em 40 A.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Exemplo de projeto: Para exemplificar mais uma situação de projeto, vamos dimensionar os
condutores e o disjuntor que fará a proteção das tomadas de uso geral da cozinha de um restaurante.
Nesse caso, vamos considerar que os condutores possuem isolação em PVC e serão instalados em
eletroduto de seção circular embutido na parede de alvenaria (método de referência B1), sendo que a
temperatura adotada para o dimensionamento será de 40 ºC. As tomadas de uso geral acumulam no
total uma potência de 6400 VA e devem ser instaladas com tensão de 220 V. Esse circuito não será
Depois, aplicamos o fator de correção de temperatura para 40 ºC, que é FCT = 0,87, conforme
Quadro apresentado em conteúdos anteriores. Como não haverá agrupamento, não será necessário
do condutor que comporte tal corrente. O condutor de 4 mm2 tem capacidade de condução de 32 A,
por isso o condutor adotado será o de 6 mm2, que possui capacidade de até 41 A, nas condições
normais de operação. Por fim, adotamos a regra abaixo para a escolha do valor nominal do disjuntor:
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Note que para aplicar a regra de escolha da corrente nominal do disjuntor, foi considerada a
corrente de projeto e não a corrente corrigida. Isso porque a corrente corrigida é um valor imaginário,
usado apenas como base para a escolha correta do condutor em função da temperatura do ambiente.
No caso do disjuntor, levamos em consideração o valor real da corrente que circulará pelo condutor.
Podemos dizer que o disjuntor irá operar normalmente, sem atuação, para correntes de até 13%
acima da corrente nominal, ou seja:
Observe que o disjuntor de 40 A permitiria uma corrente com 4,2 A acima da capacidade do
condutor, sem que houvesse a atuação da proteção, por isso este foi descartado.
Acima de 13% de sobrecorrente, o disjuntor deve atuar em até uma hora, atingindo no máximo
É importante confirmar o limite suportado pelo condutor em condições de sobrecarga, que pela
NBR 5410 também é de 45%, assim temos:
Dessa forma, podemos adotar o disjuntor de 32 A, que garantirá a proteção antes de atingir os
limites estabelecidos.
Como o circuito do exemplo é de tomadas de uso geral, não conhecemos o tipo da carga que
será conectada. Por se tratar de uma cozinha, pode haver alguns pequenos motores, como
Por fim, o circuito será protegido por um disjuntor bipolar de 32 amperes, curva C.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
O dispositivo diferencial residual difere dos demais dispositivos de proteção estudados até aqui,
pois seu principal objetivo é garantir a proteção dos usuários de uma instalação elétrica, e não a
instalação propriamente dita.
O seu sistema de funcionamento secciona automaticamente uma linha quando há uma fuga de
corrente, impedindo que uma pessoa ou animal seja submetido a um choque elétrico fatal.
Como vimos em conteúdos anteriores, a grande maioria de acidentes de origem elétrica são os
incêndios causados por sobrecarga e os choques elétricos, sendo estes os maiores causadores de
mortes.
O choque elétrico ocorre quando uma pessoa entra em contato com alguma parte viva da
instalação, promovendo a passagem de corrente elétrica pelo corpo. O contato pode acontecer de
diferentes formas, de modo que a diferença de potencial entre as partes do corpo humano podem
gerar diferentes caminhos para a passagem da corrente, como mostra a Figura 12.
Créditos: BUKAVIK/Shutterstock
Como a resistência elétrica do corpo humano varia de pessoa para pessoa e ainda depende das
condições de contato e umidade da pele, os efeitos de um choque elétrico são muito variados e as
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
fechamento das mãos, que impede a pessoa de se soltar do cabo ou objeto energizado.
Parada Respiratória (20 a 25 mA): se a corrente atravessa o cérebro, os danos podem afetar o
Asfixia (25 a 30 mA): a contração muscular causa a paralisação do diafragma que impede o
funcionamento dos pulmões, causando asfixia.
Fibrilação ventricular (60 a 100 mA): se a corrente atravessar o coração, pode ocorrer a
De acordo com a intensidade da corrente, pode ainda causar uma parada cardíaca.
Efeitos múltiplos (Acima de 100 mA até vários amperes): as correntes elevadas causam
danos graves e geralmente fatais, podendo haver a asfixia imediata, paradas cardíaca e
eletromagnética. Ele é constituído de uma bobina para cada polo do dispositivo e uma bobina auxiliar
que será responsável pelo seccionamento do circuito quando houver uma fuga de corrente.
Diferente dos disjuntores, um DR conta com a conexão do condutor de neutro, isso porque
Durante a operação normal do circuito, a corrente que entra pela fase provoca um fluxo
magnético ( ) que é cancelado pela corrente de neutro, já que possuem a mesma intensidade mas
sentidos contrários.
Quando uma parte viva do circuito encontra um caminho para uma corrente de fuga, a corrente
que retornará pelo neutro será menor que a corrente de fase. Nesse caso, o fluxo não será nulo e
induzirá uma tensão nas extremidades da bobina auxiliar, como funcionará como um relé, fazendo a
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
A fuga de corrente pode ocorrer por uma falha na isolação dos condutores, pelo contato direto
de uma pessoa ou animal com um fio ou massa metálica energizada, por conexões e emendas mal
Atualmente, existem dois tipos básicos de DR. Um deles é conhecido como interruptor diferencial
residual (IDR), que possui todas as características já citadas, o outro é o que chamamos de disjuntor
diferencial residual (DDR). Como o nome já indica, um DDR acumula a função de proteção dos
disjuntores no mesmo dispositivo. Quanto ao tipo de sinal, existe o modelo para corrente alternada
senoidal (rede elétrica), sinais pulsantes e corrente contínua.
A família dos DRs tem seu formato muito semelhante ao dos disjuntores, podendo ser do tipo
bipolar ou tetrapolar, e também seguem o padrão europeu DIN. Outra forma encontrada é o módulo
DR, feitos para serem acoplados a um disjuntor, podendo ser bipolar, tripolar ou tetrapolar.
No corpo do dispositivo, existe um botão para testes, que provocará intencionalmente uma fuga
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Tensão nominal ( ): tensão para qual são projetados os componentes internos (220/127 V ou
380/220 V);
O quadro a seguir mostra alguns dos valores comerciais para os dispositivos DR conforme a sua
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Nº de Polos
2 4 2 4 2 4 4
(Cond. carregados)
A norma internacional IEC 60479 é a mais completa quanto aos efeitos de uma corrente elétrica
no corpo humano, por isso a NBR 5410 adota o valor de 30 miliamperes como padrão para a
aterramento, mas o seu uso é obrigatório de acordo com a NBR 5410. Os circuitos de cozinhas,
lavanderias, áreas de serviço, garagens e outros ambientes internos que possam ser molhados em uso
normal ou sujeitos a lavagens deverão ter um DR de alta sensibilidade (30 mA) como proteção.
crista do sistema, podendo ocorrer entre fases ou entre fase e terra. Essas sobretensões podem
provocar danos tanto às linhas de transmissão e subestações das concessionárias, quanto aos
equipamentos dos consumidores de energia elétrica.
Quando uma descarga atinge diretamente a rede elétrica, ocorre um acréscimo temporário no
potencial de uma um mais fases, causando uma elevação da tensão nominal de fase ou de linha.
Vamos supor que uma descarga de 10 kA, que é o mais comum de ocorrer, atinge um condutor
Considerando que a impedância típica de uma rede de distribuição é 400 Ω, a descarga é dividida
no ponto de impacto em duas partes de 5 kA, que se propagam para as extremidades do condutor. A
corrente elevada provoca uma sobretensão de 1000 kV na fase R, conforme mostra a Figura 16.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Créditos: Judyjump/Shutterstock.
Apesar de um acréscimo tão grande, devemos nos lembrar que existem dispositivos de proteção
na própria rede elétrica, como para-raios e fusíveis, mas de acordo com o local da descarga, é muito
O DPS compõe a trinca de dispositivos de proteção exigidos pela norma NBR 5410, sendo o
disjuntor usado na proteção das instalações (sobrecargas e curtos-circuitos), o DR como proteção aos
usuários (choques) e o DPS como proteção contra surtos de tensão, que podem provocar danos aos
equipamentos conectados nas tomadas.
uma descarga atmosférica, por exemplo, desviando essa descarga para o sistema de aterramento e
Seu princípio de funcionamento é bastante simples, pois é formado basicamente por um elo
fusível e um varistor. O varistor é um resistor no qual sua resistência elétrica é variável em função da
tensão aplicada sobre ele. Neste caso, quanto maior a tensão aplicada, menor a resistência e com isso,
maior será a corrente que passa pelo dispositivo e não pela carga.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Um DPS pode ser instalado de 6 formas diferentes e a escolha do método de instalação é dada
em forma de fluxograma pela NBR 5410. Essas aplicações variam em função das diferentes formas de
instalar o sistema de proteção e aterramento e também o padrão de entrada, porém o modo mais
A forma de instalar pode influenciar nas características construtivas de um DPS, pois existem
modelos para 1, 2 ou 3 fases ou ainda fase(s) e neutro. Além disso, os DPS são separados por classes,
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Classe I: é instalado no quadro geral como proteção contra descargas que possam ocorrer na
distância do quadro geral. Impede um surto causado por uma descarga que atinge diretamente
Quanto às suas características elétricas, a NBR 5410, no item 6.3.5.2.4, destaca aquelas que devem
ser observadas na hora de fazer a escolha de um DPS, sendo que destas, as três informações
principais são:
Máxima tensão de operação contínua (UC): indica o valor de tensão máxima aplicada ao
dispositivo sem que haja a sua atuação. Esse valor de tensão prevê a operação normal do
circuito, sem que haja o desvio de corrente nominal do circuito ou equipamento para o
barramento de proteção (terra), por meio do DPS. Os valores típicos são 175, 275, 385 e 460 V,
sendo indicado o valor mais próximo da tensão nominal do circuito, para maior proteção;
Nível de proteção (UP): no caso de um surto, a tensão aplicada nos terminais do DPS será
maior que UC, portanto, irá atuar. O nível de proteção indica a máxima tensão suportada pelo
dispositivo quando este estiver sendo atravessado por uma corrente decorrente de um surto. Os
valores limites são indicados pela Tabela 31 da NBR 5410, sendo 2,5 kV o valor limite para um
DPS que fará a proteção geral ou de circuitos terminais, ou 1,5 kV para um DPS destinado a
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
Correntes de surto: com relação às correntes de um DPS, pode haver 3 valores distintos:
corrente máxima (Imáx), que indica o valor máximo de corrente suportado pelo dispositivo,
obtido por ensaio, desde que não seja recorrente, entre 1 e 2 vezes; corrente nominal (IN),
típica de um DPS classe II e indica o valor de corrente que o dispositivo será capaz de desviar
quando uma corrente proveniente de uma descarga atmosférica que atingiu a rede elétrica e se
propaga em direção ao seu local de instalação. A norma IEC 61643 estima a vida útil de um DPS
pelo valor de IN, de modo que este deve suportar em média 15 a 20 surtos no valor de IN; e a
corrente de impulso (Iimp), típica de um DPS classe I e indica o valor de corrente que o
dispositivo será capaz de desviar quando esta for uma descarga atmosférica que ocorreu
próxima ao seu local de instalação.
Se um DPS é submetido por um surto além da sua capacidade máxima, este pode ser danificado
permanentemente e será necessária a sua troca. Um indicador visual é colocado na face frontal do
Para facilitar a troca do dispositivo, alguns fabricantes possuem opções com cartuchos de engate
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
FINALIZANDO
Se você já tem alguma formação técnica ou se tem experiência na área de instalações elétricas, já
deve ter conhecido e até mesmo trabalhado com esses dispositivos de proteção. Mas se ainda é novo
no assunto, deve ter se impressionado com a quantidade de detalhes e opções que o mercado
Nesta aula, vimos que existem ao menos 3 tipos de proteção em projetos elétricos, a proteção
contra sobrecargas e curto-circuito feita pelos disjuntores e fusíveis, a proteção dos DRs contra
choques elétricos e a proteção contra surtos de tensão, do DPS. Nenhuma dessas pode ser diminuída
ou deixada de lado, são igualmente importantes e exigidas por norma, portanto, procure sempre
Esses sistemas não podem ser julgados pelo seu preço, pois nesta aula vimos como os choques
elétricos podem ser fatais. Além disso, um incêndio devido a uma sobrecarga ou a queima de um
eletroeletrônico caro não sairá mais barato que a compra da proteção correta.
Pensa que já sabe tudo sobre proteção? Ainda não. Mais adiante veremos como são feitos os
sistemas de aterramento e para-raios e ainda vamos entender de uma vez por todas as diferenças
entre os estabilizadores, filtros de linha e nobreaks. Por fim, faremos a classificação do consumidor e
veremos como projetar o padrão de entrada. Ficou curioso? Te encontro lá.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/27
19/03/24, 19:05 UNINTER
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: Associação Brasileira
de Normas Técnicas, 2004.
GEBRAN, A. P.; RIZZATO, F. A. P. Instalações elétricas prediais. Porto Alegre: Bookman, 2017.
LIMA FILHO, D. L. Projetos de Instalações Elétricas Prediais. 12. ed. São Paulo: Érica, 2011.
NERY, N.; KANASHIRO, N. M. Instalações Elétricas Industriais. 2 ed. São Paulo: Érica, 2014.
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 27/27