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Proteção do

Sistema Elétrico
de Potência
Prof. Msc. Wemerson Rocha Ferreira
Unidade 3:
Proteção dos sistemas de
distribuição
Seção 1:
Equipamentos de proteção das
redes primárias de distribuição
Unidade 3 – Seção 1

No que consiste o sistema de


Distribuição?
Unidade 3 – Seção 1
Unidade 3 – Seção 1

As redes de distribuição de energia elétrica são constituídos


por alimentadores que suprem cargas de áreas urbanas
e/ou rurais.

• Os alimentadores que suprem cargas apenas de cidades


são denominados alimentadores urbanos.
• Aqueles que atendem ao meio rural são alimentadores
rurais.
Unidade 3 – Seção 1

Alimentador Primário Radial:


Unidade 3 – Seção 1

Quais são as principais causas de


faltas na rede de distribuição?
Unidade 3 – Seção 1

Cada tipo de alimentador apresenta particularidades quanto


aos defeitos a que são submetidos.

Alimentadores Alimentadores
Urbanos Rurais
Unidade 3 – Seção 1

Cada tipo de alimentador apresenta particularidades quanto


aos defeitos a que são submetidos.

Alimentadores Alimentadores
Urbanos Rurais
Unidade 3 – Seção 1

Os alimentadores urbanos são vulneráveis a:


Unidade 3 – Seção 1

Cada tipo de alimentador apresenta particularidades quanto


aos defeitos a que são submetidos.

Alimentadores Alimentadores
Urbanos Rurais
Unidade 3 – Seção 1

Cada tipo de alimentador apresenta particularidades quanto


aos defeitos a que são submetidos.

Alimentadores Alimentadores
Urbanos Rurais
Unidade 3 – Seção 1

Os alimentadores rurais apresentam outra variedade de


defeitos, notadamente:

Estai: Cabo destinado a assegurar ou reforçar a estabilidade


de um suporte de rede aérea, transferindo esforços para
outra estrutura, contraposte ou âncora.
Unidade 3 – Seção 1

Cada tipo de alimentador apresenta particularidades quanto


aos defeitos a que são submetidos.

Alimentadores Alimentadores
Urbanos Rurais
Unidade 3 – Seção 1

Critérios para um projeto de


proteção de redes de distribuição
Unidade 3 – Seção 1

A infraestrutura das redes de distribuição primárias é


extensa, afinal, a eletricidade precisa ser levada aos
consumidores em diferentes localidades, como cidades,
subúrbios e até mesmo em regiões remotas.

Face ao exposto, proteger essas redes não é uma tarefa


trivial, pois elas podem apresentar uma elevada dimensão
no que tange o número de barramentos, alimentadores e
ramais laterais a serem protegidos.
Unidade 3 – Seção 1

Objetivos dos esquemas de proteção das redes de


distribuição primárias:
Minimizar a duração da
falta

Minimizar a frequência da
falta

Minimizar o número de consumidores


afetados pela falta
Unidade 3 – Seção 1

Para que se elabore um bom projeto de proteção de um


sistema de distribuição é necessário seguir alguns critérios
básicos para a instalação dos equipamentos de proteção,
como descrito a seguir.

 No primário dos transformadores de distribuição:


utilizar chaves fusíveis.

 No início de ramais:
 Equipamento indispensável: chaves fusíveis.
 Equipamentos alternativos em função da
importância da carga: religador ou seccionador.
Unidade 3 – Seção 1

Para que se elabore um bom projeto de proteção de um


sistema de distribuição é necessário seguir alguns critérios
básicos para a instalação dos equipamentos de proteção,
como descrito a seguir.

 No percurso dos alimentadores longos: quando a


proteção de retaguarda não for capaz de ser
sensibilizada pela corrente de defeito a partir de um
determinado ponto do alimentador, deve ser instalado
um equipamento de proteção que pode ser chave
fusível, religador e seccionador.
Unidade 3 – Seção 1

Para que se elabore um bom projeto de proteção de um


sistema de distribuição é necessário seguir alguns critérios
básicos para a instalação dos equipamentos de proteção,
como descrito a seguir.

 Após uma carga considerada de importância quanto


à continuidade: pode-se utilizar chave fusível,
religador ou seccionador.

 Não utilizar mais que dois fusíveis em série nos


alimentadores longos; a partir daí utilizar
seccionador.
Unidade 3 – Seção 1

Para que se elabore um bom projeto de proteção de um


sistema de distribuição é necessário seguir alguns critérios
básicos para a instalação dos equipamentos de proteção,
como descrito a seguir.

 Em ramais cujos consumidores de média tensão a


eles conectados são protegidos por disjuntores sem
proteção contra defeitos monopolares à terra, como
no caso de relés de ação direta: deve-se utilizar
religadores ou seccionadores, evitando o emprego de
fusíveis.
Unidade 3 – Seção 1

Para que se elabore um bom projeto de proteção de um


sistema de distribuição é necessário seguir alguns critérios
básicos para a instalação dos equipamentos de proteção,
como descrito a seguir.

 Não utilizar qualquer equipamento de proteção ao


longo do alimentador tronco que permita manobra
com outro alimentador, a fim de evitar as seguintes
falhas:
 Funcionamento inadequado do fusível já instalado
e perda de coordenação com a nova configuração.
 Alimentação invertida nos seccionadores,
impossibilitando o seu funcionamento.
 Alimentação invertida dos religadores e perda de
seletividade com a nova configuração.
Unidade 3 – Seção 1

As principais funções de proteção utilizadas em rede de


distribuição são:

 Função 50: proteção instantânea de fase.


 Função 51: proteção temporizada de fase.
 Função 50N: proteção instantânea de neutro.
 Função 51N: proteção temporizada de neutro.
 Função 59: proteção de sobretensão.
 Função 27: proteção de subtensão.
 Função 79: relé de religamento para controlar e
comandar o religador.
Unidade 3 – Seção 1

Dentre os principias dispositivos empregados na elaboração


de esquemas de proteção para essas redes, citam-se:

 Elos fusíveis;
 Religadores;
 Seccionalizadores; e
 Network Protector (para redes subterrâneas).

https://www.youtube.com/watch?v=oRjTwtYd2K8
Unidade 3 – Seção 1

Localização típica dos dispositivos de proteção das redes


de distribuição:
Unidade 3 – Seção 1

Os relés e disjuntores são normalmente usados para


proteger os alimentadores principais numa subestação de
distribuição. A limitação da sensibilidade dos relés de
sobrecorrente pode impedir que eles detectem faltas no fim
do alimentador protegido.

Os religadores podem ser instalados ao longo do


alimentador para possibilitar uma cobertura total das faltas
no alimentador. Os religadores também podem ser
aplicados para melhorar a proteção de derivações
importantes.
Unidade 3 – Seção 1

Os seccionalizadores são usados normalmente em


derivações e subderivações do sistema de distribuição.

As chaves-fusíveis também são usadas na proteção de


derivações, subderivações, transformadores de
distribuição e bancos de capacitores dos sistemas de
distribuição.
Unidade 3 – Seção 1

Proteção com elos fusíveis


Unidade 3 – Seção 1

O elo fusível é o dispositivo de proteção contra


sobrecorrente mais utilizado nas redes de distribuição
primárias.

Ele possui um filamento interno que se aquece quando


percorrido por um fluxo de corrente, dessa forma, quando o
fluxo excede um valor predeterminado, esse filamento se
rompe (derrete).

A fusão do elo fusível não determina que haja interrupção


da corrente elétrica no circuito, pois nos sistemas de
média tensão o arco elétrico continua fluindo entre os
terminais separados do elo fusível, devido ao ambiente
fortemente ionizado.
Unidade 3 – Seção 1

A maioria dos elos fusíveis encontrada nas redes primárias


funciona segundo o princípio denominado de expulsão, isto
é, o filamento é envolto por um tubo revestido
internamente com uma fibra de ionização, assim, na
presença de um curto-circuito, a fibra é aquecida quando o
filamento se rompe (derrete), produzindo gases de
ionização que se acumulam no tubo.

Dessa forma, o arco é comprimido e expulso do tubo, além


disso, a liberação do gás pelas extremidades do tubo
garante que as partículas que sustentam o arco sejam
completamente expelidas.
Unidade 3 – Seção 1

A eficiência da operação do elo fusível pode ser avaliada


por meio de três parâmetros:

1) isolar completamente a rede elétrica sob falta pelo


rompimento do seu filamento interno;

2) ser capaz de eliminar adequadamente o arco elétrico


gerado durante o rompimento do filamento; e

3) manter a rede elétrica aberta, sem centelhamento,


mesmo com tensão nominal aplicada em seus
terminais.
Unidade 3 – Seção 1

É de suma importância salientar que não devemos confundir


elo fusível com chave fusível (ou porta fusível), visto que a
última é apenas o suporte no qual o elo fusível é conectado.
Unidade 3 – Seção 1
Unidade 3 – Seção 1

A eficiência da operação do elo fusível pode ser avaliada


por meio de três parâmetros:

1) isolar completamente a rede elétrica sob falta pelo


rompimento do seu filamento interno;

2) ser capaz de eliminar adequadamente o arco elétrico


gerado durante o rompimento do filamento; e

3) manter a rede elétrica aberta, sem centelhamento,


mesmo com tensão nominal aplicada em seus
terminais.
Unidade 3 – Seção 1

O elo fusível é o dispositivo de proteção mais simples contra


sobrecorrentes provocadas por curtos-circuitos.

Em essência, sua operação é baseada em curvas características


de Tempo x Corrente que inferem o tempo mínimo e máximo
de fusão, assim como o tempo máximo de extinção do arco
provocado durante o rompimento do elo.
Unidade 3 – Seção 1

O elo fusível é classificado segundo a sua taxa de


velocidade (SR – speed ratio), também conhecida com
relação de rapidez.

Para tanto, por convenção, o SR é dado pela razão entre a


corrente mínima de fusão do elo fusível no tempo de
0,10 s a 300 s, para valores nominais do elo fusível de
até 100 A, e de 600 s para correntes nominais do elo
fusível superiores a 100 A.
Unidade 3 – Seção 1

Exemplo:

Assim, se a corrente de fusão do elo fusível de 3H for de


4,5A (no tempo de 300s) e suportar 80A durante 0,10s
(corrente de surto), a relação de rapidez é de 80/4,5=17,4.
Unidade 3 – Seção 1

A seleção da corrente nominal para o elo fusível deve seguir


os seguintes critérios:

 Acima da carga máxima;


 Acima da corrente de partida do motor;
 Acima da corrente de inrush do transformador:
 25x a corrente nominal do transformador por
0,01s;
 10x a corrente nominal do transformador por 0,1s.
Unidade 3 – Seção 1

Com base nesse parâmetro, os elos são comumente


classificados como rápidos, lentos e muito lentos,
designados pelas siglas K, T e H, respectivamente.

Tipo K Tipo T Tipo H


(rápidos) (lentos) (muito lentos)
Unidade 3 – Seção 1

Com base nesse parâmetro, os elos são comumente


classificados como rápidos, lentos e muito lentos,
designados pelas siglas K, T e H, respectivamente.

Tipo K Tipo T Tipo H


(rápidos) (lentos) (muito lentos)
Unidade 3 – Seção 1

Apresentam tempo de atuação rápido, sendo utilizados


normalmente na proteção de transformadores
(alimentadores) e ramais laterais de alimentadores ou
mesmo instalados ao longo desses alimentadores, porém
na sua trajetória final.

Possuem capacidade de sobrecarga de 50% do seu valor


nominal.

Têm uma relação de rapidez variando entre 6, para elos


fusíveis de corrente nominal de 6 A, e 8,1, para elos
fusíveis de corrente nominal de 200 A.
Unidade 3 – Seção 1

São agrupados em dois diferentes tipos:

 elos fusíveis preferenciais (fabricados com as


seguintes correntes nominais: 6 – 10 – 15 – 25 – 40 –
65 – 100 – 140 – 200 A); e
 elos fusíveis não preferenciais (fabricados com as
seguintes correntes nominais: 8 – 12 – 20 – 30 – 50 –
80 A).

Essa classificação torna-se necessária para indicar ao


usuário que somente há coordenação entre os elos fusíveis
listados dentro de um mesmo grupo.

Os elos fusíveis de grupos diferentes não são seletivos.


Unidade 3 – Seção 1

Com base nesse parâmetro, os elos são comumente


classificados como rápidos, lentos e muito lentos,
designados pelas siglas K, T e H, respectivamente.

Tipo K Tipo T Tipo H


(rápidos) (lentos) (muito lentos)
Unidade 3 – Seção 1

Com base nesse parâmetro, os elos são comumente


classificados como rápidos, lentos e muito lentos,
designados pelas siglas K, T e H, respectivamente.

Tipo K Tipo T Tipo H


(rápidos) (lentos) (muito lentos)
Unidade 3 – Seção 1

Apresentam tempo de atuação lento, sendo destinados à


proteção de transformadores (alimentadores) de
distribuição e seus ramais correspondentes.

Assim como o tipo K, os elos fusíveis tipo T também


suportam uma sobrecarga e 50%.

Têm relação de rapidez variando entre 10, para elos


fusíveis de corrente nominal de 6 A, e 13, para elos
fusíveis de corrente nominal de 200 A.

No entanto, os elos fusíveis K e T apresentam os mesmos


valores de corrente nominal.
Unidade 3 – Seção 1

Com base nesse parâmetro, os elos são comumente


classificados como rápidos, lentos e muito lentos,
designados pelas siglas K, T e H, respectivamente.

Tipo K Tipo T Tipo H


(rápidos) (lentos) (muito lentos)
Unidade 3 – Seção 1

Com base nesse parâmetro, os elos são comumente


classificados como rápidos, lentos e muito lentos,
designados pelas siglas K, T e H, respectivamente.

Tipo K Tipo T Tipo H


(rápidos) (lentos) (muito lentos)
Unidade 3 – Seção 1

Denominados fusíveis de alto surto, são elos fusíveis


especiais que suportam uma elevada sobrecorrente e,
ainda assim, asseguram uma alta temporização de
operação.

Diante disso, eles são considerados como dispositivos de


atuação muito lenta.

São aplicados quase que exclusivamente na proteção de


transformadores (alimentadores) visando evitar
operações desnecessárias durante transitórios de curta
duração , tal como correntes de inrush (energização de
transformadores).
Unidade 3 – Seção 1

Sua relação de rapidez varia entre 11,4, para elos


fusíveis de corrente de 0,5 A, e 36,4, para elos fusíveis
de 5 A.

São fabricados com as seguintes correntes nominais: 0,5A


– 1A – 2A – 3A – 5A.
Unidade 3 – Seção 1

Com base nesse parâmetro, os elos são comumente


classificados como rápidos, lentos e muito lentos,
designados pelas siglas K, T e H, respectivamente.

Tipo K Tipo T Tipo H


(rápidos) (lentos) (muito lentos)
Unidade 3 – Seção 1

Os elos fusíveis são fabricados em liga de estanho, que


possui uma temperatura de operação normal de cerca de
100° C e ponto de fusão de 230° C.

As chaves fusíveis utilizadas devem ser adequadas às


correntes nominais dos elos fusíveis:

 Chaves fusíveis de 50 A: elos fusíveis de 1 a 50 A.


 Chaves fusíveis de 100 A: elos fusíveis superiores a 50
A até 100 A.
 Chaves fusíveis de 200 A: elos fusíveis superiores a
100 A até 200 A.
Unidade 3 – Seção 1

Independentemente do tipo de elo fusível, a Figura 3.2


apresenta a curva genérica das características de operação
Tempo x Corrente.
Unidade 3 – Seção 1

Podemos observar que os gráficos remontam a:

 A curva de tempo mínimo de fusão representa o tempo


necessário para ocorrer a fusão do elemento fusível,
considerando a temperatura ambiente de 25° C e o elo
fusível sem corrente antes do evento.

 A curva de tempo máximo de fusão corresponde à curva


de tempo mínimo de fusão, acrescido de um valor de
corrente admitido pelo fabricante como margem de
tolerância do tempo de fusão.

 A curva de tempo total para extinção do arco


corresponde à curva de tempo máximo de fusão, acrescido
de um tempo que permita a extinção definitiva do arco.
Unidade 3 – Seção 1
Unidade 3 – Seção 1

Proteção com religadores


Unidade 3 – Seção 1

O religador é um dispositivo capaz de detectar condições


de falta, interromper o circuito se a sobrecorrente persistir
após um intervalo de tempo predeterminado e, após testes
de verificação, religar automaticamente o circuito.

Se a falta que originou a operação ainda existir, o religador


permanecerá aberto após um número predefinido de
operações, isolando o circuito sob falta do restante da rede.
Unidade 3 – Seção 1

Nas redes de distribuição primárias, entre 75% e 90% das


faltas são de natureza temporária e duram, no máximo,
alguns ciclos ou segundos.

Assim, o religador, com sua característica de


abertura/fechamento, impede que um circuito de
distribuição fique fora de serviço por faltas temporárias
(HOSSEINZADEH, 2008).

Faltas eliminadas após a abertura d disjuntor:

 1ª abertura: 80% das faltas eliminadas;


 2ª abertura: 10% das faltas eliminadas;
 3ª abertura: 5% das faltas eliminadas.
Unidade 3 – Seção 1

Uma falta temporária (fugitiva) é aquela eliminada


completamente com a abertura do disjuntor.
Por exemplo, considere a sequência seguinte:

1. Um animal provoca um curto-circuito num poste;


2. O disjuntor correspondente abre;
3. O animal cai ou morre;
4. A falta deixa de existir.

1ªTentativa de Religamento: Se for usado o religamento


automático, a falta é eliminada completamente antes do
primeiro religamento em 80% das vezes, restabelecendo,
consequentemente, o serviço para todos os consumidores
da linha afetada.
Unidade 3 – Seção 1

Uma falta temporária (fugitiva) é aquela eliminada


completamente com a abertura do disjuntor.
Por exemplo, considere a sequência seguinte:

1. Um animal provoca um curto-circuito num poste;


2. O disjuntor correspondente abre;
3. O animal cai ou morre;
4. A falta deixa de existir.

2ª Tentativa de Religamento: Se o religador for equipado


com mais de uma operação de religamento,
aproximadamente 10% das faltas são eliminadas antes do
segundo religamento e o serviço é restabelecido
automaticamente.
Unidade 3 – Seção 1

Uma falta temporária (fugitiva) é aquela eliminada


completamente com a abertura do disjuntor.
Por exemplo, considere a sequência seguinte:

1. Um animal provoca um curto-circuito num poste;


2. O disjuntor correspondente abre;
3. O animal cai ou morre;
4. A falta deixa de existir.

3ª Tentativa de Religamento: Se houver uma terceira


tentativa de religamento, aproximadamente 5% das faltas
são eliminadas antes da tentativa de religamento.
Unidade 3 – Seção 1

Dessa forma, na média, três operações de religamento


devem possibilitar a restauração automática do serviço em
aproximadamente 95% das faltas temporárias.

Portanto, recomenda-se o uso de três operações de


religamento, ou tentativas (“shots”), quando estiver
projetando um esquema de religamento automático.
Unidade 3 – Seção 1

Isso explica por que os religadores hidráulicos tradicionais


eram configurados com três tentativas de religamento.

Os religadores microprocessados mais novos têm um


número flexível de operações de religamento e podem ser
ajustados pelo usuário para melhorar a proteção de acordo
com condições específicas.
Unidade 3 – Seção 1

Normalmente, os religadores são projetados para


contagem e registro de até três ou quatro operações de
fechamento (trips) e dois ou três religamentos, e, após
uma operação de abertura final, eles bloqueiam a
sequência de abertura/fechamento, definindo assim o ciclo
de operação.

O intervalo de tempo entre uma abertura e um religamento


é denominado de tempo de religamento ou, no jargão do
engenheiro de proteção, tempo morto.
Unidade 3 – Seção 1

Sequência de operações típica para religadores:


Unidade 3 – Seção 1

Os religadores têm capacidade de temporização dual.

A primeira ou as duas primeiras interrupções da corrente de


falta ocorrem usando a operação rápida.

Para as interrupções remanescentes, é inserida uma


temporização intencional usando uma curva tempo-inverso
mais lenta.

O religador também pode ter um elemento que opere para a


corrente de terra, adicionalmente ao elemento de
sobrecorrente de fase.
Unidade 3 – Seção 1

É importante salientar que, em geral, os religadores


também permitem operações manuais de fechamento.

Com relação às curvas Tempo x Corrente, os religadores


normalmente incorporam três curvas, uma rápida e duas
lentas, designadas como A, B e C, respectivamente.

A curva temporizada também é chamada de curva lenta.

O intervalo de religamento é de 1 a 2 segundos para os


religadores hidráulicos e é ajustável para os religadores
eletrônicos.
Unidade 3 – Seção 1

A Figura 3.3 mostra um conjunto típico de curvas para


religadores.
Unidade 3 – Seção 1

Característica tempo-corrente para dois religadores


coordenados:
Unidade 3 – Seção 1

Onde aplicar os religadores?


Unidade 3 – Seção 1

Os religadores têm ampla aplicação em circuitos de


distribuição de redes aéreas das concessionárias de
energia elétrica por permitirem eliminar os defeitos
transitórios e reduzir alguns índices de qualidade de
energia.

Esses equipamentos não devem ser aplicados em redes


de distribuição subterrâneas, em instalações industriais
ou comerciais, nas quais os defeitos quase sempre são de
natureza permanente, ao contrário das redes aéreas urbanas
e rurais.
Unidade 3 – Seção 1

Com relação à alocação de religadores, estes podem ser


instalados nos seguintes pontos da rede de distribuição:

I. Em subestações, para fornecer proteção primária


para um alimentador de saída.

II. No próprio alimentador, visando permitir o seu


seccionamento, caso um curto-circuito se origine a
jusante do religador.

III. Em ramos laterais, que emerge dos alimentadores,


pois, caso uma falta ocorra nesses ramos, os
mesmos podem ser retirados de operação sem a
necessidade da completa desconexão do
alimentador.
Unidade 3 – Seção 1

É seguro usar um religador?


Unidade 3 – Seção 1

A proteção com religadores às vezes tem causado polêmica


quanto à segurança das pessoas, devido à queda de cabo
ao solo.

Como o religador normalmente está preparado para


executar o seu plano de religamento, as sucessivas
religações aumentam a possibilidade de acidente com
pessoas e provocam pânico, aumentando ainda mais os
riscos de acidente.

Em contrapartida, os religadores reduzem


significativamente o tempo de falta de energia, já que
cerca de 86% das ocorrências em redes de distribuição
são transitórias.
Unidade 3 – Seção 1

Para minimizar os efeitos das religações, muitas


concessionárias ajustam os religadores para apenas uma
religação temporizada, visando fazer o objeto que está
provocando o defeito no alimentador soltar do cabo, como,
por exemplo, um galho de árvore tocando um cabo da rede
de distribuição levado por uma rajada passageira de vento.
Unidade 3 – Seção 1

Porém, quando se trata de alimentadores longos de


redes aéreas de distribuição rural, que cortam, muitas
vezes, áreas de vegetação alta e densa, a probabilidade
de defeitos transitórios aumenta consideravelmente,
necessitando, portanto, de uma proteção com recursos para
limpar esse tipo de defeito.

Evita-se, assim, despachar uma equipe de manutenção


para percorrer todo alimentador à procura de um defeito
que não existe mais, o que encarece o serviço de
manutenção e eleva o tempo de restabelecimento do
sistema.

Neste caso, faz-se necessária a aplicação de um


religador.
Unidade 3 – Seção 1

Religadores Digitais
Unidade 3 – Seção 1

Com o advento de religadores digitais, uma variedade de


curvas Tempo x Corrente podem ser criadas, permitindo ao
engenheiro de proteção produzir uma curva específica
que atenda aos requisitos do esquema de proteção a ser
elaborado.

Essa característica é importante, pois o religador pode ser


reprogramado sem a necessidade de alterar os demais
dispositivos de proteção que se encontram dentro da sua
zona de proteção.
Unidade 3 – Seção 1

Os religadores digitais são formados, basicamente, por um


módulo de chaveamento com interruptores a vácuo e
por um microcontrolador, cuja finalidade é executar as
funções de proteção, medição e comunicação.

Religadores digitais facilitam a automação nas redes de


distribuição e são vistos por muitos como elementos
essenciais na implantação de redes de distribuição ativas e
inteligentes.
Unidade 3 – Seção 1

O religador é um dispositivo capaz de realizar três tarefas


distintas: detecção de sobrecorrentes, isolamento do circuito
sob falta e religamento automático do circuito após o fim da
sobrecorrente.
Na prática, existem três formas de avaliar a operação do
religador: a) análise de curvas Tempo x Corrente; b) análise
gráfica da corrente no alimentador, no qual o religador foi
instalado; c) análise oscilográfica dos sinais de correntes
registrados por religadores digitais.
Unidade 3 – Seção 1

Proteção com seccionalizador


Unidade 3 – Seção 1

Um seccionalizador é um dispositivo que isola


automaticamente o circuito que ele protege, uma vez
que um disjuntor ou religador a montante interrompe a
corrente de falta.

Face ao explanado, fica claro que o seccionalizador não


tem capacidade de interromper correntes de curto-
circuito, assim, obrigatoriamente ele deve ser empregado
em conjunto com um dispositivo de retaguarda que tenha
capacidade de interrupção da corrente de falta.
Unidade 3 – Seção 1

Basicamente, o seccionalizador é constituído por um sensor


de sobrecorrente, um mecanismo de contagem das
operações (desligamentos) realizadas pelo equipamento de
retaguarda (religador) e um mecanismo para travamento na
posição aberto.
Unidade 3 – Seção 1

Alimentador radial com chaves de seccionamento e


interligação:
Unidade 3 – Seção 1

O religamento automático propicia a restauração do serviço


automaticamente após a eliminação de faltas fugitivas nas
linhas de distribuição aéreas.

As chaves de seccionamento e interligação reduzem o


tempo de interrupção do serviço através da isolação de
linhas com faltas permanentes.

Os sistemas de distribuição modernos possuem chaves


com operação remota.
Unidade 3 – Seção 1

O seccionalizador conta, durante uma falta, as


operações do disjuntor ou religador de retaguarda .

Após um número pré-selecionado de operações de


interrupção de corrente, e enquanto o dispositivo de
interrupção está aberto, o seccionalizador abre para isolar
a seção da linha defeituosa.
Unidade 3 – Seção 1

A contagem se inicia quando o fluxo de corrente que o


atravessa é interrompido pelo religador ou cai abaixo de um
valor pré-determinado.

Após certo número de ocorrências (uma, duas ou três), que


corresponde ao ajuste do equipamento, o seccionalizador
abre seus contatos e permanece travado na posição aberto,
isolando o circuito acometido pela falta.

Isso permite que o religador restabeleça o suprimento de


energia para áreas livres de faltas, de modo a melhorar a
confiabilidade dos serviços prestados pela concessionária
aos consumidores finais.
Unidade 3 – Seção 1

Operação de um seccionalizador:
Unidade 3 – Seção 1

É de suma importância comentar que o seccionalizador não


possui característica operacional baseada na curva Tempo x
Corrente, dessa forma, ele pode ser usado sem nenhum
problema entre dois dispositivos de proteção cujas curvas de
operação são muito próximas.
Unidade 3 – Seção 1

Os seccionalizadores encontrados nas redes de distribuição


primárias são, em sua grande maioria, construídos em
arranjos monofásicos ou trifásicos com mecanismos de
operação hidráulicos ou eletrônicos.

Com relação aos seccionalizadores com mecanismos de


operação eletrônicos, eles são notoriamente reconhecidos
pela flexibilidade operativa e pela fácil configuração.
Unidade 3 – Seção 1

A sua operação é dada da seguinte forma:

A corrente da rede é medida por meio de TCs e a corrente


secundária é enviada a um circuito de controle que conta o
número de operações do religador e, dependendo da
avaliação realizada, envia um sinal de disparo ao
mecanismo de travamento na posição aberto.

Esse tipo de seccionalizador é construído, em sua


grande maioria, com fechamento motorizado.
Unidade 3 – Seção 1

O seccionalizador é um dispositivo frequentemente utilizado na


proteção das redes primárias.

Esse dispositivo também possui a capacidade de isolar um


circuito, contudo, isso só é possível se um religador ou disjuntor
a montante interromper a corrente de falta.
Unidade 3 – Seção 1

Protetor de rede (Network


Protector) para redes
subterrâneas
Unidade 3 – Seção 1

As redes de distribuição primárias subterrâneas têm


grande aplicabilidade em áreas com elevada densidade de
carga, por exemplo na região central de grandes cidades.

Essas redes apresentam alta confiabilidade, contudo,


restrições relativas aos custos de implantação e
manutenção impõem dificuldades para seu uso massivo.

Felizmente, com o passar dos anos, a diferença de custo


entre os cabeamentos aéreos e subterrâneos tem diminuído
gradativamente.
Unidade 3 – Seção 1
Unidade 3 – Seção 1

De acordo com Kagan, Oliveira e Robba (2010), um tipo de


rede primária subterrânea que é frequentemente
implementada por concessionárias de distribuição é
denominado Spot Network, ilustrada na Figura 3.4.
Unidade 3 – Seção 1

Nessa configuração, cada transformador de distribuição é


suprido por dois ou três alimentadores derivados de uma
única subestação ou de subestações distintas.

Analisando atentamente a referida figura, podemos


observar que nos transformadores existe uma chave
especial, NP, que é a responsável pela proteção
denominada Network Protector.

Em síntese, essas chaves têm por finalidade detectar a


reversão do fluxo das correntes de falta na rede.
Unidade 3 – Seção 1

Para facilitar a compreensão, vamos considerar a Figura


3.5, na qual é assumido um curto-circuito no ponto W do
alimentador 1 (AL1), gerando a circulação de correntes de
falta como a apresentada.
Unidade 3 – Seção 1

Podemos observar que as NPs 1, 3 e 5, conectadas ao


alimentador onde ocorreu o curto-circuito, são percorridas
por correntes de falta em sentido inverso, assim, essas NPs
irão abrir, isolando todo o circuito com defeito, após a
abertura do disjuntor D1 da subestação.
Unidade 3 – Seção 1

Com relação à proteção de redes subterrâneas, o dispositivo


denominado Network Protector é uma poderosa ferramenta,
pois ele é capaz de detectar inversões nos fluxos das correntes
de falta e, por conseguinte, isolar o trecho sob falta.
Unidade 3 – Seção 1

Situação-problema 1
Unidade 3 – Seção 1

Você recebe a tarefa de avaliar a atuação de um religador


ajustado para 3 religamentos, alocado em um dado
alimentador de uma concessionária de distribuição.

Deseja-se que você levante o gráfico de operação do


religador com base na corrente do alimentador, além de
determinar se em algum momento o religador entra em
modo de bloqueio.
Unidade 3 – Seção 1

O gráfico que você deve fornecer para a concessionária é


mostrado na Figura 3.6.

A sua tarefa é levantar o gráfico de atuação do religador


com base no gráfico da corrente no alimentador, assim
como avaliar se o religador, em algum momento, entra em
modo de bloqueio.
Unidade 3 – Seção 1

Você deve explicar que, no instante inicial, a corrente no


alimentador está em regime permanente alimentando a
carga, ou seja, não há ocorrência de falta nessa
condição, portanto, os contatos do religador devem ser
mantidos fechados.

No instante t1 ocorre uma falta, pois a corrente de falta é


superior à corrente ILIMIAR responsável por sensibilizar o
religador, assim, ele ainda mantém seus contatos fechados
por um curto intervalo de tempo, antes de abri-los em t2 ,
levando a corrente do alimentador a um valor nulo.
Unidade 3 – Seção 1

O religador espera o tempo morto transcorrer, antes de


tentar religar o alimentador em t3 , contudo, o religador
percebe que a corrente de falta ainda está presente, assim,
ele abre seus contatos novamente em t4 .

Mais uma vez, o religador espera transcorrer o tempo morto


e tenta novamente reenergizar o alimentador em t5 .

Contudo, a corrente de falta ainda é persistente, então, o


religador abre novamente seus contatos em t6 .
Unidade 3 – Seção 1

Deixando transcorrer mais um tempo morto, o religador


tenta reenergizar pela última vez o alimentador fechando
seus contatos em t7 .

Nesse momento, o religador percebe que o valor da


corrente está se estabilizando abaixo do valor ILIMIAR ,
assim, ele infere que seus contatos devem permanecer
fechados, pois a carga voltará a ser suprida
adequadamente.
Unidade 3 – Seção 1

Como religador foi ajustado para 3 religamentos, o


mesmo realizou exatamente três tentativas de
reenergização do alimentador, dessa forma, você deve
informar, categoricamente, que em nenhum momento o
religador entrou em modo de bloqueio.
Unidade 3 – Seção 1

Situação-problema 2
Unidade 3 – Seção 1

Você, como engenheiro chefe da divisão de proteção de


uma concessionária de energia, foi incumbido de realizar a
análise oscilográfica de um moderno religador digital,
ajustado para 2 religamentos, capaz de registrar os sinais
de corrente durante as operações de abertura/fechamento
de seus contatos.

Você deve explicar a operação desempenhada pelo


religador para cada instante de tempo.
Unidade 3 – Seção 1

Na Figura 3.7, os sinais registrados durante um dado


evento são apresentados.
Unidade 3 – Seção 1

Pata t<t1 , o religador mantém seus contatos fechados para


suprir a carga, contudo, em t=t1 , tem-se o início de uma
falta.

Para t1<t<t2 há uma rápida operação do religador ainda


com seus contatos fechados, porém, em t=t2, o religador
abre seus contatos, permanecendo abertos até t<t3 .

Quando t=t3, o religador fecha seus contatos, todavia, a


corrente de falta ainda está presente, dessa forma, em t=t4,
o religador abre seus contatos, permanecendo abertos até
t<t5 .
Unidade 3 – Seção 1

Em t=t5, o religador volta a fechar seus contatos, contudo,


mais uma vez, a corrente de falta ainda existe, assim, em
t=t6 os contatos são abertos e mantidos nesta posição até
t<t7 , pois, em t=t7, seus contatos voltam a ser fechados.

Para t7<t<t8, observa-se um pequeno efeito transitório,


contudo, em t=t8, a corrente volta para um regime normal
de operação, mantendo-se até t<t9 .

Assim, pode-se concluir que durante toda essa


operação o religador não entrou em modo de bloqueio.
Unidade 3 – Seção 1

Em t=t9, uma nova corrente de falta se origina, para tanto,


três tentativas de religamentos foram executadas entre
t11<t<t12, t13<t<t14 e t15<t<t16.

Como o relé é ajustado para dois religamentos, a partir de


t16 ele entra em modo de bloqueio.

Dessa forma, com base na análise oscilográfica registrada


durante o evento, você pode inferir adequadamente a
sequência de operações de modernos religadores digitais.

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